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Capítulo 2.  Enquadramento 6 

2.7  Desafios, Problemas e Oportunidades 35 

Nesta secção iremos definir os desafios a atingir, bem como as dificuldades com que nos deparámos durante a realização do presente trabalho de investigação e as oportunidades inerentes à sua realização.

2.7.1 Desafios 

Os desafios a que nos propomos ao longo desta dissertação são aqueles que pensamos ser os essenciais para ser possível atingir um resultado fiável e com alguma representatividade. Por isso, os objectivos foram:

 Definir um conjunto representativo o Poucas Plataformas existentes;

o Plataformas com poucas páginas disponíveis para avaliar; o Algumas plataformas não estão ainda a operar;

 Definir os critérios de avaliação – dada a quantidade elevada de elementos que constituem os sítios web, teremos de definir qual o conjunto de critérios a avaliar em todos eles, de forma a poder ser possível obter resultados fiáveis e consistentes. Para a definição deste conjunto de critérios serão seguidas as directivas para a acessibilidade do W3C;

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 Definir as metodologias de avaliação a usar – após definirmos quais os critérios de avaliação a usar, teremos de definir qual a melhor metodologia de avaliação a usar de forma a seguir os critérios definidos;

 Escolher a ferramenta de avaliação a usar – concluída a definição dos critérios e da metodologia de avaliação, teremos de avaliar um conjunto de ferramentas que avaliem a acessibilidade dos sítios web, analisando as funcionalidades de cada uma, para posteriormente escolhermos a ferramenta mais adequada ao nosso caso;

 Atingir um conjunto de resultados estatísticos sobre os testes efectuados – após a realização dos testes aos sítios web do grupo alvo, efectuaremos um tratamento estatístico dos resultados obtidos nestes mesmos testes, de forma a criar um conjunto de resultados que representem os testes efectuados ao grupo alvo.

2.7.2 Problemas 

No decurso da realização do presente trabalho, fomos confrontados com diversas dificuldades, principalmente com a pouca bibliografia actualizada sobre o nível de acessibilidade dos conteúdos dos sítios web e das TIC em Portugal, e sobre as pessoas que directamente dependem desse mesmo nível para poderem aceder a esses conteúdos de uma forma o mais natural possível. No nosso entendimento, desta dificuldade principal advêm outras dificuldades, nomeadamente a definição dos critérios de avaliação dos sítios web e a escolha da ferramenta mais adequada para a sua realização.

1. Pouca quantidade de bibliografia actualizada: durante o percurso de pesquisa efectuado nos meios disponíveis para o efeito, deparámo-nos com uma quantidade reduzida de documentos relativos às pessoas com deficiências e ao estado da acessibilidade praticada em Portugal. Comparando com outros países, como o Reino Unido (Berthoud, R., 2006; Pridmore, A., 2006; Riddell, S., 2006), em Portugal não existe ainda uma preocupação considerável em realizar estudos estatísticos ou científicos actualizados, sobre o uso das TIC pelas pessoas com deficiências, ou sobre qual o impacto económico que estas pessoas têm na nossa economia.

A Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD) tem vindo a realizar alguns estudos e artigos sobre acessibilidade web em Portugal, que são um contributo importante para o presente trabalho. Alguns dos artigos referidos são:

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 Portuguse Web Accessibility in Electronic Public Procurement Platforms (CISTI, 2010);

 Portuguese  web  accessibility  snapshot  ‐  Status  of  The  Portuguese  Websites  Regarding Accessibility Levels (ICEIS, 2010); 

 Accessibility levels of Portuguese Enterprise websites: Equal opportunities for all?  (WEBIST, 2010); 

Foi ainda divulgado em Setembro de 2009 um estudo do Grupo de Negócio Electrónico (GNE) da APDSI intitulado “Acessibilidade Web - Ponto de Situação das Maiores Empresas Portuguesas” (APDSI, 2009);

