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Avaliação de programa de ginástica laboral e desempenho funcional: um estudo em empresa distribuidora de energia elétrica

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

ELÉTRICA.

por

LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA

EDUCAÇÃO FÍSICA -UFPE

TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DEZEMBRO, 2003

© 2003 LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA TODOS DIREITOS RESERVADOS.

O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.

Assinatura do Autor: ______________________________________________ APROVADO POR:

______________________________________________________________ Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D. Sc. - Orientador, Presidente

______________________________________________________________ .Prof. Veder Ralfh Medeiros D. Sc.– Membro Examinador

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Divisão de Serviços Técnicos.

Catalogação da publicação: UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Pereira, Lígia Souza de Santana.

Avaliação de programa de ginástica laboral: um estudo em empresa distribuidora de energia elétrica/Lígia Souza de Santana Pereira – Natal/RN,

Tese (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

1.Ergonomia. 2. Ginástica Laboral. 3. Desempenho Funcional - Tese. 4. Engenharia de Produção - Tese. I. Ramos, Rubens Eugênio Barreto II. Título

RN/UF/BCZM

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SOBRE A AUTORA

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Engenharia de ProduçãoPEP da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, pela oportunidade de desenvolver este trabalho.

A Direção da Companhia Energética do Estado do Rio Grande do Norte (COSERN) pelo espaço concedido, e aos seus funcionários pela valiosa contribuição nas respostas dos questionários, sem os mesmos não seria possível a realização da pesquisa de campo.

Ao Prof. Julio César de Andrade Neto, diretor da Escola Agrícola de Jundiaí, por ter possibilitado a continuidade e qualificação docente da sua equipe de trabalho.

Ao Prof. Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos, orientador e coordenador do Programa de Engenharia de Produção, pelos preciosos ensinamentos durante todo o Mestrado e pelas experiências que me foram oportunizadas.

AoProf. Dr. Veder Ralfh Medeiros, co-orientador, pela leitura e crítica da construção deste trabalho.

AosProfessores Sérgio Marques e Marcos Lacerda, pela paciência em nos ouvir, atenção e dicas dadas durante a construção deste trabalho.

Aos Colegas de turma e em especial ao Grupo Todynho, pelo companheirismo e solidariedade vividos durante este Mestrado.

A companheira de luta Ângela Márcia Maronez Chiamenti, pelo apoio e incentivo dado na construção deste trabalho.

Aos companheiros de Jundiaí e em destaque ao casal Rose e Harim, incentivadores pelo ingresso e ajuda na concretização deste mestrado.

Aos companheiros e amigos Márcia e Welson, pelas valiosas discussões, leituras e re-leituras na construção deste trabalho.

Às Secretárias Cleide e Janete do Programa de Engenharia de Produção, pela atenção e pelos serviços de qualidade prestados.

Aos demais Professores do Programa de Engenharia de Produção, pelos importantes ensinamentos e direcionamentos passados durante o curso.

Aamiga e comadre Ana, pela constante preocupação, leitura e sugestões na fundamentação teórica deste trabalho.

Aosmeus pais e irmã Geny, pelo apoio e incentivo quando muitas vezes precisei que ficasse com minhas filhas para melhor me dedicar aos estudos.

(7)

ADeus, meu maior agradecimento, pelas oportunidades de grandes realizações e por todos os dias de minha vida, dando-me saúde, capacidade e força para lutar.

(8)

Resumo da Tese apresentada a UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA.

LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA

Dezembro/2003

Orientador: Prof.Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção

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Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to the degree of Master of Science in Production Engineering

December/2003

Thesis Supervisor: Rubens Eugênio Barreto Ramos Program: Master of Science in Production Engineering

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INDICE

RESUMO ABSTRAT

ÍNDICE DE FIGURAS ÍNDICE DE TABELAS

ÏNDICE DE ABREVIATURAS

Capítulo 1 Introdução ...1

1.1 Contextualização ...1

1.2 Relevância ...3

1.3 Objetivo ...5

1.4 Metodologia...5

1.5 Estrutura do Trabalho ...5

Capítulo 2 Fundamentação Teórica...7

2.1 Ergonomia ...7

2.1.1 Histórico e Conceito ...7

2.1.2 Postura e Movimento...10

2.2 Ginástica Laboral...11

2.2.1 Histórico ...12

2.2.2 Conceito...13

2.2.3 A Ginástica Laboral: importância e classificação ... 14

2.3 Efeitos da Ginástica laboral: Qualidade e Desempenho...16

2.3.1 Qualidade ...17

2.3.2 Desempenho...19

(11)

2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho ...24

2.5.1 Motivação ...25

2.5.2 Fadiga ...25

2.5.3 Estresse ...26

2.6 Estilo de Vida. ...27

2.6.1 Alcoolismo...27

2.6.2 Tabagismo...28

2.6.3 Lazer e Recreação...29

2.6.4 Alimentação...29

2.6.5 Atividade Física...30

2.6.6 Sedentarismo...32

2.6.7 Saúde...33

2.6.8 Sono ...34

2.7 Síntese da fundamentação teórica ...35

Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo...37

3.1 Tipologia da Pesquisa...37

3.2 População ...38

3.3 Instrumento de Coleta de Dados...38

3.4 Coleta de Dados...44

3.5 Técnicas de Análise...44

3.5.1 Análise Descritiva e Exploratória...44

3.5.2 Análise Multivariada ...45

3.5.3 Teste Qui-Quadrado...45

3.5.4 Análise de Regressão Linear Múltipla...46

3.6 Idéias Finais...47

(12)

4.1 Análise-Crítica da Pesquisa...49

4.1.1 Análise dos Respondentes...49

4.1.2 Análise do Instrumento de Pesquisa ...49

4.2 Análise Descritiva ...50

4.2.1 Perfil dos Entrevistados...51

4.3 Resultados da Análise de Cluster ...57

4.4 Resultados do Teste Qui-Quadrado...60

4.5 Resultados da Regressão Linear Múltipla ...66

4.6 Conclusão das Análises Estatísticas ...69

4.7 Percepção dos dirigentes e staff técnico do programa...70

4.71.Perfil dos dirigentes...74

Capítulo 5 Análise, Limitações, Direções, Conclusões e Recomendações...75

5.1 Pesquisa Bibliográfica ...75

5.2 Resultados da Pesquisa...76

5.3 Análise Crítica do Trabalho...77

5.4 Limitações do Trabalho...78

5.5 Direções de Pesquisa ...79

5.6 Recomendações ...79

5.7 Conclusão ...79

(13)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Sistema da Qualidade Total ...19

Figura 2.2 – Esquema de Avaliação da Ginástica Laboral...36

Figura 4.1 – Distribuição da população por categoria funcional ...51

Figura 4.2 – Distribuição das horas diárias trabalhadas...52

Figura 4.3 – Distribuição da população por tempo de serviço na função ...53

Figura 4.4 – Distribuição da população por tempo de participação no programa...54

Figura 4.5 - Distribuição da população por faixa etária ...54

Figura 4.6 – Distribuição dos participantes fumantes ...55

Figura 4.7 – Distribuição comparativa por nível de escolaridade...56

Figura 4.8 – Distribuição da população segundo gênero ...57

Figura 4.9- Representação dos clusters 1 e 2 ...57

(14)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco 1: considerações iniciais...40

Tabela 3.2 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa ...40

Tabela 3.3 - Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral ...41

Tabela 3.4 - Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional...41

Tabela 3.5 - Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do entrevistado ...42

Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 1: considerações iniciais...42

Tabela 3.7 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 2: implantação do programa.42 Tabela 3.8 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 3:benefícios da gin. laboral ...43

Tabela 3.9 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 4: desempenho funcional ...43

Tabela 3.10 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 5: perfil do dirigente...43

Tabela 4.1 – Análise Variância das variáveis significantes na formação dos clusters...59

