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INDICE REMISSIVO DE FAMÍLIAS ABOIM

VALADARES 48 de quem teve:

VI14 - MARTIM AFONSO CHICHORRO H (DE SOUSA), foi rico- 4JML.IV.285.

44 Vd nota 38. Entre esses bens estariam os herdamentos que, em 1275, possuía em Tooxe (LBJP, doe. CCXrX, cit. por L.VENTURA, 1992, vol.II, p.549), bem como duas vinhas, situadas em Alvisquer, e que em

1283 deixou à colg8 da Alcáçova de Santarém, para o seu aniversário (M.ABEIRANTE, 1980, p.156). Como também referimos, em 1280 ordenou ao seu mordomo, Domingos Soares, que entregasse àquela colg8 os bens que aquele seu irmão deixara em test0 (vd. nota 39).

45 O herdamento, situado no 1. de Valada, foi vendido antes de 5 de Jul. de 1278, quando o rei o doou ao bastardo Afonso Dinis (ANTT, Ch. de D Afonso III, L°l, fis. 159v°-160).

46 ANTT, Ch. de D.Dinis, L°l, fis.239-241 e L°3, fls.ll-llv0, respectivamente. No texto do tratado de Alcanices é expressamente referido como rico-homem (IDEM, Gavetas, XVUI-9-13, doe. publ. nas

GAl/ETAS, vol.DC, pp.500-504). Martim Afonso Chichorro tem sido confundido por diversos autores com Martim Afonso Telo, atribuindo ao primeiro o exercício de diversas tenências que, de facto, pertenceram ao segundo (HGCRP.XR-23 e L. VENTURA 1992, vol.n, p.549). Essa confusão fica-se a dever à homonímia e ao facto de ambos coincidirem nas cortes afonsina e dionisina, muito embora outros autores já se tivessem apercebido da distinção entre os dois (ML.V e VI, AB.FRETRE, 1973, vol.I. p.207, e J.AS.PIZARRO, 1995, pp. 185 e 203-204). Com efeito, e para além de outras razões, há duas outras que permitem, com segurança, estabelecer essa distinção: em primeiro lugar, não parece normal o facto de o bastardo, em 1280. ainda não possuir selo próprio, pedindo-o ao seu amo, se já desde 1270 governava duas tenências; em segundo lugar, e esta ainda é mais clara, o modo como um e outro aparecem referidos quando confirmam diplomas régios claramente os distingue, ou seja, enquanto que o Telo é sempre designado como Dom Martim Afonso, o Chichorro raramente o é, e chegou mesmo a acontecer que o escrivão, reparando no erro, riscou o "dom" que antecedia o nome do bastardo (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°l, fls.239-249).

47 A 15 de Dez. o seu escrivão, Domingos Pais, fez a referida entrega em seu nome, sendo testemunha o alcaide da Lousã, João Anes (ANTT, Sala 25 - Most" de S" Clara de Santarém, m°7, n°326). O obituário de S.Vicente de Fora, sem referir o ano, indica que Martim Afonso faleceu a 12 de Maio (L.VENTURA, 1992, vol.n, p.549). O seu túmulo encontra-se no Museu Arqueológico de Santarém (M.ABEIRANTE, 1980, p.156).

48 Filha de Dom Lourenço Soares de Valadares e de Dona Maria Mendes de Sousa era, por sua mãe, uma das pretendentes à herança do Conde Dom Gonçalo Garcia de Sousa - o que motivou o uso do apelido Sousa pelos seus descendentes - e, como tal, foi representada por seu pai, em 1287, na respectiva demanda (ANTT,

Ch. de D.Dinis, L°l. fls.241v0-244v0). Como nesta data era representada pelo pai, é natural que então ainda não estivesse casada com Martim Afonso.

