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Zonamento para fins específicos

III. BASES DE DADOS ALFANUMÉRICOS

4. PROPOSTA DE BASE DE DADOS ALFANUMÉRICOS

4.3 Dicionário de Dados

Por ser demasiado extenso, o dicionário completo dos dados alfanuméricos da BD irá incluir o Anexo I desta dissertação, descrevendo-se para cada tabela a designação, descrição e o formato dos dados a utilizar. Inclui-se ainda uma referência ao facto de constituírem ou não chave da tabela ou serem uma chave externa (i.e., de outra tabela associada). A informação alfanumérica foi dividida em vinte e cinco tabelas que se consideram módulos básicos de informação para a Geotecnia e que seriam necessários à gestão integrada dos recursos geológicos de uma edilidade. Cada tabela representa um grupo de atributos que é uma função, uma propriedade ou um parâmetro que resultou de uma investigação geotécnica ou hidrogeológica. As tabelas estão ligadas entre si por campos comuns (chaves), que são necessários para identificar um registo individual na tabela e vão permitir a agregação de dados em várias tabelas. A chave da tabela aparece a itálico e negrito; as restantes designações dos atributos (campos da tabela) aparecem em itálico e os nomes das tabelas do modelo aparecem em maiúsculas.

Ao longo deste processo, teve-se especial atenção aos procedimentos definidos no Quadro III.5, bem como à garantia de qualidade dos dados e à facilidade de navegação entre tabelas, de modo a facilitar as futuras pesquisas. A estrutura final em vez de cumprir sempre os critérios de normalização, privilegiou a recuperação e manipulação mais eficaz dos dados face ao volume de informação que se prevê esteja envolvido nesta BDR.

Os atributos incluídos no modelo são os considerados suficientes no âmbito do presente trabalho, que visa a constituição de um sistema de informação geotécnica e a ulterior derivação de cartografia geotécnica para Almada, mas podem ser expandidos à medida que se façam sentir novas necessidades.

As imprecisões espaciais devem-se, essencialmente, a omissões ou a descrições vagas no que se refere às cotas - os trabalhos não definem o datum altimétrico utilizado.

A estrutura de dados recorre, frequentemente, a listas de termos ou caixas de combinação para seleccionar uma determinada palavra, que se pode dizer normalizada, para preencher alguns campos dos registos. Os termos seleccionados para o efeito são, necessariamente, abrangentes. As caixas de combinação são ficheiros que se visualizam quando da introdução de dados num campo e que mostram ao utilizador os valores permitidos para aquele registo; esta metodologia para além de ajudar a garantir a consistência da terminologia utilizada, acelera a entrada dos dados e viabiliza, ulteriormente, uma análise mais eficiente daqueles campos.

Um critério semelhante foi seguido para avaliar a qualidade, mais concretamente a exactidão, de alguns dados - é o caso da metodologia adoptada para avaliar a descrição das profundidades de mudanças de litologia, colheita de amostras ou da posição de níveis de água, incluídas em registos de sondagens, poços, etc. (Quadro III.9). A listagem de avaliação definida considerou que, nas sondagens, a separação entre ensaios SPT oscila entre 1,0 e 1,5 m, pelo que o erro máximo seria pelo menos dessa grandeza e o mínimo seria, certamente, inferior a 0,5 m. No caso de furos de captação, esta classificação também serve se se adoptar apenas os dois primeiros qualificativos adoptados.

Quadro III.9 - Hipóteses admitidas na BD para controlar a exactidão da descrição da profundidade em perfis verticais.

Exactidão da profundidade • Estimado ou erro > 1.5 m • Erro entre 0.5 e 1.5 m • Erro < 0.5 m

A BD foi concebida de forma a efectuar a avaliação de dados quando do povoamento da própria base. O primeiro controlo é feito ao nível do formato seleccionado para os dados - um atributo cujo formato não seja correcto (tipo alfanumérico, número inteiro ou data, entre outros), não é aceite; foram ainda definidos intervalos limites para alguns dados.