Tabela 4. 2 – Resultado do teste qui-quadrado...61

Tabela 4.3a – Freqüência observadas...62

Tabela 4.3b – Freqüência esperadas...62

Tabela 4.4a - Freqüência observadas (mudança na alimentação) ...63

Tabela 4.4b – Freqüência esperadas (mudança na alimentação)...63

Tabela 4.5a -Freqüência observadas (mudança no lazer)...64

Tabela 4.5b - Freqüência esperadas (mudança no lazer)...64

Tabela 4.6a – Freqüência observadas (mudança no nível de estresse)...65

Tabela 4.6b – Freqüência esperadas (mudança no nível de estresse) ...65

Tabela 4.7 – Análise de variância para regressão ...66

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS

COSERN - Companhia Energética do Rio Grande do Norte DF - Distrito Federal

DME - Distúrbio Músculo-Esquelético

DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho LER - Lesão por Esforço Repetitivo

OMS - Organização Mundial da Saúde PGE - Programa de Ginástica na Empresa

RSM - Departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI - Serviço Social da Indústria

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Capítulo 1

Introdução

Este trabalho realiza uma análise de um programa de ginástica laboral com ênfase no desempenho funcional e mudanças pessoais do trabalhador. Este estudo teve como foco funcionários administrativos e operacionais de uma empresa de energia elétrica, que tem implantado o programa de ginástica laboral, o que o caracterizou como um estudo de caso.

Neste capítulo apresentamos uma contextualização acerca do tema desta pesquisa, os objetivos, a metodologia geral, a relevância e a estrutura organizacional do trabalho.

1.1 Contextualização

As atuais transformações no mundo do trabalho e os impactos da reestruturação produtiva parecem ter aumentado as proporções das implicações sobre a saúde dos trabalhadores, ampliando e tornando mais complexa a avaliação dos sintomas de dor, desconforto físico e psicológico. Segundo Cruz (2001), com a evolução tecnológica, e segundo recentes estudos, são observadas novas implementações ergonômicas que vêm acontecendo nos postos de trabalho. Porém, se não existirem as devidas orientações para o uso adequado desses equipamentos e, conseqüentemente, se os trabalhadores não estiverem fazendo uso dos mesmos de forma adequada, possivelmente, estas tecnologias não produzirão o efeito esperado.

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investimento na saúde e qualidade de vida do profissional. Isto associado aos objetivos de crescimento da empresa ou indústria, garantindo, em conseqüência disso, qualidade dos produtos e/ou da prestação de serviços.

Investimentos na aquisição de equipamentos e maquinários adequados ao serviço podem facilitar o manuseio dos mesmos pelos funcionários. Uma melhor adequação da estrutura física e do ambiente de trabalho às necessidades da empresa moderna também seria elemento relevante para assegurar uma maior qualidade no desempenho de seus trabalhadores, desta forma investimentos em treinamentos, em programas de conscientização, prevenção de riscos, acidentes e doenças ocupacionais ainda apresentariam uma preocupação da empresa com o desenvolvimento pessoal do indivíduo, levando-o, por conseguinte, a uma interação positiva com aquela.

As condições de trabalho podem ser caracterizadas como os meios pelos quais os trabalhadores desenvolvem suas atividades, não importando quais sejam elas, porém são elas que irão determinar o sucesso ou insucesso da produtividade, assim como o bem-estar do trabalhador. Pensando no conforto físico e mental do trabalhador, algumas empresas de diferentes áreas de serviço, vem adotando Programas de Prevenção a Doenças Ocupacionais.

Contudo, pesquisas acadêmicas, tais quais a de Cañete (1996) e Longen (2003), dentre outras, apontam que uma grande incidência dos problemas relacionados aos desequilíbrios posturais ainda serem muito freqüentes e recomendam, então, que os profissionais da área de saúde laboral orientem à população trabalhadora para um programa de educação postural, que tenha por objetivos uma maior conscientização corporal, prevenindo doenças ocupacionais, evidenciando uma compensação aos desequilíbrios do corpo e promovendo, ainda, a aquisição do hábito do exercício físico regular como uma rotina salutar.

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Existem diversas razões para a ocorrência da LER/DORT, que acontece de forma diferenciada de indivíduo para indivíduo. Além disto, para cada categoria profissional, devido às suas especificidades e características, haverá diferenciadas causas para a ocorrência das mesmas, partindo da intensidade do trabalho, da postura adotada na realização das atividades como também do ritmo exigido pelo trabalho. Devido a essas exigências, alguns trabalhadores são mais suscetíveis a doenças ocupacionais que outros.

Dessa maneira, segundo Iida (1990) e Martins (2001), nos setores em que se exige, por exemplo, uma longa permanência do indivíduo numa mesma postura - seja ela em pé ou sentada – fará com que ele, naturalmente, passe a adotar atitudes corporais que lhe pareça mais confortáveis, mas que nem sempre são as ideais ou biomecanicamente adequadas para o desenvolvimento de determinadas atividades, ocasionando, então, a ocorrência de dores musculares. Estas, no início, podem até passar desapercebidas, porém, com o tempo, tendem a aumentar, podendo tornar-se motivos para problemas simples, como um pequeno mau humor ou uma rápida indisposição ao trabalho; ou extremos como o afastamento do trabalho e, até mesmo, a incapacidade funcional.

1.2 Relevância

Sabe-se que nas grandes capitais do eixo sul-sudeste do Brasil, empresas como, Volkswagen de São Carlos/SP, Dana-Albarus/RS, Selenium/RS, etc, vêm cada vez mais investindo em capacitação (através de cursos de atualização e treinamentos), incentivando a continuidade dos estudos, oferecendo palestras, cursos sobre cuidados com a saúde, enfim, investindo no capital humano. Isto irá influenciar diretamente na saúde da empresa, pois o bem-estar proporcionado ao trabalhador influenciará, de forma direta ou indireta, no bom atendimento prestado aos usuários dos serviços oferecidos pela companhia. Em suma: todos saem ganhando.

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condição de competitividade com outras empresas do ramo. Tudo isso irá refletir no melhor atendimento ao cliente, ao consumidor.

Outro exemplo ao qual outras empresas podem se espelhar está na iniciativa do Serviço Social da Indústria/DF, que iniciou desde 1997 o Programa de Ginástica na Empresa – PGE, que tem por objetivo promover a saúde e a qualidade de vida no local de trabalho, fundamentado em vários benefícios, dentre eles a prevenção da saúde ocupacional e do estresse; melhoria do rendimento funcional; redução de acidentes do trabalho; diminuição dos gastos com despesas médicas; melhoria das relações humanas e de trabalho; e, o aumento da produtividade.

Considera-se a Ginástica Laboral como uma atividade física que visa principalmente a saúde do trabalhador e deve ser realizada através de sessões que variam de 10 a 15 minutos, antes, durante ou depois da jornada de trabalho, onde serão realizados movimentos simples, que priorizem os alongamento de pescoço, braços e musculatura das costas, isto é, a(s) parte(s), no indivíduo, que está(ão) mais comprometida(s) na ação exercida pelos trabalhadores que desenvolvem as suas atividades no campo ou no escritório.

São propostos, então, exercícios específicos de acordo com a prescrição sugerida pelo avaliador, de forma planejada para que haja um desenvolvimento evolutivo orientado e supervisionado para a obtenção de resultados satisfatórios. Assim, os exercícios programados devem buscar a contração muscular antagonista àquela ação exigida durante o trabalho, provocando assim um alongamento e relaxamento da parte comprometida.

Pode-se verificar tal afirmação nas experiências realizadas nas empresas automobilísticas como é o caso da Empresa Volkswagen de São Carlos-SP que adotou o Programa de Ginástica na Empresa desde o início de 1998. A Volks, segundo depoimento do diretor local da regional do Sesi São Carlos/SP, “aderiu ao Programa como forma preventiva para possíveis casos de LER e também para melhoria da qualidade no ambiente de trabalho” (Revista CIPA, 1999).

