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4. Intervenção educativa no contexto

4.2. Caracterização dos contextos 1 Creche

4.2.2. Jardim-de-infância

Caracterização do grupo

O grupo de crianças na sala de jardim-de-infância número um era constituído por um grupo heterogéneo de vinte e quatro crianças, com idades compreendidas entre os três e os seis anos, sendo que duas delas começaram a fazer parte do grupo em janeiro de 2014. No total das crianças dez eram do sexo feminino e catorze do sexo masculino. A sala de jardim era constituída por seis crianças com três anos, cinco crianças com quatro anos, doze crianças com cinco anos e uma criança com seis anos.

Em relação aos interesses e necessidades, a turma apresentava diferentes ritmos e capacidades de aprendizagens. Não revelava dificuldades significativas de comportamento e cumprimento de regras, demonstrando apenas alguma dificuldade de concentração.

Relativamente às competências, a nível global o grupo apresentava facilidade na exploração de atividades nos diferentes domínios curriculares, embora os ritmos de exploração e aprofundamento diferissem de criança para criança.

As crianças mostraram interesse por todas as áreas da sala embora se verificasse uma preferência na área do faz-de-conta e na área das construções. As áreas menos planeadas durante o primeiro semestre pelas crianças foram a área da biblioteca que na minha intervenção procurei dinamizar com a construção do livro dos micróbios, a exploração do livro de cartão “Jaime e as bolotas” e ainda a elaboração de fantoches para enriquecer esta área, tornando-a posteriormente mais planeada pelo grupo. Outra das áreas também menos planeada pelas crianças foi o laboratório das ciências e da matemática que procurei também dinamizar com a introdução de um novo jogo, o subitizing. Esta área começou a ser no segundo semestre uma das áreas da sala mais planeadas devido à introdução de uma caixa com milho e da caixa de areia.

No segundo semestre e dado o enriquecimento da área da biblioteca, com a intervenção dos pais e novos recursos que pude disponibilizar ao grupo permitiu tornar esta, uma área mais planeada pelas crianças. A área da música foi outras das áreas que as crianças

39 puderam planear com maior frequência devido à introdução de novos instrumentos feitos com material reciclado que disponibilizei ao grupo nesta área.

O grupo mostrou bastante interesse na audição de histórias, sobretudo naquelas que eram contadas com recursos a fantoches e também a músicas. Houve ainda uma demonstração por parte das crianças de autonomia na escolha das atividades que pretendiam realizar, sendo o levantamento efetuado na reunião de conselho, realizada à sexta-feira. Grande parte das atividades partiam das crianças. Em relação aos pares revelavam gosto pela cooperação e existia bastante partilha entre o grupo.

No âmbito do primeiro semestre verifiquei que uma das necessidades a ter em conta neste grupo, era as saídas ao exterior, pois quando realizávamos saídas as crianças mostraram-se muito eufóricas e bastante entusiasmadas, mostrando realmente a diferença do grupo num dia normal dentro da sala. Penso que as saídas são extremamente importantes, pois permitem que as crianças vivenciem as experiências com maior entusiasmo despertando a curiosidade e interesses sobre o mundo que os rodeia. Nesse sentido, procurei durante a PES a realização de saídas que ocorreram praticamente uma vez por semana. As visitas efetuadas quer pelo bairro, como para locais mais longe permitiram que o grupo se começasse a adaptar às diferentes saídas, evidenciando uma maior calma possibilitando um maior aproveitamento destas saídas.

De um modo geral eram crianças alegres, participativas e tinham em comum com as crianças da sua idade, o gosto pela descoberta e pela novidade.

Caracterização do espaço e materiais

A organização do espaço e materiais da sala de jardim-de-infância nº1 tinha por objetivo responder às necessidades das crianças, sendo um espaço agradável, funcional e onde as crianças se sentiam seguras.

Uma vez que a educadora seguia o modelo do MEM as áreas da sala encontravam- se organizadas segundo o modelo. De entre as áreas de aprendizagem referidas, importa destacar as que se constituíram relevantes ao nível da exploração de histórias e que eram as seguintes:

40 A área da pintura encontrava-se separada do atelier da expressão plástica no entanto fazia parte deste atelier, uma vez que as atividades aqui

efetuadas diziam respeito à expressão plástica. Nesta área encontrava-se uma mesa onde eram colocados todos os dias os copos com tinta e pinceis. Esta área foi durante a minha prática diariamente utilizada nas diferentes atividades, como por exemplo, na ilustração de histórias, na pintura de animais em barro, na pintura de ovos, na exploração de barro e também na exploração de pintura e tecnicas de pintura livre, entre outras.

O “Laboratório das Ciências e Matemática” continha uma mesa com duas cadeiras e ainda dois armários que se encontravam cada um nos respetivos cantos da mesa. Um dos armários era destinado à área das ciências e o outro à área da

matemática. Neste local eram frequentemente efetuadas experiências e era também efetuada diariamente a alimentação à tartaruga. Ao longo da PES pude dinamizar esta área com a elaboração da experiência “Bolor no pão”. Para além disso, pude enriquecer e dinamizar esta área com a introdução da caixa com milho (que surgiu em torno da história “Grão de milho”) e

também da caixa de areia que potenciaram um maior planeamento por parte das crianças e também envolvimento que esteve bastante evidente durante a PES. No armário destinado aos materiais da área da matemática encontravam-se também vários materiais como contas, abacos, botões, caricas, jogos com formas geométricas, entre outras. Ao longo da PES procurei também dinamizá-la introduzindo um novo jogo (o jogo do subitizing) e o jogo “As rosas do meu jardim” que envolveu bastante o grupo.

