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De acordo com dados do IBGE (2015a) detalhados na Tabela 9, em 2014 54,9% dos domicílios particulares permanentes135 brasileiros tinham acesso à internet, o que equivalia a quase 60% da população.

134 Parte da discussão empreendida neste tópico foi apresentada na 6th Iberoamerican Conference on Applications

and Usability of Interactive TV (jAUTI’2017), evento realizado na Universidade de Aveiro (UA), Aveiro (Portugal),

Tabela 9 – Percentual de acesso à internet nos domicílios brasileiros em 2014

Região/Acesso com internet (%) Domicílios Moradores em domicílios com internet (%)

Brasil 54,90 59,20 Centro-Oeste 56,50 62,20 Nordeste 44,60 47,40 Norte 42,20 45,80 Sudeste 62,90 68,40 Sul 58,20 63,80 Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a). Comparando os dados das regiões estudadas, observamos que enquanto 58,3% dos domicílios no Sul possuíam internet, 44,6% dos lares no Norte estavam conectados. Em termos populacionais, porém, o Sul possuía 10,5 milhões de pessoas sem acesso à internet em casa, enquanto no Norte, tratavam-se de 9 milhões136.

Por outro lado, dos quase 120 milhões de brasileiros conectados em 2014 – sendo 18,4 milhões no Sul e 8,1 milhões no Norte, conforme Tabela 10 –, mais de quatro milhões de brasileiros não tinham rendimento e/ou apresentavam renda de ¼ de um salário mínimo. Tabela 10 – Renda mensal dos moradores de domicílios com internet das Regiões Norte e Sul em 2014 Renda mensal domiciliar (per capita/Região) Moradores de domicílios com internet (número absoluto por 1000 pessoas e percentual)

Brasil Norte Sul

Sem rendimento a 1/4 do salário mínimo (2) (3,7%) 4 381 (6,6%) 536 (1,5%) 279 Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo (12,0%) 14 344 (19,3%) 1 570 (6,3%) 1 172 Mais de 1/2 a 1 salário mínimo (26,6%) 31 883 (38,2%) 2 620 (21,2%) 3 921 Mais de 1 a 2 salários mínimos (29,5%) 35 393 (32,2%) 1 762 (37,1%) 6 858 Mais de 2 a 3 salários mínimos (10,7%) 12 878 (8,0%) 653 (14,2%) 2 618 Mais de 3 a 5 salários mínimos (7,2%) 8 588 (4,9%) 396 (10,0%) 1 844 Mais de 5 salários mínimos (5,9%) 7 073 (3,1%) 250 (6,7%) 1 238 Total (100,0%) 119 885 (100,0%) 8 143 (100,0%) 18 465 Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a).

135 Segundo classificação do IBGE (2015a), os referidos domicílios podem ser: próprio já quitado, próprio em

aquisição, alugado, cedido ou outro (que não se enquadram nas condições citadas, por exemplo, casos de invasão).

136 A população total das regiões Sul e Norte – considerando os números do PNAD 2014 (IBGE, 2015a) –, são,

respectivamente, 29.036.620 e 17.232.190, sendo assim, os percentuais de excluídos digitais correspondem a cerca de 36,2%, no Sul, e 52,6%, no Norte. Na estimativa da população para 2018 (IBGE CIDADES, 2018), os números são 29.754.036 no Sul e 18.182.253 no Norte.

Ainda que esse grupo representasse apenas 3,7% do contingente de brasileiros que tinha internet em casa, este dado corroborou o fato de que pessoas de baixa renda também acessam à rede em casa, apesar de possuírem condições menos favoráveis de conectividade. Mesmo se tratando de um processo bastante excludente, chamou atenção o fato de nas três faixas mais baixas de renda da Tabela 10, o percentual de pessoas conectadas na Região Norte ser significativamente superior ao de moradores do Sul, chegando a uma diferença de 13 pontos percentuais mais pessoas com renda entre ¼ e ½ salário mínimo conectadas no Norte do que no Sul.