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1.3 Objetivo

Analisar a influência do Programa de Ginástica Laboral no desempenho funcional e mudanças pessoais dos funcionários de diferentes categorias.

1.4 Metodologia

Inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica, feita a partir da leitura de periódicos nacionais e internacionais, livros e artigos publicados em revistas científicas ou disponíveis na Internet através de bases de dados e sites, onde se procurou focar a ergonomia, principalmente, a ginástica laboral, os fatores de desempenho no trabalho e os elementos que formam o estilo de vida do trabalhador.

Realizou-se um estudo de campo, utilizando-se como recurso de coleta de dados dois questionários estruturados, envolvendo os funcionários e dirigentes, com questões dicotômicas e perguntas fechadas aos quais os respondentes preenchiam sob a orientação da pesquisadora.

Para análise de dados, foram utilizados procedimentos de estatística descritiva e exploratória, a análise multivariada, o teste qui-quadrado e a análise de regressão múltipla. Realizou se também uma análise da percepção dos dirigentes em relação à visão dos participantes do programa de ginástica laboral.

1.5 Estrutura do Trabalho

O presente estudo foi dividido em cinco capítulos assim distribuídos:

O Capítulo 1 apresenta aspectos introdutórios sobre a problemática do assunto, contendo a relevância, objetivo, metodologia, e a estrutura geral do trabalho.

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verificados em relato de experiência já vivenciado por outras empresas em diferentes estados federativos. Finaliza este capítulo apresentando os aspectos emocionais e estilo de vida presentes no cotidiano do trabalhador, bem como o seu desempenho no trabalho.

O Capítulo 3 retrata os procedimentos metodológicos desenvolvidos no trabalho, são definidos a caracterização da pesquisa, a população alvo, os instrumentos de pesquisa adotados, a coleta de dados e a análise dos resultados encontrados na pesquisa.

O Capítulo 4 descreve os resultados e promove discussões; é onde se realiza uma análise crítica quanto ao objetivo e metodologia da pesquisa. Versa ainda sobre a análise dos resultados encontrados na aplicação do instrumento de pesquisa, através de gráficos, e tabelas para proporcionar ao leitor uma melhor compreensão sobre a análise dos resultados obtidos na pesquisa.

O Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho com um resumo da revisão teórica, a análise crítica, limitação encontrada, direções de futuras pesquisas e recomendações a partir dos resultados encontrados.

Ao final são apresentados os anexos, contendo os instrumentos de pesquisa utilizados, gráficos da análise descritiva, gráfico e tabela da análise de clusters, tabelas do teste qui-quadrado e a matriz de correlação.

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Capítulo 2

Fundamentação Teórica

Este capítulo tem como objetivo apresentar o referencial teórico pesquisado, iniciando com o contexto histórico do surgimento da ergonomia, seus conceitos segundo diferentes estudiosos até os dias atuais. Aborda sobre a ginástica laboral, seus objetivos, importância e benefícios para o homem e para a empresa. Desenvolve algumas idéias sobre os fatores que interferem no desempenho do trabalhador no trabalho e finaliza com um conjunto de elementos que compõem o estilo de vida do homem.

2.1 Ergonomia

O termo Ergonomia de origem grega - ergo (trabalho) e nomos (regras) - apresenta o

mesmo sentido nos Estados Unidos como humans factors (fatores humanos) é o conjunto

de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia (Wisner, 1972).

2.1.1 Histórico e Conceito

Inicia-se este capítulo historiando a Ergonomia e sua importância na vida do homem, apresentando alguns conceitos e definições segundo a visão de alguns estudiosos e pesquisadores.

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anos depois em 12 de julho de 1949 - data oficial - que um grupo de cientistas e pesquisadores se reuniram na Inglaterra, pela primeira vez para discutirem e formalizarem a existência de um novo rumo de aplicação de caráter interdisciplinar da ciência (Iida, 1995). Com a criação da primeira Sociedade de Ergonomia – a “Ergonomic Reseach Society” - no início dos anos 50, na Inglaterra, fisiologistas, psicólogos e engenheiros se

reuniram para realizarem estudos e pesquisas sobre a adaptação do homem ao trabalho. Outros estudos com novos enfoques foram feitos por outros países da Europa (Alemanha, França e países escandinavos) e pelos Estados Unidos, a partir da revolução industrial, onde surgiram modernas fábricas que apresentavam intensa jornada de trabalho, um ambiente sujo, barulho forte, funcionários sem direito a férias e viviam em regime de semi-escravidão imposto com autoritarismo pelos empresários (Iida, 1995).

Com a preocupação de contribuir nas discussões da problemática da ciência e da tecnologia e na prática das questões físicas e de percepção aplicáveis a produtos, equipamentos e postos de trabalho é que a ergonomia se desenvolveu em numerosos países industrializados e em vias de desenvolvimento.

Hoje, a ergonomia já se difundiu por todos os paises do mundo através das leis e normas regulamentadoras, como também muitas instituições de ensino e pesquisa vêm realizando estudos neste campo de atuação especificamente. A Norma Regulamentadora 17 que trata da Ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (Brasil, 2000).

Os resultados e discussões sobre estas normas são apresentados em eventos de caráter nacionais e internacionais. É notório que tais estudos e pesquisas vêm contribuindo de maneira significativa na redução do sofrimento dos trabalhadores das industriais, comércio e empresas, quanto às doenças ocupacionais, estresse, na melhoria da produtividade e elevação do nível de desempenho e condição geral de vida.

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No XXIV Congresso de Ergonomia realizado em Paris em 1988 a ciência foi definida pelo Conselho da Sociedade de Ergonomia da França mediante o seguinte enfoque:

Pelos seus métodos e etapas, a ergonomia permite uma nova percepção do funcionamento de uma empresa, a partir da compensação do trabalho do homem. Esta compreensão é necessária para conceber as situações nas quais o operador tem domínio: - para seu equilíbrio físico, mental e psíquico e para uma melhoria do sistema”.

Entende-se nessa definição uma relação entre o trabalho realizado pelo homem, envolvendo os aspectos físicos, intelectuais e psicológicos, com a melhoria do sistema.

Laville (1977, 6), afirma que “a ergonomia pode ser considerada como um conjunto de conhecimentos interdisciplinares”.

Para Wisner (1987,83) por sua vez, a ergonomia é um conjunto de conhecimentos necessários para conceber os instrumentos, as máquinas e dispositivos de tal forma que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficiência, pelo trabalhador. Este autor (1987,77) afirma que a ergonomia tem pelo menos duas finalidades: o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e a concepção e o funcionamento satisfatórios do sistema técnico do ponto de vista da produção e da segurança.

Pode também ser entendida como a ciência que procura configurar, planejar, adaptar o trabalho ao homem, respondendo questões levantadas em condições de trabalho insatisfatórias (Dul & Weerdmeester, 1995; Iida, 1993; Montmollin, 1995). Percebe-se assim que a ergonomia tem por objetivo adaptar o trabalho ao homem, bem como melhorar as condições de trabalho e as relações homem-máquina.

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2.1.2 Postura e movimento

Nas pesquisas sobre a ergonomia, tem sido de fundamental importância o estudo sobre as posições adotadas pelo trabalhador na execução de suas atividades de rotina, uma vez que as posturas para a realização do trabalho, as posturas oriundas de fatores externos ao bom desempenho da atividade, tais como os provocado por inadequação do mobiliário, e alguns vícios posturais são considerados como responsáveis pelo desgaste físico do trabalhador (Grandjean, 1998).

Quando o trabalhador, independentemente da função que exerce, realiza uma postura ou movimento, diversos músculos, ligamentos e articulações do seu corpo são acionados. Para isto, a sua musculatura, que fornece força para a execução, precisa estar preparada, bem como os seus ligamentos que desempenham uma função auxiliar no que diz respeito ao deslocamento das partes do corpo.

