• Nenhum resultado encontrado

11.8 Da conversão em Recurso Especial em Extraordinário e vice-versa:

VIII – DOS PEDIDOS:

12. Recurso extraordinário 1 Previsão legal 1 Previsão legal

12.3 Da admissibilidade do recurso extraordinário

Além dos requisitos de admissibilidade gerais dos recursos (subjetivos e objetivos), o recurso extraordinário ainda apresenta requisitos específicos.

Assim, como requisitos específicos de admissibilidade do Recurso Extraordinário podem ser apontados os seguintes:

* Para todos verem: esquema

Prequestionamento:

Deve haver o prequestionamento. Ou seja, que a matéria objeto do recurso extraordinário tenha sido objeto de análise pelas instâncias inferiores.

REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Pré-questionamento.

Esgotamento das vias recursais – não se discute matéria de fato. A decisão deve ser prolatada em única ou última instância.

Repercussão geral.

SÚMULA 282 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

SÚMULA 356 do STF: O ponto omisso da decisão sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do

Ainda, destaca-se que os Embargos de Declaração podem ser opostos com o fim de prequestionamento. Dessa forma, caso não tenha havido o prequestionamento na decisão recorrida, deverão ser opostos os Embargos de Declaração com o fim de ser sanada a omissão e cumprir esse requisito.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. (BRASIL, 2015)

Esgotamento das vias recursais e Não se discute matéria de fato:

Deve ter havido o esgotamento das vias recursais ordinárias e não se discute matéria de fato.

Ou seja, assim como o Recurso especial, o Recurso extraordinário se destina à revisão de acórdãos, não se prestando a revisar fatos, mas somente questão de direito. No caso do recurso extraordinário, eventual violação da Constituição Federal.

Conforme ensinam Tartuce e Dellore (2016, p. 419) da mesma forma que o Recurso Especial, para que se possa interpor o Recurso Extraordinário devem ter sido esgotados os recursos na origem. Logo, a decisão monocrática não dá ensejo à interposição do Recurso Extraordinário.

Decisão deve ser prolatada em única ou última instância:

O inciso III do artigo 102 da CF refere que cabe ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância.

Além disso, como já referido ao contrário do artigo 105 da CF (que trata do recurso especial), o recurso extraordinário não menciona que o julgamento da causa decidida em única ou última instância seja proferida por Tribunal, do que se extrai ser possível o cabimento do recurso extraordinário das decisões proferidas pelas Turmas Recursais. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 308-309)

SÚMULA 281 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando couber na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.

Observar neste caso a Súmula 640 do STF: “É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

Assim sendo, para caber recurso extraordinário deve ter havido o esgotamento das vias recursais, não sendo possível a interposição de outros recursos ainda.

Repercussão geral:

Como requisito de admissibilidade específico do recurso extraordinário, de acordo com o §3º do artigo 102 da CF, ainda deve haver a repercussão geral das questões constitucionais

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (BRASIL, 2015)

A repercussão geral significa que o recurso deve ser importante não somente para as partes, mas para a sociedade como um todo.

Nesse sentido ensina Viana (2018, P. 415): “A lei entende que repercussão geral é aquela que se origina de questões que ultrapassem os interesses subjetivos da causa, por envolver controvérsias que vão além do direito individual das partes. É preciso que as questões repercutem fora do processo e se mostrem relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico”.

Assim sendo, não basta o Recorrente demonstrar que a decisão recorrida viola a CF/88, é necessário ainda que haja a repercussão geral para que o Recurso Extraordinário seja admitido. (COLOMBO; SILVA, 2017, p. 187)

A necessidade de repercussão geral foi regulamentada no art. 1.035 do CPC:

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.

§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.

§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. (BRASIL, 2015)

Ainda, segundo DONOSO E SERAU JUNIOR (2017, p. 312) o CPC de 2015 apresenta avanço em relação ao CPC de 1973 ao dispor que há uma repercussão geral presumida nas hipóteses do §3º do artigo 1.035 do CPC, que haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;

II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.

É do STF a competência para apreciar a questão da repercussão geral. Neste caso, a competência para apreciar se há ou não a repercussão geral é do STF. Se 2/3 dos Ministros do STF, ou seja 8 de 11, julgarem que não há a repercussão geral  o recurso extraordinário não será conhecido. (TARTUCE; DELLORE, 2016, p. 421)

Conforme o artigo 1.035 do CPC, a decisão acerca da repercussão geral é irrecorrível. Portanto, de acordo com a previsão do §2º do artigo 1.035 do CPC, deve o recorrente demonstrar a existência de repercussão geral, disso decorre que no Recurso Extraordinário deve ser demonstrado claramente a existência da repercussão geral, sob pena de não ser conhecido.

Há quem defenda a possibilidade de Amicus Curiae no que se refere à repercussão geral, em razão da previsão do §4º do artigo 1.035 do CPC: “§ 4o O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 313)

Se for reconhecida a repercussão geral, será determinada pelo relator no STF a suspensão de todos os processos, sejam individuais ou coletivos que tratam daquele tema objeto do recurso em todo o pais, conforme previsão do §5º do artigo 1.035 do CPC (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 313):

§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. (BRASIL, 2015)

Ainda, o recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 01 ano, tendo preferência sobre os demais feitos, ressalvados aqueles que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. (COLOMBO; SILVA, 2017, p. 188)

É neste sentido a previsão do §9º do artigo 1.035 do CPC o recurso que tiver reconhecida a repercussão geral deverá ser julgado no prazo de 01 ano:

§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. (BRASIL, 2015)

E se for negada a repercussão geral? Aplica-se o §8º do artigo 1.035 do CPC:

§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. (BRASIL, 2015)

Ou seja, conforme a previsão do §8º do artigo 1.035 do CPC, se for negada a repercussão geral, a presidência do Tribunal intermediário negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versam sobre a matéria.

Silva e Colombo (2017, p. 188) ainda ensinam sobre a repercussão geral “que o interessado poderá requerer, ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 05 dias para manifestar-se acerca desse requerimento (art. 1035, §6º). Da decisão que indeferir o requerimento ou que aplicar entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá agravo interno”.