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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA ESTADO DO PARARÁ.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA – ESTADO DO PARARÁ.

PETIÇÃO INICIAL CONEXA COM OS AUTOS DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, Nº 0026440-53.2012.8.16.0014, EM TRÂMITE NA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE LONDRINA.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seus

Promotores de Justiça que ao final subscrevem, em exercício nas Promotorias Especializadas de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina e GAECO, no uso de suas atribuições legais, com fundamento nas disposições contidas nos artigos 129, inciso III, da Constituição da República, art. 120, inciso III, da Constituição do Estado do Paraná, art. 25, inciso IV, da Lei n.º 8.625/93, art. 1º, inciso IV, da Lei n.º 7.347/85, e na Lei n.º 8.429/92, vem, respeitosamente, perante Vossa

Excelência, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A

RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, contra:

1) HOMERO BARBOSA NETO, brasileiro, casado, jornalista,

filho de Jessé de Lima Barbosa e de Maria Tereza de Moura Barbosa, portador da cédula de identidade RG n.º 9.526.444-1 SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 076.409.028-35, natural de Santa Rita do Passa

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Quatro/SP, nascido em 19/09/1966, residente e domiciliado na Rua Santiago, n.º 833, bairro Bela Suíça, Londrina;

2) JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, brasileiro, casado,

contador, filho de Joaquim Ribeiro e de Florinda Martins, portador da cédula de identidade RG n.º 457.988-7 SSP/PR, natural de Cornélio Procópio/PR, nascido em 05/10/1943, residente e domiciliado na Rua Deputado Ferrari, n.º 1003, Londrina;

3) KARIN SABEC VIANA, brasileira, casada, professora,

portadora do RG n° 3597076-2, inscrita no CPF nº 03 839106680, residente na Rua Pio XII, nº. 481, apto. 13, Londrina/PR;

4) MARCO ANTONIO CITO, brasileiro, casado, sociólogo, filho

de Guiseppe Cito e de Sonia Maria Gonçalves, portador da cédula de identidade RG n.º 7.327.227-0 SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 025.142.049-33, natural de Cambará/PR, nascido em 13/08/1979, residente e domiciliado na Rua Paraíba, n.º 450, apartamento 1404, centro, ou na Av. São Paulo, nº. 550, apto. 1209, Centro, Londrina;

5) LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, brasileiro, casado,

contador, filho de Nelson Mota dos Santos e de Ilda Tavares Mota, portador da cédula de identidade RG n.º 4.199.285-9 SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 645.267.399-87, natural de Paranavaí/PR, nascido em 30/05/1967, residente e domiciliado na Rua Antônio Pisicchio, n.º 300, apartamento 1101, bairro Gleba Palhano, Londrina;

6) FÁBIO CESAR REALI LEMOS, brasileiro, filho de Rubens

Manoel Lemos e de Maria Helena Reali Lemos, portador da cédula de identidade RG n.º 4.401.221-9 SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 608.680.909-72, natural de Natal/RN, nascido em 28/05/1967, residente e

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domiciliado na Rua Rangel Pestana, n.º 452, apartamento 401, bairro Campo Belo, Londrina;

7) FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, brasileiro,

casado, advogado, filho de Fidélis Canguçu e de Lourdes Soares Canguçu, portador da cédula de identidade n. 6.220.381-1 SSP/PR, nascido em Arapongas, no dia 27/09/1975, residente e domiciliado Av. Curitiba, n.º 246, fundos, na cidade de Apucarana/PR;

8) FÁBIO PASSOS DE GOES, brasileiro, solteiro, administrador

de empresas, filho de José Diógenes Ribeiro de Goes e Giselda Passos de Goes, portador da cédula de identidade RG nº 2.902.762-41/SSP-BA, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF sob nº 615.321.185-20, natural de Rio de Janeiro – RJ, nascido no dia 25/03/1969, residente e domiciliado na Rua das Codornas, nº 14.300, Edifício Mar Grand, apto. 204, Ibuí, Salvador-BA, ou na Rua Parque Luiz Viana, nº 03, Centro, Jequié-BA;

9) MARCOS DIVINO RAMOS, brasileiro, convivente, empresário,

filho de José Francisco Ramos e de Maria Aparecida Ramos, portador das cédulas de identidade RG n.º 4.900.300-5 SSP/PR e n.º 036.891.772-1 SSP/SP, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 144.467.278-93, natural de Itambaracá/PR, nascido em 26/04/1972, residente e domiciliado na Rua Maranhão, n.º 982, apartamento 111, jardim Santa Paula, na cidade de São Caetano do Sul/SP;

10) PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, brasileira,

convivente, filha de Maria Aparecida Martoni, portadora da cédula de identidade RG n.º 003.023.369-1 SSP/SP, natural de Santo André/SP, nascida em 15/11/1977, residente e domiciliada na Rua Maranhão, n.º 982, apartamento 111, jardim Santa Paula, na cidade de São Caetano do Sul/SP;

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11) ELIANE ALVES DA SILVA, brasileira, filha de Maria

Aparecida Alves Ribeiro, portadora da cédula de identidade RG n.º 2.951.126-3 SSP/SP, inscrita no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 283.810.078-52, natural de São Paulo/SP, nascida em 22/03/1979, residente e domiciliada na Rua José Alves Fidalgo, n.º 26, na cidade de São Paulo/SP e endereços comerciais na Rua Amazonas, n.º 439, sala 62, Centro, e na Rua Amazonas, n.º 521, conj. 17, 1º andar, Centro, ambos na cidade de São Caetano do Sul/SP;

12) JÚLIO MANFREDINI, brasileiro, empresário, filho de Linda

Bernardo Manfredini, portador do CPF 653.814.678-34 e do RG 4.895.511 SSP-SP, nascido em 04/01/1952, com endereço comercial na Avenida Angélica, 2.578, 10º ao 12º andar, –Consolação, (11) 3595-9997 ou Fax (11) 3595-9951, ou endereço residencial na Rua Batatais nº 507, ambos em São Paulo-SP;

13) DANIEL MANFREDINI, brasileiro, empresário, filho de

Fátima Aparecida Manfredini, portador do CPF 296.158.738-70 e do RG 23.134.200-7 SSP-SP, nascido em 11/03/1980, com endereço comercial na Avenida Angélica, 2.578, 10º ao 12º andar, –Consolação, (11) 3595-9997 ou Fax (11) 3595-9951, ou endereço residencial na Rua Batatais nº 507, ambos em São Paulo-SP;

14) WILSON MAKOTO YOSHIDA, brasileiro, casado, empresário, filho de Yoshitaka Yoshida e de Yuriko Yoshida, portador das cédulas de identidade RG n.º 8.845.174-0 SSP/PR e n.º 10.203.646 SSP/SP, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 436.223.649-04, natural de Apucarana/PR, nascido em 13/10/1961, residente e domiciliado na Rua Maria Montessori, n.º 167, jardim Albino Biachi, na cidade de Apucarana/PR;

15) CRISTINA INUMARU YOSHIDA, brasileira, casada, filha de

Yoshico Inumaru e de Issamy Inumaru, portadora da cédula de identidade RG n.º 2.127.358-9 SSP/PR, inscrita no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º

