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INDICE REMISSIVO DE FAMÍLIAS ABOIM

RT9 URRACA SANCHES

miO - RODRIGO SANCHES, figura bem conhecida da corte de D.Sancho H, seu

sobrinho, teve um filho bastardo de CONSTANÇA AFONSO DE CAMBRA:

IV7 - AFONSO RODRIGUES, omitido pelos livros de linhagens, é referido

em 1256 como "escolar de Coimbra"4, sendo depois frade franciscano e "Guardião do Convento de Lisboa"5. Em 1269 foi contemplado no test0 de Constança Sanches - irmã de seu pai e que ali o refere expressamente como sobrinho - com 6 marcos de prata e 50 lbs.6 Frequentou as cortes de D.Afonso Hl e de D.Dinis, chegando mesmo, em 1294, a fazer parte do Desembargo deste último rei7. A confiança que nele depositava o monarca - decorrente do seu estatuto de homem de religião e de parente da família

real - era também partilhada por várias figuras da Corte. A prová-lo, está

o facto de Frei Afonso Rodrigues ter sido nomeado testamenteiro por Leonor Afonso, bastarda de D.Afonso m, por Dona Constança Mendes de Sousa, ambas suas primas, e por Dom Martim Anes de Soverosa8.

IQ11 - GIL SANCHES, clérigo - efoi chus honrado clérigo que hom>e na Espanha, 4 L. VENTURA, 1992, vol.II, p.545.

5M,.V.121v°

6 ML.V. 121v° e PHGCRP.130. Já dois anos antes nos surgira associado a Dona Constança, œnfirmando uma doação que esta fez à Infanta Dona Sancha, filha de D.Afonso IH (ANTT, Ch. de DAfonso III, L°l, fl.96v°).

7 ML.V. 12 lv°. A última vez que é referido junto da corte data de 1297. quando testemunhou o pedido feito pela Rainha Santa a D.Dinis no sentido de este não legitimar os filhos do irmão, o Infante Dom Afonso de Portalegre (ANTT, Gavetas, XVJJ-7-22, doe. de 6 de Fev., publ. nas GAVETAS, vol. VU, pp.485-487).

8 Dona Leonor Afonso nomeou-o como seu único executor testamentário (ANTT, 2a Inc. - Most0 de

Alcobaça, cx.4, m°10, n°227 - doe. de 30 de Nov. de 1286, ref. naA4Z,.V.121-121v°); em 19 de Ag. de 1295 foi

a vez de Dom Martim Anes o nomear, juntamente com a mulher e a mãe ODEM, 2a Inc. - Sé de Coimbra, m°84. n°3820); finalmente, a 8 de Jan. de 1297, testemunhou o test0 de Dona Constança, que o trata por

coirmão e o nomeia testamenteiro (IDEM, Ga\>etas, 111-64 - doe. ref. na A4L.V.270v°. Estas nomeações são

o que não o impediu de ter tido por barregã a MARIA GARCIA DE SOUSA (LFlAO10;ZD5G3) - e também trovador, terá nascido nos primeiros anos do século XIQ vindo a falecer em 12369

HI12 - CONSTANÇA SANCHES, cujos dados biográficos foram recentemente

reunidos10, faleceu a 8 de Agosto de 126911.

HI13 - TERESA SANCHES, que c.c. Afonso Teles, o Velho (Vd. TELES).

HIl - D.AFONSO H, monarca entre 1211 e 1223, teve dois filhos bastardos, ambos

omitidos pelos livros de linhagens, para além de quatro filhos legítimos, fruto do seu casamento com Dona URRACA DE CASTELA, filha de Afonso Vm. Filhos legítimos:

IV1 - D.SANCHO H, rei entre 1223 e 1248, casou com Dona MÉCIA LOPES DE HARO, de quem não teve descendência.

IV2 - D.Afonso III, que segue;

IV3 - Dom FERNANDO, senhor de Serpa, foi c.c. Dona SANCHA FERNANDES DE LARA, de quem não teve filhos. No entanto, o Infante de Serpa teve um

filho bastardo, recentemente identificado:

V14 - SANCHO FERNANDES, prior de Santo Estêvão de Alfama

testemunhou, nessa qualidade, a demarcação do couto de Portel, realizada em 1 de Nov. de 126112. Desconhece-se a data da sua morte.

IV4 - Dona LEONOR, que c.c. Valdemar IH da Dinamarca.

