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Desemprego e ofertas de emprego entre os diplomados do ensino superior

Em 2007/08 diplomaram-se 84 009 alunos, sendo 77% do ensino público e 23% do ensino privado, sendo este número total representado por 77% de licenciados (GPEARI, 2009). Apesar do número de desempregados entre os licenciados estar a aumentar, tal não afecta o aumento do número de vagas de acesso ao ensino superior (MCTES, 2008; GPEARI/MCTES, 2009; Instituto de Emprego e Formação Profissional - IEFP, 2009).

Antes de efectivamente apresentar os números do desemprego, considera-se pertinente abordar o número de indivíduos em idade activa a nível nacional. Para o 4º trimestre de 2008, a população média estimada era de 5 613 900 indivíduos. Este número apresenta uma quebra de 13 800 indivíduos face ao trimestre homólogo de 2007 representando uma quebra de 0,2%. Quando são contemplados os grupos

etários na análise, verifica-se uma diminuição da população em todos grupos etários com a excepção do grupo dos 35 aos 64 anos, onde aumentou 0,6% que representa 18 900 indivíduos. O decréscimo é destacado entre os indivíduos com idades de 15 a 24 anos, com uma variação de 2,8% face ao trimestre homólogo de 2007 (Gráfico 2). Face à população empregada (Gráfico 3), o cenário é semelhante contribuindo para diminuição homóloga da população total, todos os grupos etários, com a excepção do grupo com idades de 45 a 64 anos, que registou um aumento de 1,1%, correspondente a 19 700 indivíduos. Especial destaque para a diminuição da população empregada do grupo etário 15 aos 24 anos, cujo número diminuiu 4,2%, correspondendo a 17 800 indivíduos (INE, 2008).

Gráfico 2 - Contributos para a taxa de variação homóloga da população activa no 4º trimestre de 2008.

Fonte: INE (2008).

O desemprego no continente referente ao final de 2008 sofreu um aumento de 6,7% no espaço de um ano, o que implica mais 25 109 pessoas inscritas nos centros de emprego. Apesar do desemprego ter crescido em ambos os géneros, cresceu com maior expressão nos homens (+14,8%) (IEFP, 2009). Em Portugal cerca de 9,1% da população inscrita nos centros de emprego, em Dezembro de 2008, à procura do primeiro emprego ou de um novo emprego, tem habilitações de nível superior (GPEARI/MCTES, 2009; IEFP, 2009). No mesmo período de 2007, os desempregados com habilitação superior representavam 10,2% do total de desempregados (GPEARI/MCTES, 2008). Em todos os anos considerados pelos relatórios do GPEARI/DSIEES (2007), GPEARI/MCTES (2008, 2008b e 2009) que contemplam dados de 2002 a 2008, os desempregados com diploma de ensino superior são umas

das categorias com menor representação no total dos desempregados. A categoria com maior representação de desempregados é a do ―Professores do Ensino Básico – 1.º Ciclo‖.

Gráfico 3 - Contributos para a taxa de variação homóloga da população empregada no 4º trimestre de 2008.

Fonte: INE (2008).

Relativamente ao número total de diplomados pelo ensino superior com idades entre 15 e 64 residentes em Portugal, 4,1% estão inscritos nos centros de emprego (GPEARI/MCTES, 2009, IEFP, 2009) em comparação com 4,5% do mesmo período em 2007 (GPEARI/MCTES, 2008). Apesar do número total de inscritos nos centros de emprego ter aumentado em 7% em relação a Dezembro de 2007 (de 390 280 para 416 005), houve um decréscimo de 4% dos inscritos com habilitações de nível superior50 (de 39 627 para 38 018). O aumento do número de inscritos incidiu nos

50 A variação do número de inscritos nos centros de emprego com habilitação superior não é exclusiva do mês Dezembro verificando-se essa tendência nos restantes meses em comparação com os meses homólogos de 2007, apesar do incremento do número de pessoas com habilitação superior (15-64 anos) em Portugal: 881,9 em 2007 e 937,8 em 2008 (4.º trimestre).

indivíduos ―sem nenhum nível de instrução‖ - 5%, no ―Básico – 1.º ciclo‖ - 3%, no ―Básico – 2.º ciclo‖ - 12%, no ―Básico – 3.º ciclo‖ - 14% e no ―Secundário‖ - 7% (GPEARI/MCTES, 2009, IEFP, 2009).