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635.301.989-00, natural de Londrina/PR, nascida em 12/10/1962, residente e domiciliada na Rua Maria Montessori, n.º 167, jardim Albino Biachi, na cidade de Apucarana/PR;

16) JOSÉ LEMES DOS SANTOS, brasileiro, separado, gerente

financeiro, filho de Dalico Lemes dos Santos e de Santa Maria de Lemes, portador das cédulas de identidade RG n.º 2.365.137-8 SSP/PR e n.º 2.148.349 SSP/GO, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 033.645.639-50, natural de Faxinal/PR, nascido em 13/07/1965, residente e domiciliado na Rua João Huss, n.º 455, apartamento 1004, bairro Gleba Palhano, Londrina;

17) PEDRO VICTOR BRESCIANI, brasileiro, casado, contador,

filho de Nivando Bresciani e de Maria Aparecida Paulo Bresciani, portador da cédula de identidade RG n.º 6.064.384-9 SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 018.115.699-78, natural de Apucarana/PR, nascido em 25/02/1975, residente e domiciliado na Rua Liberato Noli, n.º 644, Residencial Interlagos, na cidade Apucarana/PR;

18) CLAUDIANE MANDELLI, brasileira, solteira, filha de Claudio

Mandelli e de Elizabete Mandelli, portadora da cédula de identidade RG n.º 7.219.991-0 SSP/PR, inscrita no Cadastro de pessoas físicas – CPF n.º 027.525.339-26, natural de Apucarana/PR, nascido em 30/08/1979, residente e domiciliada na Rua Cambuí, n.º 71, apartamento 1404,

19) G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA atual FIO PARANÁ COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA-EPP, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº

05.325.115/0001-70, situada na Rua Amazonas nº 521, Conjunto 17, 1º andar, Centro – CEP n° 09520-070, na cidade de São Caetano do Sul-SP;

20) CDF INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA., nome fantasia: CIA FUTURO, pessoa

(6)

jurídica inscrita no CNPJ sob o nº. 00.593.542/0001-15, situada na Rua Ivaí, nº. 250, Jd. Santa Maria, CEP 09560-570, São Caetano do Sul-SP.

21) IRIDIUM – IND. CONFECÇÕES LTDA., pessoa jurídica

inscrita no CNPJ sob o nº. 09.676.038/001-53, situada na Rua SENAC, nº. 50, Bairro: Pq Industrial Zona Oeste, CEP 86800-750, Apucarana-Pr;

22) CAPRICORNIO S/A, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº

60.745.411/0013-71, situada na Avenida Cel. Marcos Konder, nº 1313, Sala 806, 8º Andar- Centro, CEP 88301-303, Itajaí/SC;

23) KRISWILL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº. 80.263.775/0001-99,

situada na Rua Capistrano de Abreu, nº. 200, Jd. Shangri-la, CEP 86812-190, Apucarana-Pr;

Pelas razões de fato e de direito, a seguir descritas:

I – CONEXÃO- DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA

A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público da Comarca

de Londrina ajuizou em 19/04/2012, AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, Autos nº 0026440-53.2012.8.16.0014, em trâmite na 1ª Vara

da Fazenda Pública de Londrina (DOC 01), contra KARIN SABEC VIANA,

MARCO ANTONIO CITO, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR; G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA; CAPRICORNIO S/A, CDF INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA., IRIDIUM – IND. CONFECÇÕES LTDA.; BYD INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA.; KRISWILL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA.

(7)

A petição inicial imputou à então Secretária Municipal de Educação, KARIN SABEC VIANA, ao ex- Secretário Municipal de Gestão Pública,

MARCO ANTONIO CITO e a FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR,

Procurador-Geral do Município, à época, e aos terceiros1 a prática de atos de improbidade administrativa que causaram lesão ao erário e atentaram contra os princípios que norteiam a atividade administrativa, ao concorrerem para que o Município de Londrina aderisse às atas de registros de preços (“Carona”) de uniformes escolares do Município de São Bernardo do Campo/SP, utilizando-se de motivações inválidas e ilegítimas, com o propósito de justificar contratações contrárias ao interesse público e lesivas ao erário, beneficiando as empresas G8

COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS E REPRESENTAÇÕES E CAPRICÓRNIO S/A, que figuravam como vencedoras nas referidas Atas de registro de Preços.

Com base nos fundamentos de fato e direito expostos na

referida Ação Civil Pública, pleiteiou-se a Invalidação dos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS PAL/SMGP 0786/2010 E PAL/SMGP 1373/2010 que deram origem AOS PROCESSOS DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº IN/SMGP 071/2010 E IN/SMGP 0378/2010 da Secretaria Municipal de Gestão Pública, do TERMO DE CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS que ampararam as contratações das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E

REPRESENTAÇÕES LTDA E CAPRICÓRNIO S/A., com a consequente

responsabilização dos requeridos KARIN SABEC VIANA, MARCO ANTONIO

CITO, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, CAPRICÓRNIO S/A., CDF CIA FUTURO, IRIDIUM– IND. CONFECÇÕES LTDA, BYD INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA e KRISWILL INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA, pela prática de atos de

improbidade administrativa previstos nos arts. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92. Pleiteou-se, ao final, a imposição das sanções previstas em Lei, inclusive a

1 Observa-se que, naquela ocasião, os demais servidores que assinaram documentos referentes

às Inexigibilidades de Licitação não foram incluídos no pólo passivo da ação, por não haver, até então, elementos para a imputação da prática dos atos ímprobos, o que veio a surgir com os desdobramentos das investigações.

(8)

devolução do valor total pago às empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS

e CAPRICÓRNIO S/A, na importância de R$ 6.688.879,23 (seis milhões,

seiscentos e oitenta e oito mil, oitocentos e setenta e nove reais e vinte e três centavos- valor da época).

Ocorre que, após o ajuizamento da Ação Civil Pública nº 0026440-53.2012.8.16.0014, em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, com as investigações conjuntas sobre os fatos, promovidas pelo GAECO e PROMOTORIA DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO no âmbito criminal (Inquérito Policial nº 13/GAECO/2012, nº único 0044500-74.2012.8.16.0014-DOC 02), e nas novas investigações promovidas por esta Promotoria de Justiça (Inquéritos Civis Públicos nº. 0078.12.001807-8 e 0078.12.001038-8-DOC 03), envolvendo outras contratações das empresas dos GRUPOS G8 e KRISWILL foi possível identificar que além daqueles que já figuram no polo passivo da Ação Civil Pública nº. 0026440-53.2012.8.16.0014, várias outras pessoas concorreram para a prática dos atos ilegais que macularam a validade das contratações decorrentes dos PROCESSOS DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº IN/SMGP 071/2010 E IN/SMGP 0378/2010 da Secretaria Municipal de Gestão Pública.

Na sequência das investigações, verificou-se que os fatos

constantes da Ação Civil Pública já ajuizada por esta Promotoria de Justiça, representaram apenas um dos inúmeros episódios ilícitos perpetrados pela organização criminosa constituída por agentes públicos e terceiros que se uniram para praticar crimes contra a administração pública (notadamente de fraude à licitação, peculatos e corrupções), proporcionando a contratação, pelo Município de Londrina, de empresas dos GRUPOS G8, CAPRICÓRNIO E KRISWILL, para o fornecimento de uniformes escolares, tênis e mochilas, com preços superfaturados, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos municipais.