Não sabemos se da mesma mulher, teve os bastardos seguintes:

IV5 - JOÃO AFONSO L sobre quem nada apurámos, excepto o facto de estar

9 Para a biografia de Gil Sanches, v.g. AROLIVEIRA, 1994, pp.351-352. Sobre Dona Maria Garcia, só conseguimos apurar que foi criada na fg. de Gilmonde, no j. de Faria, facto que permitiu a seu irmão, o conde Dom Gonçalo Garcia, honrar toda a %dla de Gilmonde (ANTT, Gavetas, VHI-5-8 e VTJI-54, e Inq. de D.Dinis, L°6, fl.56).

10 L. VENTURA, 1992, vol.H, pp.556-559. 11 J.AS.PIZARRO, 1995, p.184.

sepultado no Claustro do Silêncio do most0 de Alcobaça, onde uma epígrafe funerária nos informa que faleceu a 9 de Out. de 123413.

IV6 - PEDRO AFONSO L, esquecido pelos livros de linhagens e pelas crónicas, e

mesmo ausente no testamento de seu pai, como recentemente acentuou Leontina Ventura, em 1249 acompanhou o irmão na conquista de Faro14. Deve- se à autora citada a descoberta de alguns diplomas que referem este bastardo régio, e dos quais se conclui que teve uma filha, talvez bastarda:

V15 - CONSTANÇA PIRES15

rV2 - D.AFONSO HL monarca entre 1248 e 1279, e a partir do qual - segundo os critérios

acima definidos - procuraremos desenvolver mais as notícias biográficas, sobretudo as relativas aos bastardos régios16. Como é sabido, Dom Afonso, sendo ainda Infante, casou uma primeira vez com Dona MATILDE, Condessa de Bolonha, de quem não teve descendência. Em 1253, já entronizado, e ainda em vida daquela, recebeu por mulher a Dona BEATRIZ, filha natural de Afonso X de Castela. Devido a esta situação de bigamia o reino esteve sob um interdito papal, entre 1255 e 1262, levantado em Maio deste último ano, seguido pela bula Qui celestia, de Urbano IV, a qual dispensou os vários impedimentos canónicos que obstavam à legitimidade daquele segundo matrimónio17. À data desse diploma pontifício - 19 de Junho de 1262 - já tinham nascido três dos sete filhos legítimos de D.Afonso III:

VI - Dona BRANCA, nascida a 28 de Fevereiro de 1259, foi senhora das vilas de

Montemor-o-Velho, de Campo Maior e de Montalvão (por troca com a anterior), e ainda do most0 de Lorvão18. É, porém, no património e no prestígio

13 A.C.SOUSA, 1946-54, vol.I, pp.86-87.

14 H.DAVID e J. A. S.PIZARRO, 1989, p.69.

15 L.VENTURA 1992, vol.II, pp.555-556.

16 Naturalmente que, depois do recente estudo sobre a corte de D.Afonso IE (L.VENTURA, 1992), pouco se poderá acrescentar às biografias dos seus filhos, pelo que o nosso esforço se centrará mais sobre a descendência destes. Assim, a maior parte das informações que daremos, quer sobre os Infantes quer sobre a maioria dos bastardos do Bolonhês, serão sintetizadas a partir da obra acima citada.

17 L.VENTURA, 1992. vol.II, pp.526-531 - onde, para além dos dados referidos, se encontra uma biografia da Rainha Dona Beatriz.

que alcançou no reino castelhano que reside a principal singularidade biográfica desta Infanta. Com efeito, tendo acompanhado a sua mãe até Sevilha, para junto de Afonso X, este deixou-lhe, em test°, 100.000 marcos para casamento19. Provavelmente, com essa quantia adquiriu a Sancho IV o senhorio do most0 das Huelgas de Burgos, à frente do qual a encontraremos a partir de 15 de Abril de 1295 até à sua morte, ocorrida entre 15 e 25 de Abril de 1321. Ao longo desses dezasseis anos são inúmeros os does. que permitem acompanhar a sua actuação, quer a nível individual quer como senhora do most°20, destacando-se as doações feitas à Infanta por Sancho IV e por Fernando IV e, mais do que outro qualquer, o seu test0, onde se torna evidente a sua fortuna. Feito a 15 de Abril de 1321, nele deixa avultadas doações pias, contemplando também vários parentes21, vindo a falecer antes de 25 de Abril seguinte22. Está sepultada no most0 das Huelgas num belíssimo túmulo armoriado23.

