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SEÇÃO 2 DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL DAS

5.1 DIAGNÓSTICO E ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA E DAS

Apesar de algumas respostas da comunidade refletirem a mesma avaliação feita pelos técnicos no Diagnóstico Preliminar do Programa Cultivando Água Boa, ainda assim, os problemas existem e encontram-se presentes no dia a dia das comunidades, nas Microbacias Santa Rosa e Xaxim.

Observa-se, no entanto, em outros itens que, por demandarem conhecimentos mais técnicos, talvez, os moradores pesquisados não conseguiram expressar com clareza tais conceitos. Por exemplo, uma necessidade premente perpassou a conservação de solos, cercas e tratamento dos dejetos da pecuária, entretanto, esses aspectos não foram citados em suas respostas ou comentários.

Como resposta para a atuação do Programa Cultivando Água Boa, nos seus segmentos de Educação Ambiental e Gestão Territorial, foi necessário, primeiramente, produzir informações básicas para as bacias estudadas, pois não existiam mapas, nem informações disponíveis das referidas microbacias. Assim, foram elaborados os mapas e atividades de acordo com os temas:

a) Mapa da bacia

Ao se considerar a Bacia hidrográfica como uma área limitada por um divisor de águas, que a separa das bacias adjacentes, os limites da bacia podem ser determinados tendo por base as cartas topográficas. Foi elaborado o mapa da bacia, a qual é caracterizada a partir do mapa de altimetria (Figuras 62 e 63).

FIGURA 62 – MICROBACIA SANTA ROSA COM SUA REDE HIDROGRÁFICA.

FIGURA 63 – MICROBACIA XAXIM COM SUA REDE HIDROGRÁFICA.

b) Mapa com as curvas

Foi obtido por intermédio do mapa de curvas de nível, com distância de um (1) metro, utilizando intervalos para as classes, conforme indicado para a declividade. Os critérios e parâmetros utilizados no levantamento do meio físico, além de informarem sobre a

inclinação das encostas, auxiliam na obtenção do mapa do levantamento utilitário, tendo em vista a estreita correlação entre solos e relevo.

A vulnerabilidade à erosão das unidades da paisagem natural foi analisada, assim se estabeleceu uma relação entre o tipo de solo e a porcentagem de inclinação do mesmo, onde prevalecem processos erosivos modificadores do relevo e pedogênese, bem como os processos de formação de solos. A categoria curvas, associada às outras variáveis, contribui para a classificação do solo segundo sua aptidão e risco.

c) Mapa da hidrografia

As curvas de nível serviram de base para que se conformasse o córrego no qual a propriedade está delimitada, pela classificação das curvas, onde foi traçado, em laboratório, a região onde teoricamente o córrego está localizada (Figura 64).

FIGURA 64 - CÓRREGO RESULTANTE DAS CURVAS DE NÍVEL

NOTA: com tonalidade rosa, o córrego resultante das curvas; tonalidade azul, o córrego obtido com GPS.

Para verificação da exatidão e dos erros das curvas de nível, foram obtidos, em campo, os pontos com o GPS de mão, os quais foram marcados no limiar da margem do córrego e nos mostraram que existe, realmente, uma ótima aproximação dos pontos tirados com o GPS de mão e as curvas (Figura 64).

d) Mapa de declividade

Assim como a hidrografia, o mapa de declividade foi resultante das curvas de nível, nesta categoria associa-se uma tabela das classes de declividade do solo, conforme se observa na Figura 65. Cor Inclinação (%) 0 – 3 3 – 8 8 – 13 13 – 20 20 – 45 45 – 75 > 75

FIGURA 65 - CORES E INCLINAÇÕES CORRESPONDENTES DO MAPA DE DECLIVIDADE Fonte: Dados de Itaipu, 2007.

A partir da declividade foi possível analisar o comportamento do solo na propriedade, e posteriormente, classificarem-se as glebas de acordo com os riscos ambientais, em função das características do solo. Observam-se, na Figura 66, um mapa de declividade gerado e os limites de uma propriedade como exemplo.

FIGURA 66 - MAPA DE DECLIVIDADE DA PROPRIEDADE Fonte: Dados de Itaipu, 2007

e) Mapa da rede viária

De acordo com a categoria levantada em campo, utilizando-se GPS de mão, definiram-se as estradas municipais, já que em quase que a totalidade das propriedades da região da bacia, elas são também as divisas das propriedades. Foram marcados os pontos centralizados na estrada para que, posteriormente, no escritório, fosse obtida a conformação da estrada. Observa-se a conformação da rede viária, que passa pela propriedade, conforme exemplo no esquema (Figura 67).

FIGURA 67 - CONFORMAÇÃO DA REDE VIÁRIA NA PROPRIEDADE.

f) Mapa das divisas de propriedades

A delimitação entre os lotes da bacia, em cada PI (plano de informação) havia um lote com sua respectiva divisa, de forma que não houvesse a sobreposição de áreas. As divisas da propriedade foram criadas com base na escritura do agricultor ou obtidas pelo Registro de Imóveis e confirmadas com GPS em campo.

g) Mapa do uso e ocupação do solo atual e divisas de glebas

Os usos e ocupação do solo de cada propriedade foram levantados em campo, com uso de GPS. O tipo de solo, também, foi levantado, enquanto as glebas foram distribuídas e

definidas em função da declividade do terreno. Assim, cada gleba possui características específicas de risco de solo. A categoria gleba está associada a uma classe temática, ou seja, suas características estão previamente definidas pelo banco de dados, bastando apenas efetuar a associação de acordo com o tipo, cor e espessura de cada linha.

Foram feitos cadastros atualizados para cada propriedade, levantando seus registros no cartório de imóveis, cadastros, proprietários atuais, divisas, etc. As informações detalhadas sobre cada propriedade, uso do solo, instalações, rebanho, APP e RL resultaram em um mapa, de cada propriedade e suas tabelas associadas, conforme o modelo apresentado na Figura 68.

FIGURA 68 - MAPA DO USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO ATUAL NA PROPRIEDADE 77, DA MICROBACIA SANTA ROSA

Fonte: Itaipu, 2007.