homem da corte de seu tio D.Dinis50 e, como tal, em 1320, foi ouvido aquando da apresentação que aquele fez das queixas que tinha contra o infante herdeiro . No ano seguinte, contudo, talvez já se encontrasse ligado ao partido de Dom Afonso, uma vez que foi um dos ricos-homens que juraram, pela parte do Infante, as pazes celebradas em Pombal entre este e o monarca52. Desconhecemos, porém, qualquer elemento que nos indique o seu envolvimento politico posterior. De facto, as poucas notícias que temos, depois de 1321, são relativas aos seus bens. Assim, em 1322, fez uma doação ao most0 de Pombeiro, do qual este "rico-homem de Sousa" era natural e padroeiro, pelo muito bem que recebera do dito most0 e por 1000 lbs. que o respectivo abade lhe dera53; no ano seguinte, por composição feita com o Conde Dom Pedro, ficou com as honras e os coutos de Freixeeiro, Travaços, Amarante, Barroso, Andrães e Galegos, bem como com o lugar de Mouçãos54. É provável que ainda estivesse vivo em 1341 sendo, então, referido no compromisso matrimonial assumido por seu filho Vasco Martins55. Martim Afonso não casou, mas teve dois filhos bastardos de ALDONÇA ANES DE BRTTEIROS, abada de Arouca (ZZ22G15):

VAU - VASCO MARTINS DE SOUSA, rico-homem e figura

destacada da corte ao longo da segunda metade do século XTV.

" ' D.Dinis doou-lhe um casal em Lordelo, no j . de Celorico de Basto (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°3, fl.l35v°, doe. de 3 de Março de 1321).

51 Cr. 7Reis, vol.H, p.95; R.PÏNA, 1945, p. 110; ML.VI.372. S2ML.Vl.m.

53 BL.K72 e A AMEIRELES, 1942b, pp.25-26.

5A A composição, que foi arbitrada pelo Infante Dom Afonso, envolveu os já referidos Conde de Barcelos e Martim Afonso, bem como as irmãs deste (MLVL424-425; AB.FREIRE, 1973, vol.I, p.207). Quer pelos intervenientes quer pelos bens em causa, estamos seguramente perante um conflito, ainda em 1323. decorrente das partilhas sobre a herança do Conde Dom Gonçalo Garcia de Sousa.

55 CAJV.1342. Se colocamos alguma reserva quanto ao facto de Martim Afonso ainda viver nesse ano, isso deve-se à circunstância de o doe. o indicar como pai do noivo, mas sem afirmar a sua presença num acto "familiar" tão importante. Se ainda vivia, então também aceitamos que se identifique com o Martim Afonso Chichorro que, em 1348, juntamente com o seu escd° Pêro Afonso, testemunhou uma proc. dada por Dona Constança, viúva de Gonçalo Pires Ribeiro (ANTT, CR - Most" de S. Domingos das Donas de Santarém, m°l. n°l). Note-se que Gonçalo Pires, filho bastardo de Teresa Mendes de Sousa, era primo co-irmão de Inês Lourenço de Valadares, mãe de Martim Afonso.

Intimo, desde a infância, de D.Pedro I, foi por este nomeado para o cargo de chanceler-mor, ocupando-o entre 1357 e 136056, e beneficiado com algumas doações57. O monarca seguinte doou-lhe vários senhorios, entre o quais se destacam os de Mortágua, de Penaguião e de Gestaçô, confirmados em 1385 por D.João I58. Falecido em 138759, foi casado com INÊS DIAS MANUEL, tendo chegado até nós o contrato de casamento, celebrado em 1341 e testemunhado por D.Afonso TV60. Deste casamento ficou

descendência, a qual é referida em 1365, juntamente com Vasco Martins, no grupo dos ricos-homens naturais do mosteiro de Grijó61.

VH12 - MARTIM AFONSO DE SOUSA (CHICHORRO D3), rico-

homem omitido pelos livros de linhagens - mas que já anteriormente tivemos a oportunidade de identificar, graças às referências do Livro das Campainhas - casou com MARGARIDA GONÇALVES DE

SOUSA (BRITEmOS), de quem teve, pelo menos, uma filha62.

56 A.L.C.HOMEM. 1990, p.390. Na c. de doação cit. na nota seguinte o monarca alude explicitamente ao parentesco e aos contactos que desde a infância os uniam. Essa proximidade explica também que Vasco Martins tenha sido uma das testemunhas do enlace secreto que uniu o então Infante com Dona Inês de Castro, facto que pessoalmente confirmou por diversas vezes (J.AS.PIZARRO, 1995, p.204).

57 Nomeadamente com os bens que tinham sido do "justiçado" Pêro Coelho (CP. 173).

58 A.L.C.HOMEM, 1990, p.390. Caetano de Sousa afirma que D.Fernando lhe confiscou essas terras doando-as, em 1375, a João Afonso Pimentel (AC.SOUSA 1946-54, voLXH, tomo 2, p.5).

