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Dificuldades na recuperação das embalagens de vidro geradas em Florianópolis

SUMÁRIO

OUTROS DOCUMENTOS

5 LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS DE VIDRO PÓS-CONSUMO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO

5.4.4 Dificuldades na recuperação das embalagens de vidro geradas em Florianópolis

Diversas complicações no manuseio e na recuperação dos resíduos de embalagem de vidro podem ser verificadas em Florianópolis, tanto durante a operação de coleta, quanto de triagem. Tais complicações são descritas a seguir.

5.4.4.1 Danos aos veículos e acidentes causados pelos resíduos de embalagens de vidro

Ao ser descartado pela população na coleta convencional e compactado, o vidro causa danos às hastes dos cilindros de compactação, o que acaba acelerando o desgaste dessas peças e, consequentemente, elevando os custos de manutenção dos veículos e ocasionando maior frequência de parada dos mesmos. Além disso, as borrachas de vedação da porta traseira do caminhão (que evita a passagem do chorume) também são danificadas pelo vidro.

Na coleta seletiva porta a porta, predomina o uso de caminhões do tipo baú ao invés dos compactadores, devido justamente à presença do vidro, pois quando compactado, mesmo que em menor proporção do que na coleta convencional, o vidro quebra e dificulta a triagem, podendo inclusive causar acidentes com os catadores. Na ACMR, por exemplo, é frequente a ocorrência de pequenos cortes durante o manuseio do vidro quebrado e, em alguns casos, cortes mais profundos, em que é necessário o encaminhamento dos catadores a hospitais para realização de curativos ou suturas na área atingida. Nas associações menores, entretanto, os acidentes são mais raros, mas não inexistentes. Segundo uma

representante da Abecan, outra associação de catadores de São José beneficiada pelos resíduos coletados pela Comcap na coleta seletiva porta a porta, o principal problema em relação ao vidro está na redução da produtividade da associação, pois é preciso manusear o material com cautela para evitar acidentes, o que leva à redução da velocidade da triagem. Essa questão da redução da produtividade em função da presença do vidro quebrado também foi mencionada por um representante da ACMR.

É importante destacar, que os acidentes com o vidro não se limitam apenas à triagem. Na coleta, tanto convencional quanto seletiva porta a porta, também há registros de acidentes em decorrência do mau acondicionamento desse resíduo, que fazem com que os funcionários tenham que ficar afastados. Em 2016, por exemplo, em se tratando do descarte inadequado por parte da população, o vidro foi responsável por 27,3% dos acidentes com os funcionários da coleta. Embora os dados em relação a esses acidentes não estejam disponíveis por região, um dos representantes da Comcap entrevistado pôde observar que, no continente, onde o projeto dos PEVs de vidro teve início, houve uma diminuição dos acidentes com o vidro durante a coleta.

Essas ocorrências de acidentes com o vidro na coleta e na triagem, aliás, são um dos motivos pelos quais a Comcap decidiu implantar o sistema de coleta do vidro em fração única a partir de PEVs. Outro motivo para implantar esse sistema, diz respeito à capacidade de processamento dos resíduos recicláveis coletados no município. Segundo os representantes da Comcap, o gargalo existente na triagem atualmente, inviabiliza a expansão da coleta seletiva no município, razão pela qual se planeja instalar uma usina de triagem automatizada em Florianópolis. As usinas de triagem com leitores óticos de vidro, por sua vez, são onerosas e, além disso, a presença do vidro no sistema automatizado pode causar danos às esteiras e ao maquinário. Soma-se a isso, o fato de que, além da usina de triagem automatizada também se planeja fazer a migração da frota da coleta seletiva porta a porta, de caminhões baú para compactadores, para garantir a sustentabilidade econômico-financeira da coleta seletiva, foi estabelecida a coleta do vidro em fração única a partir dos PEVs no município.

