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O balanço é como um foto, que registra um momento da sua vida. O fluxo de caixa é como um filme do que está acontecendo nas suas finanças.

Por que não?

Vej a as desculpas m ais com uns que as pessoas dão para não controlar o orçam ento.

Meu m arido ou m inha esposa não colabora Não tenho tem po

Não sei com o fazer um orçam ento Não preciso controlar m eus gastos

Com o vim os no início do capítulo, é com um que as pessoas com ecem a organizar seus orçam entos dom ésticos som ente em tem pos de crise financeira. Em geral, essas anotações são abandonadas em um canto da casa assim que a situação da fam ília m elhora.

Não deixe para com eçar a organizar suas finanças quando estiver no verm elho. Relacione esse seu obj etivo de organizar-se a algum a coisa boa, da qual toda a fam ília possa tirar proveito. Que tal com eçar a anotar os gastos e poupar para as férias ou para um a viagem ?

Você sabia?

Poucos brasileiros têm o hábito de colocar no papel suas receitas e despesas. Em geral, as pessoas da classe m édia, quando solicitadas a dizerem para onde vai o salário, só conseguem se lem brar de aproxim adam ente 80% daquilo que gastam , ou sej a, não conseguem discrim inar cerca de 20% de suas despesas. Quando as pessoas com eçam a anotar os gastos, j á costum am reduzi-los em cerca de 12%. Isso acontece porque o ato de anotar faz você pensar duas vezes antes de gastar.

É norm al acabar esquecendo algum item de despesa nessa lista. São os fam osos gastos extras. É aquele estacionam ento no shopping, o cafezinho na padaria no fim de tarde ou a entrada do cinem a. Em geral, você deixa de anotá- los porque, separadam ente, não têm m uito peso, em bora façam diferença no final do m ês. Um a dica: faça um a listinha separada dos gastos pequenos durante um a ou m ais sem anas e os acrescente a seu controle de orçam ento no fim do m ês.

Esses pequenos gastos nem sem pre devem ser cortados do orçam ento. Eles m uitas vezes são fundam entais para m anter a saúde em ocional. O que você

precisa cortar são os gastos com os itens com m enor custo—benefício – aqueles que não geram qualidade de vida na m esm a proporção do trabalho que você despende para poder com prá-los.

Se você não tiver tem po para seu nam orado ou para sua nam orada, acabará sozinho. Com o dinheiro, funciona do m esm o j eito. Lem bre-se: o dinheiro é um “ser” carente, e vai para a m ão de quem cuida bem dele. Se você não fizer isso, outro fará.

Com o você está?

Depois de detalhar todo seu orçam ento, calcule a diferença entre receitas e despesas e vej a qual é a sua situação.

Sinal verde | RECEITAS MAIORES QUE DESPESAS

Parabéns! Você faz parte de um a m inoria. Aproveite para investir o dinheiro que sobra no fim do m ês! Porém , lem bre-se: gastar m enos do que ganha é poupar, m as só poupar não resolve. Você precisa investir bem o seu dinheiro. Os próxim os capítulos deste livro trazem as inform ações de que você precisa para com eçar a m ultiplicar sua poupança.

Sinal am arelo | RECEITAS IGUAIS A DESPESAS

Fique atento. Procure form as de fazer sobrar e com ece a rever seu orçam ento.

Sinal verm elho | RECEITAS MENORES QUE DESPESAS

Atenção! Você gosta de viver perigosam ente. Tom e m edidas urgentes para deixar de pagar j uros e saia j á do verm elho.

Hora dos aj ustes

Se você estiver no sinal am arelo ou verm elho, precisará m exer nos gastos. Prim eiro, converse com sua fam ília e vej a se há desperdício em contas com o luz, água ou telefone. Analise tam bém se vocês gastam dem ais em viagens, restaurantes, roupas e cinem a. Elim ine com pletam ente tudo aquilo que não contribui para sua qualidade de vida. Entre esses gastos está o pagam ento de j uros, que corrói sua renda e seu patrim ônio.

Tom e um cuidado especial com os gastos que você faz para obter status. Com o vim os, status é um a form a de respeito da sociedade para com seus indivíduos. Porém , o verdadeiro status advém daquilo que som os e não daquilo que tem os. Lógico que, se você tem um carro m uito caro, um escritório belíssim o e se veste com roupas de grife, as pessoas tendem a tratá-lo m elhor. Tente com preender quais as consequências para sua vida em gastar m uito tem po tentando ganhar dinheiro para com prar esses sím bolos exteriores de riqueza.