Alguns campos são do tipo booleano (verdadeiro/falso), tendo-se optado por esta formalização sempre que era necessário averiguar da presença ou ausência de uma determinada característica. No caso dos ensaios de laboratório, após a entrada dos dados, estes podem ser avaliados por comparação directa com outros resultados do mesmo parâmetro em terrenos semelhantes.

A descrição das referências da origem da informação está incluída na tabela FONTE, para que assim se possa eventualmente consultar o trabalho em referência e, simultaneamente, ajuizar da sua qualidade; foi subdividida em diversos atributos que seguem, genericamente, o registo de uma fonte bibliográfica; a chave ID_Fonte é externa em diversas tabelas sempre que foi considerado necessário indicar a origem dos dados. Esta tabela encontra-se relacionada com outra, que contém metadados sobre um tipo específico de fonte: os relatórios de estudos de sítios. A tabela RELATÓRIO contém informação relativa à entidade que encomendou o estudo, empresas envolvidas nos trabalhos de prospecção, ano e mês em que se efectuaram e a área estudada. Para além disso, inclui informação relativa ao número total de dados

pontuais existente em cada estudo, bem como se foram efectuados ensaios in situ e de laboratório.

Para se adquirir convenientemente a informação contida num PERFIL VERTICAL, tem que considerar-se que este inclui dados numéricos e descritivos (Quadro III.10). A informação descritiva envolve termos e frases, pelo que a maneira mais adequada de controlar eventuais erros, nomeadamente de dactilografia, é recorrer a listas de termos predefinidos. Uma metodologia semelhante foi adoptada para todas as tabelas a seguir descritas, isto é, definição de atributos para cada tabela de uma relação, seguida da discriminação da sua natureza e, finalmente, a selecção do melhor formato a atribuir aos dados.

Quadro III.10 - Principais dados que existem associados a um PERFIL VERTICAL.

Numéricos Descritivos

Coordenadas cartesianas Características do tipo de perfil

Altimetria do topo Descrição litológica

Profundidades (do perfil, da amostragem, do nível de água, etc.).

Métodos de amostragem e de ensaio

Datas Executante

Resultados de ensaios Observações adicionais

A entidade designada por PERFIL VERTICAL corresponde a uma tabela que contém a indicação geográfica do local onde se realizou uma sondagem, poço, trincheira ou furo para pesquisa ou captação de água, se procedeu à colheita de amostras, etc. (ver capítulo IV). Constitui o núcleo da BD, na medida em que contém os dados sobre a localização espacial das entidades descritas em todas as restantes tabelas, pelo que a sua chave, ID_Perfil, é externa noutras tabelas. Esta tabela efectua, assim, a ligação entre a BD alfanuméricos e a sua congénere geométrica.

Cada PERFIL VERTICAL poderá ter intersectado uma ou várias camadas e/ou

corresponde a um local onde se efectuou amostragem. No caso da amostragem, esta teve início a uma determinada profundidade (prof_topo) com utilização de determinado método - esta informação será registada na tabela AMOSTRA. Em função do terreno amostrado, podem ter sido avaliadas diferentes propriedades do terreno, in situ ou em laboratório. Pareceu mais correcto associar estes resultados ao sítio exacto da amostragem e às condições em que foram efectuados também naquela tabela, AMOSTRA (Anexo I). A identificação única de uma amostra é obtida através dos atributos ID_Perfil e ID_Amostra.

No que se refere a ensaios realizados, considerou-se de privilegiar os dados referentes à descrição de:

• resultados de ensaios SPT (tabela SPT);

• ensaios de laboratório (tabelas SOLO_LAB e RCU_LAB), registando-se sempre a entidade responsável pela sua execução;

• indíces obtidos a partir dos testemunhos de sondagens (percentagem

de recuperação e RQD para um dado comprimento de maciço

perfurado na tabela MR_ÍNDICES_QUALIDADE); no entanto, nos elementos recolhidos não há valores referentes ao RQD.

