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Sentidos r epr esentacionais e in ter a tivos; códigos e convenções nos mapas de tur ismo 

Discussão dos r esultados 

4.4  Sentidos r epr esentacionais e in ter a tivos; códigos e convenções nos mapas de tur ismo 

Os mapas de turismo selecionados para a análise constituem­se de grande variedade  de imagens representando pontos turísticos, e seu uso está relacionado à prática turística de  pessoas  que  o  utilizam  para  obter  informações  concernentes  a  contextos  específicos,  de  viagens turísticas. 

Para  compor o  corpus concernente  aos  mapas  de  turismo,  selecionamos  06  (seis)  mapas:  01  (um)  mapa  da  região  central  da  cidade  do  Recife  (fig.  12),  01  (um)  mapa  de  turismo roteiro cultural (fig. 13), 01 (um) mapa de turismo da cidade do Recife (fig. 14), 01  (um)  mapa  de  turismo  do  litoral  de  Pernambuco  (fig.  15),  01  (um)  mapa  de  turismo  do  Recife  Antigo  (fig.  16)  e  01  (um)  mapa  de  turismo  dos  bairros  de  Santo  Antônio  e  do  Recife (fig. 17). 

O mapa correspondente à figura 12 foi retirado da Agenda Cultural do Recife, uma  publicação  mensal  distribuída  gratuitamente  em  agências  de  viagens,  bibliotecas,  dentre  outros locais. Ela presta informação sobre as atividades artístico­culturais da cidade, como  exposições  de  arte,  cinema,  teatro  e  dança.  O  mapa  de  folhas  duplas  destaca  os  pontos  turísticos da região central da cidade do Recife.

­ 83 ­  Figura 12 – Mapa da Região Central da cidade do Recife  Fonte: Agenda Cultural da cidade do Recife  Como em todos ou outros, o aspecto visual se mistura com o lingüístico neste mapa  acima (fig. 12), onde os elementos estão organizados de forma a atrair atenção do leitor em  diferentes graus (cf. cap. II, p. 44) a começar pelos nomes das vias principais, dos viadutos  e  das  praças.  Além  do  destaque  dado  pelos  seus  nomes,  esses  elementos  estão  representados por formas ovais de cor preta, e ainda, os locais de visitação são salientados  por números em círculos vermelhos ou amarelos. Na parte inferior do mapa há uma lista,  também  saliente  (cf.  cap.  II,  p.  45),  em  que  são  exibidas  informações  detalhadas  desses  locais  ressaltados  no  mapa.  As  informações  dessa  listagem  correspondem  ao  valor  informativo real. Já os pontos turísticos enumerados e  as praças são as informações mais  salientes (cf. cap. II, p.45) no mapa e fazem parte do valor informativo ideal. 

Outro aspecto da composição visual observado neste mapa é o framing,que permite  que elementos sejam conectados ou desconectados da imagem, dependendo ou não uns dos  outros  (cf.  cap.  II,  p.  47).  Tais  elementos  podem  estar  enquadrados  de  maneira  mais  ou

menos  acentuada  na  imagem.  O  framing  visual  é  uma  questão  de  distribuição  da  informação de forma gradativa, onde estratégias são utilizadas para produzi­lo (cf. cap. II,  p. 46). Essas estratégias podem compor linhas divisórias de forma a destacar e salientar o  necessário; colaborar com a distribuição da informação; e podem se realizar por meio do  uso de  formas  geométricas,  da  descontinuidade da  cor ou  forma,  da  presença  de  espaços  vazios e, também, de convenções como logotipos (cf. cap. II, p. 47). 

A  legenda  é  um  código  convencional  muito  utilizado  nos  mapas.  No  mapa  anteriormente  apresentado  (fig.  12),  a  legenda  mostra  os  pontos  turísticos,  que  são  destacados  por  distintas  formas  geométricas:  círculos,  formas  ovais,  retas,  quadrados  e  formas arredondadas – exibidas em diferentes cores: amarelo, preto, vermelho e bege. No  tocante ao valor informativo, que confere valores aos elementos da imagem de acordo com  a sua posição (cf. cap. II, p. 44), podemos explorar, além do ideal e do real, o centro e as  margensdeste mapa. 

Na  região  central  desse  mapa  (fig.  12),  são  evidenciados os  pontos  turísticos  e  as  praças  da  cidade,  que  são  o  núcleo  da  informação.  Todos  os  outros  elementos  estão  subordinados  a  esse  núcleo  como,  por  exemplo,  as  margens,  que  delineiam  as  partes  terrestre e aquática da cidade e estão representadas pelas cores marrom e verde (cf. cap. II,  p. 45). 

