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Disparidades territoriais e especialização produtiva: psicosfera da

4 Agricultura e cultivo de frutas tropicais no Rio Grande do Norte: ações

4.3 Disparidades territoriais e especialização produtiva: psicosfera da

No território, as forças produtivas se materializam em objetos e ações estabelecendo uma configuração cuja finalidade é a reprodução ampliada do capital. Para Santos (2008, p. 257), “o território é a arena da oposição entre o mercado – que singulariza – com as técnicas da produção, a organização da produção, ‘a geograficidade da produção’ e a sociedade civil – que generaliza – e desse modo envolve, sem distinção todas as pessoas”. O movimento de singularizar o território a partir de sua matriz produtiva se estabelece por meio das redes. As redes, fixas, se estabelecem por meio de um conjunto de ações que articula as esferas econômica e política, num movimento de integração entre o mercado e o território.

O território, sendo usado pelos agentes políticos (instituições de formação profissional, fornecedoras de crédito e fiscalização) e mercadológicos (empresas produtoras de frutas, logísticas e certificação), torna-se suporte das redes (SANTOS, 2009) em que estes agentes criam uma infraestrutura material, que possibilita a realização produtiva de fruticulturas, promovendo mudanças de ordem técnica no modo de produzir tanto nas áreas stricto senso de produção, como nas demais.

A dotação do território como suporte, congrega o interesse de múltiplos sujeitos na esfera da produção de frutas. Criam-se condições materiais de produzir e circular a mercadoria em múltiplas escalas, “transformando os territórios nacionais em espaços da economia internacional” (SANTOS, 2008,

p.147). Assim, se estabelece uma tecnosfera “substituindo o meio natural ou o meio técnico que o precedeu, constitui um dado local, aderindo ao lugar como uma prótese” (SANTOS, 2009, p. 256). Esse elemento é essencial para entendermos a exacerbação da especialização produtiva do modelo de produção de frutas no Rio Grande do Norte.

A base material é fundamental para que o processo de produção ocorra, no entanto, para que a base produtiva se firme ela é precedida de um discurso que justifique sua implantação. Desse modo, a esfera discursiva é usada para criar uma imagem de necessidade da implantação de um modelo de produção externo às necessidades locais, estratégia que demostramos ao discutirmos a mundialização do capital. A esfera discursiva impulsiona as ações e normas que precedem e sucedem a esfera técnica, cria-se uma esfera psíquica. Santos (2009, p. 256) nos diz que

a psicosfera, reino das ideias, crenças, paixões e lugar da produção de sentido, também faz parte desse meio ambiente, desse entorno da vida, fornecendo regras à racionalidade ou estimulando o imaginário. Ambas – tecnosfera e psicosfera – são locais, mais constituem o produto de uma sociedade bem mais ampla que o lugar. Sua imaginação e suas leis têm dimensões amplas e mais complexas.

A dialeticidade estabelecida na materialidade da tecnosfera e pelo discurso modernizante da psicosfera é um elemento que permeia a mundialização do capital e, por conseguinte, as atividades produtivas, tornando a internacionalização das normas, ações e mercadorias um elemento norteador dos processos produtivos contemporâneos.

O discurso modernizante da infraestrutura foi usado pelos agentes políticos que estiveram à frente do executivo do Rio Grande do Norte para prover seus interesses particulares, usando do aparelho do estado para criar condições materiais para que a fruticultura irrigada fosse desenvolvida e legitimasse a ação do Estado para promoção de condições favoráveis a esta atividade. Alinhando, assim, o discurso nacional de superação da seca por meio da irrigação, o Rio Grande do Norte materializou as bases para o estabelecimento de unidades produtivas em seus municípios, especializadas em produzir frutas com destino aos mercados externos.

Tais ações, além da psicosfera da modernização arrolava a ideia da superação da miséria e das desigualdades regionais e sociais, a qual buscaremos verificar, por meio da demonstração espacial de dados, se esse discurso teve em algum momento sustentação real (Figura 8).

Na figura 8, apresentamos a população economicamente ativa, do estado do Rio Grande do Norte, ocupada por setores da economia no ano de 1991. Esses dados refletem a realidade do RN enquanto resultado das políticas de geração de emprego e renda implementadas até a década de 1980. Observa-se que há o predomínio da ocupação no setor de serviços, e que na maioria dos municípios interioranos ocorre apenas o registro das ocupações ligadas aos serviços, levando a uma interpretação de que não há nesse período a ocupação da população em outros setores da economia. Obviamente, essa interpretação é simplória e não corresponde à realidade da época.