O objectivo de uma base que integre resultados de ensaios de laboratório é reunir um certo número de valores para características que respeitem a um mesmo material. Mas o que significa “um mesmo material”? Se a rocha/solo é muito heterogéneo, dois ensaios mecânicos, destrutivos, não poderão ser executados necessariamente sobre o mesmo material. Surgem assim duas soluções extremas:

• associar a cada “amostra” um registo individual, o que garante a homogeneidade dos resultados para cada uma; as correlacções estatísticas entre propriedades serão precisas, mas raras, caso do par porosidade/resistência à compressão uniaxial (RCU);

• reagrupar todos os resultados de amostras que se refiram a uma dada litologia/formação geológica; neste caso, têm-se mais registos, com valores médios dos resultados dos ensaios, mas as correlacções entre propriedades são menos significativas.

Pode, no entanto, recorrer-se a uma solução intermédia, como a que se adoptou: em princípio têm-se os valores médios de ensaios sobre amostras de um material de origem bem definida (local e data). Se duas amostras, com a mesma origem, são consideradas idênticas, podem agrupar-se; pelo contrário se são consideradas diferentes (por exemplo, calcário com porosidade variável para cada provete) são registadas em separado; paralelamente, podem definir-se valores globais (identificados como tal nas observações adicionais), correspondendo à média dos resultados de amostras individuais e susceptíveis de fornecer ordens de grandeza das propriedades de um material.

Os elementos integrados na BD incluem os ensaios de caracterização física (porosidade, peso volúmico, etc.) e mecânica (RCU) - tabela RCU_LAB. No caso de solos, a respectiva classificação geotécnica (unificada e AASHTO) e os resultados dos ensaios de identificação (granulometria e limites de consistência) incluem a tabela SOLO_LAB. A partir desta tabela e por que as amostras de solo contém mais resultados de ensaios de laboratório, optou-se por subdividir os restantes ensaios por tabelas que possuem a chave da tabela SOLO_LAB, ID_Solo, a saber:

• teor em água natural e peso volúmico seco na tabela

• ensaios mecânicos: corte directo, triaxial e edométrico, respectivamente SOLO_CORTE e SOLO_EDOMÉTRICO;

• teve-se em conta, ainda, informação relativa a ensaios de

compactação (SOLO_PROCTOR), de determinação do índice CBR (SOLO_CBR) e de caracterização da fracção argilosa (SOLO_ARGILAS).

Na tabela CAMADA, registam-se os dados relativos à descrição dos terrenos interceptados nos diversos perfis verticais. A identificação única de uma camada é obtida através dos atributos ID_Perfil e ID_Camada; para não perder a informação original, optou-se por armazenar, na coluna Descreve_camada da tabela CAMADA, a descrição original contida na fonte.

Como a BD pretende disponibilizar um conjunto básico de informações aos técnicos dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada e a outra população de utilizadores que necessitem de uma avaliação rápida dos recursos em água ou produtividade dos furos no concelho, foi concebido um conjunto de tabelas para gerir esta informação. Existem poucos exemplos bibliográficos que descrevam a informação desta índole (JIN et al., 1993; LOBO-FERREIRA et al., 1995), pelo que os parâmetros adoptados foram os considerados necessários para preencher, no mínimo,

as necessidades do Serviço de Exploração do SMAS de Almada e consistem

essencialmente em:

• características genéricas do furo (tabela FURO); • terrenos interessados (tabela CAMADA);

• dados relativos a ensaios de bombagem (tabela

Furo_ENSAIO_CAUDAL);

• dados relativos à eventual captação de água (tabela

Furo_EXPLORAÇÃO);

• dados relativos à qualidade da água analisada (tabela

Furo_ANÁLISE_ÁGUA).

A estrutura da base permite acrescentar, em qualquer altura, atributos ou tabelas para definir novas relações - por exemplo, as relativas à monitorização do nível de água em furos no concelho.