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Em verdade, nesse circuito da aglutinação de velhas e novas desigualdades, na acirrada pobreza, de crise da mobilidade social, da pobreza sem projetos de vida, da juventude sem caminhos, estamos face a face com processos de exclusão social e/ou de inclusão social precarizada no dizer de Martins (2002).

De fato, nos percursos seletivos de inserção do Brasil na nova ordem do capital, uma parte significativa da população brasileira não tem um lugar social, não tem uma posição social reconhecida e valorizada. Significa não ter acesso à formas e tipos de trabalho onde possam afirmar sua identidade como cidadão, que viabilizem-no aos bens e serviços sociais, dentro de um padrão de vida digno, que propiciem sua efetiva inserção em redes de proteção social. Logo, exclusão social significa não ter acesso aos mais elementares bens, serviços e redes de proteção social.

Como Pochmann, Martins, Carvalho, entre outros, mostram que o capital, nos circuitos perversos da chamada globalização, constitui-se numa nova organização/desorganização do mundo do trabalho, fundada na flexibilização, na fragmentação, na exclusão, como abordamos anteriormente. Concretamente, essa vulnerabilização do trabalho manifesta-se na transformação da problemática do emprego, em termos de dois fenômenos, no atual cenário brasileiro: o aumento do desemprego estrutural em taxas crescentes e a precarização das condições de trabalho, também crescente, no tocante ao trabalho sem proteções e/ou garantias.

Convivendo com o quadro do desemprego como uma de suas graves decorrências, tem-se, no Brasil, uma precarização do trabalho que se expressa na precariedade do emprego dos trabalhadores assalariados, atingindo, assim, os que ainda mantém vínculo formal de emprego; e na expansão do setor informal, trabalhadores cujas atividades encontram-se à margem de qualquer regulamentação e de controle do poder público. Na verdade, vê-se que é um amplo contingente da classe

trabalhadora que, ao romper o vínculo empregatício formal, sobrevive sem a garantia de direitos e benefícios.

Desde a constituição Federal de 1988, quando a Assistência Social é reconhecida legalmente como política integrante do tripé da seguridade social, a partir da LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, promulgada em dezembro de 1993, que a Assistência Social vem vivenciando a sua construção como política pública na vida brasileira, com avanços significativos, em meio a sérios entraves e limites. Estava posta a possibilidade de instituição de um amplo sistema de proteção social com direitos amplos, universais e equânimes; de aprofundamento da socialização da política por meio de participação efetiva nos conselhos de gestão e conferências, entendidos como espaços de disputa política dos projetos societários; e de alocação democrática redistributiva dos recursos públicos, a partir da criação do orçamento da seguridade social.

Na verdade, a trajetória da história da Assistência Social Brasileira, dá-se a partir de 1937, do Séc.XX quando a Assistência Social, como campo de ação governamental, registra no Brasil, duas ações inaugurais: a criação do Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS); e, na década de 40, a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA). Em 1977, é criado o Ministério da Previdência e Assistência Social, baseado na centralidade e exclusividade da ação federal. Foi somente em 1988, quando promulgada a Constituição onde é reconhecida a assistência social como dever de Estado, no campo da seguridade social e não mais política isolada e complementar à previdência; Em 1989, cria-se o Ministério do Bem Estar Social que, na contramão da Carta Magna, fortalece o modelo simbolizado pela LBA (centralizador sem alterar o modelo já existente); A primeira redação da Lei Orgânica Social (LOAS), em 1990, foi vedada no Congresso Nacional. No ano de 1993, as negociações do movimento nacional, envolvendo gestores municipais, estaduais e organizações não governamentais com o Governo federal e representantes no Congresso, permitiram a aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). (INFORMATIVO, 2005)

