• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 2 Fundamentação Teórica

2.3 Efeitos da Ginástica laboral: Qualidade e Desempenho

2.3.2 Desempenho

De acordo com Fielding e Knight (1992), os patrões citam um número de razões para implementar os programas de atividades físicas dos empregados, incluindo a melhoria na saúde do empregado, moderação no aumento de custos com cuidado a saúde, melhoria na produtividade do empregado, redução do absenteísmo e melhoria na qualidade de organização para recrutar e manter os empregados.

Gebahrdt e Crump (1990, 262), relatam nos seus estudos que os programas de bem estar e aptidão física realizados no lugar de trabalho, tem se tornado uma parte integral das estratégias da corporação para redução dos custos com cuidados com a saúde, melhoria do humor do trabalhador, diminuição do absenteísmo, e melhoria do comportamento estão associados com o aumento da produtividade do trabalhador.

Dentro deste cenário, uma das modalidades que vem recebendo atenção diferenciada é a melhoria da qualidade de vida.

Bispo (2003), revela que em recente pesquisa realizada pela Deloitte Touche Tohmatsu revelou que mais de 70% das empresas do Brasil possuem algum tipo de

programa voltado para a qualidade de vida. No trabalho intitulado "Benchmarking de Gestão do Capital Humano", a ginástica laboral aparece em segundo lugar na preferência dos empresários, com 57,97%, perdendo apenas para cursos e palestras que atingiram 82,61%. Em terceiro lugar veio o acompanhamento ergométrico (52,17%), seguido de dias para visita dos filhos (47,8%), consultas nutricionais (40)%, horário flexível (31,8%) e academia de ginástica (27,5%).

Outra experiência ainda relatada por Bispo (2003), ocorre na Alcoa Alumínio S. A, que pautada nesta visão vem concretizando desde 1995, o Programa de qualidade de vida denominado de Viva Vida – que está servindo de modelo para outros países que têm unidades da empresa como Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela. Este programa que atua, dentre outras, nas áreas de saúde, esportes e lazer, tem alcançado resultados expressivos junto aos cinco mil funcionários que atuam no Brasil. Resultados como redução no número de fumantes, queda no índice de hipertensos e o aumento de praticantes de atividades físicas de maneira regular. Verifica-se então, nestes programas as mudanças e hábitos e qualidade de vida desses funcionários, proporcionando para a empresa melhor qualidade e produtividade nos serviços prestados.

Bispo (2003) revela ainda que outros estudos verificam que a K3 Laboral Fitness - empresa especializada em promover o bem-estar organizacional, realizou uma pesquisa junto a 1.200 funcionários que atuavam em cinco empresas de médio/grande portes e que adotavam aulas de ginástica laboral. O resultado apontou que a produtividade dessas companhias aumentou, enquanto o número de funcionários afastados por lesões caiu em 40%. Com relação aos colaboradores, os dados revelaram que 95% dos entrevistados sentem-se mais dispostos, 60% tiveram suas dores reduzidas e 89% perceberam melhoras na postura.

Assim, os programas de ginástica na empresa têm assumido na atualidade um papel de grande relevância dentro da estrutura organizacional e de gerenciamento de recursos humanos. Investir em programas de qualidade significa a preocupação com os custos e benefícios de um programa de qualidade. Slack (1990), revela que estudos como o de Philip B. Crosby já sugeria que muitas organizações não sabiam quanto gastam em qualidade, seja na recuperação do erro ou realização do certo. Crosby procurou destacar os custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu livro Quality is free, no qual apresentou um programa de zero defeito que acreditava poder reduzir o custo total da qualidade. Recentes trabalhos acadêmicos demonstram uma

preocupação em investigar programas de qualidade em relação a prevenção de doenças ocupacionais.

Barcelos (2000), acompanhou um programa de ginástica laboral nos funcionários do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na percepção corporal, fazendo com que os funcionários adotassem posturas mais adequadas.

Santos (2000) pesquisou os funcionários de um supermercado de Florianópolis e concluiu que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica laboral foram: uma melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento do clima de amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e comprometidos com a empresa.

Para Proteção (apud Maciel, 2001,32) outras empresas como Dana-Albarus em Gravataí, a eletrônica Selenium em Santa Rita, Iochpe-Maxion em Canoas, todas no estado do Rio Grande do Sul, implantaram o programa de ginástica laboral pautadas pelo seguinte motivo – altos índices de acidentes e afastamentos do trabalho, assim como para aumentar o nível de entusiasmo dos funcionários. A Dana-Albarus após três meses de implantação detectou uma redução de 72% em seus acidentes. Na Selenium, em seis meses de implantação do programa, houve uma redução no índice de absenteísmo em 38%, os acidentes caíram em 86,67% e 64% dos funcionários afirmaram que as dores diminuíram após a ginástica e, ainda, 57% apontaram a melhoria no relacionamento entre os colegas. O engenheiro de segurança da Iochpe-Maxion revelou que os funcionários ficaram menos tensos e mais motivados para o trabalho depois da implantação do programa.

De acordo com recentes pesquisas acadêmicas desenvolvidas por Cañete (1996), Martins (2000), Maciel (2001) e Longen (2003) os principais benefícios relatados que a ginástica laboral pode proporcionar para as empresas são:

x Aumento da produtividade;

x Diminuição da incidência de doenças ocupacionais; x Menores gastos com despesas médicas;

x Marketing social;

x Redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários;

x Redução dos números de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais espertos e motivados.

Verificam-se ainda, nos estudos dos autores acima mencionados, os seguintes efeitos proporcionados aos trabalhadores por um programa de ginástica laboral:

x Melhoria da auto-imagem; x Redução das dores;

x Redução de estresse e alívio das tensões; x Melhoria do relacionamento interpessoal;

x Aumento da resistência da fadiga central e periférica; x Aumento da disposição e motivação para o trabalho; x Melhoria da saúde física, mental e espiritual;

Tais benefícios são vistos por Cañete (1996) como condicionantes de um trabalho realizado por profissionais responsáveis, competentes, que tenham uma consciência e postura ética digna. Este pensamento é complementado por Targa apud Maciel (2001,34) quando diz que a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do profissional que a conduza, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou, se cair em mão incompetentes poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais irreparáveis.

Documentos relacionados