Com base nos dados de acesso nas grandes regiões brasileiras, identificamos a já esperada predominância, tanto no Sul quanto no Norte, de acessos à internet nas áreas urbanas se comparado às rurais. Na Região Norte, dos 8,1 milhões de moradores conectados, 7,6 milhões estavam nos espaços urbanos e apenas 500 mil tinham acesso à rede nos ambientes considerados rurais, gerando uma exclusão de outros 3,6 milhões de pessoas que residiam no interior dos sete estados da região. No caso do Sul do país, do total da população conectada (18,5 milhões) 17,8 milhões estavam nas cidades e 1,4 milhões na zona rural. Ainda que a população do Sul seja significativamente maior que a do Norte, a quantidade de pessoas que mora no campo e que não têm internet era inferior (2,6 milhões). Em ambos os casos, notamos que mais da metade dos moradores das áreas rurais, embora com clara diferença de acesso entre Norte e Sul, não tinham acesso à Internet.

Ao observarmos os dados de acesso à internet nos estados que compõem o universo da pesquisa e suas respectivas Regiões Metropolitanas (RM)137, vimos que as realidades de acesso eram bastante distintas, conforme Tabela 11.

Tabela 11 – Percentual de acesso à Internet nos domicílios do Pará

e do Rio Grande do Sul e suas respectivas RM em 2014

Região/Acesso com internet (%) Domicílios Moradores em domicílios com internet (%)

Norte 44,6 47,4 PA 41,3 44,2 RM de Belém 62,0 66,9 Sul 58,2 63,8 RS 59,0 65,3 RM de Porto Alegre 67,5 72,8 Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a). 137 No caso do Norte, a única Região Metropolitana considerada no detalhamento dos resultados do PNAD 2014 (IBGE, 2015a) foi a de Belém. Já no Sul, as RMs de Porto Alegre e Curitiba entraram no detalhamento.

No caso do Pará, o acesso à internet nos domicílios do estado (41,3%) era inferior à média da Região Norte (44,6%). Já na Região Metropolitana de Belém, o percentual de conexão alcançou a marca da Região Sudeste, que tinha 62,9% dos domicílios conectados, segundo a pesquisa TICs Domicílios 2014. Vale ressaltar que, no Norte, o Pará era o sexto dentre os sete estados da Região com menos domicílios com acesso à internet, à frente apenas do Tocantins, que apresentava apenas 37,3% de domicílios conectados. Dentre os estados nortistas, os que apresentaram os maiores percentuais de acesso foram Roraima (57,4%) e Amazonas (50,9%), sendo os únicos nos quais mais da metade dos lares tinham conexão à internet138.

No caso do Rio Grande do Sul, o acesso à internet já era realidade para quase 60% dos lares, equivalente a 65,3% dos moradores, conforme Tabela 11. A Região Metropolitana apresentava nível de acesso superior ao restante do Estado, com 67,5% dos domicílios e 72,8% da população com acesso à internet. A Região Metropolitana (RM) de Porto Alegre, inclusive, em 2014 era a mais conectada da Região Sul e no âmbito nacional estava atrás apenas da Grande São Paulo, com 71,3% dos lares com acesso139.

Comparando os dados de acesso dos domicílios do Pará e do Rio Grande do Sul, a diferença identificada foi de 17,7 pontos percentuais mais lares conectados no RS e cerca de 21,1 pontos percentuais mais moradores incluídos. Quando aproximamos as realidades das RMs, porém, a diferença entre o percentual de população conectada caiu para 5,9 pontos percentuais, sendo Belém com 66,9% e Porto Alegre com 72,8% de seus moradores com acesso à internet.

Nas Tabelas 12 e 13, observamos os dados relativos à posse de computadores do tipo desktop e outros dispositivos usados para acesso à internet nos domicílios brasileiros e, especificamente, nas regiões Norte e Sul (áreas urbanas e rurais), nos estados do Pará e do Rio Grande do Sul e nas RMs que integram o universo pesquisado.

138 Em termos populacionais, os estados do Amapá e de Rondônia também devem ser contabilizados como estados

que têm mais da metade da sua população conectada, sendo, respectivamente, 57,1% dos moradores do Amapá, e 51,7% de Rondônia.

139 Considerando os dados de acesso no Distrito Federal, com 75,1% dos lares conectados, acreditamos que

Brasília tenha percentual superior à Região Metropolitana de São Paulo e Porto Alegre, entretanto, os dados disponibilizados no PNAD 2014 não consideram nenhuma RM no Distrito Federal.

