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4. Intervenção educativa no contexto

4.3. Contar histórias e ouvir histórias…

4.3.6. Evidencias das competências desenvolvidas

É através da leitura e exploração de histórias que as crianças desenvolvem diferentes competências como a “compreensão da linguagem escrita”, aprendem a “organização do material impresso”; desenvolvem o vocabulário, a atenção, e ainda as diferentes interações (Fernandes, 2007).

Quanto às evidências detetadas na prática no contexto de creche comprovo a facilidade de exploração dos livros, explorando-os e manuseando-os de diferentes formas como aconteceu com o cubo contador de histórias que as crianças utilizaram para se sentar, atirar; a caixa com o lenço imitando-me e colocando o lenço na cabeça; os instrumentos musicais que acompanharam as diferentes histórias, os dedoches em feltro manuseando- os e dando-lhe inúmeras explorações. A exploração dos fantoches esteve também bem evidenciada no grupo que os manuseavam facilmente. Demonstram ainda a contagem das personagens ainda que com ajuda, onde grande parte do grupo denota já ter fixado a ordem numérica até cinco. Conseguem também identificar o nome de algumas das personagens presentes nas histórias sobretudo aquelas que mais os marcam (como o lobo mau, a raposa,…), enquanto outras menos conhecidas acabam por não ser identificadas. Para além das personagens identificaram com facilidade algumas das imagens presentes nos livros como foi o caso das imagens do livro projetado na parede em que as crianças identificaram corretamente as imagens projetadas (peixes, estrelas, bolas, …). Nos livros também conseguem identificar as imagens expostas dizendo de que figura se trata e ainda diferenciando o mesmo objeto com diferentes tamanhos (pequeno e grande).

Tendo por base o Perfil de Desenvolvimento da Creche na exploração de história foi possível verificar algumas das competências no decorrer da exploração das histórias. No caso das crianças entre os 8 e os 17 meses foi constatado o apontar e fazer sons quando olha para as imagens do livro; o gosto por tocar no livro, andar e olhar para livros e o prazer demonstrado quando lhe está a ser lida/contada uma história. Entre os 18 e os 35 meses verificam-se já outras competências nomeadamente a contagem de números até cinco (contagem das personagens); a utilização de algumas palavras que identificam o número, a classificação e organização por grupos dos objetos (pinheiro grande e pequeno, os porquinhos de um lado e as casas de outro); a identificação pelo nome de objetos presentes na história (como foi o caso do comboio, dos produtos de mercearia, entre

67 outros); a memorização de algumas frases proferidas no momento da leitura (como foi o caso da S. (2:9) que na casa de banho repetiu “ninguém dá prendas ao pai natal e também no decorrer da leitura da história “Eh grande coisa” onde as crianças repetiam aquilo que era dito “Eh grande coisa”); a aprendizagem de novos vocábulos e a utilização; a experimentação e progressiva utilização de novos materiais (fantoches) e ainda a exploração adequada dos livros de imagem em que as crianças viram a página no momento adequado (identificando as imagens presentes na página e fazendo sons relacionados com as imagens que estão a ver).

Segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar, e tendo por base os domínios curriculares foram igualmente percetíveis diferentes competências por parte do grupo, tal como evidencio em seguida. Tendo como referência o domínio da matemática verifiquei a facilidade da contagem por grande parte do grupo das personagens até cinco, assim como a sua identificação. Outras das competências evidenciadas consiste na facilidade apresentada pelas crianças no acompanhamento da história utilizando instrumentos musicais feitos com material reciclado, embora não houvesse um ritmo e ainda o cantar de canções como aconteceu na história “Os três porquinhos” e “O gato tagarela”, havendo uma exploração ao nível do domínio musical.

No domínio da expressão motora foi também possível partir de histórias (“Os três porquinhos” e “O casamento da gata”) para as diferentes explorações motoras que envolveram diferentes materiais (arcos, cadeiras, mesas, um túnel e as bolas). Durante esta exploração as crianças desenvolveram competências como saltar, atirar bolas, o equilíbrio passando por cima das cadeiras, o gatinhar passando pelo túnel e que a partir da história se revelou envolvente e entusiasmante para as crianças.