Para Dul e Weerdmeester, as “posturas inadequadas produzem tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros, punhos e outras partes do sistema músculo –esquelética” (1995,17). Com isto observa-se que os trabalhadores precisam estar permanentemente atentos a sua postura e aos movimentos adotados no seu posto de trabalho para evitar o desconforto da dor, bem como outras doenças ocupacionais.

Segundo Paillard (apud Laville, 1977, 49) a postura dos segmentos corporais no

espaço pode assim ser considerada:

“A atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em posições determinadas, solidárias emas umas às outras e que conferem ao corpo uma atitude de conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o organismo enfrenta os estímulos do mundo exterior, prepara para reagir. Seja no início, no decorrer ou no fim de um movimento dirigido no espaço, atitude constitui um aspecto fundamental da atividade motriz”.

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atenção para esta posição, que somente será confortável se a cadeira tiver um design

adequado, pois do contrário poderá haver problema de fadiga, varizes, etc.

Seguindo este mesmo raciocínio Iida (1990), alerta para os projetos de máquinas, bancadas ou assentos inadequados que levam o trabalhador a assumir postura inadequada, que podem acarretar em dores fortes àquele grupo muscular de que se está sendo solicitado o esforço.

Alguns fatores ergonômicos nos postos de trabalho merecem uma atenção especial por parte dos empregadores e dos usuários (empregados). Schantz (apud Martins, 2001,32)

considera que o empregado que utiliza o computador deve dispor de uma cadeira com

braços, que lhe ofereça flexibilidade e apoio, contendo quatro pernas e rodinhas que lhe permitam fácil movimentação...”. Assim, a empresa deve adotar medidas que minimizem o

desconforto (dor) do funcionário, adequando cada vez mais os postos de trabalho e, conseqüentemente, melhorando a qualidade de serviço e produtividade do trabalhador.

A posição parada, em pé, é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter esta posição. As pessoas que executam trabalhos dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem estáticas ou com pouca movimentação (Iida, 1990). Deste modo, o trabalhador precisa ter o conhecimento sobre a importância da alternância entre as posições sentada e em pé e do movimento estático e dinâmico adotá-la no seu trabalho diário, numa tentativa de evitar ou minimizar as doenças ocupacionais e, assim, desempenhar melhor as suas atividades.

2.2 Ginástica laboral

A vida do homem moderno, notadamente nos grandes centros urbanos, está cada vez mais voltada ao enfrentamento de situações críticas para sua subsistência, tais como alimentação, moradia, transporte, ensino, saúde e a própria manutenção do emprego, todas elas sabidamente, situações geradoras de stress. O saber lidar com este estresse tem se tornado uma preocupação constante nas novas técnicas de administração empresarial, já que, comprovadamente, a melhoria dos níveis de qualidade de vida, baseados nas situações críticas acima mencionadas, é hoje fator diferencial entre as empresas, na competição por produtividade, qualidade e desempenho comercial (Polito, 2002).

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visam prevenir o aparecimento de lesões músculo-ligamentares, ligadas a atividades dentro do ambiente de trabalho (Martins, 2001.).

Conceitua-se a Ginástica Laboral como a combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu trabalho. Emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de trabalho e que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico, maior concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho. Assim, pode-se dizer que a ginástica laboral tem como principio básico prevenir o aparecimento de lesões músculo esqueléticas e/ou ligamentos devido a situações de estresse (Orselli, 2002).

2.2.1 Histórico

A ginástica laboral praticada desde 1925 na Polônia, onde foi chamada de Ginástica de Pausa, foi criada para atender a especificidade do cargo que cada operário da indústria exercia (Polito, 2002). Observou-se, entretanto que a partir de 1928, esta atividade física teve um efetivo desenvolvimento no Japão, principalmente atendendo aos funcionários das agências dos correios com o objetivo de cultivar a saúde e o fortalecimento da musculatura.

Cañete (1996) descreve que após a Segunda Guerra Mundial, foi se ampliando o hábito e prazer por esta prática, principalmente por ter sofrido uma forte contribuição de um programa de rádio japonês, transmitido diariamente, em que consistia na utilização de um certo de tipo de ginástica rítmica com acompanhamento musical, contribuindo com excelentes resultados na produtividade da empresa e na diminuição dos acidentes de trabalho.

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Em 1978, esse programa ampliou-se e, firmando parceria com o SESI de Novo Hamburgo, desenvolveu a “ginástica compensatória”, envolvendo empresas do Vale dos Sinos com a finalidade, inclusive, de minimizar e/ou combater as doenças provocadas pelo movimento repetitivo dos digitadores - “Doença dos Digitadores”.

Apesar dos bons resultados alcançados, apenas duas das cinco empresas que iniciaram o programa permaneceram com a prática da Ginástica Laboral compensatória. Segundo Schimitz (apud Maciel, 2001) o problema de custos foi a principal questão

enfrentada pelos demais empresários, o que impediu a continuidade do projeto, principalmente no tocante a contratação de pessoal para a equipe de monitores. Após algumas experiências isoladas foi na década de 1980 que a Ginástica Laboral teve uma retomada e firmou a sua aceitação em empresas e indústrias do país.

De acordo com o autor mencionado, nesta mesma época (1987), acontecia o reconhecimento da tenossinovite como doença profissional através da portaria nº 4.602 do Ministério da Previdência e Assistência Social. Tal fato exigiu maiores medidas de enfrentamento social acerca da ameaça das lesões, principalmente por parte do empresariado. Esta situação fomentou a valorização da qualidade de vida no trabalho.

Assim, o ressurgimento da Ginástica Laboral na segunda metade da década de 1980, utilizada como medida de promoção à saúde do trabalhador, acompanhou o próprio desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, iniciado pelo reconhecimento oficial da então chamada doença dos digitadores (Longen, 2003).

2.2.2 Conceito

Pode–se dizer que o conceito da ginástica laboral está atrelado ao enfoque adotado por Longen no seu estudo. Apresentaremos a seguir alguns conceitos de acordo com a visão de alguns autores.

Segundo Realce (2001, 28), "a ginástica laboral é um conjunto de exercícios diários que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do corpo”.

Basso (1989), Schimitz (1981), Sharcow (1996) e Cañete (1996), apud Polito

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autoconhecimento e levam à ampliação da auto-estima e, conseqüentemente, proporcionam um melhor relacionamento consigo, com os outros e com o meio”.

Para Kolling (apud Polito, 2002,28) “a Ginástica Laboral é um repouso ativo, que

aproveita as pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho, tendo como objetivo a prevenção da fadiga”.

Esses vários enfoques conceituais apresentados sobre a ginástica estimulam a empresa em investir cada vez mais em programa de saúde que visem a prevenção das doenças ocupacionais e, assim a ginástica laboral é vista como uma importante ferramenta. 2.2.3 A Ginástica laboral: importância e classificação

A Ginástica Laboral é mais uma ferramenta disponível dentro da ergonomia que pode ser desenvolvida pela empresa, no sentido de prevenir as doenças ocupacionais, contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos funcionários. Hoje, produzir mais e melhor, sem desenvolver danos à saúde dos trabalhadores, não se trata de uma utopia. Se tomarmos como exemplo os modelos de empresas estrangeiras e de algumas nacionais, é cada vez maior o número de adeptos que descobrem, nos Programas de Ginástica Laboral, um meio eficaz e saudável de reduzir os casos dessas doenças ocupacionais.

O Programa de Ginástica Laboral possibilita a colaboração e orientação das pessoas, para viverem melhor exercendo seu papel no setor em que estão inseridas, em parceria com a atividade física orientada, ou seja, cada profissional dentro da empresa, independente de sua posição hierárquica ou função exercida, pode analisar e reavaliar seu modo de pensar, agir, organizar seu tempo e espaço, prevenindo uma das grandes causas que motivam males à saúde, as quais chamamos de estresse.

