• Nenhum resultado encontrado

Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto – Gerenciamento da Integração

5.3 O Estudo de Situação e os processos do Grupo de Iniciação

5.3.1 Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto – Gerenciamento da Integração

Termo de Abertura – que, quando convenientemente aprovado, autoriza a execução do projeto e reveste o gerente designado da autoridade necessária para se utilizar de todos os recursos disponíveis para o projeto.

Para Lima:

O Termo de Abertura do Projeto (TAP) é a sua certidão de nascimento, pois provê direcionamento estratégico para a equipe, explica os objetivos e metas do projeto, declara as expectativas dos patrocinadores, lista as principais premissas e restrições, nomeia o gerente do projeto e declara o seu nível de autoridade. (LIMA, 2009, p. 19).

O PMBOK ainda dá destaque ao fato de que o Termo de Abertura do projeto, além de estabelecer uma parceria entre as organizações solicitante e executora, promove o alinhamento do projeto com a estratégia e o trabalho em desenvolvimento na instituição. (PMI, 2008, p. 73 e 74).

Com base na definição acima pode-se identificar como termo de abertura da operação militar a Ordem de Operações do escalão superior à brigada, principalmente tendo em conta que neste documento, conforme consta do Manual de Campanha C 101-5, estão contidas todas as prescrições que garantem a conformidade entre as ações dos elementos

subordinados e as ordens constantes do plano de operações para toda a força e com a intenção do Cmt (BRASIL, 2003d).

A Ordem de Operações mais do que autorizar, determina o cumprimento da missão e designa a brigada executante, a cujo comandante são atribuídas a autoridade e a responsabilidade pelo cumprimento da missão. Por ser estabelecida pelo escalão superior a Ordem de Operação garante que a missão atribuída está perfeitamente enquadrada na estratégia adotada.

No PMBOK (PMI, 2008, p. 73) existe a recomendação de que o gerente do projeto seja designado desde o mais cedo possível e participe do desenvolvimento do termo de abertura.

Da prática tem-se o conhecimento de que o oficial de operações do escalão superior da brigada, tão logo toma conhecimento da intenção do seu comandante de lançar mão de uma peça de manobra (brigada), repassa essa informação ao comandante da referida brigada a fim de permitir que este inicie seu planejamento antes mesmo do recebimento formal da Ordem de Operações. Esse mesmo procedimento pode ser observado entre o oficial de operações da brigada e os comandantes das unidades que compõem a brigada. Esta assertiva pode ser confirmada mediante o confronto com o que está estipulado no 1º parágrafo do Capítulo 5 do Manual C 101-5, onde se lê: “O Cmt e seu EM muitas vezes iniciam o planejamento antes mesmo do recebimento da missão.” (BRASIL, 2003d, p. 5- 1).

No PMBOK estão relacionadas como entradas para este processo: • A declaração de trabalho (DT);

• Business case; • Contrato;

• Fatores ambientais da empresa; • Ativos de processos organizacionais.

No que diz respeito à Declaração de Trabalho, o PMBOK se expressa da seguinte forma: “Uma descrição narrativa dos produtos e serviços a serem fornecidos pelo projeto” (PMI, 2008, p.75). O PMBOK ainda indica que a DT fornece informações sobre as necessidades

de negócio, a descrição do escopo do produto e o Plano Estratégico da organização (PMI, 2008. p. 75).

Para o Estudo de Situação, informações correlatas às fornecidas pela DT estão contidas nos parágrafos 2. MISSÃO e 3. EXECUÇÃO da Ordem de Operações (OOp) do escalão superior da brigada e são buscadas no momento em que o comandante tático, durante o desenvolvimento do Estudo de Situação, executa a análise da missão.

Quanto a esse procedimento cabe ressaltar o que consta do Manual C 101-5 sobre a missão recebida pela brigada:

1. Missão

a. A missão é prescrita pelo Esc Sup, contendo os aspectos principais que nortearão as ações do escalão considerado no contexto da manobra por ele idealizada.

[...]

d. A missão recebida pelo Cmt nos escalões DE e menores é, geralmente minuciosa, especificando claramente as ações a realizar. [...] (BRASIL, 2003e, p. B-2)

O Memento de Ordem de Operações (comentado) existente no 2ºvolume do Manual C 101-5, mais especificamente no seu Anexo “E”, apresenta os seguintes comentários sobre missão, intenção do comandante e conceito da operação:

2. MISSÃO

a. Apresentação clara e concisa do enunciado da missão a ser cumprida pela organização. Este enunciado deve conter a finalidade da missão, as ações a realizar - impostas e deduzidas, outros dados necessários à sua compreensão. [...]

b. Intenção do comandante (facultativa no Esc Bda e inferiores): deve traduzir, objetivamente, a finalidade e a situação final desejada; não deve repetir conceitos doutrinários, tais como “cumprir a missão com um mínimo de baixas” ou “rapidez na conquista do objetivo”. [...]. A intenção do comandante deve permitir ao subordinado exercer a iniciativa em proveito da missão. (BRASIL, 2003e, p. E-5 e E-6)

Em relação ao 3º parágrafo o mesmo manual diz o seguinte:

3. EXECUÇÃO

a. Conceito da operação

1) Este primeiro subparágrafo transcreve o conceito da operação, que é uma exposição do plano tático do comandante e inclui o esquema de manobra [...]. Ainda que breve, deve ser expresso com detalhes suficientes para assegurar uma completa compreensão e ação apropriada pelos elementos subordinados.