Tabela 12 – Percentual de domicílios com acesso à internet por tipo de dispositivo em 2014 no Brasil (Urbano e Rural), Região Norte (Urbano, Rural, Pará e Região

Metropolitana de Belém) e Região Sul (Urbano, Rural, Rio Grande do Sul e Região Metropolitana de de Porto Alegre) Equipamentos a partir dos quais

acessa a internet/Região

Brasil Norte Sul

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) Total (%) Urbana (%) Rural (%) (%) PA

RM Belém

(%)

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) (%) RS RM POA (%)

Número absoluto de domicílios (1000 unidades) 36 814 35 074 1 740 2 202 2 073 128 936 400 5 981 5 559 421 2 403 1 035 Por microcomputador 76,60 77,60 56,70 50,50 50,90 43,90 40,60 48,00 83,20 84,0 72,6 79,8 80,3 Somente por microcomputador 17,40 * * 7,00 * * 4,40 4,00 23,60 * * 23,6 19,4 Por tablet 21,90 * * 12,00 * * 10,20 12,50 21,10 * * 20,8 25,1 Somente por tablet 0,50 * * 0,20 * * 0,10 0,10 0,50 * * 0,6 0,5 Por telefone celular móvel 80,40 80,90 71,90 92,50 93,00 84,40 95,30 95,80 73,70 74,9 58,0 73,1 77,2 Somente por telefone celular móvel 21,00 * * 47,60 * * 57,40 50,10 15,10 * * 18,5 17,9 Por tablet e por telefone celular móvel 82,40 * * 93,00 * * 95,60 96,00 76,20 * * 76,1 80,3 Somente por tablet ou por telefone celular móvel 23,10 * * 49,30 * * 59,30 52,00 16,60 * * 20,0 19,6 Por TV conectada 4,90 * * 1,60 * * * * 6,10 * * * * Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a). Tabela 13 – Percentual de moradores de domicílios com acesso à internet por tipo de dispositivo em 2014 no Brasil (Urbano e Rural), Região Norte (Urbano, Rural, Pará e Região Metropolitana de Belém) e Região Sul (Urbano, Rural, Rio Grande do Sul e Região Metropolitana de de Porto Alegre) Equipamentos a partir dos quais acessa a internet/Região

Brasil Norte Sul

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) Total (%) Urbana (%) Rural (%) (%) PA

RM Belém

(%)

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) (%) RS RM POA (%)

Número absoluto de domicílios (1000 unidades) 120 174 113 691 6 484 8 164 7 665 500 3 572 1 469 18 529 17 082 1 447 7 320 3 049 Por microcomputador 75,30 76,40 54,80 49,0 49,30 43,90 39,00 47,20 82,60 83,40 72,50 78,60 78,60 Somente por microcomputador 15,80 * * 6,10 * * 4,00 3,40 22,00 * * 22,00 17,40 Por tablet 22,60 * * 12,30 * * 10,30 13,30 21,90 * * 21,30 26,00 Somente por tablet 0,50 * * 0,20 * * 0,10 0,10 0,40 * * 0,50 0,40 Por telefone celular móvel 82,20 82,70 73,90 93,40 94,0 84,0 95,80 96,40 75,50 76,80 59,60 75,20 79,70 Somente por telefone celular móvel 22,30 * * 49,10 * * 59,00 50,70 15,70 * * 19,60 19,50 Por tablet e por telefone celular móvel 84,00 * * 93,80 * * 96,00 96,60 77,80 * * 77,80 82,40 Somente por tablet ou por telefone celular móvel 24,50 * * 50,80 * * 60,90 52,70 17,20 * * 21,30 21,20 Por TV conectada 4,70 * * 1,60 * * * * 5,90 * * * * Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a).