Nesse período, compreendido entre 1988 e 1993, iniciava-se o processo de construção da gestão pública e participativa da assistência social, através de conselhos deliberativos e paritários nas esferas federal, estadual e municipal. Em 1997, foi

editada a Norma Operacional Básica (NOB), que conceituava o sistema descentralizado e participativo, amplia o âmbito de competência dos governos federal, municipal e estadual e instituía a exigência de Conselho, Fundo e Plano Municipal de Assistência Social, para o município poder receber recursos federais; Ocorre, em 1998, nova edição da NOB que diferencia serviços, programas e projetos; amplia as atribuições dos Conselhos de Assistência Social e cria os espaços de negociação e pactuação – Comissões Intergestora Bipartite e Tripartite, que reúnem representações municipais, estaduais e federais de assistência social. (MINISTÉRIO, 1997, 1988)

Em 2004, no governo do presidente Luís Inácio da Silva, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) que acelerou e fortaleceu o processo de construção do SUAS – Sistema Único de Assistência Social. Iniciou-se com a suspensão da exigência da Certidão Negativa de Débitos, que impedia o Ministério de repassar recursos para os municípios. Em dezembro do mesmo ano, após ampla mobilização nacional, editou-se a Política Nacional de Assistência Social.

No ano de 2005, o Ministério apresenta proposta para a NOB 2005, em evento do qual participamos como gestora municipal de assistência social e presidente do conselho municipal de assistência social do Estado do Rio Grande do Norte. Esse evento reuniu 1200 gestores e assistentes sociais de todo o Brasil, em Curitiba (PR). O texto foi debatido em seminários municipais e estaduais, apoiados pelo Ministério, e sua versão final foi aprovada no dia 14 de julho de 2005, em reunião do Conselho Nacional de Assistência Social. A partir de então, o Sistema Único de Assistência Social- SUAS virou realidade.

Ao situarmos essa trajetória da Política de Assistência Social, observamos que vários movimentos foram organizados na direção de consolidá-la como Direito do Cidadão, Dever do Estado e como política componente da Seguridade Social, que prevê a universalidade de cobertura no campo da proteção social, tornando-se política estratégica, não contributiva.Tal política deve ser responsável por um conjunto de provisões no sentido de prevenir, superar formas de exclusão social, assegurando medidas que garantam padrões de cidadania a um significativo números de cidadãos brasileiros.

A afirmação contida no artigo 203 da Constituição Federal de 1988 vem explicitar, assim, um novo Direito social, ganhando maior visibilidade na Lei Orgânica da Assistência Social, Lei Nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993.

“A Assistência Social tem como objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - habilitação e reabilitação das pessoas portadores de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

Parágrafo único. A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais”.

Ao declarar seus objetivos, a política de assistência social explicita o compromisso com a construção de uma sociedade democrática, ao tempo em que pressupõe a cobertura das necessidades sociais na busca da universalização do acesso aos direitos sociais.

Como trata Potyara Pereira ..., “ falar da Assistência Social como política, e não como ação guiada pela improvisação, pela intuição e pelo sentimentalismo ( por mais bem intencionados que sejam ), ‘falar de um processo complexo que, embora não descarte o sentimento (de cooperação, de solidariedade e até de indignação diante das iniqüidades sociais) é, ao mesmo tempo, um processo racional, ético e cívico”.(Pereira, 2001, p. 220).

Nessa direção, é racional porque pressupõe como política, a primazia da responsabilidade do Estado com a efetiva participação do controle social pela sociedade; por outro lado, deve estar ancorada nas necessidades sociais apresentadas pelos indicadores sociais (diagnósticos, pesquisas, etc), e, conseqüentemente precisa estar baseada em planos de ação que devem destacar o conjunto de ações (serviços,

programas, benefícios, projetos), com recursos definidos, destacando as prioridades a serem consideradas no desenvolvimento da política.

É um processo ético, como nos mostra Pereira (2001), porque deve atuar na perspectiva de romper com a cultura do clientelismo, e com as formas de banalização da pobreza. Assim, o compromisso do Estado deve ser o de eleger a justiça social como princípio, no desenvolvimento da política de Assistência Social.