De efeito, apurou-se a existência de uma organização criminosa, formada por dois núcleos distintos: um liderado pelo então Prefeito Municipal HOMERO BARBOSA NETO e formado pelos agentes públicos JOSÉ

(9)

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e por FABIO CESAR REALI LEMOS e o outro

núcleo formado por terceiros liderados por MARCOS DIVINO RAMOS que agia em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI,

Como resultado das investigações, o Ministério Público do Estado do Paraná, ofereceu denúncia2 contra os vários requeridos pela prática dos crimes previstos no art. 288, caput, do Código Penal; art. 317, § 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 333, § único 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 89, caput, da Lei nº 8.666/93, c/c art. 29 do C.P.; art. 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/98,3 c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 90 da Lei nº 8.666/93, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; todos com incidência do disposto no art. 62, inciso I, do Código Penal, e na Lei nº 9.034/95.

Os fatos contidos na peça exordial acusatória, além de caracterizarem crimes, materializam atos de Improbidade Administrativa que ensejaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, e violaram os princípios que regem a Administração Pública, sujeitando os requeridos às sanções previstas no artigo 12, incisos I, II e III da Lei 8.429/92.

Observa-se, portanto, que há identidade de partes e causa de pedir entre a ação civil pública nº. 0026440-53.2012.8.16.0014 e a presente Ação Civil Pública, embora as partes e a causa de pedir desta Ação sejam mais amplas do que aquela que já tramita perante esse R. Juízo.

Assim, havendo conexão, nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil, encaminha-se a presente ação a esse Juízo, consoante gizado no art. 253 do mencionado Diploma Processual Civil.

2 Cópia anexa – DOC.09

(10)

II- FATOS

II.1 – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS:

No curso das investigações promovidas no âmbito do Inquérito Policial nº. 13/GAECO/2012, nº. único 0044500-74.2012.8.16.0014 e dos Inquéritos Civis Públicos nº. 0078.12.001807-8 e 0078.12.0011038-8-DOC 03) apurou-se a existência de uma organização criminosa, formada por dois núcleos distintos: um liderado pelo então Prefeito Municipal HOMERO BARBOSA NETO e formado pelos agentes públicos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO,

LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e por FABIO CESAR REALI LEMOS e o outro núcleo formado por

terceiros liderados por MARCOS DIVINO RAMOS que agia em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, que foi constituída e passou a operar na forma a seguir narrada.

No período compreendido entre os anos de 2009 e 2012, até 28 de agosto deste ano, nos Municípios de Apucarana-PR e São Caetano-SP, os requeridos MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA

DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, dolosamente, associaram-se sob a forma de

organização criminosa, para o fim de cometerem atos de improbidade administrativa e crimes diversos, sobretudo contra a Administração Pública (notadamente de fraude a licitação, peculato e corrupção ativa), de lavagem de dinheiro e de falsidade documental, com a finalidade de obterem lucros ilícitos provenientes do erário, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos.

(11)

Para a concretização dos referidos atos ilícitos,

MARCOS DIVINO RAMOS, sua mulher PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA e sua funcionária ELIANE ALVES DA SILVA, valeram-se das empresas

pertencentes (de fato) ao primeiro, especialmente a SOMAR BR IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE ARTIGOS ESCOLARES LTDA, CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, além de outras, bem como da empresa CAPRICÓRNIO S/A que era, em alguns lugares, representada por

MARCOS, enquanto que, por outro lado, os requeridos WILSON MAKOTO YOSHIDA, sua mulher CRISTINA INUMARU YOSHIDA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, PEDRO BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, o primeiro na

condição de sócio de fato, a segunda de sócia de direito, o terceiro na qualidade de responsável pelo setor financeiro, o quarto na qualidade de contador e a quinta na qualidade de secretária e sócia de direito, utilizaram das empresas KRISWILL INDÚSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES E BOLSAS LTDA, EXPRESS INDÚSTRIA DE CONFECCOES LTDA, BYD INDÚSTRIA E COMERCIO DE

CONFECCOES LTDA4 e IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA,

além de outras.

Da mesma forma, os requeridos JÚLIO MANFREDINI

e DANIEL MANFREDINI, proprietários e representantes da CAPRICÓRNIO S/A,

empregaram tal empresa, que possuía tradição e longevidade no mercado de fornecimento de uniformes para entes públicos, para participar de procedimentos licitatórios fraudulentos, delegando, em muitas ocasiões, a representação da CAPRICÓRNIO para MARCOS DIVINO RAMOS, com o qual mantinham vínculo associativo, razão pela qual este, sem prejuízo das empresas de sua propriedade, utilizou-se para a prática das mencionadas fraudes bem como das contratações ilícitas que visavam o desvio de dinheiro público, da empresa CAPRICÓRNIO S/A, já que representava os interesses da aludida pessoa jurídica junto à região que abrangia o Município de Londrina.

4 Não se incluiu esta empresa no polo passivo desta Ação por entender que a sua responsabilidade em relação

(12)

Desse modo, os requeridos uniram esforços entre si para a prática de fraudes a licitações e respectivas contratações ilícitas por parte de entes públicos diversos, cooptando, para tanto, agentes públicos mediante oferta de vantagens indevidas, tudo no escopo de obterem proveito com o desvio de recursos públicos decorrentes de contratações que as empresas de sua propriedade e/ou por eles representadas (e outras dos grupos) conquistassem.

Para alcançar o fim almejado pelo grupo, os requeridos

MARCOS DIVINO RAMOS, JÚLIO MANFREDINI e DANIEL MANFREDINI, cujas

empresas possuem sede no Estado de São Paulo, entabularam ajustes com

WILSON MAKOTO YOSHIDA, com empresas localizadas em Apucarana-PR, no

sentido de figurarem, mediante simulação, como concorrentes em certames licitatórios ou em contratações de fornecimento de uniformes e outros materiais escolares por intermédio das empresas pertencentes a todos eles, além de outras que eventualmente fossem ligadas aos seus grupos. Nesta perspectiva, incumbia a MARCOS, inclusive agindo por delegação de JÚLIO e DANIEL, a função precípua de cooptar, mediante corrupção, agentes públicos, com o fim de obter a contratação das empresas pertencentes aos requeridos, além de fornecer a matéria prima necessária à confecção dos uniformes escolares. O requerido

WILSON, por seu turno, fornecia mão-de-obra à produção dos materiais

contratados pelas empresas de MARCOS (G8, CDF e outras) e de JÚLIO e

DANIEL (CAPRICÓRNIO). Aos demais, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, além de outras funções, competia a assinatura de propostas,

orçamentos e outros documentos fraudulentos, a movimentação e a contabilização dissimulada de valores utilizados para pagar vantagens indevidas a agentes públicos, além de figurarem como sócios em algumas das empresas a fim de ocultar o fato de que pertenciam ao mesmo grupo criminoso.

MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO

(13)

YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, dolosamente, estabeleceram, assim, que conseguiriam,

por meio de procedimentos licitatórios fraudulentos, a contratação das empresas dos GRUPOS G8, CAPRICÓRNIO e KRISWILL, com sobrepreços ou superfaturamento, usando parte desses valores desviados para pagar os agentes públicos cooptados, sempre mediante a dissimulação da origem e da natureza dos recursos empregados para pagamento de propina, mantendo-se dolosamente associados, para fins do cometimento de crimes de peculato, corrupção ativa, fraude a licitação, lavagem de dinheiro e outros, ao menos durante o período compreendido entre o ano de 2009 e o dia 28/08/2012.5

Por outro lado, entre os anos de 2010 e 2012, na Comarca de Londrina, os requeridos agentes públicos HOMERO BARBOSA

NETO, Prefeito de Londrina, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, vice Prefeito

de Londrina, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS,6Secretário da Fazenda, MARCO

ANTONIO CITO,7 Secretário de Gestão e de Governo, KARIN SABEC VIANA,8

Secretária da Educação, FÁBIO PASSOS DE GÓES9, Chefe de Gabinete e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR,10Procurador-Geral do Município, estabeleceram organização criminosa incrustada na Administração Pública do Município de Londrina, que tinha por finalidade a contratação fraudulenta de empresas para prestar serviços ou fornecer mercadorias ao Município de Londrina, desviando recursos públicos em proveito dos particulares responsáveis por tais empresas, e de angariar vantagens indevidas em virtude da má utilização

5

Data da operação que levou à prisão WILSON, JOSÉ LEMES, PEDRO BRESCIANI e MARCOS DIVINO RAMOS.

6 Nomeado para o cargo de secretário de Fazenda em 15/04/2010 e exonerado em 21/05/2011, tendo sido

nomeado novamente para o mesmo cargo em 02/08/2012 e exonerado em 11/09/2012, segundo relatório do Departamento Pessoal da Prefeitura de Londrina.

7

Exerceu o cargo de Coordenador do PROCON-LD de 01/05/2009 a 13/10/2009; o cargo de secretário municipal de Governo de 07/06/2011 a 03/04/2012; acumulou o cargo de secretário de Gestão Pública de 08/10/2009 a 01/06/2011.

8 Nomeada para o cargo de secretária de Educação por meio do decreto-ato nº 00599/2010, em 15/06/2010,

segundo relatório do Departamento Pessoal da Prefeitura de Londrina, e exonerada de tal cargo em 03/04/2012.

9 Primeiramente exerceu o cargo de Secretário de Planejamento entre 01/05/2009 e 21/12/2009. Em seguida

foi nomeado para o cargo de chefe de gabinete em 30/12/2009 e exonerado em 02/05/2011. Depois, exerceu o cargo de secretário de Planejamento do dia 02/05/2011 a 11/07/2011.

(14)

dos cargos ocupados por todos no Executivo Municipal.

O requerido HOMERO BARBOSA NETO, que foi empossado Prefeito Municipal no dia 01/05/2009, dolosamente dirigindo as ações dos demais, idealizou aproveitar-se das funções inerentes aos cargos para os quais nomeou cada um de seus comparsas, ajustando com estes que fariam gestões concertadas para alcançar o desiderato da quadrilha, tudo de forma a que o seu líder, o então prefeito, não ficasse exposto a riscos de descoberta de seu concurso para os atos ilícitos, indicando aos seus subordinados as atividades que deveriam promover no interesse do grupo de ímprobos.11.

Nesse contexto, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, todos vinculados à Prefeitura Municipal de

Londrina, uniram-se sob a liderança do primeiro, o qual, na condição de prefeito municipal, organizava e dirigia as ações dos demais, que lhe eram subordinados (do ponto de vista administrativo), determinando de maneira velada a execução de contratações de serviços e aquisições de materiais de maneira fraudulenta, de modo a permitir o desvio de recursos públicos em proveito de particulares e, de consequência, proporcionar o recebimento de vantagens indevidas (propinas) desses mesmos particulares interessados em fornecer serviços ou materiais ao Município de Londrina.

Dando concretude aos propósitos ímprobos, no início do segundo semestre do ano de 2010, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, MARCO ANTONIO CITO, FÁBIO PASSOS DE GÓES e KARIN SABEC VIANA, na condição de agentes públicos, mantiveram

contatos com MARCOS DIVINO RAMOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA e JOSÉ

LEMES DOS SANTOS, com a finalidade de ajustar vantagens indevidas que

seriam oferecidas para os ocupantes de cargos na Prefeitura Municipal de Londrina em troca do desvio de recursos públicos municipais, bem como a simulação de processos aparentemente lícitos de contratação das empresas

(15)

pertencentes a tais particulares, de modo a propiciar condições de cometer os crimes pretendidos pelos ora requeridos, com a obtenção de lucros ilícitos para todos.

Em razão desses ajustes ilícitos e diante da identidade de propósitos consistente em desfalcar o erário municipal com o fim de obter o enriquecimento ilícito de todos, mediante o pagamento de propinas aos agentes públicos, entre os anos de 2010 e 2012, os requeridos HOMERO BARBOSA

NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, FÁBIO CÉSAR REALI LEMOS12 MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, agindo

com identidade de propósitos e em divisão de tarefas associaram-se para o fim de praticarem atos de improbidade administrativa que propiciaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, causaram lesão ao erário e violaram os princípios regentes da administração pública.

Para atingir os propósitos ilícitos, os requeridos estabeleceram que os agentes públicos facilitariam a contratação de empresas dos demais requeridos (terceiros) ou representadas por estes, notadamente a G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA., a CAPRICÓRNIO S/A LTDA., a CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e a IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, sempre por meio de procedimentos ilegais ajustados entre todos, de modo que fosse possível o desvio de recursos públicos do Município de Londrina em proveito dessas empresas e, em contrapartida, o pagamento de vantagens indevidas (propinas) pelos particulares ao prefeito Municipal HOMERO

BARBOSA NETO, ao vice-prefeito JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e aos

12 Nomeado para o cargo de secretário de Gestão Pública em 22/09/2011 e aderiu aos propósitos ímprobos e

(16)

demais integrantes do grupo de ímprobos pertencentes ao primeiro escalão da Administração Pública local. Com as contratações ilegais, os requeridos convencionaram que os agentes públicos propiciariam o enriquecimento ilícito das empresas e seus representantes, por meio de sobrepreços ou superfaturamento que fossem ajustados nos processos licitatórios fraudulentos que desenvolvessem, sendo que os particulares usariam parte desses valores desviados para pagar os agentes públicos cooptados, sempre mediante a dissimulação da origem e da natureza dos recursos empregados para pagamento de propina.13

Como resultado das investigações, o Ministério Público do Estado do Paraná, ofereceu denúncia14 contra os vários requeridos pela prática dos crimes previstos no art. 288, caput, do Código Penal; art. 317, § 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 333, § único 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; art. 89, caput, da Lei nº 8.666/93, c/c art. 29 do C.P.; art. 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/98,15 c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; art. 90 da Lei nº 8.666/93, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; todos com incidência do disposto no art. 62, inciso I, do Código Penal, e na Lei nº 9.034/95.