Notamos que os meios mais usados para acesso à internet eram o telefone celular móvel e o microcomputador do tipo desktop, presentes em, respectivamente, 80,4% e 76,6% dos domicílios brasileiros. Na sequência, apareceu o tablet como meio de acesso à rede em 21,9% dos lares do país. Sobre o dispositivo mais usado, vale ressaltar que, no Norte, o telefone celular alcançou índices de uso acima da média nacional, mesmo em áreas rurais. Enquanto no Sul, o acesso à internet por celular era realidade para 73,7% dos domicílios – sendo 74,9% nas áreas urbanas e 58% nas rurais –, no Norte, 92,5% dos lares se conectavam por telefone celular – sendo 93% nas cidades e 84,4% no interior. As diferenças se acentuam quando comparamos os números de acesso no Pará e na RM de Belém com os percentuais alcançados pelo Rio Grande do Sul e RM de Porto Alegre. No Pará e na RM de Belém, a conexão por celular nos domicílios foi de, respectivamente, 95,3% e 95,8%. No caso do Sul, esse tipo de conexão foi inferior à média nacional, tanto no RS (73,1%) quanto na RM de Porto Alegre (77,2%).

Diferentemente dos dados do CGi.br (2015), o acesso à internet feito por microcomputador do tipo desktop era realidade, segundo PNAD 2014 (IBGE, 2015a), para 76,6% dos domicílios do país e, desse total, 77,6% estava localizado nas cidades, enquanto 56,7% estava nas áreas rurais do país. Na região Sul, o acesso via desktop era ainda maior, estando presente em 83,2% dos domicílios da região, sendo 84% na cidade e 72,6% no campo, e em 79,8% dos lares gaúchos e 80,3% porto-alegrenses. Quando observamos os dados do Norte, a média nacional caiu mais de 20 pontos percentuais. O acesso à internet por computador de mesa ocorria para pouco mais da metade dos domicílios da região, sendo 50,9% nas áreas urbanas e 43,9% nas rurais. No Pará os números eram ainda mais baixos: 40,6% no estado e 48% na RM.

Podemos observar que, no Sul, o uso de diferentes suportes para acesso à internet era mais equilibrado do que no Norte. O telefone celular, por exemplo, que é uma tecnologia bem mais acessível à população de baixa renda, se configurava como o único dispositivo de conexão de 47,6% dos lares nortistas, o que equivalia a quase metade da população da região (49,1%), conforme Tabela 13. No Pará e na RM de Belém, esses percentuais subiam para 57,4% e 50,1%, respectivamente. Enquanto isso, na parte sul do país, só 15,1% dos domicílios usavam apenas o telefone celular para se conectar à internet.

Se considerarmos os números de acesso apenas por microcomputador de mesa, os números se invertiam entre Norte e Sul. Enquanto 23,6% dos lares sulinos possuíam conexão apenas pelo computador, 7% tinham esse acesso disponível no

Norte. Ao compararmos os estados, Pará e Rio Grande do Sul, a diferença era maior, sendo 23,6% no RS e 4,4% no PA.

Ainda sobre os suportes usados para conexão, vale ressaltar o percentual de uso de tablets, que, no Norte e Pará, eram de, respectivamente, 12% e 10,2%, e, no Sul e Rio Grande do Sul, eram de 21,1% e 20,8%. Mesmo nas RMs que compõem o universo da pesquisa, a diferença de posse de tablets era acentuada, sendo de 25,1% em Porto Alegre contra 12,5% em Belém. Em termos populacionais, o uso do tablet ainda estava restrito a pouco mais de 20% dos moradores do Sul e a pouco mais de 10% dos moradores do Norte. Ressaltamos ainda que, no último relatório do PNAD 2014 (IBGE, 2015a), foram levantadas informações relativas ao acesso à internet via aparelhos de TV que são em número reduzido de Smart TVs ou TVs conectadas nos domicílios brasileiros, presente em apenas 4,9% dos lares. No Norte, o percentual ficou abaixo da média nacional, com apenas 1,6% dos domicílios, o que equivalia a 1,6% da população da região. Já no Sul, o percentual era acima da média nacional, 6,1%, o equivalente a 5,9% dos moradores da região. Isso significava que, em 2014, dos 120 milhões de brasileiros conectados apenas 5 milhões possuem acesso à internet via aparelhos de TV, que como se sabe apresentam ainda hoje altos custos e exigem conexão à internet via banda larga fixa e cabeada.

Se aproximarmos o número de brasileiros que em 2014 eram usuários de Netflix do uso de Smart TV, estes pareciam ter uma clara convergência. Até dezembro de 2015, pelo menos 2,2 milhões de brasileiros possuíam contas e consumiam vídeo sob demanda a partir do Netflix.

