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CAPITULO 4- FUNDAMENTOS, DIAGNÓSTICOS E CONTROLE DA ASMA

11. Diagnóstico de asma

Esta seção descreve as etapas essenciais e as ferramentas que os médicos utilizam para um diagnóstico da asma.

11.1. HISTÓRIA DO PACIENTE E EXAME FÍSICO

Conhecer a história clínica da criança é fundamental para o diagnóstico da asma. Quando se toma a história dos pais ou da criança, o médico deve perguntar detalhes sobre os sintomas atuais e passados, frequência e intensidade dos sintomas, fatores desencadeadores e o impacto dos sintomas sobre a criança e a família.

11.2. TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR

Na asma, os testes de função pulmonar desempenham um importante papel no diagnóstico e no acompanhamento regular dos pacientes. A medição do pico do fl uxo expiratório (PFE) é uma forma prática e comum de se avaliar e acompanhar o paciente. A espirometria desempenha o papel mais importante para defi nição do diagnóstico, entretanto, as provas de função pulmonar são ainda pouco utilizadas por médicos não especialistas, o que colabora para o subdiagnóstico da asma.

Medição do pico de fl uxo expiratório (PFE)

A medição do pico de fl uxo expiratório é um teste amplamente utilizado da função pulmonar, de fácil desenvolvimento, usando um medidor do pico de fl uxo (peak fl ow) (veja Figura 23).

Figura 23 - Medidor do pico de fl uxo (peak fl ow)

Bocal Escala

(60 - 855 L/min)

O medidor do pico de fl uxo pode ser usado por médicos e pacientes asmáticos para avaliar a função pulmonar, tendo a vantagem de ser barato e muito simples de usar. Em muitos países, a medição do pico de fl uxo é o teste padronizado para monitorar o tratamento da asma.

O medidor do pico de fl uxo (peak fl ow) mede a taxa mais rápida de fl uxo de ar durante uma expiração forçada e registra essa medida como pico de fl uxo expiratório (PFE). Para realizar essa medição, os pacientes inspiram profundamente e então expiram com força (sopram) dentro do peak fl ow,

observando o valor alcançado. Repetem essa manobra três vezes e registram o maior valor encontrado nas três manobras.

Os medidores do pico de fl uxo são fornecidos com tabelas de valores previstos (valores de PFE que consideram o sexo, a idade e a altura do paciente) e, após duas ou três semanas de monitoria, os valores do pico de fl uxo podem ser utilizados para determinar a gravidade da asma, bem como para se orientar uma intervenção (por exemplo: mudança de medicação), quando necessária.

O PFE é particularmente útil na avaliação da melhora ou piora da asma de um paciente, em resposta a um dado medicamento.

A comparação do PFE antes e depois da administração de um beta2 agonista (broncodilatador) é um bom indicador da reversibilidade da obstrução das vias aéreas e da presença de asma.

Pais e crianças maiores com asma podem monitorar a função por si mesmos, para identifi car se estão bem controlados ou em início de uma exacerbação e dessa forma ajustar a medicação ou procurar assistência médica.

Os médicos, frequentemente, recomendam que os pacientes registrem seus valores de PFE, bem como o uso de broncodilatadores como medicação de resgate em um diário, de forma que eles possam checar durante as consultas médicas (veja Figura 24). Essa monitoria fornece ao médico esclarecimentos adicionais em relação à variabilidade e gravidade da asma do paciente, entre as diferentes consultas.

Figura 24 - Calendário do pico de fl uxo do paciente

Gráfi co de valores do PFE

Apesar das recomendações dos médicos em relação à importância da monitoria do pico de fl uxo expiratório, poucos pacientes usam seus medidores de pico de fl uxo tão frequentemente quanto seus médicos aconselham ou mantêm registros diários dos seus valores de PFE e de seu uso da medicação de resgate.

Espirometria

A espirometria fornece informação muito mais precisa e detalhada a respeito da função ventilatória, pois mede o volume de ar que se move para dentro e para fora dos pulmões, em um dado período de tempo. Apesar de ser o meio mais preciso de determinar a limitação das vias aéreas, a espirometria é menos fácil de desenvolver e mais cara do que o uso de um simples medidor do pico de fl uxo (peak fl ow). É usada rotineiramente nos hospitais e em consultórios de pneumologistas, como instrumento para diagnosticar e monitorar a asma, verifi car a resposta ao tratamento estabelecido e a progressão da doença.

Apesar de necessitar da colaboração e compreensão da criança, é um teste de realização simples que pode ser realizado nas crianças maiores. Já nos lactentes asmáticos, a espirometria fi ca limitada pela falta de cooperação. A espirometria não é comumente usada na clínica geral (veja Figura 25).

Figura 25 - Espirômetro (imagem: cortesia da Vitalograph)

Na espirometria, o paciente respira através de um bocal conectado a uma câmara móvel selada. A inspiração e a expiração alteram o volume dessa câmara. Um gráfi co é gerado e várias medições podem ser feitas.

Testes de sensibilidade a alérgenos

Uma variedade de testes pode determinar a sensibilidade a alérgenos.

Os testes cutâneos (provocados por arranhão, picada ou intracutâneo) podem ser úteis na identifi cação de alérgenos desencadeadores em pacientes com asma alérgica. Pequenas quantidades do alérgeno suspeito são aplicadas e a presença de infl amação localizada, indicada por uma lesão cutânea, confi rmará que o paciente é suscetível ao alérgeno. Esse teste pode ajudar a determinar quais alérgenos podem ser responsáveis pelas exacerbações de asma.

Teste de reversibilidade

A administração de um broncodilatador de curta ação (por exemplo, um beta2 agonista de curta ação), também chamado de medicação de resgate ou alívio, é frequentemente usada para testar a reversibilidade das vias aéreas e, dessa forma, auxiliar no diagnóstico da asma. Um aumento de 12% ou superior no PFE, após o uso do broncodilatador, confi rma o diagnóstico de asma, afi nal, como vimos, a asma se defi ne como presença de obstrução reversível espontaneamente ou com uso de broncodilatadores.

12. ABORDAGENS NÃO TERAPÊUTICAS

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