No plano geral de desempregados, 38,3% foram inscritos em 2008, por ―fim de trabalho não permanente‖ e 17,9% por ―despedimentos‖. As profissões mais representadas nos inscritos nos centros de emprego até fim de 2008 são: ―Pessoal dos serviços, de protecção e segurança‖, ―Trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio‖, ―Empregados de escritório‖, ―Trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora‖ e ―Manequins, vendedores e demonstradores‖. Em comparação com o ano anterior, a subida do desemprego foi mais acentuada nos ―Operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil‖ e ―Operadores de instalações fixas e similares‖. Especial destaque para os ―Docentes do ensino secundário, superior e profissões similares‖ que contribuíram para as reduções mais marcadas (IEFP, 2009).

A população com habilitação superior em Portugal entre 2003 e 2007, aumentou cerca de 20%. Em contrapartida, entre Dezembro de 2003 e Dezembro de 2007 o número de pessoas com habilitação superior inscrita nos centros de emprego não variou significativamente (Dezembro de 2003: 39 785; Dezembro de 2007: 39 627), o que revela a capacidade do mercado de trabalho para absorver os novos diplomados51 (GPEARI/MCTES, 2008).

De 37 176 pessoas com habilitação superior inscritas nos centros de emprego do Continente em Dezembro de 2008, 40% são da região Norte do país (GPEARI/MCTES, 2009), o que representa um decréscimo de 1,6% em relação ao mesmo período em 2007 (GPEARI/MCTES, 2008). Apesar da prevalência do desemprego ser a maior nesta região, é Lisboa que tem a maior representatividade de pessoas com habilitação superior. No geral, em Dezembro de 2008, o Norte representa quase 47% do total do desemprego a nível nacional, constituindo um número total de 183 893 indivíduos, como se pode constatar no Quadro 12 (GPEARI/MCTES, 2009).

51 Ver Gráfico 3.

Gráfico 4 – Desempregados inscritos nos centros de emprego por meses e níveis de ensino, Janeiro de 2004 a Dezembro de 2008 (Portugal).

Fontes: Dados publicados nos Boletins mensais sobre os inscritos nos centros de emprego em Portugal, Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P. (IEFP). Dados do 4.º trimestre do Inquérito ao Emprego sobre a população (15 – 64 anos) residente em Portugal por níveis de ensino, Instituto Nacional de Estatística (INE) – ANEXO V (in GPEARI/MCTES, 2009).

Quadro 12 – Desempregados por NUTS II, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

Em 2008, o IEFP (2009) registou um novo decréscimo no tempo médio de permanência em ficheiro dos desempregados inscritos nos centros de emprego. Em 2007 o tempo médio de espera era de 14,7 meses, tendo reduzido para 13,4 meses em 2008. Este decréscimo resulta da diminuição do desemprego de longa duração por um lado mas também devido ao acentuado aumento do desemprego de curta duração.

Os desempregados com habilitação superior apresentam características específicas quando comparados com a restante população, características essas que se enquadram numa lógica de transição entre o fim da fase de formação e o início da fase de exercício laboral. A prevalência em condição de procura de emprego há menos de um ano, considerada de ―curta duração‖ representa 76% dos inscritos com habilitação superior em comparação com 63% do número total dos desempregados sem habilitação superior. A prevalência em condição de procura de primeiro emprego também é superior para quem tem habilitação superior, 33%, em comparação com 8% do número total de desempregados, como se pode verificar no Quadro13 (GPEARI/MCTES, 2009, IEFP, 2009).

Quadro 13 – Desempregados por tempo de inscrição, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

Os dados reunidos pelo GPEARI/MCTES (2009), indicam que 58% dos inscritos nos centros de emprego concluíram o curso em anos recentes (entre 2005 e 2008), e que 51% dos desempregados encontram-se à procura de novo emprego há menos de um ano (de um total de 32 256 desempregados validados). Portanto, o desemprego entre os diplomados não deve ser entendido como resultado da saturação do mercado de trabalho, pois ―O tempo compreensível que decorre entre o

fim de uma formação e o início de uma actividade (processo que passa frequentemente pela inscrição nos centros de emprego) é uma dimensão importante a ter em conta na análise do grupo populacional com habilitação superior que procura

emprego.‖ (GPEARI/MCTES, 2009:13).