5.4.4.2 Obstáculos na implantação e manutenção dos PEVs

É importante destacar que, embora a coleta do vidro por meio dos PEVs possa colaborar com a redução de acidentes e facilitar a triagem, outras complicações podem ser verificadas nesse tipo de coleta como, por

exemplo, o uso do ponto para o descarte de outros resíduos que não os de embalagens de vidro ou o descarte incorreto das embalagens utilizadas para levar as de vidro até os pontos (Figura 5.5). De acordo com os representantes da Comcap, também há casos em que os geradores, ao invés de colocar as embalagens de vidro no contêiner, as dispõem no chão, nas caixas ou sacos utilizados para acomodá-las até o ponto, uma prática comum principalmente entre os barzinhos, sendo que um deles foi, inclusive, autuado pela Vigilância Sanitária pelo descarte incorreto, e teve que pagar uma multa. Ressalta-se ainda, que um PEV teve que ser remanejado para outro local, pois houve rejeição ao ponto por parte dos moradores do entorno, devido aos descartes inadequados de outros resíduos ao redor do contêiner.

Figura 5.5: Descarte inadequado em um PEV de vidro.

Fonte: Quartiero (2018).

Para reduzir o descarte incorreto nos PEVs de vidro, quando na instalação de um novo ponto, a equipe de Educação Ambiental da Comcap realiza a sensibilização porta a porta da população local, com a entrega de um folheto com informações sobre a reciclagem do vidro e sobre os PEVs, e o esclarecimento dessas informações. Mesmo ocorrendo essa sensibilização, dados de uma pesquisa realizada pela Comcap durante os meses de setembro e outubro de 2017, com usuários e comunidade do entorno de alguns PEVs apontaram que: 63% dos entrevistados no entorno não utilizam os PEVs devido, principalmente, ao desconhecimento do projeto. Entre os usuários dos PEVs de vidro entrevistados, 42% disseram terem conhecido o projeto a partir do panfleto distribuído pela Comcap na comunidade do entorno, 33% em função do PEV estar localizado no trajeto diário, 16% por estar localizado

próximo à sua residência, e os 9% restantes a partir de conhecidos ou por informações disponibilizadas na internet, jornal ou televisão. Quanto à motivação para encaminhar as embalagens de vidro até os PEVs, 49% o fazem pela consciência ambiental, 20% devido à preocupação com a saúde e segurança do trabalhador, 17% devido à localização do ponto, 7% para incentivar a reciclagem desse material, e os 7% restantes pela praticidade do sistema e à proximidade do ponto.

No que diz respeito à localização dos PEVs, algumas limitações também podem ser verificadas. Além da disponibilidade de espaços públicos, deve ser levada em consideração na definição dos locais para instalação dos PEVs, a possibilidade de acesso do caminhão da coleta, bem como o fluxo do trânsito no local, de modo a evitar que este seja comprometido durante a operação de coleta, que pode levar de 5 a 7 minutos para ser concluída. São priorizados na instalação dos PEVs, por sua vez, locais próximos à prédios e bares.

É importante destacar, que para expandir o sistema de coleta das embalagens de vidro a partir dos PEVs, se faz necessária a aquisição de mais um caminhão caçamba equipado com guindaste tipo sucateiro, bem como a disponibilização de uma área maior para armazenar o material, pois o espaço disponível ao lado da ACMR está quase no limite da capacidade. Em relação a esse espaço, o representante da ACMR entrevistado destacou que, pelo fato de ser no chão e ao ar livre, a triagem acaba sendo prejudicial à saúde dos catadores.

5.4.4.3 Obstáculos no cumprimento da legislação

No que diz respeito à legislação, embora a lei que obriga os estabelecimentos a disporem recipientes para o descarte apropriado das embalagens de vidro descartáveis e as destinarem adequadamente tenha sido estabelecida em 2011 e regulamentada em 2015, esta não está sendo colocada em prática. Segundo representante da Comcap, foi feita uma tentativa de se exigir que os requisitos dessa legislação fossem considerados na liberação de alvará sanitário para esses estabelecimentos, mas sem sucesso. A tentativa de estabelecer parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), no sentido de doarem PEVs de vidro também foi fracassada. Atualmente, o principal parceiro do programa de PEVs de vidro em Florianópolis é a FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina).

