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Planejar o Gerenciamento dos Riscos – Gerenciamento dos Riscos

5.4 O Estudo de Situação e os processos do Grupo de Planejamento

5.4.12 Planejar o Gerenciamento dos Riscos – Gerenciamento dos Riscos

Planejar o Gerenciamento do risco é o processo de definição de como conduzir as atividades de gerenciamento de riscos de um projeto. O planejamento cuidadoso e explícito aumenta a probabilidade de sucesso para os outros cinco processos de gerenciamento dos riscos (PMI, 2008, p.276).

O PMBOK (PMI, 2008) deixa claro que o planejamento do gerenciamento dos riscos é importante para estabelecer as condições para a avaliação dos riscos.

O gerenciamento de riscos permite a identificação, a avaliação, e o controle dos riscos do projeto, assim como estimula o planejamento de alternativas que possibilitem minimizar os seus efeitos negativos e amplificar, quando for o caso as consequências positivas da sua ocorrência.

O PMBOK (PMI, 2008) prescreve que o processo seja iniciado na concepção do projeto, devendo “ser concluído nas fases iniciais do planejamento do projeto” (PMI, 2008, p. 276).

No estudo de situação não existe uma ação destinada especificamente ao planejamento do gerenciamento dos riscos do “projeto”. Entretanto, a realização do Estudo de Situação permite aos oficiais do Estado-Maior assessorar o comandante da brigada na apreciação de todos os fatores que influenciam a operação. A realização do estudo com base num roteiro (memento) pré-estabelecido garante que todos os aspectos relevantes do estudo sejam devida e oportunamente considerados. Neste rol de aspectos estão incluídos todos aqueles que podem obstar o sucesso da operação, desde os aspectos relativos à configuração do terreno até aqueles que dizem respeito às possíveis ações do inimigo.

Os riscos são estudados e tratados de forma integrada no desenvolvimento do Estudo de Situação. Durante a execução do estudo são muitos os momentos nos quais são abordados os diversos aspectos relativos a riscos. Isso acontece, por exemplo, quando são verificadas as condições de execução impostas pelo escalão superior, quando são levantadas as possibilidades do inimigo, quando é feita a comparação entre o nosso poder de combate e o do nosso oponente, quando são elaborados os calcos de evento e de apoio à decisão, quando são elaboradas as matrizes de eventos e de sincronização, quando são concebidas as nossas linhas de ação e em muitos outros momentos. Mas a questão agora é: como isso é feito?

Entre outras considerações podem ser encontradas no PMBOK (PMI, 2008) as seguintes ideias relacionadas ao gerenciamento de risco:

• Os riscos acontecem no futuro;

• Um risco pode ter uma ou várias causas;

• Riscos conhecidos permitem o planejamento de respostas;

• Os riscos que não podem ser gerenciados de forma antecipada provocam a elaboração de um plano de contingência;

• Ricos podem ser aceitos dentro de um limite de tolerância e em nome da obtenção de vantagens diferenciadas; e

• Os riscos começam a existir a partir da concepção do projeto.

No manual C 101-5 (BRASIL, 2003d e 2003e) podem-se verificar algumas proposições que permitem constatar e deduzir as semelhanças de procedimentos do estudo de situação

com as ideias expostas anteriormente. No referido manual, quando são abordadas as funções de Estado-Maior encontram-se as seguintes explanações:

No 1ºvolume do manual:

b. Estudos de situação

(1) O EM elabora estudos de situação para assessorar o Cmt na apreciação de todos os fatores que influenciam as linhas de ação (L Aç). Com base nesses estudos de situação, o EM fornece ao Cmt:

(a) conclusão sobre como os fatores mais significativos afetam a situação;

(b) propostas sobre como os meios disponíveis podem melhor apoiar a linha de ação escolhida.

(2) A adequação dos planos depende de estudos de situação prévios e continuados, feitos pelos oficiais do EM. Falhas na elaboração destes estudos podem gerar erros e omissões de consequências desastrosas, caso não sejam levadas em consideração as possíveis contingências ou os obstáculos, que se anteponham à L Aç adotada. (BRASIL, 2003d, p. 1-4)

No 2ºvolume do manual:

(i) Qualquer organização deve ser empregada de acordo com suas possibilidades. Inevitavelmente, em certas ocasiões podem ocorrer injunções nas quais este princípio não possa ser seguido, embora o Cmt deva cumprir sua missão. Fica-se mesmo em dúvida quanto à viabilidade das L Aç. Em tais ocasiões, trata-se de selecionar a L Aç que tenha maior possibilidade de êxito.

O risco é inerente a qualquer operação militar (grifo nosso). O grau de risco

que o Cmt deve aceitar na escolha de uma L Aç é função de variáveis amplas, tais como: urgência, possibilidades de sucesso, missões futuras e conceito da operação do Esc Sp. (BRASIL, 2003e, p. B-16).

Então, assim como o risco é inerente a operação militar, nela o gerenciamento dos riscos é inerente ao seu planejamento e, portanto, ao desenvolvimento do estudo de situação.

Com relação às entradas do processo relacionadas pelo PMBOK (PMI, 2008), em comparação ao estudo de situação, é preciso esclarecer que no planejamento militar não são confeccionados os planos de gerenciamento dos custos, do cronograma e das comunicações. Este último, entretanto, como comentado no tópico anterior, pode ser equiparado ao § 5 da OOp da brigada. Quanto às demais entradas indicadas, todas já foram alvo de comentários em tópicos anteriores e são devida e oportunamente consideradas quando necessário.

De acordo com o PMBOK (PMI, 2008) o planejamento do gerenciamento dos riscos do projeto deve ser feito em reuniões de planejamento e análise, onde as abordagens das

contingências de riscos podem ser criadas ou revisadas, onde as responsabilidades de gerenciamento de riscos são atribuídas e onde serão feitas as adaptações cabíveis dos modelos organizacionais para categorização de riscos e das definições de termos.

No estudo de situação não são realizadas reuniões específicas para tratar do planejamento do gerenciamento dos riscos. Este tipo de procedimento é feito implícita e simultaneamente com o planejamento da operação, por cada um dos oficiais de EM, dentro das suas respectivas áreas de responsabilidade funcional.

O PMBOK (PMI, 2008) define como produto desse processo o Plano de Gerenciamento dos Riscos no qual é especificado como o gerenciamento de riscos será estruturado e executado, expondo claramente, entre outras coisas, a metodologia a ser usada, os papeis, as responsabilidades, o orçamento, as categorias dos riscos a serem utilizadas no gerenciamento dos riscos; as probabilidades e graus de impacto dos riscos.

Na metodologia militar não existe um documento correspondente ao Plano de Gerenciamento de Riscos. As recomendações dos procedimentos a serem adotados com relação aos riscos do projeto militar (batalha) estão contidas na base doutrinária vigente e na OOp do escalão superior a brigada e são aplicadas durante a realização do estudo de situação.