O estresse enfocado na medicina como a soma das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores, tais como: trauma, emoções, choque cirúrgico, intoxicação, fadiga, exposição ao calor ou ao frio etc. Nem sempre é considerado pela classe empresarial como uma doença séria que afeta a produtividade e o desempenho do trabalhador.

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que não estejam sendo solicitadas. Durante a sua realização, o objetivo maior tem sido o de prevenir o L.E.R /D.O.R.T., uma vez que, como sugerem algumas pesquisas, é a grande campeã de afastamentos dos empregados das empresas, em conseqüência da fadiga decorrente da tensão e da repetitividade dos movimentos, prejudicando as articulações, músculos, nervos, etc.

De acordo com Hurley (apud Martins, 2001, 23):

“Nos EUA, mais de dois terços dos empregados (mais de 80 milhões de pessoas) padecem de dores episódicas ou crônicas, sendo que quinze por cento destes indivíduos (18 milhões) tem o trabalho relacionado com a origem da sua dor. De acordo com os trabalhadores das empresas, em 1995 as dores foram às causas de um quarto de todos os dias de trabalho perdidos (totalizando 50 milhões de dias)”.

Tal realidade, em menores proporções, foi verificada também no Brasil. Marchi

(apud Martins, 2000) descreve que em 1985 houve um gasto anual de 412 dólares com a

saúde, de cada funcionário, dez anos depois este custo foi de 936 dólares e a estimativa para o ano 2000 foi de um gasto de 1.850 dólares por empregado.

Dentre as atividades propostas por um profissional de Educação Física e/ou de um Fisioterapia num programa de ginástica laboral pode-se destacar primeiro as atividades de curta duração (10-15 minutos), depois as atividades de pouca exigência física (alongamentos, relaxamento, recreação e consciência corporal no ambiente de trabalho); e, por fim, as atividades desenvolvidas no próprio local de atividades do funcionário.

Para Cañete (apud Polito 2002,28) essas atividades podem ser divididas

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objetivo aliviar a sensação de cansaço e tensão muscular e proporcionar uma integração social no ambiente de trabalho.

A ginástica laboral pode ser preparatória e compensatória, consistindo em exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica. Leve e de curta duração, a ginástica laboral visa diminuir o número de acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário ao iniciar e retornar ao trabalho, promover maior integração no ambiente de trabalho (Dias, 1994).

A ginástica laboral preparatória é realizada antes da jornada de trabalho, a fim de preparar a pessoa para exercer as suas atividades diárias do trabalho, preparando os grupos musculares que serão solicitados na realização das suas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos motivados e integrados. Indica-se geralmente a sua realização com a reunião de todos os funcionários em um local específico, no início de cada turno de trabalho (Cañete, 1996).

Para Leite e Mendes (apud Alvarez, 2002) a ginástica laboral compensatória é

realizada durante a jornada de trabalho, através de pausas para executar exercícios específicos de compensação as exigências físicas do trabalho. Deve se dar atenção especial às regiões cervicais, torácica e lombar, com ênfase nos exercícios de alongamento, relaxamento e força muscular, pois os mesmos minimizam ou evitam a adoção de vícios posturais durante as atividades habituais no trabalho; as sessões podem variar de sete a dez minutos, em cada três a quatro horas de trabalho (Alvarez, 2002).

2.3 Efeitos da Ginástica Laboral: Qualidade e Desempenho

Os estudos de Longen (2003), Militão (2001) apontam dentre outras experiências já realizadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), como os maiores benefícios à saúde: a diminuição na fadiga muscular; melhoria da condição física geral, social (melhoria nos relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho), na correção dos vícios posturais; melhoria na disposição do trabalhador ao iniciar e ao retornar ao trabalho; na diminuição de patologias e casos de L.E.R /D.O.R.T; na redução nos níveis de estresse e tensão geral do trabalhador.

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gastos com serviços médicos; a diminuição de faltas ao trabalho por motivo de doenças; a diminuição na rotatividade de funções favorecendo a especialização; o aumento na produção e lucro das empresas; e o aumento de satisfação do empregado no ambiente de trabalho.

Estas experiências onde se verificam bons resultados, através dos programas de qualidade, indicam que, a preocupação hoje demonstrada pelo empregador em relação a qualidade do produto e de serviços, pode ser fruto das idéias sobre o sistema de controle de qualidade total.

2.3.1.Qualidade

A idéia de qualidade total na administração foi introduzida por Armand Feigenbaurm em 1957, e tem sido amplamente desenvolvida através de várias abordagens que são introduzidas pelos “gurus da qualidade”, como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby (Slack, 1990).

Ishikawa (1993,43) mostra que para uma empresa alcançar o controle de qualidade todos devem participar, do alto executivo ao funcionário. Assim, apresenta a sua própria definição de qualidade: Praticar um controle de qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor.

Nos seus estudos sobre o modo de vida ativa no local de trabalho, e a gestão da qualidade total, Cox e Miles (1992) apresentam que o modo de vida ativa no local de trabalho é um conceito dos canadenses, e, que o básico para o conceito estrutural para este modo de vida ativa é a atividade física que é a parte dinâmica do sistema de vida. Ou seja, o que toca o corpo, mente e espírito. Para esses autores o modo de vida ativa no trabalho é uma extensão e a partes do processo da vida ativa.

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x O interesse individual do empregado e a necessidade são considerações importantes no planejamento de programas e serviços para o modo de vida ativa.

x As oportunidades e iniciativas para o modo de vida ativa podem melhorar o nível de satisfação do trabalho, aumentar a qualidade de vida do trabalhador e contribuir tanto para o bem-estar geral do empregado como na organização.

x O apoio no ambiente de local do trabalho aumenta o sucesso das estratégias organizacionais para o modo de vida ativa.

x A liderança comprometida é um componente integral de exemplo das iniciativas no local de trabalho. Tais como o apoio em andamento, treinamento e desenvolver oportunidades são essenciais.

x A defesa e campanhas educacionais direcionadas para tomadores de decisão são meios eficazes para promover o desenvolvimento do modo de vida ativa no local de trabalho.

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Figura 2.1 Sistema de Qualidade Total. Fonte Cox e Miles (1990)

2.3.2 Desempenho

De acordo com Fielding e Knight (1992), os patrões citam um número de razões para implementar os programas de atividades físicas dos empregados, incluindo a melhoria na saúde do empregado, moderação no aumento de custos com cuidado a saúde, melhoria na produtividade do empregado, redução do absenteísmo e melhoria na qualidade de organização para recrutar e manter os empregados.

Gebahrdt e Crump (1990, 262), relatam nos seus estudos que os programas de bem estar e aptidão física realizados no lugar de trabalho, tem se tornado uma parte integral das estratégias da corporação para redução dos custos com cuidados com a saúde, melhoria do humor do trabalhador, diminuição do absenteísmo, e melhoria do comportamento estão associados com o aumento da produtividade do trabalhador.

Dentro deste cenário, uma das modalidades que vem recebendo atenção diferenciada é a melhoria da qualidade de vida.

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programa voltado para a qualidade de vida. No trabalho intitulado "Benchmarking de Gestão do Capital Humano", a ginástica laboral aparece em segundo lugar na preferência dos empresários, com 57,97%, perdendo apenas para cursos e palestras que atingiram 82,61%. Em terceiro lugar veio o acompanhamento ergométrico (52,17%), seguido de dias para visita dos filhos (47,8%), consultas nutricionais (40)%, horário flexível (31,8%) e academia de ginástica (27,5%).

Outra experiência ainda relatada por Bispo (2003), ocorre na Alcoa Alumínio S. A, que pautada nesta visão vem concretizando desde 1995, o Programa de qualidade de vida denominado de Viva Vida – que está servindo de modelo para outros países que têm unidades da empresa como Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela. Este programa que atua, dentre outras, nas áreas de saúde, esportes e lazer, tem alcançado resultados expressivos junto aos cinco mil funcionários que atuam no Brasil. Resultados como redução no número de fumantes, queda no índice de hipertensos e o aumento de praticantes de atividades físicas de maneira regular. Verifica-se então, nestes programas as mudanças e hábitos e qualidade de vida desses funcionários, proporcionando para a empresa melhor qualidade e produtividade nos serviços prestados.