Na agricultura, predominava relações de parceria em atividades de sequeiro. Na indústria – como as do leite, cerâmica e mineradora – ocorria o emprego de mão de obra de modo não formalizado. Isso demonstra que nas ocupações ligadas às atividades primárias, como a agricultura e a pecuária, não havia sistematização dos dados, possivelmente por serem exercidas, majoritariamente, por pequenos produtores sem registro formal das atividades desenvolvidas.

Observa-se, ainda, a tendência histórica de concentração populacional na capital, Natal, e no interior, em Mossoró. O registro de atividades agropecuárias aparece nas áreas onde se consolidava uma atividade agrícola com cultivos direcionados a culturas de exportação, como a fruticultura em Mossoró e em municípios do Vale do Açu e na região agreste/litoral, com o cultivo de cana de açúcar. Os programas públicos de direcionamento de crédito a estas atividades certamente contribuíram para que ganhassem notoriedade no quadro de ocupação de mão de obra, período de implantação do perímetro irrigado do Baixo-Açu e da expansão da produção de frutas de Mossoró, conduzida por empresas como a MAISA E FINOBRASA para municípios adjacentes.

A modernização da agricultura no Rio Grande do Norte serviu de expansão das atividades do agronegócio, em especial as ligadas às práticas da fruticultura irrigada, amparadas em políticas estaduais que, ideologicamente, apresentavam um discurso de superação da situação de atraso econômico e social na qual o RN se encontrava. No entanto, a figura 8 demonstra que até o início dos anos 1990 o resultado desse direcionamento se fazia de modo

incipiente e restrito a áreas onde empresários políticos exerciam atividades econômicas ligadas a cultivos agrícolas.

A relevância do setor de serviços está associada à prestação de serviços públicos, em especial aos ligados à educação e saúde em virtude da universalização do acesso a estas áreas promovida pela constituição de 1988. A prestação de serviços às unidades de produção primária deve-se também se fazer constar: muitas unidades prestadoras de serviços como os alimentícios, de transporte, bancários e de hospedagem se estabeleciam a fim de criar condições para que as atividades primárias pudessem acontecer.

Para Azevedo (2013), existia uma forte ligação entre a economia urbana e rural e o dinamismo econômico do Rio Grande do Norte se dava em detrimento da relação de dependência existente entre o campo e a cidade. Para o autor, um intenso processo de reestruturação econômica impulsiona a economia do estado, destacando que

a partir dos anos 1980, várias mudanças passaram a ser observadas no processo de produção do espaço potiguar, principalmente como resultado dos incentivos estatais, em consonância com o movimento do capital privado, sobretudo, no processo de fomento e/ou (re)estruturação das atividades: agropecuária, pesca, turismo, mineração, construção civil, carcinicultura, indústria têxtil, comércio e serviços (AZEVEDO, 2013, p. 6).

Azevedo (2013) destaca que a modernização da base de produção do estado a partir da reestruturação produtiva contribui para um processo de industrialização da economia com a consolidação dos parques industriais. No entanto, como se observa na figura 8, a geração de empregos formais não acompanha esse processo de industrialização na década de 1980.

O autor apresenta uma crítica ao estado enquanto agente mantenedor de um estado de bem-estar social, uma vez que aquele se apresenta frágil e vulnerável, sem promover as condições de pleno desenvolvimento humano, condição visualizada no Rio Grande do Norte. No que se refere à esfera educacional, o Rio Grande do Norte apresentava índices elevados de analfabetismo (Figura 9), demostrando a negligência do poder público para com a população.

Constata-se, nesse período, elevado índice de analfabetismo no Rio Grande do Norte, com destaque para as porções centro-leste e centro-oeste que aparecem com o maior número de municípios com elevada taxa de analfabetos em 1991. O analfabetismo é um dos principais indicadores de atraso social, contrasta com a ideia de modernização e progresso que a atividade da fruticultura propunha promover. Destoa do discurso de desenvolvimento promovido pela elite política oligárquica que conduziu tortamente as atividades de promoção de emprego e renda para a população norte-rio-grandense. Ressalta-se o contraste visual dos municípios que compreendem a região Seridó, ao centro-sul do Estado, sendo a porção que apresenta índices semelhantes aos da capital, Natal, e a Mossoró.

O acesso à educação foi favorecida, na historiografia brasileira, à classe latifundiária e, posterior, burguesa industrial. A elite brasileira possibilitou aos seus filhos o acesso à escola como forma de manutenção de sua posição social, aos filhos do camponês, quando lhe era possível frequentar a escola, tinha acesso, apenas, aos estudos iniciais destinados à alfabetização. Neste modelo de ensino a intenção principal era manter inalterada a ordem social e a estrutura de classes vigente. O reflexo nítido e claro desta realidade era a enorme massa de trabalhadores rurais analfabetos.