59 J.AS.PIZARRO, 1995, p.204.

60 Vasco Martins entregou, a título de arras, 4000 lbs. sobre uma quinta que possuía em Pejeiros (c. de Vila da Feira), ficando o Infante D.Pedro, Afonso Martins, alcaide de Santarém, e Gonçalo Lobato por fiadores das ditas arras (C4/KIU.342). Para além desta referência, Vasco Martins surge-nos na companhia da mulher, em 1357, a fazer um escambo com os testamenteiros de Guiomar e de Leonor Anes, filhas de João Mendes de Briteiros, pelo qual obteve uma quinta no j . de Guimarães, entregando bens que possuía nos j . de Lousada e de Sa Cruz de Riba Tâmega, escambo que foi testemunhado por Nuno Viegas do Rego, Gonçalo Martins Alvelo, Lopo Afonso e Lopo Esteves, todos vassalos de Vasco Martins (ANTT, 2a Inc. - Sé de Lamego, cx.3, m°3, n°8).

61 J.AS.PIZARRO, 1995, pp.29-30.

62 J.AS.PIZARRO, 1995, pp.31-32 e 205. Também lhe são atribuídas outra aliança e várias barreganias, todas com descendência (AC.SOUSA 1946-54, vol.XII, tomo 2, pp.7-8), mas supomos que estas devem dizer respeito a seu sobrinho, filho de Vasco Martins.

VT15 - MARIA AFONSO CHICHORRO, que c.c. Gonçalo Anes de

Briteiros (Vd. BRITEIROS).

VI16 - CONSTANÇA AFONSO CHICHORRO, já falecida em 1341, ano

em que Margarida Afonso, sua irmã e testamenteira, inquiriu sobre os bens que ela deixara para a constituição de uma capela . E possível que, como aquela sua irmã, tenha sido religiosa, até porque em ZX22G14 se afirma que Martim Afonso e Inês Lourenço tiveram outras filhas que foram freiras, muito embora não se indiquem os seus nomes.

VI17 - MARGARIDA AFONSO DE SOUSA, dona de Sa Clara de Santarém encontra-se, como agora vimos, referida em 1341 como testamenteira da irmã.

VI18 - [VASCO AFONSO DE SOUSA I]64, que poderia ter sido o pai de:

VD13 - MARTIM VASQUES DE SOUSA65, já falecido em 1325, ano em que a sua viúva, SANCHA DIAS DE HARO, nomeou como procurador a um dos netos, Gonçalo Afonso, para que vendesse os bens que ele possuirá em Portugal66. Teve descendência.

V10 - URRACA AFONSO, que casou primeiro com Pêro Anes de Riba de Vizela

(Vd. RIBA DE VIZELA), e depois com João Mendes de Briteiros (Vd. BRITEIROS).

Vil - LEONOR AFONSO, que casou primeiro com Estêvão Anes de Sousa e

depois com Gonçalo Garcia de Sousa I (Vd. SOUSA).

V12 - AFONSO DINIS, filho de D.Afonso m e de Marinha Pires de Enxara, como o

próprio monarca afirma num doe. de 1278, e pelo qual lhe doa um herdamento

63 ANTT, Sala 25 - Most0 de Sa Clara de Santarém, m°8, n°428^29 (doe. de 11 de Nov.).

64 A inclusão de Vasco Afonso, cuja existência é meramente hipotética, serve apenas como proposta de filiação para Martim Vasques de Sousa (vd nota seguinte).

65 Para além do apelido, existe uma outra razão que nos leva a supor que Martim Vasques seria parente próximo da família real. Referimo-nos ao seu casamento, já que é difícil de aceitar uma aliança com os Haro por parte de alguém que não tivesse aqueles laços de parentesco. Mas, o que dificilmente se explica é o silêncio dos livros de linhagens acerca deste indivíduo e do seu casamento, silêncio que - sobretudo no caso do Conde D.Pedro - poderá ocultar razões de natureza política.