O  mapa de  turismo  a  seguir  foi retirado de uma  página  da  Internet  que divulga  a  praia de Porto de Galinhas e as cidades de Recife e Olinda. Esse mapa (fig. 13), intitulado  Roteiro Cultural,  diz respeito,  apenas, à  região central do Recife,  indicando, por meio de  desenhos, números e letras, os locais a serem visitados no centro daquela cidade.

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Figura 13­ Mapa de turismo Roteiro Cultural 

Fonte: http://www.porto­de­galinhas.de/mapa_cultural.jpg 

Neste  mapa  (fig. 13), o rio Capibaribe, o porto, os bairros e  as vias principais são  nomeados.  Por tratar­se de  um  mapa de  turismo,  os  elementos  mais  salientes  são  pontos  turísticos numerados ou representados por letras, formando a legenda que facilita a leitura  indicativa de visitas a monumentos históricos e equipamentos urbanos. A legenda no mapa  em  pauta  assemelha­se  ao  mapa  anterior  (fig.  12)  no  que  diz  respeito  à  exibição  de  endereços e telefones dos pontos turísticos apontados. 

Em  virtude  das  pontes  do  Recife  se  constituírem  em  monumentos  de  inigualável  valor histórico, esse mapa (fig. 13) põe em destaque uma legenda à parte, referente a esses  monumentos, representada por letras, diferenciando­a da legenda dos demais monumentos,  que  são  representados  por  números.  Além  disso,  os  desenhos  das  embarcações  sugerem  passeios  nas  águas  dos  rios  que  entrecortam  a  cidade  de  Recife,  razão  pela  qual  é

denominada a Veneza Brasileira. O posicionamento visual dos pontos turísticos traduz uma  hierarquia estabelecida a partir da importância desses pontos, mesmo evidenciando alguns  mais do que outros (cf. cap. II, p. 46). 

As convenções fazem parte de estratégias deframing, bem como os espaços vazios,  que guiam o olhar do leitor para os pontos turísticos (cf. cap.  II, p. 46). Nesse sentido, as  cores  e  os  desenhos  citados  anteriormente  como  estratégias  da  legenda  para  destacar  os  pontos turísticos também se configuram como estratégias de framing. 

O  mapa apresentado (fig.  13) assemelha­se  ao mapa  anterior (fig.  12),  em relação  aos valores informativos real e ideal. Ambos destacam os pontos turísticos numerados na  parte  superior  da  imagem  e  mostram  a  listagem  de  informações  concernentes  a  esses  mesmos  pontos  na  parte  inferior  da  figura.  Porém,  os  pontos  turísticos  desse  mapa  são  representados  por  desenhos  de  edifícios  e  não  apenas  por  números.  Informações  como  nome, telefone e endereço dos locais numerados são explicitadas na listagem localizada na  parte inferior do mapa, que também é conhecida como o valor informativo real. 

No mapa analisado (fig. 13), o valor informativo do centro destacou a informação  de  maior  importância  (cf.  cap.  II,  p.  45),  representada  por  desenhos  de  equipamentos  arquitetônicos  em  amarelo,  e  também  por  números  e  letras  que  indicam  a  posição  de  pontos turísticos, nas cores  vermelha e roxa. Nesse exemplo, três margens  são formadas,  sobretudo, por partes terrestres, demarcadas pela  cor verde;  enquanto a margem referente  às águas do Oceano Atlântico encontra­se, como na maioria dos mapas analisados, na cor  azul. 

O  Mapa  turístico  da  cidade  do  Recife  (fig.  14),  a  seguir,  foi  produzido  pela  Empresa Pernambucana de Turismo ­ EMPETUR, com o apoio do Shopping Center Recife  e  do  Recife  Conventions  &  Visitors  Bureau.  Distribuído  gratuitamente,  esse  mapa  encontra­se  inserido  na  parte  interna  de  um  folder,  ocupando  todo  o  espaço  do  mesmo  quando  aberto  totalmente.  Esse  mapa  reproduz  grande  parte  da  cidade  do  Recife,  de  Jaboatão e Olinda, em um plano de 60x40cm. Dentre os mapas de turismo analisados, esse  (fig.  14)  contém  maior  quantidade  de  elementos  nomeados  como  bairros,  ruas,  pontes,  viadutos  e  locais  de  visitação.  Vale  ressaltar  que  nomear  é  uma  forma  de  salientar  a  informação, por meio do texto verbal.