V2 - D.Dinis, que segue;

V3 - Dom AFONSO, nascido a 6 de Fev. de 1263, foi senhor das vilas e dos castelos

de Portalegre, de Marvão, de Arronches, de Castelo de Vide e da Lourinhã, tendo exercido várias tenências durante os reinados de seu pai e de seu irmão24. A nota mais saliente da vida deste Infante25 terá sido o antagonismo que o opôs ao irmão, levando-o a várias situações de confronto aberto com D.Dinis em 1281, em 1287 e em 129926. O resultado mais importante desses conflitos

19 ABALLESTEROS BERETTA, 1984, p.1054.

20 A documentação das Huelgas de Burgos tem vindo a ser publicada de uma forma sistemática desde 1987 - Documentation del Monasterio de las Huelgas de Burgos (1116-1328) -já estando publicados todos os does. relativos a Dona Branca.

21 Documentation del Monasterio (...), vol.34, pp.322-333 (doc.364). Dona Branca nomeou como principal testamenteira a sua tia Dona Maria de Molina, viúva de Sancho IV de Castela; deixou 30.000 maravedis a cada uma das suas sobrinhas, filhas de Dom Afonso de Portalegre, e 10.000 para Dona Maria Ribeira, viúva do seu meio-irmão Afonso Dinis.

22 Documentation del Monasterio (...), vol.34, pp.335-337 (doc.366). 23 F.MENÉNDEZ PIDAL DE NAVASCUÉS, 1963, pp.38^0.

24 L.VENTURA, 1992, vol.II, pp.531-533. Em Agosto de 1282 foi a Bragança, juntamente com o Conde Dom Gonçalo Garcia de Sousa, receber a Infanta Dona Isabel de Aragão, acompanhando-a depois até Trancoso onde D.Dinis aguardava a Rainha (Cr. 7Reis, vol.n, p.l 1; RPINA 1945, p.20).

25 Os dados biográficos mais importantes sobre Dom Afonso de Portalegre foram já sistematizados por F.F.LOPES (1964), por B.SÁ-NOGUEIRA (1991b) e por L.VENTURA (1992, vol.fi, pp.531-534).

acabou por ser a perda do importante senhorio fronteiriço detido pelo Infante, o qual foi recuperado por D.Dinis através de escambos: em 1288, o Infante cedeu ao rei a vila de Arronches, obtendo em troca a terra de Armamar27, e em 1300 recebeu as vilas de Ourém e de Sintra, entregando Marvão e Portalegre28. Sempre derrotado, o Infante acabou por se exilar em Castela, onde o encontrámos junto de Fernando IV entre 1302 e 130629. Regressando a Portugal no ano seguinte, conhecem-se alguns diplomas desse ano expedidos pelo Infante a partir de Castelo de Vide, onde terá fixado residência30, nada se sabendo sobre a sua vida a partir de 1307. Faleceu a 2 de Novembro de 1312 e foi sepultado na ig. de S.Domingos de Lisboa em hum muymento de pedra que esta aporta do

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coro .

trabalho. De momento, interessam-nos alguns pormenores relativos ao confronto de 1281, pelas informações que nos permitem reconstituir, à data, o grupo de vassalos de Dom Afonso. Com efeito, no âmbito das pazes celebradas entre os dois irmãos, constava uma cláusula pela qual cada uma das partes nomearia 10 cavaleiros - entre estes teriam que estar, obrigatoriamente, o alferes e o mordomo de cada um - que prestariam menagem à outra pelo cumprimento das condições acordadas. Assim, pela parte do Infante, foram nomeados Vasco Pires Farinha (mordomo), Gomes Pais fda Silva] (alferes), Pêro Esteves de Tavares, Martim [Pires] de Podentes, Estêvão Gonçalves Safanhão, Martim Rodrigues Babilão, Estêvão Pires Vinagre, Gomes Lourenço de Cerveira, Rui Pais Bugalho e Rui Gil Babilão (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°l, fls.47^8v°).

27 ANTT, Ch. de D.Dinis, L°l, fl.216v°.

18 ANTT, Ch. de D.Dinis, L°3, fls.lOvMl. Se o Infante, economicamente, saiu beneficiado por estes escambos - Portalegre rendia anualmente 1200 lbs. e Ourém 800, enquanto que Sintra e Ourém rendiam, respectivamente, 3400 e 1000 Ibs. - eles significaram, na verdade, o seu afastamento político, retirando-lhe a posição estratégica que ocupava junto da fronteira, mantendo apenas Castelo de Vide e Alegrete. Dom Afonso teve ainda outrco bens, normalmente omitidos pela bibliografia. Assim, em 1278, fez um acordo com a Ordem de Avis, devidamente autorizado por seu pai: tomou de prazo da dita Ordem todos os bens que esta tinha em S.Vicente da Beira, entregando 1500 lbs. para que aquela comprasse herdamentos em Elvas, e no seu termo, e ficasse com a sua posse durante um ano, após o que os emprazaria ao Infante (ANTT, Ordem de Avis, n°87 - doe. de 14 de Set.). A estes bens se referia Dom Afonso quando, em 1307, declarou que por sua morte deveriam ser entregues à Ordem de Avis a aldeia de S.Vicente e a torre de Linhares, as quais trazia da dita Ordem (IDEM, ibidem, n°s. 302, 303 e 307 - does. datados de Castelo de Vide, a 13 de Maio, e testemunhados por Paio Soares, Aires Cabral, Estêvão Rodrigues de Moines, vassalos de Dom Afonso, e por Martim Afonso, vassalo de Afonso Sanches). Durante 33 anos teve a posse da vila de Torrão, por préstamo da Ordem de Santiago, a qual rendia anualmente 1800 lbs. (AB.C.VEIGA 1940, p.159).