Ao nível da expressão dramática as crianças conseguem já criar pequenas dramatizações como aconteceu na exploração do poema “Calada e ligeirinha” com a dramatização do trabalho da formiga ao carregar nas costas as respetivas folhas de jornal.

No domínio da expressão plástica verificou-se na exploração de histórias a correta utilização de diferentes materiais como pinceis, lápis, canetas, massa de moldar, a técnica da carimbagem, etc. Como exemplo menciono, a exploração da história “A que sabe a lua” onde foi possível aplicar uma nova técnica de pintura com a carimbagem através da rolha de luas de cartolina, estimulando a criatividade do grupo e na qual as crianças se mostraram envolvidas.

68 As crianças revelam ainda facilidade na compreensão da maioria do vocabulário lido, conseguem identificar o texto apontando e as ilustrações interpretando-as.

Relativamente ao grupo de crianças do jardim-de-infância as competências evidenciadas no decorrer das atividades que pretendo ressaltar são a visualização correta dos livros, ao passar as páginas, demonstrando já comportamentos de leitores; a correta e fácil utilização dos fantoches quer para contar histórias como noutras explorações; a fácil identificação de palavras, frases e dos elementos constituintes do livro apontando (capa, contra-capa, lombada, autor…). Verifiquei ainda a correta identificação da capa de um livro quando misturada entre outras páginas sobretudo a partir da dimensão das letras da capa, revelando já aqui algumas competências na identificação de um dos constituintes do livro, o título (Reflexão 9 – Apêndice I). Identificam também com facilidade as ilustrações do livro e nos seus desenhos retratam evidências de pequenos detalhes (como por exemplo, os óculos do pai natal, o saco da raposa…). As crianças conseguem ainda proceder à contagem das personagens que efetuam com facilidade. Os nomes das personagens são também facilmente identificadas pelo grupo.

Tendo por base as Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar e tendo por base os domínios curriculares foram detetadas diferentes competências. Tendo como referência o domínio da matemática verifica-se a facilidade da contagem das personagens, assim como a sua identificação. Neste domínio verifico ainda a facilidade das crianças na identificação de padrões assim como na formação de conjuntos e elaboração de gráficos, como pudemos elaborar com as personagens da história “Os ovos misteriosos”.

Outras das competências evidenciadas consiste na facilidade apresentada pelas crianças no acompanhamento da história utilizando instrumentos musicais feitos com material reciclado, seguindo um ritmo, assim como o cantar canções que as crianças decoram com facilidade como aconteceu com a música “Na quinta do tio Manel e da d. Maria”, havendo assim uma exploração ao nível do domínio musical.

No domínio da expressão motora foi também possível partir de histórias (“Os três porquinhos” e “A abelha que fazia mel de chocolate”) para as diferentes explorações motoras que envolveram diferentes materiais (arcos, cadeiras, balões e flores). Durante esta exploração as crianças desenvolveram competências como saltar, correr, andar ao pé-coxinho, atirar balões, o equilíbrio passando por cima das cadeiras, entre outras.

69 Ao nível da expressão dramática as crianças conseguem já criar pequenas dramatizações como aconteceu na exploração da história “Os três ursos” e “A toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça” com a dramatização da história.

O domínio da expressão plástica verificou-se na exploração de histórias, a correta utilização de diferentes materiais como pinceis, lápis, canetas, massa de moldar, recorte, etc. Tanto nos desenhos como na massa de moldar existe a evidência de pormenores das personagens, sendo estas feitas com bastante rigor.

No domínio da linguagem oral e escrita as crianças revelam ainda facilidade na compreensão da maioria do vocabulário lido, conseguem identificar letras e as ilustrações interpretando-as. Fazem questões sobre as histórias e conseguem também responder a questões. Conseguem criar e reproduzir histórias lidas. A escrita é também conseguida pelas crianças através da “imitação” de letras e palavras.

Por último, refiro ainda a área do conhecimento do mundo onde se enquadram grande parte das histórias. Nestas aponto competências tais como, o manuseamento de lanternas na exploração da luz e do escuro, a plantação de sementes no seguimento da história “O Nabo Gigante”, entre outras.