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A descrição dos diversos atores e atividades envolvidas na logística reversa das embalagens de vidro de Florianópolis mostra que a Comcap, buscando aprimorar os índices de reciclagem do município, vem adotando sistemas de coleta alternativos para as embalagens de vidro, com o intuito de minimizar os transtornos envolvidos no manuseio desse resíduo, e as ineficiências nos sistemas de coleta e triagem, de um modo geral.

Para pôr em prática o novo sistema de coleta de embalagens de vidro a partir de PEVs, a Comcap vem investindo em parcerias público- privadas, bem como em ações para fomentar a participação da população nesse sistema. Apesar disso, são verificadas algumas dificuldades na implantação e operacionalização desse novo sistema de coleta, bem como na execução das demais coletas e no processamento dos resíduos. Tendo o caso de Florianópolis como exemplo, são apresentados no Quadro 3, os principais problemas ocasionados pelo vidro (principalmente) no manuseio e processamento dos RSU, bem como nas demais atividades envolvidas na sua logística reversa, sendo também destacadas, algumas alternativas de melhoria.

Por fim, não se pode deixar de mencionar, o papel da população na separação e no descarte adequado dos resíduos, bem como a responsabilidade dos grandes geradores de resíduos de embalagens de vidro em disponibilizarem recipientes para o seu descarte. Para que a legislação em questão se faça cumprir, a possibilidade de que esse requisito seja exigido quando na liberação de alvará sanitário, como já cogitado, é válida, merecendo ser discutida entre os órgãos públicos e setores envolvidos.

Quadro 5.3: Problemas ocasionados pelo vidro no manuseio e processamento dos RSU e alternativas de melhoria (continua).

Atividade Problemas Consequências Alternativas de melhoria

Coleta convencional

Descarte do vidro

na coleta

convencional

 Danos às hastes dos cilindros de compactação com consequente elevação dos custos de manutenção dos veículos e maior frequência de parada dos mesmos

 Danos às borrachas de vedação da porta traseira do caminhão e derramamento do chorume nas vias públicas

 Acidentes com os funcionários responsáveis pela coleta

 Realizar a sensibilização da população

 Ampliar a coleta seletiva

 Fazer a divulgação da coleta seletiva nas mídias

Coleta seletiva porta a porta single-stream

Descarte do vidro junto aos demais recicláveis

 Acidentes com os funcionários responsáveis pela coleta e com os catadores na triagem

 Presença do vidro na coleta seletiva com caminhão compactador prejudica a triagem, diminuindo a produtividade

 Necessidade do uso de caminhões do tipo baú, com menor capacidade de armazenamento, elevando os custos da coleta

 Presença do vidro em sistema de triagem automatizado é oneroso e danifica o maquinário

 Realizar a coleta do vidro em fração única por meio de PEV, em dia específico, ou utilizar caminhão de coleta com compartimento para o armazenamento desse resíduo

Quadro 5.3: Problemas ocasionados pelo vidro no manuseio e processamento dos RSU e alternativas de melhoria (continua).

Atividade Problemas Consequências Alternativas de melhoria

PEV exclusivo para vidro Descarte inadequado (outros tipos de resíduos)  Descaracterização do ponto e possibilidade de rejeição do PEV  Custos adicionais com coleta não

planejada

 Realizar a sensibilização em mais residências do entorno e com síndicos de condomínios

 Distribuir novos panfletos

 Manter a divulgação do programa de coleta nas mídias

 Ampliar o número de PEVs para que o programa tenha mais visibilidade e venha a fazer parte do cotidiano da população

 Instalar PEVs em locais estratégicos Descarte incorreto

(fora do contêiner ou das lixeiras)

 Descaracterização do ponto  Tempo para execução da coleta

estendido, podendo prejudicar o trânsito

Pequena participação da população local

 Vidro descartado na coleta convencional ou junto aos demais recicláveis na coleta porta a porta

Triagem Triagem manual e pausa nas atividades das associações locais aos finais de semana  Capacidade de processamento incompatível ao volume gerado no município