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Figura 14 – Mapa de turismo da cidade do Recife 

Fonte: Empetur ­ divulgação gratuita 

Nesse  mapa  (fig.  14),  os  elementos  mais  salientes  são  os  rios  e  as  praias:  os  primeiros, por cortarem a cidade de Recife; e as praias, por serem os pontos turísticos mais  atrativos  da  região.  Contudo,  outros  pontos  importantes  são  destacados  e  fazem  parte,  também, das legendas posicionadas no lado esquerdo do mapa, correspondentes às cidades  de Recife e Olinda.

Próximo à legenda, encontra­se um recorte do mapa em pauta destacando o centro  do  Recife;  os  logotipos  das  empresas  que  apóiam  a  distribuição  desse  folder  estão,  também,  destacados  ao  lado  do  recorte,  entretanto,  apenas,  o  Shopping  Recife  está  identificado  no  mapa,  pela  logomarca.  Alguns  pontos  turísticos  são  numerados  e  representados por formas geométricas ou desenhos; enquanto outros são nomeados, assim  como ilhas, bacias de rios e bairros. 

Os  logotipos  contidos  no  mapa  em  pauta  (fig.  14)  são  convenções,  conhecidas  como  estratégias  de  framing,  assim  como  a  rosa­dos­ventos  –  que  designa  as  direções  Norte,  Sul,  Leste  e  Oeste  –  código  convencional  assimilado  através  da  experiência  adquirida com sua utilização em mapas (cf. cap. II, p. 50). 

A parte terrestre da cidade, com todos os seus elementos ostensivamente salientes,  está posicionada na parte superior da figura e constitui o valor informativo ideal (cf. cap II,  p.45),  em oposição  ao  valor  informativo  real,  representado pelo  Oceano  Atlântico;  pelas  listas de pontos turísticos; pelo recorte que destacou o centro do Recife e pelos logotipos já  mencionados – todos localizados na parte inferior da figura. 

O mapa representado pela figura 15 foi obtido em um site de turismo e representa o  mapa  de  turismo  do  litoral  de  Pernambuco.  Nele,  vemos  destacadas  muitas  praias  localizadas em cidades vizinhas a Recife, apesar de não retratar as praias dessa capital, ele  indica  a  direção  daquela  cidade  em  sua  parte  inferior  esquerda,  com uma  seta  vermelha,  acima da linha divisória da Rodovia PE­60, enquanto que na parte inferior direita, uma seta  vermelha indica o caminho para Maceió. 

A  saliência  seleciona  no  mapa  elementos  com  maior  importância,  ou  seja,  que  merecem  mais  atenção  que  os demais  (cf.  cap.  II,  p. 46).  Sem  dúvida,  essa  ocorrência  é  percebida  nesse  mapa  (fig.  15),  já  que  somente  alguns  elementos  são  nomeados  e  representados  por  formas  geométricas  coloridas  que, por  sua  vez,  indicam  a  importância  dos elementos que mereceram destaque em detrimento daqueles que não foram ressaltados  nem por nomes, nem por qualquer outro tipo de representação.

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Figura 15 – Mapa de turismo do litoral de Pernambuco 

Fonte: http://www.destinopernambuco.com.br/mapa1.html 

As  cores  são  estratégias  de  framing  empregadas  no  mapa  para  representar  elementos  numerados  e  nomeados,  além  de  destacar  as  partes  terrestre  e  as  águas  do  Oceano e dos rios. O uso de convenções como a rosa­dos­ventos e do logotipo da Agência  Luck  de  Viagens  e  Turismo  são,  também, outras  estratégias  empregadas  no  mapa  acima  (fig.  15).  Além  disso,  ressaltamos  o  uso  de  círculos  e  de  linhas  retas  que  conectam  ou  desconectam  elementos  na  imagem,  formando  linhas  divisórias  e  indicando  dependência  ou não entre os elementos do mapa (cf. cap. II, p.44).  As informações mais salientes nesse mapa são os nomes das praias; os números em  círculos vermelhos; os logotipos; e a rodovia PE 60, que vai de Recife a Maceió, além das  vias PE 38 e PE 09; a região de Nossa Senhora do Ó; a Casa do Governador, a praça, o rio  Maracaípe, o posto de informações, a Secretaria de Turismo e o Banco do Brasil. Também  saliente há uma listagem de hotéis. Este mapa apresenta a maioria de suas informações no  centro, assim como em outros exemplos, em que as margens são compostas de terra e água  e  o  valor  informativo  das  margens  subordina­se  ao  valor  informativo  do  centro,  que  ressalta pontos turísticos e informações relevantes para o leitor do mapa. 