É também um processo cívico, pelo fato da vinculação inequívoca com os direitos de cidadania social, como responsabilidade do Estado na prestação de um conjunto de ações que favoreçam aquilo que é essencial para assegurar uma vida digna aos destinatários da política, e a conseqüente participação da população na sociedade. (PEREIRA, 2001).

Tal perspectiva, com a qual concordamos, vem contudo, sofrendo duros e sucessivos golpes, que estão derruindo as potencialidades da seguridade social para consolidar-se como um amplo e sólido sistema de proteção social, capaz de reduzir as persistentes desigualdades sociais no Brasil. No âmbito dos direitos, estes não foram uniformizados e universalizados. As reformas da previdência social ocorridas no período de 1998 a 2002, restringiram direitos, reforçaram a lógica do seguro previdenciário, reduziram o valor dos benefícios e abriram caminho para a privatização e a expansão dos planos privados baseados na capitalização. A política de saúde agoniza pela escassez de recursos, o que reduz a qualidade no atendimento, fragiliza a atenção básica e reforça a ampliação dos planos de saúde privados.

No nosso entender, a Assistência Social padece, ainda, de tendência focalista e seletiva, restringindo suas ações a alguns segmentos (crianças, idosos e pessoas com deficiência), e só recentemente vem sendo reestruturada, na perspectiva do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O orçamento da seguridade social, por sua vez, vem sendo uma fonte perene de sustentação da política econômica, pois através da Desvinculação das Receitas da União (DRU), boa parcela dos recursos que deveriam financiar os direitos sociais, são realocados para pagamento dos juros da dívida pública e para gerar o superávit primário. (CÂMARA..., 2003).

Em nossa análise, percebemos que as políticas neoliberais, de certa forma, destroem os avanços assegurados na Constituição Brasileira, àqueles que defendem

um padrão de seguridade social que inclua todos os direitos sociais previstos no artigo 6º da Carta Magna (educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência e assistência social). Para tanto, só a confirmação de um amplo sistema de proteção social poderá responder às drásticas condições econômicas e sociais dos cidadãos brasileiros, no sentido de ampliar acessos aos empregos, renda, moradia, saúde, educação, cultura e transporte de qualidade.

Esse amplo sistema de seguridade social deve pautar-se em princípios da Constituição e da LOAS como: 1) universalização, com superação da lógica contratualista do seguro social; 2) qualificação legal e legitimação das políticas sociais como direito de todos e dever do Estado; 3) orçamento redistributivo, com ênfase na contribuição de empregadores e no orçamento fiscal, de modo a desonerar os trabalhadores; e 4) estruturação radicalmente democrática, descentralizada e participativa.

Entendemos, como outros estudiosos, que o novo paradigma previsto na LOAS apresenta um desenho que está inscrito no contexto da consolidação da democracia brasileira. De outro lado, é preciso registrar que o Brasil encerrou o século XX como o país com a sexta colocação em distribuição de renda do mundo, segundo as Nações Unidas. Os números do IBGE mostraram que a concentração de renda no Brasil se ampliou continuamente nas décadas de 1960 e 1990, do Século XX.

Indica-nos Carvalho (2003), que, raízes das desigualdades são destacadas, levando-se em consideração razões históricas, como: os quatro séculos de escravidão, uma estrutura agrária oligopolizadas, e uma economia voltada ao mercado externo.

Romper com processos enraizados, como a concentração fundiária e os privilégios associados aos mais variados nichos de poder e proteção que intensificam a desigualdade, é reconhecer a necessidade de investimentos no reordenamento da política econômica, agregada à conseqüente garantia dos direitos sociais, os quais, ao serem assumidos pelo Estado, deverão resultar em políticas públicas capazes de promover distribuição de renda, educação, seguridade social, entre tantas outras ações fundamentais para a construção de uma sociedade justa e democrática Pochmann,(1998).