Os fatos contidos na peça exordial acusatória, além de caracterizarem crimes, materializam atos de Improbidade Administrativa que ensejaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, no valor total de R$

589.613,85 (quinhentos e oitenta e nove mil, seiscentos e treze reais e oitenta e cinco centavos –DOC 06), causaram lesão ao erário no valor de R$ 9.425.339,56 (nove milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil, trezentos e trinta e nove reais e cinquenta e dois centavos-DOC 06.15), destacando-se

13

Em meados do ano de 2011, em decorrência das investigações concernentes à chamada operação “antissepsia”, referente à subtração de recursos públicos destinados à saúde pública, e dos processos resultantes de tais investigações, HOMERO BARBOSA NETO promoveu ou recomendou a exoneração de FÁBIO PASSOS DE GÓES, de FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e de LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, enquanto que o então vice-prefeito, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, por imposição partidária, desligou-se politicamente de BARBOSA NETO, razão pela qual teriam deixado de integrar a quadrilha a partir de então.

14 Cópia anexa – DOC 04

(17)

que desse valor, R$ 4.529.622,04 (quatro milhões, quinhentos e vinte e nove

mil, seiscentos e vinte dois reais e quatro centavos), referem-se aos

superfaturamentos decorrentes das contratações dos Procedimentos de Inexigibilidade de Licitação nº 071/2010 e nº IN/SMGP 0378/2010, Pregão Presencial nº 156/2011 e Pregão Presencial nº 0021/2012 e violaram os princípios que regem a Administração Pública, sujeitando os requeridos às sanções previstas no artigo 12, incisos I,II e III da Lei 8.429/92.

Por estas razões, propõe-se a presente ação civil pública, com vistas a:

- liminarmente, ser deferida a indisponibilidade de bens de todos os requeridos; - ao final, julgar-se procedente a presente pretensão, condenando os requeridos às sanções encartadas no art. 12, incisos I, II e III da Lei n.8429/92;

FATOS II.2., II.3, II.4: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (CORRUPÇÕES) E LESÃO AO ERÁRIO RELACIONADAS AOS PROCESSOS DE INEXIGIBIDADE DE LICITAÇÃO Nº 071/2010 e 0378/2010, “CARONA”

II.2. PRIMEIRA CORRUPÇÃO – VANTAGEM INDEVIDA A HOMERO

BARBOSA NETO NO VALOR DE R$ 50.000,00 - AJUSTE PARA CONTRATAÇÃO MEDIANTE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO- “CARONA”

Por volta do início do segundo semestre de 2010, exatamente em virtude dos ajustes anteriores, por meio dos quais os integrantes do primeiro escalão da Prefeitura Municipal de Londrina, HOMERO BARBOSA

NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, agindo sob a liderança do primeiro,

contribuiriam para os propósitos ilícitos do grupo liderado por MARCOS DIVINO

RAMOS, este, agindo em conluio com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL

(18)

MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, que concorriam para sua conduta ao prestarem auxílio moral e

material, objetivando conseguir que o Município de Londrina contratasse empresas de sua propriedade ou que eram por ele representadas, especialmente a G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA., a CAPRICÓRNIO S/A LTDA., a CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e a IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA., passou a tratar com o então prefeito municipal de Londrina, HOMERO BARBOSA

NETO e os demais agentes públicos, a respeito de como seriam feitas as

contratações ilícitas das empresas pertencentes ou representadas por MARCOS, bem como a maneira como estabeleceriam os valores de tais contratos de tal modo que permitissem incluir uma parcela considerável de dinheiro público a ser desviado em proveito dos particulares, mediante o pagamento de propinas aos agentes públicos.

Assim, em data não especificada, porém no início do segundo semestre de 2010, o requerido MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso de vontades com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA,

ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, levando em

conta as vinculações ilícitas que estavam sendo estabelecidas, notadamente para a contratação ilegal da G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA. e/ou da CAPRICÓRNIO S/A LTDA. pelo Município de Londrina, ofereceu a HOMERO BARBOSA NETO vantagem indevida – em dinheiro – para este e para os demais integrantes do primeiro escalão da Administração Municipal prestassem auxílio para a consecução dos objetivos do grupo, com o fim de que o então prefeito e seus subordinados praticassem atos de ofício, consistentes em contratar a G8 e a CAPRICÓRNIO para fornecer materiais para o Município, fixando preços que incluíssem quantias de dinheiro público a

(19)

serem desviadas em proveito dos particulares, bem como efetuassem os pagamentos correspondentes e permitissem o enriquecimento ilícito destes.

Interessado nos ganhos ilícitos, indicados nas tratativas com MARCOS DIVINO RAMOS e com outros particulares do grupo, HOMERO

BARBOSA NETO estabeleceu contatos com os correqueridos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, e informou que deveriam proceder como proposto por MARCOS, isto é, contratar a G8 e/ou a CAPRICÓRNIO para fornecer materiais

para o Município, por meio de processos de inexigibilidade de licitação, mediante a utilização do “carona”, Adesão às Atas de registro de Preço do Município de São Bernardo do Campo, em que figuravam como vencedoras, as empresas G8 e Capricórnio.

Em virtude desses ajustes ilícitos, em meados de setembro de 2010, o requerido MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA,

JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, por meio da divisão de tarefas,

identidade de propósitos e atendendo aos interesses ilícitos dos integrantes do grupo e das empresas G8 e CAPRICÓRNIO, beneficiários da corrupção, ofereceu vantagem indevida a HOMERO BARBOSA NETO, na época prefeito municipal de Londrina, consistente no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em espécie, importância que o requerido HOMERO BARBOSA NETO, aceitou para, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, contando com o concurso de

JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, praticarem atos de ofício

concernentes aos seus cargos.

Para tanto, HOMERO BARBOSA NETO estabeleceu que JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e KARIN SABEC VIANA deveriam

(20)

receber pessoalmente os valores oferecidos como vantagem indevida, evitando que ele, BARBOSA NETO, como prefeito municipal, tivesse que receber a propina diretamente dos particulares, bem como definiu que tais valores deveriam ser produto de transações bancárias sucessivas, culminando com saque em espécie, de maneira a dissimular e ocultar a natureza dos mesmos, isto é, que se referiam a pagamento de corrupção.

Dessa forma, no dia 15 de setembro de 2010,

MARCOS DIVINO RAMOS, com apoio de PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI e DANIEL MANFREDINI, todos com a finalidade de ocultar e dissimular a origem e a

natureza dos recursos – para pagamento de vantagem indevida a agentes públicos, promoveu o depósito de R$ 50.000,00 na conta nº. 02010637-3, do Banco Mercantil do Brasil, pertencente à empresa IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, de propriedade de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA INUMARU YOSHIDA, porém tendo como sócia formal a secretária destes, CLAUDIANE MANDELLI.

Ato contínuo, no dia 17/09/2010, JOSÉ LEMES DOS

SANTOS, com apoio de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA INUMARU YOSHIDA, que eram seus empregadores de fato, bem como de PEDRO VICTOR BRESCIANI, contador das empresas do grupo, e de CLAUDIANE MANDELLI, secretária das empresas do grupo, todos ocultando e

dissimulando a origem e a natureza dos recursos – para pagamento de vantagem indevida a agentes públicos, emitiu e descontou o cheque nº 000001 da mesma conta nº 02010637-3, do Banco Mercantil do Brasil, em igual valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), sacando tal quantia em espécie16.