Na  figura  15,  o  lado  esquerdo  do  mapa  contém  o  valor  informativo  dado  que  corresponde às praias já conhecidas e a elementos numerados em círculos, de 1 a 18. Essas  informações dadas dispensam explicações (cf. cap. II, p. 45). Também há uma seta em um  semicírculo vermelho apontando para a esquerda que indica a direção da cidade de Recife.  A direção desta cidade está posicionada na Rodovia PE 60, também representada por uma

reta laranja.  Diferentemente dos mapas das figuras 12, 13 e 14, a listagem com os nomes  de  hotéis e pousadas numerados localiza­se  no lado direito do mapa e  faz  parte do valor  informativo novo, constitui algo que o leitor deve prestar atenção (cf. cap. II, p. 45). Este  mapa representa o litoral de Pernambuco e apenas indica a direção de Recife, mas contém  informações  necessárias  a  quem  objetiva  fazer  turismo  como,  por  exemplo,  os  hotéis  e  pousadas  listados  à  direita  do  mapa,  a  localização  de  um  banco  e  de  um  centro  de  informações entre as praias de Porto de Galinhas e Maracaípe. 

Retirado  do  site  do  Hotel  Pousada  Peter,  Pousada  localizada  em  Olinda,  que  divulga, além da sua localização, informações turísticas e históricas das cidades de Recife  e Olinda, o próximo mapa (fig. 16) é um recorte dos Bairros Santo Amaro, Recife Velho,  Ilha  do  Recife  e  Santo  Antônio.  A parte  de  terra  é  representada  pela  cor  cinza  e  as  ruas,  pela cor cinza claro. 

Figura 16 ­ Mapa de turismo do Recife Antigo 

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Nos  mapas  de  turismo,  as  águas  da  cidade  recebem  grande  destaque,  enfatizadas  pela  cor  azul  –  semelhantemente  aos  mapas  de  roteiro  analisados,  indicando  ser  esse  procedimento  uma  convenção  –  bem  como  pelas  nomeações  dos  rios,  das  bacias  ou  do  Oceano. O mapa acima exemplifica esse destaque dado às áreas da cidade banhadas pelas  água. 

Os bairros, as principais  vias e  as pontes são nomeadas no mapa da figura  16. Os  pontos turísticos posicionados na região central da imagem são representados por números  de  1  a  11  em  círculos  vermelhos.  Esses  pontos  turísticos  –  parte  ostensivamente  mais  saliente  do  mapa  (cf.  cap.  II,  p.  45)  –  correspondem  ao  valor  informativo  ideal,  que  contrasta  com  a  lista  numerada  em  que  os  nomes  dos pontos  turísticos  estão  escritos  em  vermelho. Tal lista representa o valor informativo real. 

Também  utilizada  nas  figuras  14  e  15,  a  rosa­dos­ventos  é  uma  convenção  entendida  nessa  pesquisa como estratégia  de framing.  Outra estratégia  verificada  consiste  na utilização de formas geométricas circulares e retangulares, para indicar pontos turísticos  e  praças  –  representadas  pela  cor  verde.  As  estratégias  de  framing  conectam  ou  desconectam os elementos da imagem (cf. cap. II, p. 46). 

Esse mapa também concentra maior valor informativo na sua porção central, como  círculos  vermelhos  –  com  números  na  cor  amarela  –  que  representam  pontos  turísticos  listados na margem inferior do mapa. Além disso, os nomes da Ilha do Recife e dos bairros  Santo  Amaro,  Santo  Antônio  e  Recife  Velho  estão  escritos  em  azul;  algumas  praças  são  nomeadas  e  apresentam­se  sob  a  forma de  retângulos ou de  quadrados  na  cor  verde  e  as  bacias  Portuária  e  de  Santo  Amaro  também  se  localizam  na  porção  central  do  mapa.  As  margens,  que  atuam  em  conjunto  com  o  centro,  neste  exemplo,  são  formadas  pela  parte  coberta de  terra  e pela parte  banhada pela água, não mostrando maiores informações que  essas, para dar destaque ao que é informado no centro. 