Bispo (2003) revela ainda que outros estudos verificam que a K3 Laboral Fitness - empresa especializada em promover o bem-estar organizacional, realizou uma pesquisa junto a 1.200 funcionários que atuavam em cinco empresas de médio/grande portes e que adotavam aulas de ginástica laboral. O resultado apontou que a produtividade dessas companhias aumentou, enquanto o número de funcionários afastados por lesões caiu em 40%. Com relação aos colaboradores, os dados revelaram que 95% dos entrevistados sentem-se mais dispostos, 60% tiveram suas dores reduzidas e 89% perceberam melhoras na postura.

Assim, os programas de ginástica na empresa têm assumido na atualidade um papel de grande relevância dentro da estrutura organizacional e de gerenciamento de recursos humanos. Investir em programas de qualidade significa a preocupação com os custos e benefícios de um programa de qualidade. Slack (1990), revela que estudos como o de Philip B. Crosby já sugeria que muitas organizações não sabiam quanto gastam em qualidade, seja na recuperação do erro ou realização do certo. Crosby procurou destacar os custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu livro

Quality is free, no qual apresentou um programa de zero defeito que acreditava poder

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preocupação em investigar programas de qualidade em relação a prevenção de doenças ocupacionais.

Barcelos (2000), acompanhou um programa de ginástica laboral nos funcionários do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na percepção corporal, fazendo com que os funcionários adotassem posturas mais adequadas.

Santos (2000) pesquisou os funcionários de um supermercado de Florianópolis e concluiu que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica laboral foram: uma melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento do clima de amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e comprometidos com a empresa.

Para Proteção (apud Maciel, 2001,32) outras empresas como Dana-Albarus em

Gravataí, a eletrônica Selenium em Santa Rita, Iochpe-Maxion em Canoas, todas no estado do Rio Grande do Sul, implantaram o programa de ginástica laboral pautadas pelo seguinte motivo – altos índices de acidentes e afastamentos do trabalho, assim como para aumentar o nível de entusiasmo dos funcionários. A Dana-Albarus após três meses de implantação detectou uma redução de 72% em seus acidentes. Na Selenium, em seis meses de implantação do programa, houve uma redução no índice de absenteísmo em 38%, os acidentes caíram em 86,67% e 64% dos funcionários afirmaram que as dores diminuíram após a ginástica e, ainda, 57% apontaram a melhoria no relacionamento entre os colegas. O engenheiro de segurança da Iochpe-Maxion revelou que os funcionários ficaram menos tensos e mais motivados para o trabalho depois da implantação do programa.

De acordo com recentes pesquisas acadêmicas desenvolvidas por Cañete (1996), Martins (2000), Maciel (2001) e Longen (2003) os principais benefícios relatados que a ginástica laboral pode proporcionar para as empresas são:

x Aumento da produtividade;

x Diminuição da incidência de doenças ocupacionais; x Menores gastos com despesas médicas;

x Marketing social;

x Redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários;

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Verificam-se ainda, nos estudos dos autores acima mencionados, os seguintes efeitos proporcionados aos trabalhadores por um programa de ginástica laboral:

x Melhoria da auto-imagem; x Redução das dores;

x Redução de estresse e alívio das tensões; x Melhoria do relacionamento interpessoal;

x Aumento da resistência da fadiga central e periférica; x Aumento da disposição e motivação para o trabalho; x Melhoria da saúde física, mental e espiritual;

Tais benefícios são vistos por Cañete (1996) como condicionantes de um trabalho realizado por profissionais responsáveis, competentes, que tenham uma consciência e postura ética digna. Este pensamento é complementado por Targa apud Maciel (2001,34)

quando diz que a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do profissional que a conduza, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou, se cair em mão incompetentes poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais irreparáveis.

2.4 Implantação do Programa de Ginástica Laboral

Para a implantação de um programa de ginástica laboral na empresa torna-se fundamental seguir alguns procedimentos. Inicialmente a ginástica laboral deve ser proposta e não imposta, isto é o trabalhador deve ter plena liberdade de escolha para participar ou não das aulas. Martins (2001) enfatiza que com o passar do tempo, a adesão vai aumentando com a propaganda entre os participantes contagiando ao demais pelos comentários sobre a diminuição das dores no corpo, aumento da disposição diminuição do estresse dentre outros benefícios observados.

De acordo com Guerra (apud Martins, 2001,51-52), existem cinco etapas para que a

implantação da ginástica laboral tenha sucesso:

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A segunda etapa consiste no planejamento e estruturação do programa, prevendo inclusive a motivação, a compreensão da validade, o aval e a aceitação do programa por parte dos funcionários;

A terceira etapa consiste num trabalho de conscientização, envolvendo todos os funcionários da empresa no tocante aos problemas posturais dentro e fora do trabalho, sua prevenção e o incentivo à prática regular da atividade física;

Na quarta etapa ocorre a implantação do projeto piloto, possibilitando ajustes antes da sua expansão a outros setores da empresa;

E, enfim a quinta etapa onde ocorre a avaliação dos resultados, incluindo as áreas da qualidade empresarial, produtividade e qualidade de vida.

Para se obter sucesso no programa de ginástica laboral na empresa os gestores devem também estar atentos a alguns fatores que podem interferir diretamente nos resultados do programa.

Em recente estudo, Militão (2001) constatou que a formação do profissional tem uma relevância significativa para manter o programa com êxito. Esse profissional precisa ser qualificado a fim de atender uma clientela que necessita de um atendimento que não coloque em risco a saúde do trabalhador. Deve apresentar-se sempre disposto no ambiente de trabalho, preocupar-se em manter um clima de aula agradável e, finalmente, com uma boa postura corporal, pois as pessoas se espelham neste profissional.

Muitos programas implantados por empresas no sul do país não obtiveram tão bons resultados em virtude de terem contratados facilitadores, ao invés de professores de educação física, para ministrarem as aulas de ginástica laboral (Militão, 2001)

Outro aspecto relevante para se obter bom resultado na ginástica laboral é percebido no relacionamento interpessoal, para Martins (2001, 61): As sessões de ginástica laboral

por si só tem o poder de fazer com que a relação entre os colegas de trabalho seja estreitada, tendo em vista que o participante fica mais suscetível a se soltar através de brincadeiras e risos que este momento acaba propiciando”. Este momento possibilita a reunião de todos os funcionários do setor de trabalho, independentemente da função hierárquica exercida, e isto pode favorecer um bom relacionamento entre patrão e empregado.

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bastões, com a intenção de alcançar resultados favoráveis, a partir de uma aula mais dinâmica. Para Martins (2001) a adoção da música deve ser visto como fator estimulante às aulas. Grandjean (1998, 308) reforça este pensamento quando afirma que “a música no trabalho pode produzir uma atmosfera amistosa, que estimule os funcionários”.

Quanto ao acompanhamento dos resultados do programa, tornam-se necessárias a realização de avaliações escritas (questionários) de forma sistemática e conversação sobre as aulas: os exercícios propostos, saúde física, peso e alimentação, dentre outros temas. É esse o momento de receber sugestões de melhoria para a manutenção do programa. Essa postura faz com que o trabalhador se sinta sujeito ativo no processo, rendendo um melhor desempenho nas suas funções e interagindo melhor com a empresa.

2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho

O desempenho humano depende de uma complexidade de fatores que atuam interagindo entre si de maneira extremamente dinâmica. Numa situação na qual os objetivos e metas foram devidamente explicitados, a tarefa foi desenhada e redesenhada sob medida para a pessoa. Se ela está motivada para executá-la e atingir os objetivos e metas propostos, certamente desenvolverá um determinado esforço individual proporcional à sua motivação.