29 São de há muito conhecidos os diplomas que atestam a presença de Dom Afonso na corte castelhana, entre 1302 e 1305 (F.F.LOPES, 1964, pp.211-212). Documentação mais recentemente publicada, porém, permite alongar essa presença até Julho do ano seguinte (Documentación dei Monasterio de las Huelgas de

Burgos, vol.33, pp.344-350 - doe. 195).

30 ANTT, Ordem de Avis, n°s. 302, 303 e 307. As circunstâncias em que o Infante regressou a Portugal são referidas por F.F.LOPES (1964, pp.218-219).

O Infante Dom Afonso foi c.c. Dona VIOLANTE MANUEL DE

CASTELA^2, de quem teve os seguintes filhos:

VI9 - Dom AFONSO, que segundo alguns autores foi senhor de Leiria33, faleceu solteiro.

VI10 - Dona ISABEL AFONSO DE PORTUGAL, que c.c. Dom João de

Castela (Vd. HARO).

VIU - Dona MARIA AFONSO DE PORTUGAL, que casou primeiro com

Dom Telo Afonso de Molina (Vd. TELES), e depois com Dom Fernando deHaro(Vd.HARO).

VI12 - Dona CONSTANÇA AFONSO DE PORTUGAL, que c.c. Dom

Nuno Gonçalves de Lara (Vd. LARA).

VI13 - Dona BEATRIZ AFONSO DE PORTUGAL, que c.c. Dom Pêro

Fernandes de Castro (Vd. CASTRO).

V4 - Dona MARIA AFONSO (1264-1267).

V5 - Dona SANCHA AFONSO (1264-1279). V6 - Dom VICENTE AFONSO (1268). V7 - Dom FERNANDO (1269)34.

Tal como acima afirmámos, D.Afonso IH teve diversos filhos bastardos. No entanto, e muito embora se saiba o nome de algumas das suas barregãs - ALDONÇA ANES

Era filha do Infante Dom Manuel, filho mais novo de Fernando III de Castela, e detentora dos senhorios de Elda e de Novelda, junto à fronteira castelhano-aragonesa. A união de Dom Afonso com Dona Violante era ilegal, atendendo ao grau de parentesco, e nunca foi legitimada por dispensa papal. Daí que os seus filhos fossem ilegítimos, até que D.Dinis, a 8 de Fev. de 1297. os legitimou (ANTT, Ch. de D.Dinis, L°2, fl. 126. Sobre as condições em que a legitimação foi concedida, vg. F.F.LOPES, 1964, pp.205-207).

33KÍL.V.286 eHGCRPl 121. Félix Lopes afirma que essa posse só poderia ter sucedido até 1300, data em que D.Dinis doou a vila de Leiria à Rainha Santa, sugerindo que Dom Afonso teria falecido pouco tempo antes (F.FLOPES, 1964, p.205). Quanto a nós, ou nunca teve o dito senhorio - a sua posse não está documentalmente provada - ou então perdeu-o quando acompanhou o pai no exílio para Castela, o que deve ter ocorrido nos finais de 1299. Por falecimento não foi, já que em 1302 testemunhou, juntamente com o pai, uma proclamação feita por Fernando IV de Castela contra os Lacerdas (ABENAVIDES, 1860, vol.IT). De resto, não foi esta a primeira vez que Dom Afonso esteve em Castela. Com efeito, num diploma de 1291, Sancho IV de Castela deu quitação ao bispo de Astorga por certas despesas, entre as quais se contavam 2600 mbs. relativos a dois meses que "um filho do Infante Dom Afonso de Portugal" estivera na corte castelhana, de Julho a Setembro de 1290 (M.GATBROIS DE BALLESTEROS, 1922-28, vol.UI, doc.371).

34 Sobre us poucos dados biográficos relativos a estes quatro Infantes, vg. L.VENTURA 1992, vol.JJ, pp.540-541.