A atual conjuntura nos desafia à construção de posicionamentos e práticas que afirmem o lugar da proteção social na agenda política brasileira, com a criação de medidas que garantam uma política econômica que possibilite a redistribuição da riqueza socialmente produzida e a geração de emprego, trabalho e renda. Em outras palavras, demanda uma forte articulação entre as políticas públicas sociais e a econômica, direcionando a relação no desenvolvimento das expressões de questão social. Serra, (2000, p. 164).

É preciso ressaltar a importância das políticas sociais no seu caráter de redistribuição de renda e construção do protagonismo dos sujeitos, especialmente num país que possui raízes profundas de desigualdade. A consolidação dos direitos, com ênfase nos direitos sociais, está vinculada à produção histórica da noção de cidadania na ordem capitalista, que, embora transfigurada como concessão (reforçando relações de poder sustentadas pela cultura da dádiva e no clientelismo), é de fato, conquista dos trabalhadores e estratégia fundamental no aprofundamento da regulação do Estado em resposta às demandas das classes subalternizadas na direção emancipatória.

O processo de implementação da LOAS, 1993, no Brasil, se situa nesse contexto e anuncia um marco histórico: a implantação do SUAS, o qual, para além dos preceitos normativos, de ordenamento político-jurídico, administrativo e regulatório, significa o fomento das condições objetivas para a garantia do direito ao acesso à política de Assistência Social. A Assistência Social, como política pública, que integra um sistema mais amplo de proteção social, não está imune à estrutural subordinação do social às relações econômicas e políticas que priorizam a rentabilidade do capital. O seu trânsito, da ajuda para o campo dos direitos, da focalização para a universalização dos acessos e da responsabilidade moral para a responsabilidade estatal, supõe lutas coletivas e pactos consistentes na direção da priorização do social, em detrimento do econômico.

Acreditamos que lutar pela construção de uma política de assistência social, é parte do movimento mais geral de fortalecimento das instituições democráticas e de impulsionamento de processos emancipatórios na direção de uma sociedade igualitária. A ação política dos sujeitos deve ser movida pela convicção de que estamos construindo a esfera pública, nos politizando e politizando as relações na defesa dos direitos e da democracia como socialização da riqueza e da participação política.

A Assistência Social, na dimensão da gestão de políticas públicas voltadas ao futuro de nossas crianças e nossos adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade das famílias dos que trabalham, perpassa o cenário da pobreza e exclusão no qual essa situação se desenvolve. Dada a realidade sócio-econômica do Brasil, não é possível garantir direitos sem atuar sobre a pobreza e a exclusão social. Não existem situações de vulnerabilidade que se reforçam mutuamente: baixa renda, condições precárias de moradia, desemprego e subemprego, mães chefes de família com baixa escolaridade, baixo acesso a bens e serviços.

Ao recorremos aos resultados de nossa pesquisa, observamos nas entrevistas com as mães, nesse estudo, a relação de dificuldades que as mesmas vêm enfrentando nas tentativas de melhoria das suas vidas, reflexo identificado pela forma vulnerabilizada de exclusão social em que se encontram as mesmas. Conforme a entrevistada M1:

Eu morava no interior, não tive apoio dos pais, fui criado com os meus avós, não tinha como estudar, nunca tive oportunidade de estudar, se eu quisesse comprar um lápis pra ir pro colégio eu tinha que passar o dia todinho plantando feijão, algodão.

A situação da entrevistada M1, não se diferencia da entrevistada M2:

Bem, não tá tão bom, porque tô desempregada, o pai faleceu, to desempregada, aí tento manter um padrão de vida que eu não sei como vivo, só Deus mesmo. Eu pago aluguel, não tenho trabalho fixo, aqui acolá é que aparece uma faxina, estudo pra ver se melhora, pra ver se arranjo um trabalho melhor, mas eu creio que acho que não arranjo mais nada, dependendo da idade avançada, mas tô aí, tô batalhando.