Esse esforço pessoal é eficaz na medida em que a pessoa possua as habilidades adequadas para a execução da tarefa, aliado ao fato de as condições ambientais não lhe provocarem restrições ou limitações. Assim, o desempenho é conseqüência do estado motivacional e do esforço individual para realizar uma tarefa e atingir os objetivos.

Tavares (2000) revela que os resultados percebidos pela pessoa - seja em termos de alcançar os objetivos organizacionais ou individuais ou em termos de recompensas recebidas pela empresa - provocam um determinado grau de satisfação pessoal. Atualmente acredita-se que esse grau de satisfação - grande ou pequeno ou nulo - realimentará positiva ou negativamente a motivação do funcionário para um novo desempenho. Ou simplesmente não mais o motivará.

2.5.1 Motivação

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longo, e que pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos, experiências e habilidades.

Desse modo, a motivação não pode ser medida indiretamente, por exemplo, pelas quantidades adicionais de peças produzidas por um trabalhador motivado (Iida, 1990). Uma maneira de “medir” a motivação do trabalhador está na sua produção. Concorda-se com Iida (1990, 291) quando afirma que: Um trabalhador motivado produz mais e melhor.

Sofre menos os efeitos da monotonia e da fadiga. Não precisa de supervisão, pois procura, por si mesmo, resolver os problemas para alcançar os objetivos”. Portanto, percebe-se porque a motivação é considerada por muitos estudiosos da área de recursos humanos, como sendo um dos grandes segredos de qualquer organização que busca a melhoria e o aumento de produtividade.

Segundo Silva (1994, 111), “numa visão sintética e abrangente, pode-se dizer que existem duas forças extremas que mobilizam o homem para a ação: a eliminação do desconforto e a busca do conforto, ou, superação de crises e a criação do futuro do seu sonho”. Surge então a ginástica laboral como uma das possibilidades de alcançar o conforto nas suas atividades no trabalho.

2.5.2. Fadiga

A fadiga, motivação e monotonia são três aspectos muito importantes que devem interessar a todos aqueles que realizam análise e projeto de trabalho humano. A monotonia e a fadiga estão presentes em todos os trabalhos e, se não podem ser totalmente eliminados, podem ser controlados e substituídas por ambientes mais interessantes e motivadores.”(Iida, 1990, 273). Assim, a ginástica laboral tende a cumprir um papel fundamental para que sejam alcançados tais aspectos num ambiente de trabalho.

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Para Iida (1990), existem muitas diferenças individuais que influem no aparecimento da fadiga, desde diferenças de biótipo e o treinamento, até fatores psicológicos como a personalidade e a autoconfiança.

A fadiga muscular torna-se mais fácil de ser medida, pois ocorre uma diminuição do rendimento do músculo após uma determinada exigência (força). Portanto, quando o consumo de energia supera a capacidades de reposição da energia, acontece uma perturbação do desequilíbrio dos processos metabólicos, que se manifesta por uma diminuição da capacidade de produção do músculo.(Grandjean, 1998) Com isso, esclarece que o cansaço da musculatura pode levar a diminuição na coordenação dos movimentos , e o risco mais elevados de falhas e acidentes no trabalho e domésticos.

2.5.3 Estresse

As dificuldades de lidar com as pressões do dia-a-dia como problemas financeiros, problemas familiares, violência urbana, problemas no trânsito, mau relacionamento com colegas de trabalho ou chefes possibilitam o aparecimento do estresse.

Segundo Michal (apud Martins, 2000, 9) “o estresse é a resposta fisiológica,

psicológica e comportamental de um indivíduo que procura adaptar-se e ajustar-se às pressões internas e externas”.

Percebe-se na atualidade que o estresse está sendo um aspecto natural da própria vida em decorrência das atribuições que cada trabalhador tem para realizar no seu dia a dia, diante de uma sociedade com tanta competitividade. As pessoas estão constantemente expostas a estímulos do ambiente tanto externos como internos. Vivenciando sentimentos relativos ao medo, dor, alegria, excitação e frustração.

As reações são desencadeadas de acordo com o estímulo ou agentes estressores, que segundo Johnson (apud Martins, 2000,32) podem ser físicos (como temperaturas extremas,

infecções, lesões ou cirurgias), emocionais (como o medo, raiva, ansiedade ou frustração) ou a combinação de ambos (dor, exercício físico, etc). Assim, verifica-se que tanto o trabalhador que tem muita ou pouca atribuição no seu trabalho está sujeito ao estresse.

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mantendo principalmente atividades físicas regulares, permitindo na sua vida, também, atividades de descontração e lazer.

2.6 Estilo de Vida

No âmbito da rotina diária de trabalho do homem moderno, oferecer segurança e saúde ao trabalhador como uma das principais metas de uma empresa torna-se uma prioridade. Isso significa, atualmente, um reconhecimento por parte dos empresários, dos direitos conquistados pela classe trabalhadora para um estilo de vida saudável, levando para toda instituição um ambiente acolhedor favorável a uma melhor produtividade no trabalho. 2.6.1 Alcoolismo

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoólico é um bebedor excessivo, cuja dependência em relação ao álcool é acompanhada de perturbações mentais, de problemas com a saúde física, na relação com os outros e no seu comportamento social e econômico.

A ingestão contínua do álcool desgasta o organismo ao mesmo tempo em que altera a saúde da mente. Surgem, então, sintomas que comprometem a disposição para o trabalho e o viver com bem-estar. Dentre os efeitos e sobre o comportamento provocado pela ingestão do álcool destacam-se: 1.O fato de o alcoolismo levar uma pessoa a fazer coisas que não faria se não estivesse sob efeito do álcool, como dirigir em velocidade perigosa ou realizar atos atrevidos; 2.causar perda de memória, dificuldade de concentração e problemas em outras funções intelectuais; e, 3. Resultar geralmente em uma atenção especial à saúde do indivíduo e numa diminuição da produtividade no trabalho, além de ser responsável pela dificuldade de relacionamento com empregados e colegas de trabalho;

As empresas sofrem grande prejuízo com trabalhadores que ingerem grande quantidade de álcool, uma vez que estes costumam faltar ao trabalho, principalmente na segunda feira, para curar a intoxicação do final de semana. São mais lentos na execução das tarefas e, também, mais introvertidos, prejudicando assim a produção diária de trabalho.

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Portanto, as repercussões do consumo de álcool e suas conseqüências na vida familiar e no trabalho merecem atenção especial, devido aos graves prejuízos que acarretam para a empresa e para o empregado.

2.6.2 Tabagismo

Estima-se que, no Brasil, a cada ano, oitenta mil pessoas morram precocemente devido ao tabagismo, número que vem aumentado ano a ano. Noutras palavras, cerca de dez brasileiros morrem a cada hora por causa do cigarro (Ministério da Saúde, 2002).

As doenças associadas ao uso do cigarro (câncer, doenças coronarianas, doenças cérebro-vasculares, etc), revelam a abrangência dos efeitos nocivos do uso do fumo (Ministério da Saúde, 2001).

Em seus estudos Pereira (2003), revela que aproximadamente 30% dos adultos são fumantes e consomem mais de 7 trilhões de cigarros/ano. O mesmo alega que, a alta porcentagem de fumantes se deve em parte:

x Ao poder de viciar da nicotina,

x A pouca orientação dos jovens quanto aos riscos do tabaco; x A falta de aplicação das leis anti-fumo

x As mentiras divulgadas pela mídia e, x A grande facilidade para comprar cigarros;

Assim, verifica-se que o Brasil é 6º mercado e um dos maiores exportadores de tabaco do mundo. Realidade esta que o Ministério da Saúde em parceria com outras organizações não - governamentais tenta combater através de campanhas educativas. 2.6.3.Lazer e recreação

Longen (2003), em recente estudo, verificou que a relação entre a necessidade do homem em buscar prazer no ambiente de trabalho e a tentativa de amenizar a sobrecarga fisiológica sofrida, criou tendência e influenciou à prática da ginástica laboral.

