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FATO II.14- ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE KARIN SABEC VIANA NO VALOR DE R$ 10.000,

IV DOS DANOS MORAIS DIFUSOS

Saliente-se que além dos danos materiais sofridos, os comportamentos ímprobos dos requeridos macularam a imagem da Administração Pública Municipal, com inegável repercussão negativa perante toda a sociedade.

A moralidade na Administração é uma conquista da sociedade e do processo democrático que vai sendo construído, paulatinamente e é evidente que acontecimentos dessa magnitude contribuem para a desmoralização do ente público.

Ao tratar do tema, Emerson Garcia145 esclarece que:

“a Lei nº 8.429/92 não se destina unicamente à proteção do erário, concebido este como o patrimônio econômico dos sujeitos passivos dos atos de improbidade, devendo alcançar, igualmente, o patrimônio público em sua acepção mais ampla, incluindo o patrimônio moral”.

Prossegue o autor esclarecendo que o dano moral, nesses casos, “será experimentado pelo próprio patrimônio público, concebido este como

o conjunto de direitos e deveres pertencentes, em última ratio, à coletividade”.

A condenação por danos morais tem como finalidade repor o

status quo, além de conferir uma resposta ao legítimo titular do bem jurídico

(patrimônio público, material e moral) afetado (povo), sobretudo no que diz respeito ao direito da coletividade de exigir dos administradores uma conduta proba e compatível com os princípios que regem a administração pública.

A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso X, deixa explícita a possibilidade de indenização pelos danos morais:

Art.5º. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

145

Garcia, Emerson e Alves, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa, p. 444/445, 3ª ed. Livraria e Editora Lumen Juris Ltda. 2006.

A possibilidade de indenização por danos morais difusos também está garantida pela Lei da Ação Civil Pública quando estabeleceu em seu artigo 1º:

Art. 1º - Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados (...)

Desta forma, impõe-se que além dos prejuízos materiais causados aos entes públicos, os requeridos HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS

RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, FÁBIO PASSOS DE GÓES, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, FABIO CESAR REALI LEMOS e dos terceiros MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, atual FIO PARANÁ COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA-EPP; CAPRICÓRNIO S/A., CDF INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA.; IRIDIUM – IND. CONFECÇÕES LTDA.; KRISWILL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA., sejam condenados a indenizar a Administração Pública pelos danos

morais causados à sua imagem, no valor dos danos materiais, ou a ser arbitrado por esse respeitável juízo.

V – PEDIDO

Preliminarmente:

Seja reconhecida conexão desta Ação com a Ação Civil Pública nº. 0026440-53.2012.8.16.0014, em trâmite nesse Juízo, nos termos

do art. 103 do Código de Processo Civil, encaminha-se a presente ação a esse Juízo, consoante gizado no art. 253 do mencionado Diploma

Processual Civil.

Outrossim, em razão de todo o exposto, requer-se:

V.1) Com fundamento do disposto no Provimento nº 223 de 20/01/2012, da Corregedoria-feral de Justiça do Estado do Paraná, seções 2.21.3.4.3146 e seguintes, em razão da impossibilidade de digitalização de alguns documentos, requer seja arquivado o DVD contendo arquivos digitais referentes aos procedimentos de Inexigibilidade de Licitação e Pregões Preseciais, objetos desta ação:

V. 2). com base no art. 796 e seguintes do C.P.C. e art. 12 da Lei n.º. 7.347/85, a concessão de medida liminar, sem audiência prévia dos requeridos,

decretando-se a indisponibilidade dos bens imóveis e móveis (inclusive aplicações financeiras) pertencentes aos requeridos, até o julgamento definitivo do mérito da causa, com o objetivo de assegurar o ressarcimento do patrimônio público da municipalidade de Londrina, com esteio nos artigos 7o e parágrafo único, art. 16 e art. 18, todos da Lei n.º. 8.429/92, e no art. 37, § 4o da Constituição da República, adotando-se as seguintes providências:

a) expedição de ofício à douta Corregedoria-Geral da Justiça deste Estado,

solicitando que a mesma comunique e determine a todos os Cartórios de Registro

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“2.21.3.4.3 – Havendo impossibilidade de digitalização dos documentos, de maneira nítida e legível, ou em razão do grande volume (por exemplo: exames de raio-x, ressonância magnética, plantas topográficas, etc.), esses deverão ser apresentados à escrivania/secretaria no prazo de dez (10) dias, contados da data do envio da petição eletrônica que comunica o fato. Nesse caso, o juiz poderá autorizar a inserção dos arquivos por serventuário da Justiça, cuja digitalização deverá ser imediata, devendo os originais ser devolvidos, em seguida, à parte interessada.

- Ver artigo 11, §5º, da Lei Federal 11.419/2006.

- Ver artigo 11, §§ 1º e 2º, da Resolução 10/2007 do OE TJPR.

2.21.3.4.4 – Confirmada, por servidor judicial, a impossibilidade de digitalização dos documentos, de maneira nítida e legível, ou em razão do grande volume, a critério do juiz, eles poderão ser arquivados na escrivania/secretaria e, após o transito em julgado, devolvidos à parte interessada, aplicando-se, no que for compatível, as disposições dos itens 2.21.3.1.3 e 2.21.3.1.4.

de Imóveis do Paraná e São Paulo a indisponibilidade dos bens que pertençam a quaisquer dos requeridos;

b) expedição de ofícios aos Cartórios de Registro Imobiliário da Comarca de

Londrina e São Paulo onde já se sabe que os requeridos possuem imóveis, comunicando-se e determinando-se a indisponibilidade dos bens que a eles pertençam;

c) expedição de ofício ao DETRAN do Estado do Paraná e São Paulo,

comunicando-se e determinando-se a indisponibilidade dos veículos que porventura estejam registrados em nome dos requeridos;

d) a comunicação da decisão para o BANCO CENTRAL DO BRASIL,

determinando-se ao mesmo que seja oficiado a todas as instituições bancárias que atuam no país para que providenciem o cumprimento da decisão judicial, indisponibilizando as aplicações financeiras de qualquer natureza que estejam em nomes dos requeridos até o valor da presente ação de R$ 9.425.339,52 (nove

milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil, trezentos e trinta e nove reais e cinquenta e dois centavos –DOC 06.15), observando-se o limite da responsabilidade de cada um dos réus, já detalhado na ação.

e) a expedição de ofício para a COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS,

comunicando-se a presente decisão e determinando-se a indisponibilização de valores aplicados no mercado de ações em nome dos requeridos, até o limite do valor da presente ação e observado o limite da responsabilidade atribuída a cada um dos requeridos nesta ação.

V.3) a notificação dos requeridos HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM

MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, FÁBIO PASSOS DE GÓES, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, FABIO CESAR REALI LEMOS, MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, FIO PARANÁ

COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO LTDA. –EPP (G8 COMÉRCIO DE