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Discutindo a nomeação nos mapas d e r oteir o 

Aspectos lingüístico­constitutivos dos mapas 

3.3  Discutindo a nomeação nos mapas d e r oteir o 

O  que faz  parte  do itinerário é nomeado nos mapas de roteiro. Ou seja, além dos  nomes  de  ruas  e  avenidas  e  do  ponto  de  chegada,  verificamos  que  nomes  de  outros  elementos também são  indicados, desde que façam parte do caminho a ser  seguido.  Vale  ressaltar que apesar de haver outros elementos nomeados nos mapas, nosso interesse maior  nesta parte da pesquisa está voltado para os nomes de ruas e avenidas. 

A nomeação das vias públicas se dá pelos vocábulos: avenidas, estradas e ruas, que  podem ser abreviados ou não. Vejamos as formas de nomeação encontradas: abreviação do  vocábulo,  seguido  do  nome  da  rua  (por  exemplo:  Av.  Norte,  AV.  Rosa  e  Silva 16 );  abreviação  do  vocábulo,  seguido  do  nome  da  rua  em  questão  (por  exemplo:  R.  da  Harmonia); e o emprego do vocábulo Estrada, seguido do nome da rua: Estrada do Arraial. 

Os vocábulos rua, avenida, rodovia ou estrada aparecem na maioria das vezes nos  mapas, mas também há casos em que são omitidos. Porém, considerando­se o contexto em  que o nome se encontra, no caso, em um mapa e representado por linhas, coloridas ou não,  pode se reconhecer como nomes de ruas mesmo sem o pré­nome. É quando o verbal alia­se  ao  não­verbal  e,  juntos,  transmitem  a  informação.  Exemplos: Dr.  João  Asfora,  Francisco  Alves, Senador José Henrique, Estado de Israel, Esperanto. 

Enquadramos  os  nomes  de  ruas  encontrados  nos  mapas  de  roteiro  analisados  segundo a classificação proposta por Guimarães (2002): 

a)  Nomes próprios de pessoas: 

R.  Gonçalves  Maia,  R.  João  Lira,  R.  Princesa  Izabel,  R.  Gervásio  Pires, R. da Conceição, R. José de Alencar, R. Guimarães Peixoto, R.  Joaquim  de  Brito,  Rua  Mário  Monteiro,  Rua  Marcionilo  Pedrosa,  R.  Oswaldo Cruz, R. Gonçalves Maia, R. João Lira, R. Gervásio Pires, R.  José  de  Alencar,  R.  Guimarães  Peixoto,  R.  Joaquim  de  Brito,  Lins  Petit,  Francisco  Alves,  Av.  Oliveira  Lima,  Av.  Manoel  Borba,  Av.  Mascarenhas  de  Moraes,  Av.  Agamenon  Magalhães,  Av.  Abdias  de  Carvalho,  Av.  Dantas  Barreto,  Av.  Domingos  Ferreira,  AV.  Rosa  e  Silva; 

b)  Nomes próprios topográficos ou outras referências topográficas 17 :  Av.  Caxangá,  Av.  Norte,  AV.  Norte,  Beira  Rio,  Av.  Guararapes,  BR  101­Sul, Paissandu;  c)  Nomes próprios de Cidades, Estados ou Países 18 :  16  Reproduzimos os nomes de ruas e avenidas conforme está escrito nos mapas.  17  Na classificação proposta por Eduardo Guimarães (2002) não consta o termo ‘outras referências  topográficas’, incluído neste trabalho devido à necessidade de classificar os nomes de ruas encontrados.

Portugal, Minas Gerais, Estado de Israel, Av. Recife;  d)  Nomes próprios de pessoas determinadas por uma titulação: 

R. Barão de São Borja, R. Visc. de Goiânia, R. Des. Goes Cavalcanti,  R.  Padre  Inglês,  Av.  Conde  da  Boa  Vista,  S.  Francisco,  Sen.  José  Henrique, Papa João Paulo II, R. Princesa Izabel, Dr. João Asfora;  e)  Sintagmas preposicionados: 

R.  da  Conceição,  R.  da  Santa  Cruz,  Rua  da  Harmonia,  Estrada  do  Arraial,  R.  do  Estudante,  R.  do  Príncipe,  R.  do  Aragão,  Estrada  do  Encanamento, Estrada do Arraial, R. do Sossego, R da Saudade, R. da  União,  R.  do  Hospício,  R.  do  Riachuelo,  R.  do  Progresso,  R.  do  Giriquiti, R. do Sol, R. dos Médicis, Ponte da Harmonia; 

f)  Nomes seguidos ou precedidos de uma determinação:  R. Nova, Esperanto, Ponte Boa Vista; 

g)  Numeral seguido de um sintagma preposicionado:  R. Sete de Setembro, Praça Treze de Maio. 

