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A dinâmica do espaço das bibliotecas e do espaço exterior no contacto e exploração de histórias.

4. Intervenção educativa no contexto

4.4. A dinâmica do espaço das bibliotecas e do espaço exterior no contacto e exploração de histórias.

como nas reuniões de grupo, no momento de comunicações e nos momentos de transição. Nestes momentos, para além de histórias foram ainda explorados lengalengas, rimas, trava-línguas, entre outros.

Importa ainda salientar, que as próprias crianças começaram por planear com maior frequência esta área, de forma a explorar os diferentes recursos introduzidos. Também no momento de animação cultural, ocorreu com frequência a dramatização de histórias recorrendo aos diferentes cenários e fantoches. Posso dizer, que na grande maioria dos dias as crianças queriam ler histórias aos colegas.

Em suma, as alterações efetuadas revelaram-se bastante positivas e potenciaram um maior envolvimento por parte das crianças nas diferentes explorações em torno da exploração de histórias.

4.4. A dinâmica do espaço das bibliotecas e do espaço exterior no contacto e exploração de histórias.

A dinâmica do espaço assume-se como um fator determinante no contacto e exploração de histórias “O espaço é outra das estruturas fundamentais de qualquer texto narrativo, sendo constituído pelo cenário onde decorre a história, tendo como função aumentar a veracidade do conto, inserindo-se num ambiente adequado e numa atmosfera” (Albuquerque, 2000, p. 63). No decorrer da minha intervenção procurei recorrer à área da biblioteca, à biblioteca institucional, à biblioteca pública e ao exterior para o conto e exploração de histórias.

A área da biblioteca foi uma das áreas mais enriquecida em ambos os contextos, sendo possível a partir desta criar um espaço mais acolhedor e envolvente para as crianças. A introdução de novos recursos (levados por mim, pela educadora, pelos familiares e criados pelas crianças) permitiu tornar o espaço mais atrativo, e cada vez mais planeado. Neste espaço, foram desenvolvidas diferentes atividades como ouvir histórias, poemas,

72 dramatizações de histórias, explorar os diferentes livros e documentos escritos. A dinâmica do espaço permitiu ainda potenciar a “…interação entre cada criança, o educador e um livro ou entre uma criança e um livro numa autonomia valiosa que estas atividades promovem e desenvolvem” (Sequeira, 2000, p. 64). Aqui, as crianças puderam também explorar todos os recursos de forma autónoma e independente, evidenciando o seu interesse no recontar histórias, manusear os fantoches, visualizar as ilustrações, entre outras.

Dada a sua frequente exploração e planeamento por parte do grupo, esta permitiu despertar o prazer da leitura fomentado diferentes explorações, experiências e novas aprendizagens.

Quanto à biblioteca institucional procurei da mesma forma potenciar a utilização deste espaço por parte das crianças. Na instituição onde decorreu a prática, o espaço da biblioteca é um espaço constituído por vários móveis compostos com livros e filmes. É um espaço agradável para ouvir e contar histórias (espaço este muito colorido, com cortinados de várias cores, e pequenas almofadas dando aos alunos algum conforto).

Estes espaços revelam-se essenciais, pois permite deliciar todas as crianças contribuindo fortemente para um maior interesse pela leitura, algo imprescindível no seu desenvolvimento. Para além disso, permite ainda fomentar os hábitos de leitura e o prazer de ler; incentivar o gosto pela leitura e pela escrita; apoiar o seu desenvolvimento e os projetos em curso na instituição, desenvolvendo nas crianças competências e hábitos de trabalho baseados na consulta, tratamento e produção de informação. Permite ainda estimular o enriquecimento da comunidade educativa em termos culturais, tecnológicos e artísticos.

Dada a sua relevância, torna-se imprescindível a utilização cada vez mais frequente do espaço pelas crianças, permitindo um maior contacto com recursos

variados. No decorrer da minha prática, frequentei com o grupo de jardim-de-infância a biblioteca que serviu para a pesquisa por parte das crianças de informação sobre os micróbios (1º semestre). No segundo semestre, pude efetuar neste espaço uma sessão de conto de histórias onde pudemos explorar três diferentes histórias e também uma lengalenga. Na minha opinião, a sessão aqui realizada

foi relevante para o grupo pois pudemos sair do contexto da sala, utilizando outro espaço

Figura 28- Sessão de

73 e recorrendo a diferentes materiais didáticos, favorecendo a imaginação e envolvimento num espaço adequado à leitura.

Para além da biblioteca institucional torna-se ainda relevante salientar o importante papel da biblioteca pública “A biblioteca pública é um espaço privilegiado para os melhores e mais felizes convívios com os livros e os leitores de todas as gerações” (Sequeira, 2000, p. 68). Com o grupo de jardim-de-infância foi possível efetuarmos uma visita à biblioteca. Neste espaço o grupo revelou curiosidade em perceber a existência dos números expostos no início de cada prateleira que nos indicava os temas dos livros ali presentes assim como, o número da prateleira. O facto de existirem informações escritas

ao longo da biblioteca e que foram lidas às crianças foi também encarado pelo grupo como uma responsabilidade a ter, mantendo-se assim em silêncio, colocando os livros utilizados nos carrinhos e recorrendo às prateleiras corretas de acordo com os seus interesses.

Na biblioteca pudemos ainda, dar resposta a algumas das questões levantadas pelo grupo em torno do projeto sobre os livros e proceder ao conto de uma história. No momento do conto de uma história escolhida pelas crianças “A bruxa arreganhadentes” o envolvimento e entusiasmo das crianças esteve bem evidente, mantendo-se sempre em silêncio e bastante atentos. A dinâmica do espaço estimulou a curiosidade das crianças que o quiseram explorar, despertando nas crianças o interesse na exploração dos diferentes livros.

Por último, não poderia deixar de referir a importância do espaço exterior no contacto e exploração de histórias, que ocorreu no jardim exterior da instituição revelando-se igualmente um momento renovado, atrativo e bastante envolvente para as crianças “Os jardins constituem…uma realidade ambiental complexa, já que guardam as características de ambiente físico natural, pois são constituídos por flores e árvores, mas também adquirem as características de ambiente físico e artificial…” (Albuquerque, 2000, p. 65).

Figura 29- Leitura de algumas

das regras expostas na biblioteca

Figura 30- Leitura da história

74 No momento do conto da história “A vaca Maruxa” foi evidente o envolvimento das crianças sobretudo centradas no recurso utilizado, o fantoche

em cartão. O facto de este ir mudando de manchas permitiu envolver as crianças que se mantiveram concentradas no conto da história. A exploração da história no exterior foi uma oportunidade relevante que potenciou um novo ambiente no conto de histórias e um desfrutar de um refresco.

Em suma, posso afirmar que no decorrer da minha

intervenção o contacto e a dinâmica dos espaços revelou-se pertinente às diferentes explorações por parte das crianças, estimulando o gosto pelos livros e pela exploração de histórias.