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3. Capítulo III – Enquadramento metodológico

3.2. Descrição do contexto

3.2.1. Caracterização do agrupamento.

O Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão situa-se na região de Azeitão, pertencente ao concelho de Setúbal e que possui duas freguesias: S. Lourenço e S. Simão. Este agrupamento é, atualmente, constituído por sete estabelecimentos de ensino: Escola Básica 2.3. de Azeitão; EB1 de Casal de Bolinhos; EB1 com Jardim de

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Infância de Brejos do Clérigo; EB1 de Vendas de Azeitão; EB1 de Vila Fresca de Azeitão; EB1 de Vila Nogueira de Azeitão e EB1 com Jardim de Infância da Brejoeira.

A sede do Agrupamento localiza-se na Escola Básica 2.3. de Azeitão, na localidade de Vila Nogueira de Azeitão, freguesia de São Lourenço. Nesta freguesia, estão também sediadas as escolas básicas de Vila Nogueira, de Casal de Bolinhos e da Brejoeira. Já na freguesia de S. Simão, situam-se as escolas básicas de Vendas, de Vila Fresca e de Brejos do Clérigo.

3.2.2. Caracterização da Escola Básica da Brejoeira.

A Escola Básica de 1.º Ciclo e Jardim-de-infância da Brejoeira é uma escola recente (em funcionamento desde o ano letivo de 2009/2010) e oferece espaços variados. Assim, a escola possui biblioteca, sala de computadores, auditório e camarim, régie, sala de Expressão Plástica, sala de apoio educativo, centro de apoio à multideficiência, ginásio e refeitório, para além de muitos espaços exteriores como campos de jogos, zonas de escorregas e zonas de recreio exclusivas das salas de pré-escolar.

A escola possui três salas de pré-escolar (A, B e C), cada uma com 25 crianças e 13 turmas de 1.º CEB: quatro turmas de 1º ano (26 alunos cada); uma turma de 2.º ano (26 alunos); uma turma de 1.º/2.º ano (26 alunos); duas turmas de 3.º ano (26 e 20 alunos); duas turmas de 3.º/4.º ano (26 e 24 alunos); e três turmas de 4.º ano (20, 24 e 26 alunos).

Desta forma, a escola alberga um total de 397 alunos, entre crianças do pré- escolar e do 1.º CEB. Destas crianças, 93 necessitam de auxílios económicos.

3.2.3. Caracterização da turma.

A turma do 3.º A é composta por 26 alunos, dos quais 10 são raparigas e 16 são rapazes. A nível etário, no início do ano letivo, todas as crianças tinham 8 anos.

A professora cooperante tem vindo a acompanhar a turma desde o 1.º ano, à exceção de sete alunos que foram transferidos este ano para este grupo.

Apesar de ser uma turma de 3.º ano, um dos alunos está matriculado no 2.º ano, embora, segundo a professora cooperante, esteja ao nível do 1.º ano. Uma das alunas só está presente na sala 1 hora por dia, já que é acompanhada pela Unidade de Apoio à Multideficiência existente na escola, devido a um atraso profundo no seu desenvolvimento global.

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Três alunos não têm naturalidade portuguesa, sendo dois deles Moldavos e um Colombiano.

A maioria dos alunos frequenta as Atividades de Enriquecimento Curricular, à exceção de três alunos.

A nível socioeconómico, os alunos são provenientes de diversos extratos sociais e culturais. Dez dos alunos beneficiam de auxílios económicos, sendo cinco deles abrangidos pelo escalão A e os restantes cinco abrangidos pelo escalão B.

Quanto às habilitações académicas dos pais e encarregados de educação, a maioria concluiu o ensino secundário e oito possuem habilitações académicas de nível superior.