O Quadro 14, mostra que os dois primeiros grupos de idades ―menos de 25 anos‖ e ―35 a 54 anos‖ representam 72,4% dos indivíduos à procura de emprego com habilitação superior inscritos nos centros de emprego, o que demonstra uma estrutura etária mais jovem, em comparação com o total de desempregados sem habilitação

superior que corresponde a 32,8% dentro das mesmas faixas etárias. Neste caso, a faixa etária que com maior representatividade é a de 35 a 54 anos com o total de 45,8% dos registos (GPEARI/MCTES, 2009).

Quadro 14 – Desempregados por grupo etário, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

Quanto ao género dos desempregados, apresentado no Quadro 15, 69% dos desempregados com habilitação superior são do sexo feminino (GPEARI/MCTES, 2009). Este registo sofre uma subida acentuada comparativamente ao valor do ano passado que se situava em 59% (GPEARI/MCTES, 2008).

Quadro 15 – Desempregados por género, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

Segundo o GPEARI/MCTES, (2009), a prevalência do sexo feminino na população em 2008 com habilitação superior no território continental é inferior situando-se nos 60,5%. O valor desce substancialmente para 56% no sexo feminino quando se contabiliza o número de registos nos centros de emprego das pessoas sem habilitação superior.

O Quadro 16 mostra que a procura do primeiro emprego é superior nos desempregados com habilitação superior situando-se 33,3%. Por outro lado o maior

número de desempregados inscritos no centro de emprego, diz respeito aos que não tem habilitação superior com 94,6%. No plano geral, 92% dos desempregados procuram um novo emprego (GPEARI/MCTES, 2009).

Quadro 16 – Desempregados por situação de procura de emprego, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

Em Dezembro de 2008, comparativamente com o mês homólogo de 2007, como se pode aferir no Gráfico 5, verificou-se um aumento do número de inscritos com habilitação superior nas regiões de Lisboa, com 201 registos (+2%), Alentejo, com 100 registos (+5%), e no Algarve, com 31 registos (+3%). Apesar de ainda representar o maior número de desempregados, a região Norte regista a maior redução com menos 1 253 registos, seguindo-se a região do Centro com menos 698 registos, relativos a pessoas com habilitação de nível superior (GPEARI/MCTES, 2009).

Gráfico 5 – Variação (%) do número de desempregados com habilitação superior por NUTS II, Dezembro de 2007 e de 2008 (Continente).

Fonte: GPEARI/MCTES, 2009.

Segundo o Gráfico 6, verifica-se um incremento de aproximadamente 6% do número de desempregados com habilitação superior que se encontram em espera há menos de 3 meses e há mais de 24 meses. Porém, na sua generalidade existiu um

decréscimo de aproximadamente 4% em relação ao mês homólogo de 2007 (GPEARI/MCTES, 2009).

Gráfico 6 – Variação (%) do número de desempregados com habilitação superior por tempo de inscrição, Dezembro de 2007 e de 2008 (Continente).

Fonte: GPEARI/MCTES, 2009.

Em geral, houve um decréscimo do número desempregados para os desempregados com habilitação superior de aproximadamente 4% (Gráfico 7). Este decréscimo deu-se mais à base da faixa etária dos 25 aos 34 anos com aproximadamente 11% de redução, fortemente compensada pela faixa etária que mais incremento sofre, a dos 35 aos 54 anos com 8% de aumento (GPEARI/MCTES, 2009).

Gráfico 7 – Variação (%) do número de desempregados com habilitação superior por grupo etário, Dezembro de 2007 e de 2008 (Continente)

Fonte: GPEARI/MCTES, 2009.

Como se pode verificar no Quadro 16, registou-se um aumento do número de desempregados na área da saúde de 2375 para 2492 que é o inverso da tendência do total dos desempregados com habilitação superior. Regista-se também que tanto em

2007 como em 2008, a maioria procura o primeiro emprego (GPEARI/MCTES, 2009). O desemprego na área da saúde representa 12,4% do desemprego total nos desempregados com habilitação superior em 2007, e representa 13,8% em 2008.

Quadro 16 – Desempregados com habilitação superior por áreas de estudo e situação de procura de emprego, Dezembro de 2007 e Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

No Quadro 17, o grupo etário com maior taxa de desemprego é o dos 25 aos 34 anos, com a excepção da área da saúde, onde o número de desempregados cai na faixa menor de 25 anos. Para os ―serviços de transporte‖ a faixa mais representativa é a dos 35 aos 54 anos de idade (GPEARI/MCTES, 2009; IEFP, 2009).