Foi interessante observar que o Netflix possuía, em 2016, 81 milhões de usuários em todo o mundo, oriundos de mais de 190 países (NETFLIX, acesso em 28 jun. 2016). Esse número, porém, era menor do que o quantitativo de brasileiros que tinha acesso ao conteúdo da TV aberta, quase 200 milhões de pessoas (IBGE, 2015a). Ainda que as práticas de consumo de VoD em diferentes plataformas tenham crescido exponencialmente nos últimos anos no Brasil, estas não podem ser observadas de forma isolada e tampouco encaradas como o principal elemento de reconfiguração do consumo televisivo. Como já mencionado, além de dispositivos conectados, o acesso a esses serviços está condicionado à disponibilidade de internet com nível razoável de velocidade para carregamento e reprodução dos vídeos online140. 140 Conforme orientações da Netflix, por exemplo, para acesso ao conteúdo da plataforma é necessário no mínimo 0,5 megabits por segundo de velocidade de conexão de banda larga (NETFLIX, acesso em 28 jun. 2016). Já o Globo Play recomenda que “o acesso ocorra em conexão com uma velocidade mínima de 2Mbps” (GLOBO PLAY, acesso

Diante do exposto, é fundamental observarmos os dados relativos aos tipos de conexão disponíveis nos domicílios brasileiros com acesso à internet (IBGE, 2015a)141, apresentados nas Tabelas 14 e 15.

em 28 jun. 2016). Em acesso recente na página da plataforma, vimos que eles dispõe de recurso para teste online da velocidade de conexão do usuário chamado “Speed Test” (https://fast.com/).

141 No mapeamento feito pelo IBGE, são consideradas formas de conexão por banda larga fixa: DSL, cabo de

televisão por assinatura, cabo de fibra óptica, satélite e rádio. Já as tecnologias de acesso banda larga móveis são 3G e 4G (IBGE, acesso em 21 jun. 2016).

Tabela 14 – Percentual de domicílios com acesso à internet por tipo de conexão em 2014 no Brasil (Urbano e Rural), Região Norte (Urbano, Rural, Pará e Região

Metropolitana de Belém) e Região Sul (Urbano, Rural, Rio Grande do Sul e Região Metropolitana de de Porto Alegre)

Tipos de conexão à Internet/Região

Brasil Norte Sul

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) Total (%) Urbana (%) Rural (%) (%) PA

RM Belém

(%)

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) (%) RS RM POA (%)

Número absoluto de domicílios (1000 unidades) 36 814 35 074 1 740 2 202 2 073 128 936 400 5 981 5 559 421 2 403 1 035 Via conexão discada 2,80 * * 3,30 * * * 2,80 2,8 * * * * Somente via conexão discada 0,80 * * 0,70 * * * 1,00 1,0 * * * * Via banda larga fixa 71,90 73,00 49,00 42,50 43,10 32,10 32,40 43,70 76,8 77,9 62,2 69,8 71,1 Somente via banda larga fixa 35,70 * * 14,60 * * 9,60 47,10 47,1 * * 40,4 35,3 Via banda larga móvel 62,80 62,80 62,90 84,20 84,80 75,40 89,90 51,10 51,1 51,5 46,2 58,3 62,6 Somente via banda larga móvel 26,30 * * 55,00 * * 65,90 21,40 21,4 * * 28,6 26,5 Via banda larga fixa e móvel 35,50 * * 27,40 * * 22,70 28,90 28,9 * * 29,0 35,2 Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a). Tabela 15 – Percentual de moradores de domicílios com acesso à internet por tipo de conexão em 2014 no Brasil (Urbano e Rural), Região Norte (Urbano, Rural, Pará e Região Metropolitana de Belém) e Região Sul (Urbano, Rural, Rio Grande do Sul e Região Metropolitana de de Porto Alegre) Tipos de conexão à Internet/Região

Brasil Norte Sul

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) Total (%) Urbana (%) Rural (%) (%) PA

RM Belém

(%)

Total

(%) Urbana (%) Rural (%) (%) RS RM POA (%)