2) O conceito da operação é, normalmente, dividido em três itens.

a) No item “1) Manobra”, há uma descrição geral do esquema de manobra, que retrata o emprego dos elementos de manobra. [...]. Quando uma operação compreende duas ou mais fases, este item é dividido em subitens descrevendo cada fase da manobra. (BRASIL, 2003e, p. E-6).

No que tange às demais entradas do processo (Business Case, contratos, fatores ambientais e ativos de processos organizacionais), considerando que eles permitem determinar se o projeto justifica ou não o investimento, que traduzem os interesses dos clientes e disponibilizam ou evidenciam dados sobre políticas, regulamentos, normas, padrões estabelecidos (governamentais ou institucionais), pode-se fazer a correlação deles com os manuais de campanha que tratam dos fundamentos e princípios a serem observados nos diversos tipos de operações e das formas de manobra previstas pela Doutrina de Emprego do Exército Brasileiro.

Há que se destacar que no caso militar os aspectos relativos a contratos não são considerados por não se tratar neste escalão (Brigada) de atividades executadas por terceiros.

Além do Manual de Campanha C 100-5 – Operações (BRASIL, 1997a), onde estão contidos todos os principais aspectos doutrinários referentes às operações realizadas pela Força, ainda existem outros manuais destinados ao detalhamento do emprego tático de cada uma das Unidades básicas de cada arma. Estes manuais apresentam os aspectos básicos do emprego tático específico de cada arma assim como das suas estruturas organizacionais.

De acordo com o estipulado no PMBOK o Termo de Abertura do projeto, saída ou produto do processo, “documenta as necessidades do negócio” (PMI, 2008, p. 77), estabelecendo:

• Propósito ou justificativa do projeto;

• Objetivos mensuráveis do projeto e critérios de sucesso relacionados; • Requisitos de alto nível;

• Descrição do projeto em alto nível; • Riscos de alto nível;

• Resumo do cronograma de marcos;

• Resumo do orçamento;

• Requisitos de aprovação do projeto [...];

• Gerente do projeto, responsabilidades, nível de autoridade designados e • Nome e autoridade do patrocinador ou outra(s) pessoas(s) que autoriza o

termo de abertura. (PMI, 2008, p. 77 e 78).

Levando-se em conta que o Termo de abertura, conforme se pode deduzir dos modelos apresentados por Lima (2009) e Vargas (2011), juntamente com o que foi acima exposto,

estabelece ou evidencia dados e informações que conduzem à maneira mais eficiente de se executar e controlar a execução do projeto, pode-se considerar que ele seja substituído, no caso do estudo de situação, pela junção de dois documentos:

• Ordem de Operações do escalão superior à brigada; e

• Diretriz de Planejamento expedida pelo comandante da brigada.

Neles podem ser identificados os itens enunciados no parágrafo anterior que configuram o documento que autoriza a execução do projeto.

No que diz respeito à Diretriz de Planejamento do Comandante da Brigada o Manual C 101-5, no seu 2º volume, diz o seguinte:

p. Subparágrafo “i. Diretriz de Planejamento” (pelo Cmt)

(1) Após analisar a missão, o Cmt deve expedir sua diretriz de planejamento. [...].

(3) Nesta diretriz, o Cmt expedirá sua intenção inicial, com o intuito de orientar os trabalhos de seu EM nas fases seguintes e os planejamentos de seus elementos subordinados. [...].

(4) A diretriz deve conter, além do novo enunciado da missão e da intenção inicial do escalão considerado, as recomendações ou orientações do Cmt ao EM e elementos subordinados para o prosseguimento do estudo de situação. Estas orientações poderão conter o planejamento da utilização do tempo (quadro- horário), considerações sobre objetivo decisivo, hipóteses e L Aç do inimigo, dissimulação tática, instruções logísticas e outras. (BRASIL, 2003e, p. B-4 e B- 5).

Dessa forma pode-se verificar que em ambas as metodologias estudadas o processo de produção de um “Termo de Abertura” é tratado de forma bastante semelhante, sendo que no caso do estudo de situação ficam mais bem definidas as imposições do escalão superior (contratante) e as ordens expedidas já pelo gerente do projeto (Cmt Bda).

5.3.2 Identificar as partes interessadas – Gerenciamento das Comunicações