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5. METODOLOGIA

5.2. BASES DE DADOS

As variáveis apresentadas na seção anterior foram extraídas dos Suplementos de Saúde das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios de 1998, 2003, 2008 e da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, permitindo uma periodicidade de análise a cada cinco anos. Foram utilizadas as variáveis comparáveis, de acordo com os relatórios de compatibilidade publicados entre os anos das pesquisas. Essas serão as variáveis utilizadas nos cálculos dos índices de padrão de vida e de concentração. As variáveis utilizadas em cada índice serão apresentadas na seção a seguir.

As pesquisas sobre saúde em âmbito nacional são realizadas desde a década de 1980, contudo, só passou ter periodicidade fixa a partir da PNAD de 1998, como suplemento da

pesquisa e se tornou uma pesquisa independente a partir de 2013. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios era realizada através de uma amostra probabilística de domicílios obtida em três estágios de seleção: i) unidades primárias (municípios), ii) unidades secundárias (setores censitários) e iii) unidades terciárias (unidades domiciliares: domicílios particulares e unidades de habitação em domicílios coletivos).

Na seleção das unidades primárias e secundárias (municípios e setores censitários) da PNAD da década de 90, foram adotadas a divisão territorial e a malha setorial vigentes em 1º de setembro de 1991, e a PNAD de 1998 seguiu este modelo. Desta forma a pesquisa contou com uma amostra de 793 municípios brasileiros, 112.434 domicílios e 344.975 indivíduos. O processo de expansão da amostra utilizava estimadores de razão cuja variável independente era a projeção da população residente, segundo o tipo de área (região metropolitana e não- metropolitana). Estas projeções consideravam a evolução populacional ocorrida entre os Censos Demográficos 1980 e 1991, sob hipóteses de crescimento associadas a taxas de fecundidade, mortalidade e migração (IBGE, 2000).

O objetivo geral da pesquisa suplementar Saúde da PNAD 1998 era fornecer subsídio aos poderes executivos e legislativos, aos Conselhos de Saúde, e ao conjunto de agentes sociais e econômicos interessados no setor, na formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, além de fornecer informações relevantes e atualizadas para o desenvolvimento de pesquisas na área de Saúde Pública. Entre os objetivos específicos, a pesquisa visava esclarecer qual era o nível de acesso aos serviços de saúde em todo país e as características da utilização desses serviços, qual era o perfil de necessidades de saúde e o nível de cobertura por grupos populacionais por diferentes modalidades de seguro saúde e de gastos privados entre as famílias com planos de saúde, consumo de bens e serviços e de medicamentos (IBGE, 2000). Desta forma, a pesquisa foi construída em módulos.

Em 2003, a PNAD manteve a metodologia de amostragem probabilística em três estágios. Contudo, o método de seleção das unidades primárias e secundárias (municípios e setores censitários) utilizado pela PNAD foi atualizado em 1º de agosto de 2000 e foi utilizado durante toda a primeira década do século, assim foi utilizada uma nova divisão territorial e da malha setorial. Para PNAD de 2003, a amostra contou com 851 municípios, 133.255 domicílios e 384.834 indivíduos. O processo de expansão da amostra foi similar ao da PNAD de 1998, com a diferença de que as projeções consideram a evolução populacional ocorrida entre os Censos Demográficos de 1991 a 2000. O Suplemento de Saúde em 2003 manteve o questionário semelhante ao de 1998, com pequenos ajustes nas variáveis, a alteração mais importante foi a

inclusão da investigação relativa ao acesso a serviços preventivos de saúde para as mulheres de 25 anos ou mais de idade (IBGE, 2005).

A metodologia de amostragem e expansão da PNAD de 2008 seguiu o padrão apresentado nas anteriores, a não ser pela inclusão da Contagem de População de 2007 nas projeções de expansão, que já incluíam a evolução populacional entre os censos de 1991 e 2000. Em 2008, a amostra da PNAD contou com 851 indivíduos, 150.591 domicílios e 391.868 indivíduos. A partir de 2008 maiores mudanças foram implementadas na estrutura da pesquisa, o módulo 14 sobre mobilidade física dos moradores foi ampliado, assim como o de realização de exames preventivos da saúde das mulheres, e a pesquisa ganhou um novo módulo sobre o uso de tabaco (IBGE, 2010).

A Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 foi construída de forma diferente das PNADs. O plano amostral empregado foi amostragem conglomerada em três estágios, com estratificação das unidades primárias de amostragem (UPAs). O primeiro estágio é composto pelos setores censitários ou conjunto de setores, que formam as UPAs, os domicílios são as unidades de segundo estágio e os moradores com 18 anos ou mais de idade definem as unidades de terceiro estágio (IBGE, 2015).

Como parte integrante do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD-IBGE), as UPAs da pesquisa foram obtidas da Amostra Mestra, que é a estrutura amostral do sistema cuja abrangência geográfica é constituída pelos setores censitários da Base Operacional Geográfica do Censo Demográfico 2010, exceto aqueles com número muito pequeno de domicílios e os setores especiais. Isso permitiu maior espalhamento geográfico e ganho de precisão nas estimativas. A seleção da subamostra das UPAs para a PNS de 2013 foi feita por amostragem aleatória simples. Assim, a amostra contou com 62.986 domicílios e 205.546 indivíduos (IBGE, 2015).

Na PNS 2013 foi preciso definir fatores de expansão ou pesos amostrais para as UPAs, para os domicílios e todos os seus moradores. Também foi preciso definir o peso para a subamostra para exames. Os pesos das UPAs foram calculados considerando a probabilidade de seleção da UPA para a Amostra Mestra e a probabilidade de seleção para a amostra da pesquisa. Os pesos para os domicílios e todos os seus moradores foram definidos levando-se em conta o peso da UPA correspondente e ajustes para correção de não respostas e também para calibrar as estimativas com totais populacionais estimados pela Coordenação de População e Indicadores Sociais (Copis). O peso do morador foi calculado considerando o peso do domicílio correspondente, a probabilidade de seleção do morador, ajustes de não resposta por

sexo e calibração pelos totais populacionais por sexo e classes de idade estimados com o peso de todos os moradores (IBGE, 2015).

A elaboração da PNS foi fundamentada em três eixos principais: i) o desempenho do sistema nacional de saúde, ii) as condições de saúde da população brasileira e iii) a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis e fatores de risco associados (IBGE, 2015).

Com a publicação e a divulgação dos dados dos suplementos de saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e da Pesquisa Nacional de Saúde, foi ampliado, consideravelmente, o conhecimento sobre as características de saúde da população brasileira, constituindo, hoje, um conjunto de informações de abrangência nacional de grande relevância para subsidiar a formulação, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas de saúde.