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básica das atividades recreativas no trabalho é satisfazer as necessidades e desejos no tempo livre, considerando a individualidade de todos os participantes”. Assim se observa que muitas empresas lançaram esforços no sentido de determinar as necessidades e desejos dos trabalhadores.

Segundo Cutrera (apud Longen, 2003, 67) o “desenvolvimento espontâneo e

agradável do ser humano em seu tempo disponível, tendendo à satisfação de necessidades psíco-espirituais, incidentes no descanso, no entretenimento, na expressão, na interação e na produção criativa definem o sentido de recreação”. Portanto, a recreação e o lazer podem estar presentes no programa de ginástica laboral, não só quebrando a monotonia e o estresse no trabalho, como também facilitando o relacionamento interpessoal dos trabalhadores. 2.6.4 Alimentação

Uma alimentação balanceada, equilibrada, deve ser, segundo Nahas (2001), variada para garantir a ingestão dos principais nutrientes tais como as vitaminas, proteínas, carboidratos, gorduras, riboflavina, niacina, tiamina, cálcio e ferro. Cada um desses componentes tem um papel fundamental que leva ao organismo reagir de forma eficiente para cada atividades realizada na sua vida cotidiana.

Sabe-se na literatura que, para cada tipo de atividade laboral realizada, o trabalhador deve ter uma alimentação condizente com o seu desgaste energético. Ou seja, cada categoria funcional tem necessidade para uma distribuição calórica na suas refeições. Segundo Grandjean (1998,178)reforça que:

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Na categoria dos trabalhadores que exercem uma maior atividade física, existe a necessidade de uma alimentação mais rica em energia, porém pouco volumoso. Por esta razão, os trabalhadores desta categoria preferem uma alimentação rica em proteína e em gordura (Grandjean, 1998). Portanto para esta categoria funcional é recomendável uma alimentação mais rica em energia onde haja o consumo de forma balanceada de carne, ovos, leite, manteiga, queijo e pão escuro (centeio).

Chagas (2003) afirma que: a alimentação adequada contribui para a melhora do desempenho funcional, para o aumento da produtividade e a conseqüente redução de absenteísmo. Tal afirmação se verifica nos resultados preliminares do estudo que o Seconci – SP vem desenvolvendo nas empresas, que tem como objetivo traçar um diagnóstico do estado nutricional dos trabalhadores do setor da construção para então propor cardápios balanceados.

A ingestão de uma alimentação inadequada pode ocasionar a obesidade, hipertensão, anemia e níveis altos de colesterol e triglicérides, gerando despesas com saúde para o empregador e levando ao baixo rendimento do trabalhador. Daí o crescente investimento em programas de saúde e higiene ocupacional nestas últimas décadas.por empresas de diferentes ramos de atuação de mercado.

2.6.5. Atividade Física

De acordo com Barlow (1992, 26) et al, não é surpresa que uma espécie da nossa evolução histórica necessitasse de uma certa quantidade de atividades físicas para manter uma boa saúde e alto nível de funcionalidade. Filósofos e físicos da antigüidade reconheciam a importância da atividade física para a saúde, mas somente recentemente os médicos cientistas conduziram estudos controlados para documentar e descrever essa relação.

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De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (2002), sobre os fatores de risco sugerem que a inatividade, ou estilo de vida sedentário é uma das dez principais causas mundiais de morte e incapacidade. Revelam ainda que mais de dois milhões de mortes por ano são atribuíveis à inatividade física. Mundialmente as estatísticas mostram que entre 60% e 85% de adultos simplesmente não são ativos o bastante para beneficiar a própria saúde.

Apesar de inúmeras campanhas sobre a importância da atividade física como promoção de saúde, por parte do governo e da iniciativa privada, percebe-se ainda que os estilos de vida sedentários aumentam todas as causas de mortalidade, dobram o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, e obesidade, e substancialmente aumentam o risco de câncer de cólon, pressão alta (hipertensão), osteoporose (principalmente nas mulheres), depressão e ansiedade (OMS, 2002).

Para aproveitar as vantagens da atividade física, torna-se suficiente aumentar o grau de integração de vida diária à atividade física, combatendo o sedentarismo e seus riscos para a vida humana. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2002), e Martins (2000), relatam que a atividade física oferece benefícios na aparência, no trabalho, na saúde, e, no dia-a-dia, nos aspectos psicológicos do ser humano, como descrito a seguir: x Naaparência pode-se:

- Melhorar o visual e a postura;

- Os músculos ficam mais eficientes e com melhor tônus; - Combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura corpórea. x Notrabalho, observa-se:

- Aumento da produtividade; - Menor propensão às doenças;

- Melhor índice de freqüência no trabalho; x Nasaúde, verifica-se:

- Aumento da qualidade e a expectativa de vida; - Melhoria do sistema imunológico;

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x Nodia-a-dia,percebe-se:

- Maior disposição para as tarefas cotidianas;

- O coração trabalha de forma mais segura e eficiente; x Nos aspectos psicológicos:

- Ameniza o estresse; - Diminui a ansiedade; - Diminui a depressão;

- Desenvolve a consciência corporal; - Combate às tensões emocionais; - Reforça a auto-estima;

- Melhora a capacidade de concentração no trabalho;

Assim, concorda-se com Porto (2003) quando este recomenda que todo ser humano deve manter a preocupação de promover e manter a saúde, sendo ressaltada para a população mundial que, cada vez mais, é necessária à rotina diária a prática de exercícios físicos regulares para combater os efeitos nocivos da vida sedentária.

2.6.6. Sedentarismo

Na maior parte do mundo, as doenças não transmissíveis se tornaram as principais causas de morbi-mortalidade. Isto se deve em parte, à rápida transformação dos estilos de vida, com diminuição da atividade física, mudança no padrão alimentar e aumento do consumo do tabaco (Especial Veja, 2001).

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Conforme o depoimento do médico do “Programa Agita Minas”, se verifica que: “A atividade física para a saúde incluem a redução por doenças cardiovasculares; redução de risco de desenvolver a diabetes, hipertensão e câncer de cólon e mama; melhoria do nível de saúde mental; ossos e articulações mais saudáveis; melhoria do funcionamento corporal, controle de peso corporal e correlações favoráveis com a redução do tabagismo e abuso de álcool e drogas” (Pereira, 1990).

Portanto, vale ressaltar que a ginástica laboral que oferece níveis leve e moderado de exercício físico pode contribuir para a melhoria do estado geral da saúde do trabalhador, principalmente se praticada de maneira habitual no seu dia-a-dia.

2.6.7. Saúde

Para a Organização Mundial da Saúde, o estado de completo bem estar físico, mental, social e espiritual é o que define a saúde. A promoção da saúde e prevenção de doenças são metas que na atualidade as empresas de diferentes ramos de atuação vêm buscando desenvolvendo os seus programas de qualidade de vida.

Segundo Barrier (apudMartins, 2000, 26) as pequenas empresas podem influenciar

seus empregados a realizarem mais atividade física com baixo custo e alta eficácia atentando para alguns fatos:

- proporcionar aos funcionários descontos em academias de ginástica; estimular a criação de grupos para realizarem caminhadas ou passeios ciclísticos, ou, ainda, outras atividades físicas domésticas que possam influenciar na saúde;

- oferecer prêmios para os funcionários que aumentarem seu nível de atividade física através de dinheiro, de materiais esportivos, etc;

Os estudos de Fielding e Knight (1992,187) apontam, no que se refere às pequenas empresas, que a relação custo-benefício de programas de promoção da saúde de trabalhadores também compensam.

Considera-se então que a saúde também é uma qualidade de vida, condição ou estado de bem estar que apresenta um componente biológico e um comportamental, que são alterados de acordo com o relacionamento indivíduo X meio. Portanto, proporcionar um

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Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa
Tabela 3.3. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral
Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa
Tabela 3.8. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral
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Referências

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