Quadro 17 – Desempregados com habilitação superior por áreas de estudo e grupo etário, Dezembro de 2008 (Continente).

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES, 2009).

No Quadro 18 foi contemplada a origem da formação dos desempregados inscritos nos centros de emprego. Assim, em Dezembro de 2008, os desempregados quanto à origem da sua formação, encontram-se distribuídos em 65% do ensino público e 35% do ensino privado. Ora esta distribuição corresponde sensivelmente à proporção dos diplomados entre 1997 e 2006, em que 66% são do ensino público e 34% do ensino privado. Da totalidade de 32 256 desempregados 38% diplomaram-se no ensino politécnico e 62% no ensino universitário, demonstrando uma maior proporção de desemprego entre os diplomados do ensino universitário que corresponde a 53% dos diplomados entre 1997 e 2006, relativamente a 47% dos diplomados pelo ensino politécnico (GPEARI/MCTES, 2009).

Quadro 18 – Desempregados, com par estabelecimento/curso e ano de conclusão do curso, por subsistema de ensino, Dezembro de 2008 e diplomados de 1997-1998 a 2006-2007 (Continente).

Fonte: Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (in GPEARI/MCTES, 2009).

O Quadro 19 apresenta os desempregados inscritos nos centros de emprego de acordo com o ano de conclusão de curso de 1998 a 2008, comparados pelos diplomados de 1997 a 2006 nas instituições de ensino superior. A sua distribuição por áreas de estudo permite verificar as áreas com desempregados que estão acima e abaixo dos 4,4% de valor médio de desempregados entre os diplomados com habilitação de nível superior. Destacam-se os valores mais altos a nível dos ―Serviços sociais‖ (10%), ―Protecção do ambiente‖ (8%), ―Informação e jornalismo‖ (7%) e ―Ciências sociais e do comportamento‖ (7%). Os valores mais baixos de desemprego por área são relativos aos ―Serviços de transporte (2%), ―Matemática e estatística‖ (2%), ―Saúde‖ (2%) e ―Informática‖ (2%) (GPEARI/MCTES, 2009).

Pode-se verificar também a ponderação entre o número de desempregados na área, comparativamente com o número de diplomados. Assim sendo, pela comparação entre o número de desempregados que concluíram o grau entre 1998 e 2008 (dados consolidados) e o número de diplomados entre 1997-1998 e 2006-2007, é possível referir que nas áreas de ―Serviços sociais‖ (10%), ―Protecção do ambiente‖ (8%), ―Informação e jornalismo‖ (7%) e ―Ciências sociais e do comportamento‖ (7%), o peso relativo dos desempregados em comparação com o numero de diplomados na mesma área, é consideravelmente alto. Por outro lado, as áreas como ―Serviços de transporte‖ (2%), ―Matemática e estatística‖ (2%), ―Saúde‖ (2%) e ―Informática‖ (2%), apresentam um peso relativo de desempregados em relação ao número de diplomados na mesma área, mais baixo.

Quadro 19 – Relação entre desempregados, com par estabelecimento/curso e ano de conclusão do curso de 1998 a 2008 (Dezembro de 2008) e diplomados de 1997-1998 a 2006-2007 (Continente).

Fontes: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social; Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (in GPEARI/MCTES, 2009).

As profissões que constam no Quadro 20 são definidas pela Classificação Nacional das Profissões52. As profissões das tecnologias da saúde tal como inspectores e técnicos agrários, entre outras, enquadram-se no ponto 3.2 do referido quadro, que se refere às ―Profissões de nível intermédio das ciências da vida e da saúde‖. Verifica-se que a variação de oferta de emprego anual desde 2006 tem sido positiva. No entanto, enquanto se verifica que a variação de 2006 para 2007 está ao

52 O Decreto-Lei n.º396/2007, de 31 de Dezembro estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de qualificações e define as estruturas que asseguram o seu funcionamento.

nível da variação total de oferta de emprego, a oferta de 2007 para 2008 do mesmo grupo é o dobro em relação ao total nacional. Estes dados demonstram um acréscimo de procura dos profissionais que integram este grupo. Por outro lado, quando se observa o ponto 2.2 que é referente ao grupo ―Especialistas ciências da vida e profissionais da saúde‖, ou seja, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, engenheiros agrónomos, entre outros, a variação da oferta é quase o quádruplo relativamente ao total nacional de 2006 para 2007, e quase o triplo da variação de oferta total de 2007 para 2008. Assim, neste grupo, a oferta tem aumentado em maiores proporções nestes últimos anos (IEFP, 2009).