66 Dos bens. situados em Carvalhal, em Santarém e em Montejunto, estes últimos foram vendidos por 200 lbs. (ANTT, Sala 25-Most0de S" Clara de Santarém, m°l 1, n°s. 769-770). Martim Vasques teve duas filhas, Maria Vasques e Joana Martins, esta última mãe de Gonçalo Afonso, Martim Vasques e Urraca Afonso (sem que o doe. nos indique o nome do pai).

no valor de 1500 lbs., situado em Vila Pouca, no t. de Torres Vedras . Tal como outros bastardos, foi contemplado com 1000 lbs. no tesf de seu pai68. Meio-irmão de D.Dinis, de quem também recebeu benefícios69, foi rico-homem da sua corte e mordomo-mor da rainha entre 1315 e 132270. Para além dos bens já referidos, possuiu outros, dispersos pelos j . de Valadares, de Vermuim e de Panóias71, e ainda outros em Óbidos por doação da Ordem de Santiago72. Como já referimos deve ter falecido pouco depois de 1322, tendo sido sepultado na Sé de Lisboa73 Foi casado com MARIA PIRES [PORTEL] RIBEIRA74, que lhe

6/ ANTT, Ch. de DAfonso III, L°l, fls.l59v°-160 (publ. m AáL.W.220v° e nas PHGCRP, vol.VI, tomo 1, pp.235-237).

68 PHGCRP, vol.I, p.69 (no texto do test" é apenas referido como Afonso, mas a sua colocação junto dos outros bastardos régios não pode deixar dúvidas quanto à sua identificação. No mesmo texto afirma-se que este bastardo fora criado por Martim Pires, clérigo do rei). Por outro lado, não sabemos explicar por que razões Afonso Dinis foi omitido no trabalho de Leontina Ventura (L. VENTURA 1992).

69 Em 1300 confirmou-lhe a posse de umas casas em Lisboa que lhe tinham sido dadas pela rainha Dona Beatriz, e em 1310 coutou-lhe a póvoa de Salvador Aires (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°3, fis. 10v° e 72v°, respectivamente).

70 Afonso Dinis confirma diplomas régios entre 1306 e 1315 (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°3, fis. 50-50v°, 53v°, 53v°-54, 58v°-59, 75 e 97v°-98), data a partir da qual, como se disse, nos surge com o cargo de mordomo-mor da Rainha até 1322 (A4L.V.39v°), ano provável da sua morte.

71 No j . de Valadares teve a honra de Vilar (fg. de S.Martinho de Alvaredo), a qual, segundo os inquiridos de 1288, existia há mais de 100 anos (ANTT, Inq. de D.Dinis, L°4, fl.66); segundo as Inq. de 1301, trazia por préstamo do most0 de Santo Tirso o 1. de Bragadela (fg. de Rio Airão, no j . de Vermuim), tendo dado a Dom Fernão Pires de Barbosa a voz e a coima desse lugar (TDEM, ibidem, L°3, fl.4); no entanto, em 1304 afirma-se que tinha toda a terra de Vermuim, beneficiando o mesmo Fernão Pires com alguns prestamos (IDEM,

Gavetas, VUI-4-6, Perg.1). Finalmente, em Panóias, possuía a meias com João Pires Portel, seu cunhado, a

honra de Andrães (TDEM, Inq. de D.Dinis, L°7, fl.83).

72 A doação tinha sido feita sem o conhecimento do cab° da Ordem pelo que, depois da queixa apresentada por aquele, D.Dinis obrigou o irmão a devolvê-los (ANTT, CR - Ordem de Santiago, m°l (DP), n°15 - doe. de 4 de Jun.de 1315).

73 Sobre a data da morte e o local de sepultura, vd notas 70 e 75, respectivamente.

74 Este matrimónio reveste-se de um duplo interesse para a estratégia régia, demonstrando exemplarmente como os bastardos régios serviram a política centralizadora de D.Afonso Hl e de D.Dinis. Na verdade, Dona Maria Pires, pela morte, sem filhos, dos seus irmãos, tornou-se na principal herdeira das casas de Aboim e de Sousa: da primeira, não só herdou os bens de seu pai. Pêro Anes Portel, como da sua tia, Maria Anes de Aboim, a qual também não teve descendência, pelo que a fortuna de D.João de Aboim, dividida entre os dois filhos, se reuniu de novo na pessoa da sua neta; da segunda, recebeu a parte de sua mãe, Constança Mendes de Sousa, uma das herdeiras do último senhor da casa de Sousa. Naturalmente que o interesse estratégico deste matrimónio se compreende melhor, se articulado com outros, também eles peças de um jogo mais vasto de domínio e poder régios: dos bastardos de D.Afonso IH, Martim (V9) casou com a filha e herdeira de Maria Mendes de Sousa, irmã de Constança Mendes acima referida e, portanto, também ela herdeira da Casa de Sousa; Leonor (VI1) casa primeiro com Estêvão Anes de Sousa e depois com o conde Dom Gonçalo Garcia de Sousa, tio do seu primeiro marido e último senhor da Casa de Sousa (de quem Maria e Constança Mendes

sobreviveu vários anos , e de quem teve:

VI19 - PÊRO AFONSO DE SOUSA, rico-homem da corte de seu primo

D.Afonso IV, foi por este encarregue - aquando do cerco posto pelo monarca a Badajoz, em 1336 - de sitiar Vila Nova da Barcarrota, o que não conseguiu76. Talvez este insucesso lhe tenha trazido o desagrado régio, provocando o seu exílio em Castela, surgindo em 1340 na batalha do Salado, ao lado de Afonso XI77. Entretanto, em 1337, fora contemplado com 250 lbs. pelo test0 de Dona Maria Anes de Aboim, sua tia-avó78. Da sua passagem por Castela deverá ter resultado o casamento com ELVIRA ANES DA NÓVOA79, de quem teve dois filhos:

foram as principais herdeiras), e, finalmente, Afonso Dinis, que temos vindo a referir, dos bastardos de D.Dinis, Afonso (V13) casou com a principal herdeira do primeiro Conde de Barcelos e Pedro (V4) casou com Branca Pires Portel, irmã de Maria Pires Ribeira e, portanto, também herdeira da fortuna dos Aboim e dos Sousa. E isto, sem falar de outras linhagens de primeira grandeza, como é o caso dos Briteiros, ligados por sucessivas afianças a bastardos régios ou seus descendentes directos (V10, VI6, VI14, VI15, VI20 e VTI12). De resto, a simples visualização da árvore genealógica relativa à Família Real, revela de imediato as linhagens que ocuparam o topo da hierarquia nobiliárquica durante a segunda metade do século Xm e a primeira da centúria seguinte: Sousas, Riba de Vizela, Teles, Valadares, Briteiros e Pachecos.

5 Temos notícias suas até 1342. Assim, em 1337 recebeu 100 lbs. pelo test0 de sua tia, Dona Maria Anes de Aboim (ANTT, Sala 25 - Most" de S.Domingos de Lisboa, L°9, fls.376 e 381), a qual também beneficiou os seus filhos, como adiante veremos; em 1341, estando em Leiria, aforou para sempre, por 14 lbs. anuais, meia almuínha com a sua vinha e um olival, sita no termo da dita vila, o que foi testemunhado por Gonçalo Anes, seu mordomo (IDEM 2aInc. - Most" de Alcobaça, m°39, n°942); no ano seguinte, por escambo feito com o most0 de Alcobaça, adquiriu todos os bens que o most0 possuía em Enxara dos Cavaleiros, onde residia, dando em troca todos os seus bens situados em Leiria (o escambo, concretizado a 3 de Ag. de 1342, foi precedido por uma c. de proa datada de 28 de Jul., feita nas suas casas em Enxara e onde Dona Maria Pires se apresenta como \Tzinha de Torres Vedras (IDEM ibidem, m°19, n°439), tomando posse dos bens a 10 de Ag. (JDEM

CR - Most" de Alcobaça, m°32 (DP), n°l). O farto de ser vizinha daquela vila explica o facto de ter sido

sepultada na ig. de Sa M" do Castelo de Torres Vedras, de onde as suas ossadas foram trasladadas, em 1371, para junto das do marido, que se encontrava enterrado na Sé de Lisboa, de acordo com as disposições testamentárias do seu filho Rodrigo (BPE. Fundo Monástico - Most0 de S.Domingos de Évora, Pasta de Pergs. n°l).

76 AB.FREIRE. 1973, vol.I, p.276.

77 ACSOUSA, 1946-54, vol.XU, Tomo 1, p.356. Este mesmo autor afirma que Pêro Afonso foi partidário do Infante D.Pedro contra D.Afonso IV, o que também poderia justificar o seu aiastamento da corte portuguesa.

78 ANTT, Sala 25 -Most0de S.Domingos de Lisboa, L°9, fls.376 e 381.

79 Em 1360 Pêro Afonso já tinha falecido, porque D.Pedro concedeu uma tença anual de 200 lbs. à sua viúva (ACSOUSA 1946-54, vol.XU, tomo 1, p.356). Curiosamente, pertenciam ambos à família patronal do most0 de Grijó (J.AS.PIZARRO, 1995, pp. 193 e 210).