3.2.4. Implicação da investigadora.

O meu papel nesta turma foi o de professora estagiária, de segunda a quarta-feira, durante 10 semanas, em conjunto com a minha parceira de estágio. Assim sendo, embora assumisse alguma responsabilidade pela turma durante os dias de estágio, as decisões, quer de organização do tempo e espaço, quer dos conteúdos a desenvolver, foram sempre tomadas consultando a professora titular e em conjunto com a minha parceira de estágio. Mesmo considerando que tive a responsabilidade da turma durante três dias por semana (com a minha parceira de estágio), esta responsabilidade foi parcial, já que apenas envolveu as atividades letivas e não as outras responsabilidades da professora titular, como sejam as responsabilidades de escola (reuniões, projetos a nível de escola, etc.), o atendimento às famílias ou a avaliação dos alunos. A professora esteve sempre presente na sala, ainda que sem intervir diretamente, e foi tratando destas outras responsabilidades.

A minha parceira de estágio esteve também a desenvolver o seu projeto, pelo que a gestão do tempo destinado aos nossos projetos foi acordado entre nós e também com a professora titular, de modo a cumprir o seu plano. Dada a natureza do meu projeto, e a necessidade de trabalhar com um grupo de cada vez num ambiente resguardado de ruído, a minha parceira de estágio ficou várias vezes com a restante turma em sala de aula, desenvolvendo outras atividades planificadas em conjunto.

É de referir que a professora titular da turma nos acolheu com naturalidade na sua turma e que também os alunos o fizeram, aceitando-nos como novas professoras na sua

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sala e respeitando-nos como tal. Já não é a primeira vez que esta turma recebe estagiárias, pelo que já estavam preparados para esta situação.

Senti-me, assim, perfeitamente enquadrada no contexto e compreendi que os alunos também o sentiram. Ainda assim, a verdade é que sempre soubemos que eu era uma estagiária, estando pouco tempo com a turma e, para além disso, com um projeto para desenvolver.

Tive, portanto, um duplo papel, de estagiária e de investigadora. Assim, como não poderia deixar de ser, fui uma observadora participante, recolhendo informações para o meu projeto a partir das minhas observações em atividades que eu própria criei e dinamizei. Como referem Bogdan e Biklen (1994), a proporção entre observação e participação não é equivalente ao longo de todo o estudo, sendo que, usualmente, o investigador começa por observar mais, ficando de fora e esperando que o aceitem, o que aconteceu comigo na primeira semana de estágio (semana de observação). Para os mesmos autores, à medida que as relações se desenvolvem, o investigador vai participando mais, o que também foi verdadeiro para o meu caso. Aliás, comecei com atividades mais globais, com toda a turma (excluindo os testes de avaliação diagnóstica), criando uma relação de maior aproximação e aceitação com as crianças, após o que passei para o trabalho individualizado com os grupos, numa altura em que já me conheciam e já se sentiam à vontade comigo.

Para Bogdan eà Bikle à ,à à e ess ioà al ula à aà ua tidadeà o etaà deà participação e o modo como se deve participar, tendo em mente o estudo que se propôs ela o a à p.à .àNoàe ta to,àdadasàasà a a te ísti asàdaàsituaç oàe à ueàesteàestudoà foi desenvolvido (estágio curricular), eu, enquanto investigadora, situo-me no interior do processo em que o mesmo decorre. Todavia,àeà o oà efe eàála oà ,à todoàoà professor verdadeiramente merecedor deste nome é, no seu fundo, um investigador e a sua investigação tem í ti aà elaç oà o à aà suaà fu ç oà deà p ofesso à p.à .à U à professor, idealmente, estará realmente em constante investigação, já que se questionará sobre as suas decisões educativas e experimentará e refletirá sobre diferentes práticas, com o objetivo de melhorar a sua própria prática profissional e proporcionar maiores aprendizagens aos seus alunos. Assim, a minha situação, ainda que mais formal, não é de todo díspar da realidade que deverá ser a de todos os

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professores, mesmo considerando ter sido desenvolvida ao abrigo de um estágio e não com uma turma sob minha responsabilidade efetiva.

3.3. Dispositivos e procedimentos de recolha e análise da informação