2. Definição dos critérios de avaliação dos sítios web: actualmente existem duas versões das WCAG do W3C, nomeadamente, as WCAG 1.0 e WCAG 2.0;

No que respeita à primeira versão existem algumas críticas, o que faz com que a escolha dos critérios de avaliação dos sítios web se torne um problema, isto porque, embora as WCAG 1.0, de acordo com o W3C, enunciem todos os critérios técnicos a seguir para que o conteúdo de uma página web esteja acessível para todos os utilizadores, especialmente os que são possuidores de qualquer tipo de deficiência, estas mesmas directivas também são consideradas demasiado centradas nas tecnologias (Clark, J., 2006) e não têm, numa parte ainda considerável das situações, uma aplicação prática;

Segundo o W3C, a criação das WCAG 2.0 teve por base as WCAG 1.0ww, ou seja, para além de à partida já definirem um conjunto de critérios para tornar o conteúdo de uma página web acessível aos utilizadores possuidores de deficiências, também tiveram uma certa preocupação em relação aos utilizadores idosos, visto que com o avançar da idade estes sofrem um desgaste das suas capacidades. O W3C também salienta que esta segunda versão foi desenvolvida para ser aplicada em larga escala a diferentes tipos de tecnologias web, actualmente e no futuro, salientando também a possibilidade desta versão ser testada através de uma combinação de testes automáticos e avaliação humana;

Contudo, segundo alguns autores (Clark, J., 2006; UXPod, P., 2008), as regras e recomendações disponibilizadas pelas WCAG 2.0 não são fáceis de compreender porque estão escritas de uma forma demasiado genérica. Devido a esta dificuldade de percepção das recomendações, o grupo WCAG Samurai (Samurai, 2008b) criou uma Errata para as

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WCAG 1.0 de modo a que estas possam continuar a ser usadas, mas adaptadas à tecnologia actual;

Posto isto e visto que os critérios de avaliação dos sítios web terão por base as recomendações das directivas do W3C, iremos usar os pontos de verificação das WCAG 1.0 presentes no documento “web Content Accessibility Guidelines 1.0”, que servirão de base para todo o processo de avaliação inerente ao presente projecto de investigação, pois constituem a base regulamentar da acessibilidade do conteúdo web. Isto porque após terem sido publicadas como uma recomendação W3C em 1999, têm sido adoptadas em muitos países e por algumas organizações dentro do sector privado;

3. Escolha da ferramenta mais adequada para a realização da avaliação: durante o percurso de pesquisa efectuado nos meios disponíveis para o efeito, deparámo-nos com outro problema, nomeadamente com uma grande quantidade de ferramentas para avaliar a acessibilidade dos sítios web. Isto verifica-se porque este conjunto de ferramentas usa padrões e critérios de avaliação diversificados, daí que escolher uma que seja reconhecida pela comunidade científica (Anderson, S., 2008) e cujos critérios de avaliação sejam iguais aos por nós definidos, seja uma tarefa complicada.

2.7.3 Oportunidades 

Como a acessibilidade ainda não é um tema muito investigado a nível nacional e os procedimentos de contratação pública sofreram recentemente alteração legislativa obrigando a adopção de plataformas electrónicas de contratação, o presente trabalho dá-nos a excelente oportunidade de realizarmos um estudo teórico sobre o tema, para que nos seja possível obter um nível de conhecimento razoável sobre o mesmo, para posteriormente avaliarmos os resultados obtidos no estudo estatístico que iremos realizar. Em conjunto com outros estudos nacionais de acessibilidade web já realizados, nomeadamente dos Organismos da Administração Directa e Indirecta do Estado (Accenture, 2003), das Empresas Portuguesas (Martins, J., 2008) e das melhores PME’s portuguesas (Moura, F., 2009), a realização do presente trabalho será sem dúvida uma grande oportunidade para obter conhecimento teórico sobre uma nova temática, para realizar tarefas e apresentar resultados, que podem ter um impacto social significativo.

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Capítulo 3. Avaliação das Plataformas