Descontrole financeiro e j uros

Um a pesquisa descobriu que a m aior parte das pessoas pensa que gasta m ais do que ganha1. Ninguém pode fazer isso de m odo consistente e sistem ático, a não ser que tenha construído um grande patrim ônio ou recebido um a herança. O que ocorre, na realidade, é que as pessoas protelam o pagam ento de suas obrigações, o que as torna cada vez m ais caras.

Lem bre-se sem pre de que o crédito é lim itado e, após esgotar esse lim ite, você terá que devolver o valor em prestado e ainda pagar todos os j uros decorrentes dele. Com isso, você agrega um novo item de despesas a seu orçam ento – os j uros. Atrás de todo devedor que perde, existe um credor que ganha. Você deve escolher sua posição no j ogo – pagador ou ganhador de j uros.

A falta de planej am ento de finanças adequado é a principal razão do pagam ento de j uros2, que são decorrentes, na m aioria dos casos, do descontrole de cartões de crédito e de cheques pré-datados.

1 Pesquisa realizada pelo website Guia Eletrônico de Finanças Pessoais Financenter (www.financenter.com .br), na qual 60% dos entrevistados afirm aram gastar m ais do que ganhavam .

2 Entrevista com clientes do Instituto de Educação Financeira (www.edufinanceira.org.br), na qual 43% dos entrevistados afirm aram estar no verm elho por causa do descontrole no cartão de crédito e cheques pré-datados, 15% atribuíram o problem a a em préstim os para am igos e parentes e 12% a reform as de casa com gastos acim a do planej ado. Os dem ais apontaram gastos excessivos com viagens, troca de carro, doenças na fam ília e j ogo com o as principais causas do descontrole.

Por que poupar?

Depois de fazer o raio X de sua vida financeira, você se torna capaz de poupar. De certa form a, poupar significa desafiar a m orte. Quando você deixa de consum ir hoj e, em função de um consum o posterior, está acreditando que viverá até esse determ inado m om ento futuro.

Ainda assim , fazer sobrar um pouco todo m ês é necessário e interessante por diversas razões. Perm ite que você acum ule dinheiro para um consum o futuro sem pagar j uros e que faça reservas para eventuais em ergências. Poupando, você terá econom ias para educação dos filhos, aposentadoria, reform a da casa, com pra do prim eiro im óvel, bem com o para outros proj etos.

Além disso, guardar parte da renda regularm ente é um instrum ento útil para fazer o dinheiro trabalhar para você, em vez do contrário. Isso ocorre porque, ao poupar, você se torna capaz de fazer investim entos e de usufruir a renda que estes geram .

Porém , m ais im portante do que todos os m otivos anteriores, a form ação de um a boa poupança o aj uda a ter tranquilidade e paz de espírito para realm ente aproveitar as coisas boas da vida.

Se dinheiro não é sinônim o de felicidade, a falta de dinheiro e as dívidas são certam ente boa parte do cam inho para a infelicidade. Mas tom e cuidado: poupar é m uito bom , porém , poupar dem ais é ruim . Pior do que não poupar é poupar dem ais. Quem poupa m ais do que precisa está deixando de aproveitar a vida e, possivelm ente, gerando forte fonte de preocupação para o futuro. Além do m ais, pode ser que o poupador não viva o suficiente para aproveitar suas econom ias.

De acordo com pesquisa publicada na revista Money, 25% dos norte- am ericanos poupam para a aposentadoria. No Brasil, apenas um a em cada seis pessoas tem o hábito de poupar, sej a para qual obj etivo for. Econom izar dinheiro é com o se exercitar: no início pode ser chato, m as depois vira um a necessidade. Se você adotar esse costum e, verá que poupar é ferram enta útil para a realização pessoal porque tornará possível que você execute seus proj etos de vida. Mas, para isso, você deve determ inar claram ente quais são esses proj etos.

A poupança é a semente do seu trabalho. Q uando investe, você está plantando seu futuro e construindo sua árvore do dinheiro. Se adubá-la corretamente,

poupando de forma sistemática e investindo, você poderá ter renda para sempre sem depender da venda do seu tempo para ganhar dinheiro. Poderá