A área da escrita possuía uma mesa com um computador e também duas cadeiras. Para além disso tinha ainda um armário com diferentes materiais de apoio à escrita, como letras, carimbos de letras, caderno de escrita, folhas, lápis,

entre outros. Esta área era normalmente utilizada pelas crianças para jogarem no computador e também para atividades de escrita. Uma vez que as crianças estavam constantemente no computador a jogar procurei dinamizar esta área com a escrita no word de pequenas frases para o

projeto sobre os micróbios que estava a ser realizado. Para além disso, nesta área foi ainda

Figura 10 - Laboratório das

Ciências e Matemática

Figura 11- Área da escrita Figura 9- Ateliê da expressão

41 efetuado o registo da receita do bolo-rei. No âmbito do segundo semestre, esta área foi igualmente dinamizada com a exploração e escrita de notícias, e criação de histórias, a elaboração de uma carta para o Sr. da oficina, entre outras atividades. Nesta área houve também pequens alterações como a exposição de atividades realizadas em torno da escrita nesta área.

No Atelier da expressão plástica as crianças dispunha da uma que servia as diferentes áreas, com as respetivas cadeiras. Aqui era frequente por parte

das crianças a elaboração de desenhos, a moldagem da massa, entre outros. Na minha prática procurei também dinamizar esta área com a elaboração das lanternas de natal, fantoches, os sinais de trânsito em cartão, a maquete do Monte Selvagem, a confeção de sumo de laranja, a confeção de gelados de morango, entre outras.

A “Área da Biblioteca e da Documentação” No decorrer do primeiro semestre deparei-me com uma área muito “pobre” em termos de recursos e uma área pouco planeada pelas crianças. Esta continha apenas uma caixa com alguns livros, um puf e duas almofadas. Nesse sentido, ao no decorrer da minha prática procurei com as crianças proceder ao enriquecimento desta área. Para isso, iniciamos com a criação do livro sobre os micróbios (resultado do trabalho de projetos), a exploração do livro “Jaime e as bolotas” em que foi possível criar diferentes histórias e ainda a elaboração de fantoches que as crianças puderam utilizar nesta área e assim contar/recontar/inventar algumas histórias.No âmbito do segundo semestre esta área foi enriquecida com a disponibilização de um movél por parte da instituição, por diferentes livros trazidos pelos pais e familiares,

por livros criados pelas crianças como o livro “A velhinha e a cabaça” no âmbito do projeto “Os livros” e ainda por alguns recursos que introduzi para recurso da mesma como livros em cartolina, diferentes fatoches e cenários. Nesta área foram ainda colocados alguns registos efetuados expostos nesta área como a lengalenga “A velha e a bicharada”.

Figura 12-Área da expressão

plástica Figura 13- Área da biblioteca (1º Semestre) Figura 14- Área da biblioteca (2ºsemestre)

42 A “Área da Dramatização e do Faz-de-Conta” dispunha de vários materiais tais como um fogão, uma casinha das bonecas, um armário, um baú, alguns carrinhos de bebé, alimentos de plástico, chapéus, tecidos, vestidos, malas, chapéus, sapatos, entre outros. O espaço recriava o ambiente de uma “casinha” possibilitando o jogo dramático e o contacto com materiais permitia às crianças recriar situações da vida real. Este espaço permitiu desenvolver diversas competências, tais como, a cooperação e a

entreajuda na dramatização de situações do quotidiano das crianças. A exploração desta área originou descobertas bastante importantes de partilha de saberes sobre a forma como cuidar da casa e dos bebés, colocar a mesa, nomear os utensílios existentes numa cozinha, estabelecer diálogos, representar histórias, vivências, entre outras.

A área da reunião era utilizada pelo grupo todas as manhãs para o momento de grande grupo. Neste espaço existia um tapete e duas almofadas grandes. Aqui ocorriam frequentemente a leitura de histórias, os diálogos ou até mesmo algumas brincadeiras. Durante a PES esta área foi sempre utilizada. Para além disso, procurei ainda dinamizar a área com a dramatização de uma história em conjunto com as crianças, que esconderam as personagens e à medida que apareciam na história iam sendo colocadas no cenário elaborado.

A área da música situava-se junto da área da biblioteca que continha numa das prateleiras do armário alguns instrumentos musicais. Como os

materiais existentes estavam um pouco envelhecidos, procurei também enriquecer esta área com a introdução de novos materiais feitos de material reciclável. Nesta área pudemos também explorar lengalengas, rimas, cantigas em torno das histórias, entre outras.

A organização do espaço traduz uma maior cultura para a criança possibilitando o seu desenvolvimento a nível cultural, uma conceção da escola, uma visão da criança, quando por exemplo, numa sala podemos ver desenhos criados pela criança expostos nas paredes (como é bem visível nesta sala), uma visão do educador, um conceito de aprendizagem, valores mas também recursos.

Figura 15- Área da dramatização

e do faz-de-conta

Figura 16- Enriquecimento da

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