 Impossibilidade de expansão da coleta seletiva de um modo geral

 Automatização do sistema de triagem

Local inapropriado para triagem do vidro (ao ar livre)

 Triagem prejudicada pelas variações do tempo

 Danos à saúde do catador

 Disponibilizar local coberto ou regularizar o espaço atual

Armazenamento Espaço limitado para o armazenamento do vidro coletado  Impossibilidade de expansão da coleta seletiva exclusiva do vidro a partir de PEVs para todo o município

 Disponibilizar local com capacidade compatível ao volume potencial a ser armazenado e com espaço para circulação de caminhões de carga e descarga de material

Quadro 5.3: Problemas ocasionados pelo vidro no manuseio e processamento dos RSU e alternativas de melhoria (continuação).

Atividade Problemas Consequências Alternativas de melhoria

Comercialização

Quantidade e qualidade do vidro processado insatisfatórias

 Associações de catadores com dificuldade em comercializar diretamente com a indústria

 Expandir o número de PEVs de vidro e investir na sensibilização da população

 Realização da triagem pela ACMR para retirada de todas as impurezas, bem como a trituração do vidroa Beneficiamento Qualidade do

material adquirido

 Custos elevados com aterro sanitário

 Devolução dos rejeitos aos fornecedores de resíduos de vidro ou diminuição do valor de compra

Fonte: Elaboração própria.

a Tendo em vista as exigências feitas pela indústria recicladora à empresa de beneficiamento podendo, portanto, existirem outras exigências.

CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

Ao caracterizar os atores, atividades e ações envolvidas na logística reversa das embalagens de vidro de Florianópolis foi possível observar que, há várias dificuldades envolvidas na recuperação dos resíduos de embalagens de vidro, sobretudo na execução de sua coleta e triagem. Tendo em vista essas dificuldades, o órgão responsável pelo manejo dos RSU do município, a Autarquia Comcap, vem realizando um grande esforço para impulsionar a logística reversa desse resíduo, adotando estratégias que favorecem o manuseio e o processamento, tanto do vidro quanto dos demais resíduos. Dentre as iniciativas adotadas, se destaca a implementação de um novo sistema de coleta de resíduos de embalagens de vidro em fração única, a partir de PEVs. Para isso, a Comcap vem contando com o apoio da iniciativa privada, que doa mobiliários para o PEV, e pode ter seu nome vinculado à um projeto socioambiental e, portanto, investir no seu marketing verde.

No que diz respeito aos volumes coletados, a estratégia dos PEVs exclusivos para vidro vem se mostrando viável e apropriada, pois verifica-se um aumento progressivo nesse sentido. Em relação à diminuição de acidentes com o pessoal da coleta e os catadores, novos estudos com dados quantitativos devem ser desenvolvidos, visando legitimar esse tipo de coleta na mitigação de acidentes, sendo aconselhada também, para os próximos anos, a análise do histórico de danos com a frota causados, em geral, pela presença do vidro, em relação ao aumento da coleta desse resíduo em fração única. Em relação aos custos, a coleta a partir de PEVs se mostrou mais vantajosa do que a coleta seletiva porta a porta, mas não há informações quanto a qualidade do material nessas duas coletas, sendo essa uma oportunidade para pesquisas futuras, pois a coleta de uma grande quantidade de rejeitos a partir de sistemas de coleta seletiva interfere no custo total do sistema.

Por fim, ficou claro neste estudo, a importância da divulgação dos programas de coleta seletiva, bem como a sensibilização da população, no sentido de fomentar a participação consciente desta.