Quadro 20 – Ofertas de Emprego recebidas por Profissão (Movimento ao longo do ano).

Fonte: IEFP, I.P. – Gabinete de Estudos e Avaliação (in IEFP, 2009)

Quando se observa a oferta por região, a nível de Portugal Continental, em 2008 (Quadro 21), o ponto 3.2 referente às ―Profissões de nível intermédio das ciências da vida e da saúde‖, vê-se a maior oferta situada a nível da região centro, com 240 postos de trabalho, face às 465 ofertas a nível nacional. Quanto aos

―Especialistas em ciências da vida e profissionais da saúde‖ a maior oferta também se situa na região centro, com 108 empregos oferecidos de um total de 310 a nível nacional (IEFP, 2009).

Quadro 21 - Estrutura das Ofertas de Emprego recebidas por Profissão, segundo a Região (Movimento ao longo do ano).

Fonte: IEFP, I.P. – Gabinete de Estudos e Avaliação (cit in IEFP, 2009).

Para finalizar este resumo do desemprego salienta-se que, a nível nacional, ao confrontar as variáveis do ajuste do mercado de emprego, o IEFP (2009) verificou um equilíbrio a nível das profissões. Assim, observou-se um maior número de desempregados inscritos, um maior número de ofertas de emprego recebidas e um maior número de colocações de desempregados realizadas. Destacam-se os seguintes grupos profissionais: ―Pessoal dos serviços, de protecção e segurança‖,―Trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio‖, ―Empregados de escritório‖, ―Trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora‖ e ―Manequins, vendedores e demonstradores‖. O IEFP (2009) conclui que as profissões anteriormente referidas, por um lado, caracterizam a procura de emprego e, por outro, a estrutura empresarial, no âmbito do Continente e para o ano de 2008. Como se pode verificar no Quadro 22, os dois grupos da área da saúde referidos nos pontos (2.2 e 3.2) partilham um maior número de inscritos nos centros de

emprego, superando as ofertas e colocações no mercado de trabalho. Portanto, estes dados, registam mais desemprego e menos ofertas na área da saúde.

Quadro 22 – Estrutura do movimento ao longo do ano por profissão.

Fonte: IEFP, I.P. – Gabinete de Estudos e Avaliação (cit in IEFP, 2009).

Os dados existentes para a fisioterapia são insuficientes para se poder fazer um juízo de valor consistente. Existe uma variação positiva em cada período homólogo representado no Quadro 23. A existência do registo de um maior número de desempregados no segundo semestre pode ser entendido como o período pós- graduação dos alunos. Não foram encontrados registos relativamente ao tempo de permanência dos desempregados na bolsa de emprego. Portanto desconhece-se se o desemprego aqui representado é de curta ou de longa duração. Este número de desempregados também poderá ser justificado pelo tempo necessário para que estes profissionais sejam absorvidos pelo mercado de trabalho.

Quadro 23 - Número de fisioterapeutas desempregados por semestre. Semestre Número de Fisioterapeutas

Dez. 2007 219 Jun. 2008 199 Dez. 2008 269 Jun. 2009 235

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (in GPEARI/MCTES (2008; 2008b; 2009; 2009b)

Os dados disponíveis relativos ao número de fisioterapeutas desempregados permitem uma análise do peso da profissão entre as outras profissões da saúde (Quadro 24). Tendo em conta 18 profissões regulamentadas das tecnologias da saúde, juntamente com os médicos e enfermeiros, a proporção dos fisioterapeutas entre os desempregados é considerável.

Quadro 24 - Número relativo de fisioterapeutas entre a totalidade dos profissionais de saúde desempregados por semestre.

Semestre Número relativo de Fts. desempregados (%)

Dez. 2007 11,7 Jun. 2008 13,5 Dez. 2008 12,6 Jun. 2009 13,2

Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (cit in GPEARI/MCTES, 2008; 2008b; 2009; 2009b).

Entre os números apresentados surgem algumas dúvidas que carecem esclarecimento. É essencial o aprofundamento do tema, especificamente para os fisioterapeutas.