O mapa de turismo referente à figura 17 é um recorte do centro da cidade do Recife  e mostra seus principais pontos turísticos, assinalados por números e listados numa legenda  no lado direito do mapa. Nessa figura, vimos nomes de bairros, de ilhas, cais e de algumas  ruas.  Conforme  vimos  nos  mapas  analisados,  é  uma  convenção  representar  as  águas  da  cidade pela cor azul – esse mapa não foge a regra. O uso de cores, como já foi comentado,  é uma convenção, que por sua vez, corresponde a uma estratégia de framing para distribuir  as  informações  na  imagem.  Outra  estratégia  pode  ser  verificada  por  meio  das  formas  geométricas, como os círculos numerados que representam locais de visitação, ou as linhas  das ruas.

Figura 17 – Mapa de turismo dos bairros de Santo Antônio e do Recife 

Fonte: http://www.memorialpernambuco.com.br/memorial/paginas/fotos_antigas/index_mapa. htm 

Verificamos no mapa anterior (fig. 17) informações incontestáveis que fazem parte  do  valor  informativo  dado  –  os  pontos  turísticos  mais  salientes,  revelados  por  meio  de  círculos numerados do lado esquerdo e  os nomes dos bairros de Santo Antônio e de  São  José,  identificados  por  seus  nomes  em  letras  grandes  e  de  cor  azul.  Do  lado  direito  da  figura 17, o que não é conhecido, os nomes dos pontos turísticos numerados, são exibidos  em uma listagem que constitui o valor informativo novo (cf. cap. II, p. 45). 

O  posicionamento dos pontos turísticos no lado esquerdo da  imagem e  a  listagem  localizada do lado direito tornam este mapa semelhante ao mapa já sinalizado como figura  15 trabalho. Nele a legenda mostrada no lado direito da figura também faz parte do valor  informativo novo.  Os pontos turísticos presentes na  legenda são numerados e  destacam o  Museu  do  Trem,  a  Casa  da  Cultura,  e  o  Teatro  Santa  Isabel  e  outros.  Além  desses,  destacam­se  o  Convento  Santo  Antônio  e  a  Capela  Dourada,  a  Praça  da  República  o  Palácio do Governo. 

Nesse  mapa  (fig.  17),  o  valor  informativo  do  centro  pode  ser  visto  nos  pontos  turísticos, e as suas margens representam as águas dos rios e do oceano, e da parte terrestre  da  cidade.  Portanto,  as  atenções  voltam­se  para  os  elementos  localizados  no  centro  da  imagem, núcleo da informação ao qual outros elementos se subordinam (cf. cap. II, p. 45).  As margens desse mapa revelam as águas que banham a Ilha Antonio Vaz, o Cais do Porto

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e  a  Ilha  do  Recife,  mais  uma  vez  retratadas  pela  cor  azul,  convenção  empregada  para  representar as águas. 

Em  síntese,  a  harmonia  visual  das  informações  contidas  nos  mapas  é  obtida  por  dados oriundos das margens, que são auxiliares, dependentes e subordinadas ao centro da  imagem,  conforme  foi  observado.  As  margens  dos  mapas  analisados  são  retangulares  e  como os mapas são recortes de uma  dada região da  cidade,  muitas  vezes os  lados desses  retângulos  são  formados  pelas  águas  de  rios  ou  do  mar.  Quando  não  são  as  águas  que  margeiam a cidade, é a parte asfaltada ou de terra que compõe as margens dos mapas. Em  todos os exemplos analisados, vimos a parte azulada representar a água e constituir grande  parte  dessas  margens,  cuja  função  é  destacar  os  elementos  nucleares  da  informação,  os  pontos turísticos localizados nocentro do mapa. 

As  listas  contidas  nas  partes  inferiores  dos  mapas  que  compõem o  real  são  mais  específicas e podem fornecer detalhes dos locais a serem visitados como nomes, telefones  e  endereços  ou,  apenas,  os  nomes  desses  locais,  que  podem  ser  pontes,  museus,  teatros,  fortes, palácios, capelas,  bibliotecas, pontes e ruas que  fazem parte do roteiro turístico da  cidade. 

Há uma grande quantidade de elementos destacados nos mapas de turismo. Muitas  ruas  fazem  parte  desses  elementos  destacados,  não  apenas  por  estarem  no  caminho  do  ponto  turístico,  mas  também por  fazerem  parte  do  roteiro  turístico  devido  ao  seu  caráter  histórico, que as torna merecedoras de visitação, de observação. 

Os aspectos lingüístico­visuais dos mapas de turismo revelaram que o uso de cores,  desenhos,  códigos  convencionais,  letras  e  números  integrados  às  palavras,  constroem  o  sentido,  e  comprovam  mais  uma  vez  a  multimodalidade  do  gênero  mapa,  que  consegue  unir o verbal e o não verbal atuando como um todo.