Como pode  ser  visto  acima,  há  vários  tipos  de  enunciações  que  nomeiam  as  ruas  dos  mapas de  roteiro  analisados.  Nessas  enunciações  há  uma  história  de  nomes  que,  em  muitos casos, se repetem em diversas cidades. E essa repetição tem a função de determinar  as designações de muitas ruas no Brasil, de acordo com Guimarães (2002). 

Também  encontramos  ruas  cujos  nomes  também  são  empregados  para  designar  bairros  em  português  e  em  inglês,  como  o  do  Recife  (Recife­  Old  Recife),  Centro  (Downtown), a cidade de Olinda (Olinda – Cidade Alta­ Olinda Upper City). 

Além das ruas e bairros, os nomes designam importantes equipamentos urbanos da  cidade  (os  Shoppings  Recife  e  Tacaruna,  o  Geraldão,  o  Centro  de  Convenções  de  Pernambuco). Os nomes também designam lugares como o Sítio da Trindade, o Shopping  Parnamirim, o Colégio Ariano Suassuna, o Colégio Santa Catarina, o Aeroporto (Airport),  o  Curso  Nobre,  o  Shopping  Boa  Vista,  o  Hotel  Pousada  Peter  –  ponto  de  chegada  dos  mapas  de  roteiro  analisados  nas  figuras 06  e  07  – o  Shopping  Boa  Vista,  a  Praça  13 de  Maio e a Ponte Boa Vista, os Hospitais HOPE, Português e Unimed, o Empresarial Albert  Einstein,  a  Farmácia  Bom  Jesus,  o  Bar  Antiquário,  a  Byke  Norte,  O  Rei  da  Picanha,  a  Igreja da Harmonia, a Ponte da Harmonia, e a Novo Rumo. O Ponto de ônibus e a Banca  de Bicho, da figura 10 – Mapa de roteiroda ONG Novo Rumo – designam atividades, mas  não  se  pode  dizer  que  são  nomeados  da  mesma  forma  que  os  outros  elementos.  Porém, 

18 

Na classificação de Guimarães (2002) também não consta o nome próprio de Estado, que foi acrescentado  aqui devido à existência de nomes de Estados nos mapas analisados.

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como  era  importante  saber  da  existência  de  tais  elementos,  sua  presença  foi  indicada  no  mapa. 

De  acordo  com  Guimarães  (2002),  nomes de  ruas  são  usados  no  nosso  cotidiano.  Baseamo­nos  nessa  declaração  para  concluir  que,  além  desses,  outros  elementos  que  servem de referência para a identificação das ruas que levam ao ponto de chegada, também  são  nomeados.  Tais  elementos  podem  ser  pontes,  praças,  lojas,  bares,  restaurantes,  farmácias, etc. 

Dos  mapas  de  roteiro  analisados,  a  figura  06  destaca­se  por  ilustrar  e  nomear  as  estações de metrô do Recife e adjacências, em vez de nomear ruas. As nomeações dessas  estações podem designar nomes próprios de pessoas, como Antônio Falcão, Floriano, Jorge  Lins,  Marcos  Freire,  Tancredo  Neves,  Joana  Bezerra;  nomes  topográficos,  como  Monte  dos  Guararapes,  Alto  do  Céu,  Coqueiral;  nomes  próprios  de  cidades,  países  ou  bairros,  como  Cajueiro  Seco,  Prazeres,  Porta  Larga,  Imbiribeira,  Largo  da  Paz,  Jaboatão,  Barro,  Mangueira, Afogados e Recife, como pode ser visto abaixo. 

Figura 06 

Fonte:http://www.pousadapeter.com.br/mapa.htm 

Os verbetes utilizados para  nomear as estações de metrô fazem parte do cotidiano  das  pessoas,  por  serem  empregados  em  ruas  e  bairros  já  conhecidos.  Portanto,  ao  identificar as estações com nomes de bairros ou de ruas, torna­se mais fácil identificar, por  associação,  o  nome  do  lugar  ao  nome  da  estação.  Podemos  observar  que  as  nomeações  servem para identificar os objetos e salientar a informação presente no mapa.