Caso real

A fam ília de um engenheiro desej ava conhecer a Disney lândia. Para realizar o sonho, todos entraram em um acordo de que, se poupassem bastante, conseguiriam fazer a viagem ao final de um ano. Nesse período, além da econom ia feita em todas as despesas, as refeições passaram a incluir um ritual diferente. Antes do café da m anhã e do j antar, o engenheiro dividia dois guardanapos de papel em quatro partes, um a para cada m em bro da fam ília. Em m enos de um ano, a fam ília conseguiu poupar o suficiente e fez a tão sonhada viagem . Na m anhã seguinte ao retorno, o pai pôs a m esa do café e distribuiu quatro guardanapos para a fam ília. Um de seus filhos estranhou e perguntou por que eles iriam usar guardanapos inteiros. O pai respondeu que, um a vez que a fam ília j á tinha alcançado o obj etivo, não era m ais necessário poupar tanto. Pensativo, o garoto, então, questionou quanto custavam os guardanapos. Em sua m ente infantil, ele im aginava que esse item deveria ser realm ente caro, um a vez que era possível viaj ar para a Disney só econom izando guardanapos. O

engenheiro respondeu que guardanapos não eram algo tão caro assim , m as que, em todas as m anhãs, ao cortar os guardanapos, ele estava na verdade passando um a m ensagem aos filhos de que, para conseguir alcançar o obj etivo da viagem , era preciso econom izar até m esm o nas pequenas coisas.

Pobre, rico ou classe m édia?

Para saber em qual situação você se enquadra, retom e seu balanço patrim onial e com pare-o com os m odelos de fluxos de caixa3 a seguir.

Os pobres vivem exclusivam ente de salário e consom em toda a renda em despesas correntes. Eventualm ente, possuem um a casa para constar entre os ativos. Com o não têm acesso ao crédito, geralm ente a casa própria é construída

sem financiam entos e com o resultado de pequenas poupanças. O estilo de vida tam bém não perm ite adquirir passivos.

A classe m édia tam bém tem com o renda o salário proveniente de um em prego, a receita de atividades de autônom o ou a renda de pequenas em presas. Essas receitas sustentam suas despesas correntes (bastante superiores às das pessoas pobres) e seus ativos que não geram renda. Esses ativos, com o carros caros, casas enorm es, apartam entos de praia, barcos, sítios e outros bens de conforto, m uitas vezes são adquiridos com financiam ento bancário. A lista dos passivos é bastante extensa: são financiam entos e outras dívidas resultantes da construção de seu patrim ônio. Os ativos que adquirem , além de não gerarem renda, ainda geram despesas, com o em pregados que cuidam de suas casas enorm es, do condom ínio, do apartam ento de praia, do sítio, da m arina. Enfim , um a longa lista de despesas que faz com que as pessoas da classe m édia trabalhem tanto, que acabam nem tendo tem po de aproveitar todo o conforto que adquiriram .

Minha casa própria é um ativo que gera renda?

Sim , um a casa própria gera renda, que é equivalente ao aluguel que você deixa de pagar por ela. Muitas vezes é m ais rentável alugar do que com prar um a casa, porém , m uitas pessoas sonham em ter sua própria casa, pois consideram que ser dono do im óvel onde m oram é um a base im portante para a fam ília.

Para a m aioria das pessoas, com prar um a casa é um bom investim ento. Mas um enorm e erro que as pessoas com etem é com prar casas m uito grandes ou m uito cedo. Um j ovem casal que planej a m orar j unto e procura um im óvel para alugar, norm alm ente iria se contentar com um pequeno apartam ento de um dorm itório, perfeito para o j ovem casal. Porém , se fossem com prar a casa, j á pensariam no quarto do filho, em outro para a filha e, quem sabe, em m ais um quarto para as visitas. Logicam ente, pensariam em dependências de em pregada e m uitas facilidades para as crianças, com o piscina e parque de diversões.

Então, quando escolhem financiar esse im óvel, passam a pagar enorm es j uros para ter um patrim ônio de que não precisam . Acabam perdendo, assim , a fase m ais im portante para investir, que é o início da vida adulta.

Parte da renda dos ricos eventualm ente provém de um salário, porém a parte m ais im portante vem do resultado de seus investim entos, com o dividendos e j uros dos investim entos, participações acionárias e receitas de aluguéis. A m aior parte do ativo dos ricos gera renda. A renda dos ativos é parcialm ente consum ida e parcialm ente reinvestida em novos ativos. Muitas vezes alguns ativos de conforto, com o carros e casas, são propriedades de suas em presas, o que gera enorm es econom ias de im postos. Assim , os ricos tendem a ficar cada vez m ais ricos.

ganha e investir suas econom ias. Você deve poupar parte de sua renda e colocá- la para com prar ativos que gerem renda. Não há outra form a de enriquecer que não sej a poupar e investir.

2º PASSO

DEFINA SEUS OBJETIVOS

Poucas pessoas que consultam um especialista em investim entos têm um plano consistente para a vida financeira. Muitas sequer sabem com o gostariam de estar daqui a 10, 20 ou 30 anos. Outras têm sonhos, m as não fazem nada para viabilizá- los. E você? Já colocou seus sonhos na ponta do lápis para transform á-los em realidade? Vej a, na tabela a seguir, os obj etivos m ais com uns.