A situação de miséria a que estão submetidas as famílias, principalmente nas regiões caracterizadas pela desigualdade social, favorece o ingresso precoce de crianças e adolescentes em atividades de trabalho e/ou ainda, em atividades perigosas, insalubres e degradantes.

Apesar da condição de pobreza das regiões onde o trabalho infantil é dominante, seria intolerável supor que sua eliminação só poderia acontecer após o enfrentamento das situações de miséria e das desigualdades sociais. Na verdade, o trabalho infantil tende a perpetuar esta situação, uma vez que interfere diretamente no acesso à

educação e à qualificação profissional. São muitos os limites impostos aos jovens em formação neste início do século, relacionados à construção do seu futuro. Os principais referem-se às condições de trabalho e renda, estabelecidas pelo atual sistema produtivo e pela ineficiência das políticas públicas.

Fruto de uma organização social competitiva e excludente, o atual sistema produtivo gera descartes humanos em escala exponencial, transformando o sonho da ampla empregabilidade em mera utopia. A sociedade industrial e pós-industrial esgotou irreversivelmente sua capacidade de gerar postos de trabalho para absorver os jovens em formação, como também acirrar o trabalho infantil.

A principal função do Estado capitalista, a de incluir seus cidadãos nas relações mercantis garantindo os investimentos produtivos e a regulamentação trabalhista, é insuficiente para enfrentar esses problemas, principalmente quando se considera o enorme contingente de jovens que estão em idade produtiva e os que estão sendo explorados.

Ao trazermos à tona esta discussão, é importante observar que, na realidade dos municípios os gestores públicos deparam-se com dificuldades para implementação das políticas de proteção social.

Ao nosso ver, uma Política de Proteção à criança e ao adolescente deve apoiar programas e projetos que estimulem a igualdade de condições aos acesso, regresso, permanência e sucesso escolar das camadas populares, que envolva necessariamente, a oferta de atividades sócio-educativas, de esporte e lazer, no período anterior ou posterior à escola. Acreditamos, dessa forma, que a assistência social tem um papel estratégico na viabilização de ações de erradicação do trabalho infantil, compreendendo: fortalecimento emancipatório das famílias por meio da oferta de informações e desenvolvimento de habilidades e competências facilitadoras de inclusão social; implantação e desenvolvimento de programas sócio-educativos, no período complementar à escola; oferta de bolsa ou complementação de renda familiar de caráter temporário, em áreas de exclusão social, tendo as famílias o compromisso de retirar seus filhos do trabalho, mantendo-os na escola e na jornada complementar; revitalização das redes pública e privada prestadoras de serviços sociais; modernização da gestão municipal; estabelecimento de parcerias entre os diversos poderes e

organizações da sociedade civil; co-financiamento das três esferas de governo, bem como do setor privado, e, respeito à vocação econômica dos estados e municípios.(BRASIL, 1997).

Configura-se, assim, um grande limite para a criação de políticas públicas e para seus gestores, responderem satisfatoriamente aos cidadãos em crescimento. Neste contexto, a Política de Assistência social teria como primeira condição estrutural, um planejamento mais direcionado sobre a gestão de políticas públicas voltadas ao futuro das nossas crianças e adolescentes, pela capacidade de responder os seguintes questionamentos: Como acabar a desumanização promovida pelo sistema produtivo e pelas próprias políticas públicas? Qual é o papel do poder público municipal na construção de um futuro melhor para as crianças e os adolescentes? Que recursos técnicos têm se desenvolvido para se ampliar a capacidade da gestão pública?

De acordo com a Assistente social, Maria Luiza Mestriner, pesquisadora do Instituto de estudos Especiais da PUC-São Paulo em palestra realizada Durante o seminário de Betim, MG (2005):

A maioria dos gestores públicos apresenta baixa capacidade de gestão para recriar qualquer coisa, uma vez que suas ações estão limitadas à improvisação e ao amadorismo gerencial da boa vontade política. Tal afirmação pode ser verificada na própria agenda dos prefeitos. Ao consultar os registros das atividades realizadas pelos gestores