Na sequência, como ajustado com os demais requeridos, JOSÉ LEMES DOS SANTOS e WILSON MAKOTO YOSHIDA se encontraram, nas imediações do Banco Mercantil do Brasil, em Londrina, e entregaram a de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) sacada em espécie, para

16 Transações financeiras que seguem descritas no relatório n.º 034/2012, da auditoria do Ministério Público,

(21)

JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e KARIN SABEC VIANA, os quais, agindo

com dolo, em decorrência dos ajustes criminosos com HOMERO BARBOSA

NETO receberam dita importância e a entregaram para BARBOSA NETO.

Em consequência da oferta e entrega da vantagem indevida de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), os requeridos HOMERO

BARBOSA NETO, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, e os

requeridos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS

SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, cada qual em sua função

pública, praticaram atos de ofício infringindo dever funcional, isto é, defenderam os interesses ilícitos das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA. e/ou da CAPRICÓRNIO S/A LTDA. junto à Prefeitura Municipal de Londrina, para que fossem contratadas por meio da adesão a atas de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo-SP, nas quais tais empresas constavam como vencedoras.

Com tais comportamentos, o requerido HOMERO

BARBOSA NETO, então Prefeito Municipal de Londrina, na condição de agente

público, agindo em concurso com os também agentes públicos, requeridos JOSÉ

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, e dos terceiros MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, estes últimos utilizando-se da

empresa IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, obteve vantagem patrimonial indevida no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) como parte de um ajuste que propiciaria, no momento seguinte, a contratação das empresas dos Grupos G8 e Capricórnio, por meio do procedimento do “carona”, consubstanciando as hipóteses de improbidade administrativa previstas nos art. 9º ‘caput’ e inciso I, e 11 “caput” e inciso I, c/c art. 3º, todos da Lei 8.429/92.

(22)

FATO II.3 – CONTRATAÇÕES ILEGAIS DECORRENTES DA ADESÃO ÀS ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO “CARONA”- (Frise-se que parte dos fatos descritos neste tópico constitui objeto da já constam da Ação Civil Pública nº 0026440-53.2012.8.16.0014 que tramita na 1ª VFP.

Estabelecidos os ajustes entre o grupo de agentes públicos liderado por HOMERO BARBOSA NETO e aquele capitaneado por

MARCOS DIVINO RAMOS, sobretudo no que concerne ao pagamento, a título de

corrupção, da importância de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o que efetivamente ocorreu em 17/09/2010, entre os meses de agosto e novembro de 2010, o então prefeito HOMERO BARBOSA NETO, em concurso com JOSÉ

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, FÁBIO PASSOS DE GÓES e de MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR (ressalte-se que estes três últimos requeridos já figuram no polo passivo da ação civil pública nº 0026440-53.2012.8.16.0014), determinou que o Município de Londrina instaurasse dois

processos administrativos de INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, o de Nº IN/SMGP 071/2010 (PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 786/2010) e o de Nº IN/SMGP 0378/2010 (PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1373/2010)17, para a compra de uniformes escolares, determinando a adesão a atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP, sem justificativa hábil a respaldar a contratação direta de processo de licitação e a amparar a opção pelas atas de registro de preços que tinham como fornecedoras as empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A., ambas empresas pertencentes ou representadas pelo grupo dos particulares ora requeridos, MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA

APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON

(23)

MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, os quais aderiram ao comportamento

dos agentes públicos com a pretensão de concorrer para a ilegalidade e serem beneficiados com as contratações.

Para tanto, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ

JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR convencionaram utilizar justificativas inválidas

e ilegítimas para a compra direta dos uniformes junto às empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A., invocando-as para beneficiar, indevidamente, as referidas empresas com as contratações a serem efetivadas pela administração pública municipal. Cumprindo os ajustes entabulados com os demais agentes públicos requeridos, sobretudo as orientações do então prefeito HOMERO BARBOSA

NETO, o Município de Londrina adquiriu parte dos itens que compunham os kits

de uniformes descritos nas atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP por intermédio da Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 071/2010 (Processo Administrativo nº 786/2010- uniformes de verão) e, posteriormente, instaurou novo processo de compra, visando a aquisição dos demais itens desses kits, por intermédio da Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 0378/2010 (Processo Administrativo nº 1373/2010- uniformes de inverno.18

Do exame dos termos de recebimento dos kits de uniformes nas escolas, verificou-se que os itens de verão foram entregues entre os meses de fevereiro a maio de 2011, enquanto que os de inverno foram entregues nas escolas entre os meses de março a abril de 2011, não se justificando a aquisição separada dos uniformes de verão e de inverno, já que a

18

Observa-se que se os uniformes escolares destinavam-se aos alunos do ano letivo de 2011, na forma sustentada pela requerida na Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 071/2010- Processo Administrativo n° 786/2010, não havia motivo para que a Administração Pública deixasse de instaurar processo licitatório destinado à aquisição de uniformes de verão e de inverno (em tamanho e quantidade que atendessem às necessidades dos alunos), já que havia tempo hábil para a instauração do certame (iniciado em 2010).

(24)

entrega dos materiais ocorreu praticamente no mesmo período, nem a contratação direta desses itens pelo Município de Londrina sem procedimento licitatório. Apurou-se, ainda, que: os itens adquiridos pelo Município de Londrina não eram iguais aos constantes das atas de registros de preços de São Bernardo do Campo/SP; que grande parte dos materiais adquiridos pelo Município de Londrina não atendeu às necessidades dos alunos da rede municipal; que a aquisição dos materiais não representou vantagem econômica para o Municio de Londrina; que restou evidente a insubsistência das justificativas apresentadas, seja pela invocada necessidade de aquisição imediata dos uniformes, seja pela economicidade, para amparar a utilização da ata de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo/SP.

Dessa forma, os requeridos agentes públicos

HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR deixaram de

realizar procedimento licitatório destinado à compra dos uniformes escolares para os alunos da rede pública municipal matriculados no ano letivo de 2011,

adquirindo o referido material das empresas G8 COMÉRCIO DE

EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, por meio da adesão à ata de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo, pelo valor de R$ 1.922.700,00 (um milhão, novecentos vinte e dois mil e setecentos reais), e CAPRICÓRNIO S/A., na importância de R$ 4.459.780,00 (quatro milhões, quatrocentos cinquenta e nove mil, setecentos e oitenta reais) decorrente da somatória dos dois contratos = R$ 1.481.380,00 + R$ 2.978.400,00,19 impossibilitando a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração Pública e a aquisição de produtos realmente compatíveis com a demanda da Secretaria de Educação, o que resultou na contratação dessas empresas no valor de R$ 7.175.146,29 (sete milhões, cento e setenta e cinco

mil, cento e quarenta e seis reais e vinte e nove centavos –DOC 06.15)20,

19 Somatória dos valores das compras de uniformes de verão e inverno – valores atualizados.

(25)

propiciando o enriquecimento ilícito das empresas e dos requeridos MARCOS

DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, proprietários e

representantes das aludidas empresas, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos .

Para atender aos propósitos ilícitos convencionados com os demais requeridos, isto é, a contratação das empresas G8 COMÉRCIO

DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e

CAPRICÓRNIO S/A. mediante a realização de processo de inexigibilidade de licitação pretensamente regular (com simulação da licitude), sobretudo com o fim de cumprir as orientações do então prefeito HOMERO BARBOSA NETO, no dia 18 de agosto de 2010 KARIN SABEC VIANA, Secretária Municipal de Educação, dolosamente solicitou ao então Secretário de Gestão Pública, MARCO ANTONIO

CITO, a aquisição de uniformes escolares, tênis e mochilas.21

No documento, KARIN SABEC VIANA, dolosamente objetivando cumprir o que havia sido ajustado com os demais requeridos, solicitou que a compra desses uniformes fosse realizada sem licitação pública, adotando-se o procedimento conhecido como “carona” 22, sob o falso argumento de que “o procedimento do carona proporcionaria maior celeridade à aquisição dos uniformes, já que o primeiro semestre do ano letivo de 2010 havia se findado sem que os alunos estivessem uniformizados”.

Observa-se, portanto, que a motivação inicial para a

21

Foram adquiridos os seguintes itens:34.000 camisetas masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, 34.000 camisetas femininas para o Educação Fundamental e Educação Especial, 34.000 bermudas masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, 34.000 bermudas femininas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, 34.000 meias masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, 34.000 meias femininas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, 34.000 mochilas para o Ensino Fundamental, 34.000 pares de tênis para o Ensino Fundamental”.

22

Denominação dada ao tipo de adesão em que um órgão ou ente público utiliza a ata de registro de preços de outro órgão ou ente público, sem que tivesse participado da elaboração do edital de licitação que originou os preços registrados. Está regulamentado pelo § 3º ao artigo 8º do Decreto Federal nº 3.931/2000 (que regulamenta o sistema de registro de preços no âmbito federal), e que é considerado inconstitucional por parte da doutrina, jurisprudência e pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

(26)

adesão às atas de registros e preços, “carona”, foi a falta de uniformes para atender aos alunos do ano letivo de 2010.

Ao mesmo tempo em que solicitou a utilização do procedimento denominado “carona”, a requerida KARIN SABEC VIANA, ainda agindo em concurso com os demais requeridos e, sobretudo, seguindo as orientações do então prefeito municipal BARBOSA NETO, solicitou que fossem utilizadas as Atas de Registro de Preço nº 001/2010, 003/2009 e 004/2009 do Município de São Bernardo do Campo/SP, que tinham como fornecedoras as

empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E

REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A. Nos termos da solicitação, a requerida KARIN SABEC VIANA justificou a escolha, afirmando simplesmente que a Secretaria Municipal de Educação tomou conhecimento dessas Atas de Registro de Preço, que discriminavam objeto idêntico ao pretendido pelo Município de Londrina.

Embora fosse evidente o vício de motivação (ausente qualquer justificativa da vantajosidade) na escolha dessas atas de registro de preço, o então Secretário de Gestão Pública, MARCO ANTONIO CITO, iniciou as tratativas necessárias à adesão dessas Atas de Registro de Preço e consequente contratação das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A para o fornecimento dos uniformes.

Assim, em 26 de agosto de 2010, o requerido MARCO

ANTONIO CITO, cumprindo seu papel no plano entabulado com os demais

requeridos, solicitou autorização para a adesão às atas de registro de preço ao Município de São Bernardo do Campo, que concordou em permitir que o Município de Londrina utilizasse suas atas de preço. Também elaborou informação formal, visando dissimular o prévio ajuste entre todos, às empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A (01 de setembro de 2010), a respeito da concessão da autorização e do interesse do Município de Londrina em contratar o fornecimento dos materiais. Imediatamente a essa informação, as empresas G8 COMÉRCIO

(27)

DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A enviaram resposta formal ao Município de Londrina, sempre de modo a dissimular as avenças criminosas anteriores, manifestando interesse em contratar com a administração pública.

Compulsando essas respostas enviadas pelas

empresas COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E

REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A ao Município de Londrina,

observa-se que as duas empresas, uma com sede em Brasília, outra com sede

em São Caetano do Sul/SP, utilizaram o mesmo modelo para as respostas (idênticas palavras, frases, uso de vírgulas, pontos, etc...), tendo alterado apenas os dados cadastrais que identificam as empresas, sendo idêntico o teor das duas respostas (DOC 08 e relatório 101/12).

Somente após os contatos com as empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A é que o requerido MARCO ANTONIO CITO, visando robustecer a aparência de legalidade do procedimento, solicitou que KARIN

SABEC VIANA justificasse a necessidade da aquisição, a vantajosidade do uso

do “carona” e comprovasse que os preços registrados eram compatíveis com os praticados no mercado, na forma exigida em Parecer da Procuradoria Jurídica sobre a matéria (DOC 09).

Em resposta, KARIN SABEC VIANA elaborou, em 17 de setembro de 2010, data em que foi feito o pagamento de R$ 50.000,00 a título de propina a HOMERO BARBOSA NETO e aos demais requeridos,23 a CI nº 142/2010 (portanto, quase um mês depois de indicar as atas de registros de preços de São Bernardo do Campo), justificando que a vantajosidade consistia na agilidade da contratação, já que a Secretaria Municipal de Educação tinha necessidade urgente de iniciar o ano letivo de 2011 com os alunos já uniformizados (motivação diversa, portanto, daquela inicial, no sentido de que os alunos do ano letivo de 2010 estavam sem uniforme-CI 1658/10 de 18 de agosto de 2010-DOC 10).

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Dessas contradições entre as motivações apresentadas pela requerida KARIN SABEC VIANA nos processos de inexigibilidade evidencia-se que não havia a necessidade de aquisição imediata dos materiais, de forma a justificar as contratações diretas, sendo inválidas e ilegítimas as motivações das Secretarias de Educação e Gestão Pública para a utilização das atas de registro de preços de outro Município. 2425

Outrossim, para dissimular os propósitos ímprobos do grupo, a requerida KARIN SABEC VIANA sustentou que a adesão às Atas de Registro de Preço do Município de São Bernardo do Campo representava economia para o Município de Londrina, em razão do quantitativo que seria adquirido e da qualidade dos materiais. Na oportunidade, apresentou três orçamentos obtidos junto às empresas CDF CIA DO FUTURO, IRIDIUM – INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES LTDA E BYD INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA., todas empresas pertencentes ao grupo dos particulares

24 A Controladoria Geral do Município elaborou Relatório, do qual se extraem elementos que desconstituem totalmente a situação de necessidade de aquisição imediata dos materiais sustentada pela então Secretária Municipal de Educação, KARIN SABEC VIANA (DOC. 17). De acordo com a Controladoria Geral do Município, em maio de 2011, parte dos uniformes de verão que foram adquiridos por meio da adesão às atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP ainda não havia sido distribuída aos estudantes, encontrando-se em caixas lacradas, o que comprova que a Secretaria Municipal de Educação não possuía um cronograma planejado para a distribuição dos materiais para o início do ano letivo de 2011 (DOC. 10.1)

Assim, embora KARIN SABEC VIANA tenha sustentado a necessidade de aquisição imediata dos uniformes escolares, com o fito de legitimar contratação realizada sem licitação, não demonstrou a mesma urgência na distribuição dos uniformes escolares aos alunos, que iniciaram o ano letivo de 2011 sem que estivessem uniformizados, contrariando, portanto, todas as justificativas que a requerida apresentou no decorrer do processo administrativo, para dispensar a realização de procedimento licitatório e contratar a compra dos uniformes por meio da adesão às atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP. Ademais, o atraso na distribuição dos uniformes por parte da Secretaria Municipal de Educação foi tão grande que implicou na inutilização de parte dos materiais, já que os alunos haviam crescido entre a data da solicitação dos uniformes e a sua distribuição.

