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PARTE II. Estudo Empírico Error! Bookmark not defined

4.3. Design-based research 93

No caso deste estudo, considerou-se que se deveria recorrer a uma metodologia que justificasse a integração de uma prática inovadora num contexto real de atuação. Assim, metodologia usada neste estudo fundamenta-se num dos paradigmas considerados emergentes no contexto do uso das tecnologias, a Design-Based Research (DBR). São muitos os estudos que recorrem a esta metodologia como, por exemplo, o de Anderson (2005) que aplicou a metodologia DBR à criação de um serviço de call centre para uma instituição, o de Santos (2010), que usou a metodologia DBR para o

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desenvolvimento de um projeto sobre mundos virtuais ou o de Conole, Galley, & Culver, (2011) na criação, design e implementação da CloudWorks.

De acordo com vários autores, entre os quais Wang & Hannafin (2005) e Anderson (ibidem), trata-se de uma metodologia recente com interesse para investigar os processos de inovação em contextos educacionais. Para o grupo The Design-Based Research Collective (2003), a metodologia design based-research representa um novo paradigma de investigação para ensinar e aprender. A sua utilização justifica-se porque tem como objetivo resolver problemas em contextos reais com os indivíduos no terreno, nomeadamente professores que procuram desenhar, testar e avaliar ambientes de aprendizagem inovadores.

Para autores como Santos (ibidem), esta metodologia é vista como tendo grandes potencialidades não só para o design de ambientes de aprendizagem enriquecidos pelas tecnologias como para as tecnologias educativas ou os ambientes virtuais de aprendizagem.

Também Wang & Hannafin (ibidem) consideram que se trata de uma metodologia adequada para o desenvolvimento e a testagem de ambientes de aprendizagem enriquecidos com as tecnologias e que os resultados obtidos devem estar relacionados não só com o processo pelo qual foram obtidos os dados, como com o contexto real em que foi realizada a investigação. Os autores defendem que se adapta bem a estudar o design instrucional, contribuindo para “(...) help to create and extend

knowledge about developing, enacting, and sustaining innovative learning environments” (DBR,

2005).

Estes autores definiram uma lista das características da DBR que apresentamos:

a) é pragmática, porque o seu objetivo centra-se nos aspetos práticos do ensino e aprendizagem;

b) é situada no terreno, porque se realiza contextos reais, com recurso a métodos quantitativos e qualitativos, suportados na investigação educacional;

c) é interativa, porque durante o próprio estudo o investigador colabora com os agentes locais;

d) é flexível, porque o objeto de investigação não está totalmente acabado, emergindo alterações a efetuar no decorrer dos ciclos;

e) é iterativa, porque é realizado em ciclos de design, implementação, análise, voltando ao início com os imputes dos diversos ciclos;

f) é integrativa,

porque

recorre à integração de métodos à medida que a investigação se desenvolve (observações, testes, ou análise de documentos;

g) é contextual, porque relaciona resultados obtidos com o contexto local onde foi realizada.

Estamos de acordo com a posição dos investigadores do grupo The Design-Based Research Collective (ibidem), quando afirmam que realizar pesquisa sobre ferramentas educativas e recursos em

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situações reais pode promover a inovação. Foi com base neste pressuposto que escolhemos esta metodologia.

4.3.1. Recolha e tratamento de dados

Num estudo desta natureza, a recolha de dados sustenta o próprio processo de conceção, de implementação e de análise que alimenta o próprio processo

.

4.3.2. Os participantes

Os participantes neste estudo são estudantes adultos que frequentam a universidade pública de ensino a distância portuguesa, mais concretamente, um mestrado totalmente online, em pedagogia do elearning. Trata-se, pois, de uma instituição que se dedica ao ensino de adultos, inseridos profissionalmente e com maturidade para aprender a distância, como é o caso de outras universidades abertas em todo o mundo. No total são 19 estudantes, dez do sexo feminino e nove do sexo masculino. Todos eles se encontram inscritos no mestrado como estudantes em regime integral, ou seja, efetuando todas as unidades curriculares previstas, quatro em simultâneo em cada semestre. Todos aceitaram participar neste estudo e no módulo piloto, tendo em consideração que a comunicação se iria realizar com o apoio total de dispositivos móveis.

As áreas profissionais dos participantes abrangiam o sector da educação (professores do ensino básico, secundário e superior) e da formação, sector empresarial, e designers instrucionais. O grupo maioritário reside em Portugal, havendo, contudo, dois estudantes residentes no Brasil. Estes dados serão completados com os dados do questionário realizado.

4.3.3. O questionário prévio

Aplicou-se um questionário prévio aos estudantes que iriam frequentar o módulo piloto “Mobile Learning” que constitui parte da unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Embora se conhecessem alguns dados relativos ao grupo, era fundamental para a conceção, design e implementação do módulo piloto o conhecimento do seu perfil relacionado com o mobile learning, caracterizando-o ao nível de utilização das tecnologias em geral e no contexto educativo em particular e, em especial, do contacto com dispositivos móveis e daquilo que faziam com eles.

O questionário continha um total de 23 perguntas que se distribuíram pelas seguintes secções (Cf. Anexo 2: 7A):

Secção I. Caracterização do perfil socioprofissional do estudante e experiência de elearning: 7 perguntas

Secção II. Experiência no uso da plataforma Moodle: 3 perguntas Secção III. Uso das plataformas móveis: 8 perguntas

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Secção IV. Uso das tecnologias móveis em contexto educativo: 5 perguntas.

As perguntas elaboradas são, maioritariamente, de resposta fechada, dado que se pretendia respostas objetivas que ajudassem na tomada de decisão aquando da conceção do módulo piloto, da conceção e design pedagógico das microatividades e do acompanhamento que teria que ser feito no módulo quando implementado.

O questionário foi testado com dois professores do ensino superior antes da sua aplicação e integradas as suas sugestões. Após a aplicação, foram analisados os dados recolhidos e colocados numa folha Excel tendo sido feito um tratamento estatístico simples de cálculo de frequência e de percentagens. Apresenta-se a seguir as opções efetuadas.

4.4. Conceção, design e implementação do módulo mobile learning