Número absoluto de domicílios (1000 unidades) 120 174 113 691 6 484 8 164 7 665 500 3 572 1 469 18 529 17 082 1 447 7 320 3 049 Via conexão discada 2,90 * * 3,30 * * * * 2,80 * * * * Somente via conexão discada 0,70 * * 0,70 * * * * 1,00 * * * * Via banda larga fixa 70,60 71,90 46,80 40,90 41,50 32,10 30,60 43,00 76,20 77,40 61,30 68,20 69,40 Somente via banda larga fixa 34,70 * * 13,60 * * 8,80 9,60 46,70 * * 38,90 34,20 Via banda larga móvel 63,80 63,70 65,00 85,40 86,00 75,90 90,70 90,10 51,50 51,90 46,90 59,70 63,60 Somente via banda larga móvel 27,60 * * 56,60 * * 67,80 56,10 22,00 * * 30,10 27,90 Via banda larga fixa e móvel 35,10 * * 26,90 * * 21,70 33,20 28,60 * * 28,90 34,70 Fonte: Elaborada pela autora com base nos dados PNAD 2014 (IBGE, 2015a).

A partir das tabelas foi possível observar que, no panorama nacional, o tipo de conexão mais usada nos domicílios brasileiros era a banda larga fixa (71,9%), seguida da banda larga móvel, utilizada em 62,8% dos lares. Ao distinguirmos, porém, os domicílios localizados nos centros urbanos dos que estavam nas áreas rurais, essa realidade era bastante diferente. Enquanto 73% dos lares urbanos tinham acesso à internet por banda larga fixa, 62,8% utilizava banda larga móvel. Já nos espaços rurais, a maior parte dos domicílios (62,9%) apresentava conexão do tipo móvel, enquanto apenas 49% dispunha de banda larga fixa.

Comparando as regiões Norte e Sul, os tipos de conexão também variavam. No Norte, o acesso nos domicílios era majoritariamente por internet móvel (presente em 84,2% dos lares nortistas, sendo 84,8% nas áreas urbanas e 75,4% nas rurais) em detrimento do acesso por banda larga fixa (presente em 42,5% dos lares da região, sendo 43,1% nas áreas urbanas e 32,1% nas rurais). Já no Sul, a conexão mais comum era a banda larga fixa, presente em 76,8% dos domicílios (sendo 77,9% urbanos e 62,2% rurais), seguida da banda larga móvel, disponível em 51,1% dos lares da região (51,5% urbanos e 46,2% rurais).

Ao aproximarmos os dados dos estados e das RMs, os tipos de conexão seguiam a mesma lógica do acesso à internet em nível regional. No Pará e na RM de Belém, a conexão mais comum nos domicílios era a móvel, presente em quase 90% dos lares de ambos os casos, enquanto apenas 32,4% e 43,7% dos domicílios do Estado e da RM, respectivamente, tinham banda fixa. Já no RS e na RM de Porto Alegre, o principal acesso era por banda larga fixa (69,8% no Estado e 71,1% na RM), enquanto o acesso por banda móvel alcançava 58,3% no Estado e 62,6% na RM.

Essa notória diferença justificava o percentual de 35,5% de municípios brasileiros que possuíam banda larga tanto fixa quanto móvel. Isso significa que bem menos da metade dos brasileiros, apenas 35,1%, possuía os dois tipos de acesso à internet em casa. No Norte e no Pará, o percentual de moradores que dispunha dos dois tipos de conexão em casa era de 26,9% e 21,7%, e no Sul e no RS, o índice era de pouco mais 28% em ambos. Ao observarmos as RMs de Belém e de Porto Alegre, as realidades se aproximavam, já que 33,2% dos moradores da Grande Belém e 34,7% dos da Grande Porto Alegre tinham banda larga fixa e móvel. Quando observamos os dados de domicílios que possuíam internet apenas por banda larga móvel no universo pesquisado, Norte e Sul novamente se distanciaram.

Mais de ¼ dos lares brasileiros conectados em 2014, o equivalente a 27,6% da população, conforme Tabela 15, dispunham apenas de conexão do tipo móvel. No Norte, o percentual de pessoas que contava apenas com essa opção de acesso era de 56,6%, sendo 67,8% dos paraenses e 56,1% dos belenenses. No Sul do país, o percentual era de 22% dos moradores da região, sendo 30,1% do RS e 27,9% da RM de Porto Alegre.