25 Em esclarecimentos prestados pela então Secretária Municipal de Educação, KARIN SABEC

VIANA, ao Ministério Público Federal (oficio nº 837/2011), afirmou-se que os uniformes, mochilas e

tênis adquiridos por meio das atas de registro de preço não foram distribuídos a todos os alunos do ano letivo de 2011 e que os uniformes faltantes seriam adquiridos por meio do Pregão nº 156/2011 (DOC 12) Em razão deste fato, no dia 25 de março de 2011, a requerida KARIN SABEC VIANA solicitou do então Secretário de Gestão Pública, MARCO ANTÔNIO CITO, a realização urgente de nova compra de uniformes escolares, desta vez, pela inadequação dos uniformes adquiridos por intermédio das atas de registro de preço com o tamanho dos alunos (DOC 13). Esta contratação está descrita nesta petição inicial.

(29)

ora requeridos, MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE

SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, os quais forneceram tais orçamentos dolosamente, com a pretensão

de concorrer para a ilegalidade e serem beneficiados pela inexigibilidade ilegal. Compulsando os orçamentos apresentados, observa-se que são datados do dia 14 de observa-setembro de 2010, data muito posterior àquela em que a Secretária, indicou as atas de São Bernardo do Campo/SP, como vantajosas (inclusive quanto aos preços praticados), aos interesses da administração. Este fato, por si, demonstra que ao fazer a opção pelas atas de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo, a requerida KARIN

SABEC não havia verificado a compatibilidade dos preços das atas com os

preços de mercado.

Por outro lado, o Relatório elaborado pela Controladoria Geral do Município (DOC.11) contém elementos que desconstituem totalmente a justificativa e os orçamentos apresentados por KARIN SABEC

VIANA ao processo de compra.

De acordo com a Controladoria Geral do Município, os orçamentos carreados ao processo de compra por KARIN SABEC VIANA não foram elaborados para atender às necessidades do Município de Londrina, já que os preços neles indicados não fazem referência ao quantitativo adquirido, a forma de entrega dos materiais, além de não apresentarem a especificação dos produtos para que fossem comparados com aqueles que seriam adquiridos pela Secretaria Municipal de Educação (DOC 11.2).

Ademais, os orçamentos apresentam diferentes prazos de entrega e validade das propostas, sendo que a proposta da empresa CDF CIA

Futuro nem especificou qual seria a forma de pagamento (DOC 14).

Assim, os mencionados orçamentos juntados por

KARIN SABEC VIANA ao processo de compra não estavam aptos a demonstrar

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Bernardo do Campo eram compatíveis com os praticados no mercado, por não conterem os dados necessários à identificação das propostas de preço.

Registre-se, outrossim, que a Controladoria-Geral do Município apontou elementos que revelam fraude na obtenção dos três orçamentos apresentados pelas empresas CDF CIA FUTURO, IRIDIUM – IND.

CONFECÇÕES LTDA E BYD INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA, em razão de vínculos de parentesco entre os sócios dessas empresas e

coincidências de endereço e telefone (DOC 11.3), fraude posteriormente confessada pelos requeridos JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO

YOSHIDA e CLAUDIANE MANDELLI (DOC 15).

Resta evidente que os orçamentos foram

providenciados pela Secretária KARIN SABEC em conluio com os demais requeridos, apenas para conferir aparente legitimidade à assertiva anteriormente feita no sentido de que os preços constantes nas atas de preços do Município de São Bernardo do Campo, atendiam o requisito da vantajosidade econômica buscada pela administração pública.

Portanto, a requerida KARIN SABEC VIANA e os demais requeridos, ao invocarem a necessidade de instauração de processo de inexigibilidade de licitação, com adesão à ata de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP, em inequívoca afronta as normas que regem a Administração Pública, deixaram de apresentar as razões para que o Município de Londrina prestigiasse essas atas e iniciasse o processo de compra, com base nos materiais e preços nelas especificados.

Ao mesmo tempo, com o propósito de demonstrar que as atas de registro de preço de São Bernardo do Campo/SP apresentavam, supostamente, preços mais vantajosos para a Administração Pública, KARIN

SABEC VIANA juntou ao processo de compra orçamentos das empresas CDF

CIA FUTURO, IRIDIUM – IND. CONFECÇÕES LTDA E BYD INDÚSTRIA E

COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA, todos fornecidos dolosa e

fraudulentamente pelos particulares requeridos, MARCOS DIVINO RAMOS,

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JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, apenas para conferir aparente

legitimidade à assertiva anteriormente feita, no sentido de que os preços constantes nas atas de preços do Município de São Bernardo do Campo atendiam ao requisito da vantajosidade econômica buscada pela administração pública.

Assim, em 26 de outubro de 2010,26 o requerido

MARCO ANTONIO CITO, cumprindo o que havia sido avençado com os demais

requeridos, autorizou a contratação da empresa G8 COMÉRCIO E COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA por intermédio do Processo de Inexigibilidade de Licitação nº 0071/2010, no valor de R$ 3.586.888,56 (três milhões, quinhentos e oitenta e seis mil, oitocentos e oitenta e oito reais e cinquenta e seis centavos). No mesmo dia, o requerido HOMERO BARBOSA NETO, então prefeito municipal, dolosamente ratificou o Processo de Inexigibilidade de Licitação nº 0071/2010.

Ressalte-se que existem outros elementos que comprovam que a adesão à atas de registro de preço de São Bernardo do Campo/SP não representou vantajosidade econômica ao Município de Londrina, seja pelos quantitativos adquiridos, qualidade dos materiais e preços praticados.

Assim, conforme salientado pela Controladoria Geral do Município, o Município de Londrina teve prejuízo com a contratação realizada por meio da adesão Analisando os processos de Inexigibilidade de Licitação a Controladoria-Geral do Município constatou que, ao contrário do contido na justificativa apresentada por KARIN SABEC VIANA no processo de compra, a adesão às atas de registro de preço foi economicamente desvantajosa aos cofres municipais, ocasionando prejuízo ao Erário, já que nos preços discriminados nas atas estavam embutidos serviços que não foram contratados pelo Município de Londrina. De efeito, apurou-se que nas atas de São Bernardo do Campo/SP estavam embutidos os custos com a separação dos kits e toda a logística de

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