VH14 - VASCO AFONSO DE SOUSA H que, segundo alguns autores,

se terá fixado em Castela, dando origem a um ramo de Sousas bastante ligado a Córdova80.

VH15 - BEATRIZ AFONSO DE SOUSA, vulgarmente identificada

com a mulher do conde Seia, Dom Henrique Manuel, confundindo- a vários autores com uma outra Beatriz, filha de Martim Afonso de Sousa (VII12)81. Não sabemos se casou.

VI20 - RODRIGO AFONSO DE SOUSA que, como os seus irmãos, também

recebeu 250 lbs. pelo test0 de sua tia-avó82, foi rico-homem das cortes de D.Afonso IV83, de D.Pedro I e de D.Fernando84. Em 1342 surge-nos a testemunhar, por pedido da abada Dona Teresa de Freitas, uma sentença dada pelo juiz de Arouca contra Branca Lourenço de Valadares85; em 1356, na companhia de Dom João Afonso Telo, envolveu-se numa contenda com o most0 de Grijó pela posse de parte da honra de Cortegaça, a qual ficou resolvida nesse mesmo ano86. Rodrigo Afonso estava "familiarmente" ligado a Grijó, sendo referido em 1365 como membro da família patronal, juntamente com a mulher, VIOLANTE

PONÇO DE BRITEIROS87, como rico-homem natural do most°88.

80 AC.SOUSA 1946-54, vol.XII, tomo 1, pp.361-364 e AB. FREIRE, 1973, vol.I, p.276.

81 Já tivemos ocasião de corrigir este erro, graças às informações do Livro das Campainhas (J.AS.PIZARRO, 1995, pp.31-32).

82 Vd. nota 78.

83 Em 1355 é referido como vassalo da casa do rei (ASÁ, 1899-1900, vol.I, p.72). As Inq. de 1343 referem que trazia pelo rei a terra de Fradelos (fg. de Sa Leocádia de Fradelos, no j . de Vermuim (ANTT, Inq. de

DAfonsoIV,L°l,f\.m).

84 Em 1361 confirma, como rico-homem, uma procuração dada pelo monarca ao Mestre de Avis (CP.512). De D.Pedro recebeu as terras de Arraiolos e de Paiva, o que D.Fernando confirmou em 1367 (AC. SOUSA

1946-54, vol.Xn, tomo 1, p.152).

85 ANTT, CR-Most0 de Arouca, gav.3, m°12, n°37.

86 A honra, composta por 12 casais, pertencia, em diferentes proporções, a vários herdeiros. Como Gonçalo Martins, procurador de Rodrigo Afonso, era o mais velho do lugar foi ele o incumbido de informar como esses casais se dividiam (ANTT, Cot. Costa Basto -Most"de Grijó, n°6, fls.217v°-219).

87 Filha de Martim Anes de Briteiros I e de Branca Lourenço de Valadares, em 1333 o seu pai ordenou que, quando morresse, o seu irmão, Martim Anes II, dividisse com ela todos os bens (ADB, Gav. dos Coutos e

Segundo o Conde D.Pedro este casal teve descendência (ZX23B3), mas nunca se encontraram dados que o confirmassem, sendo apenas conhecidos os bastardos de Rodrigo Afonso. No entanto, a riqueza de informações do seu tesf89, feito em Évora em 1371, vem lançar luz sobre essa questão. Assim, de sua mulher teve:

VH16 - LEONOR RODRIGUES DE SOUSA que, como acabámos de

ver, foi beneficiada pelo test0 paterno com diversos bens. Não sabemos se casou.

Rodrigo Afonso teve uma barregã chamada CONSTANÇA GIL90, da qual teve, como ficou dito, os seguintes bastardos:

VH17 - GONÇALO RODRIGUES DE SOUSA, já referido a

propósito do test0 do pai, do qual beneficiou e foi nomeado executor. Em 1374, no cumprimento dessas funções, declarou os bens que seu pai deixara ao convento de S.Domingos de Évora - tudo o que possuíra em Leiria e nos seus termos - fazendo a

Lágea, no t. de Baião, ao most" de Ancede, do qual também eram ambos naturais (ANTT, Sala 25 - Most0 de

S.Domingos de Lisboa, L°27, fl.378 - doe. firmado por Dona Violante nos paços da sua honra de Gestaçô, a 22