6 CONCLUSÕES

A preocupação com a problemática dos resíduos de embalagens pós-consumo é recente no Brasil, bem como os esforços para desviá-las dos aterros sanitários e lixões, sendo esses um dos motivos pelos quais a logística reversa dos resíduos de embalagens é carente de planejamento e faltam ações eficazes voltadas à recuperação das mesmas, o que leva a apenas uma pequena parcela ser reintroduzida na cadeia produtiva. Visando contribuir para avanços nessa área, este trabalho se propôs a apresentar elementos que possam orientar no planejamento de sistemas de logística reversa (SLR) de embalagens de vidro pós-consumo, tendo em vista o grande potencial e as dificuldades envolvidas na recuperação do valor desse resíduo. Para isso foi feita a caracterização dos principais aspectos que devem ser considerados no planejamento de SLR, dos quais se detalhou neste estudo, os aspectos que envolvem decisões em um projeto de SLR, a saber: as alternativas de organização dos canais reversos, e de sistemas de coleta e triagem a se implementar.

Ao identificar e analisar essas alternativas e também as características do vidro e do contexto brasileiro, foi possível reconhecer as alternativas que tendem a favorecer a logística reversa das embalagens de vidro pós-consumo no Brasil. No caso da organização dos canais reversos, há uma grande influência da legislação nacional, que determina que os catadores devem ser incluídos nos SLR das embalagens em geral. No entanto, a depender de como ocorre essa inclusão, o processo de recuperação das embalagens de vidro pode ser comprometido, pois as características do produto e seu baixo valor no mercado de reciclagem não desperta interesse das organizações de catadores. Dessa forma, o mais aconselhável seria ou município realizar a coleta das embalagens de vidro, ou contratar as organizações de catadores, baseado em termos de referência, o que pode favorecer a coleta desse resíduo. Há, em geral, dificuldades em comercializar pequenos volumes de resíduos de embalagens de vidro, nestes casos, cabe considerar a opção de comercialização em redes ou a gestão compartilhada desse resíduo entre os municípios. Ressalta-se ainda que, os fabricantes de produtos comercializados em embalagens de vidro deveriam, em teoria, garantir a destinação adequada desses resíduos, o que não ocorre atualmente.

Em relação às operações de coleta e triagem, por serem executadas em sua maioria manualmente, e pelo fato do vidro ser um material perfurocortante, o seu descarte separado dos demais recicláveis é mais apropriado, pois pode evitar acidentes durante essas operações, em especial quando se trabalha com grandes volumes, como ocorre nos

grandes centros. No Brasil, no entanto, predomina o descarte e a coleta das embalagens de vidro junto aos demais recicláveis.

Quanto a análise do SLR de embalagens de vidro pós-consumo em Florianópolis, esta permitiu identificar algumas dificuldades inerentes às atividades envolvidas na logística reversa desse resíduo, sobretudo em relação à sua coleta e triagem. Algumas delas inclusive já identificadas no Capítulo 4 como, por exemplo, os acidentes com funcionários da coleta e com os catadores na triagem devido à sua característica cortante. Foi possível identificar ainda que, os resíduos de embalagens de vidro causam danos aos veículos coletores, e que diminuem a produtividade nos galpões de triagem quando descartados com os demais recicláveis. A alternativa encontrada pelo município para contornar essas barreiras foi realizar a coleta das embalagens de vidro separada dos demais recicláveis, a partir de pontos de entrega voluntária, os quais estão sendo instalados a partir de parcerias público-privadas. Outras dificuldades e alternativas de melhorias na logística reversa dos resíduos de embalagens de vidro também foram apresentadas no estudo de caso de Florianópolis, que podem vir a contribuir para a melhoria na gestão dos resíduos de outros municípios.

Embora se tenha buscado as informações para o desenvolvimento deste trabalho em diversas fontes, a partir de pesquisas bibliográficas, documentais e de campo, o trabalho apresenta algumas limitações, podendo se destacar, as análises realizadas a partir de poucos estudos disponíveis na literatura sobre a logística reversa das embalagens de vidro no Brasil, que fez com que, inclusive, em alguns casos, fosse necessário recorrer à dados em estudos internacionais como, por exemplo, no estudo da coleta e triagem do vidro (Capítulo 4), em que não se tinha estudos nacionais analisando o impacto desse resíduo nessas atividades e na recuperação dos materiais recicláveis como um todo. Quanto ao estudo de caso realizado em Florianópolis, ainda que tenha contribuído para