Municípios como Assú, Angicos, Baraúna, Carnaubais, Ipanguaçu e Serra do Mel são exemplos, vistos na figura 9, em que a área especializada na produção de frutas no início dos anos 1990 apresentava expressivo contingente de analfabetos, variando entre 50% a 70% do total da população do município. Segundo dados do Observatório da Educação no Rio Grande do Norte (2013), o estado tinha uma média de 34% da população em condição de analfabetismo.

O analfabetismo é uma realidade presente, com índices elevados em todos os municípios do Rio Grande do Norte à época, nas áreas rurais e urbanas. Sua expressividade denuncia a falta de investimento na educação, em especial a assistida pelo poder público. Se o desenvolvimento da fruticultura, enquanto atividade carregada de ciência e tecnologia, era apresentada como atividade promotora de desenvolvimento, esperava-se que os investimentos em educação tivessem sido mais elevados para qualificar

essa mão de obra. Contudo, os dados mostram outra realidade para o período (Figura 10).

Apontamos, na figura 10, em 2010, que a distribuição da população ocupada nos setores da economia formal ocorria de modo desigual promovendo maiores concentrações na região metropolitana de Natal, em alguns municípios como Mossoró e Caicó e em suas adjacências. No tocante à ocupação formal, observa-se uma maior diversificação da população ocupada nos setores da economia, se comparamos com 1991, conforme demostrado na figura 8.

Os gráficos mostram a população ocupada por setor da economia em cada município do RN. Quando analisamos cada segmento econômico representado, percebemos que alguns deles apresentam especialidades, com maior concentração de empregabilidade em alguns municípios. A indústria, por exemplo, aparece com maior destaque em Natal e seu entorno, em especial nos municípios que compõem a Região Metropolitana, certamente pela presença dos distritos industriais de Parnamirim, Extremoz e Macaíba.

O litoral leste também mostra expressiva ocupação da indústria, em razão de pequenas indústrias que surgem por motivo dos distritos industriais da região metropolitana. Contudo, observamos em menor expressividade a atividade industrial em outros municípios, como a indústria da cana-de-açúcar em Baia Formosa, as casas de farinha, quantificada em Vera Cruz, a indústria do petróleo em Guamaré, dentre outros, sem sobrepor a ocupação da população da Região Metropolitana

Na região do Seridó, polarizada por Caicó, no interior do estado, a atividade industrial está disseminada em muitos municípios, destaca-se nessa região a produção ceramista e têxtil. Em Mossoró e adjacências, os gráficos mostram que há uma expressividade do setor, isso ocorre em virtude da consolidação do distrito industrial de Mossoró direcionado às atividades da produção de sal, cal, petróleo e frutas.

A agropecuária, que compreende a base econômica do Rio Grande do Norte, apresenta poucos registros de empregos formais no setor se compararmos com outros setores produtivos. A atividade aparece em municípios de todas as regiões do estado em virtude dos cultivos, permanentes e temporários, como os de macaxeira, feijão, milho, cana-de-açúcar, melão, melancia, abacaxi, manga e coco. Segundo matéria veiculada no Jornal

Tribuna do Norte (2011)14, a agropecuária teve expressivo crescimento na economia do RN, em especial com a produção de melão em Mossoró, abacaxi em Touros, arroz em Apodi, juntamente com rebanhos de caprinos e ovinos, além da cana-de-açúcar e mamão em Ceará-Mirim e São José do Mipibu.

Semelhante ao período de 1991, o setor de serviços aparecia com grande proeminência em todos os municípios do estado, em especial naqueles de pequeno porte, em 2010. Acreditamos que os parcos incentivos à expansão de outros segmentos econômicos, bem como uma atuação política concentrada para algumas atividades em algumas regiões do estado, ajudem a explicar a expressividade do segmento dos serviços em municípios de pequeno porte econômico.

A participação do setor de serviços, em especial os serviços públicos, é fundamental na empregabilidade da população do Rio Grande do Norte nos municípios interioranos em que os demais segmentos produtivos apresentam baixos índices de dinamismo. A segurança trazida pelos serviços públicos, junto à geração de receitas as economias municipais que estavam amparadas em um modelo de produção agrícola tradicional de sequeiro, em detrimento dos longos períodos de estiagem, fez com que canalizassem esforços para a ampliação da oferta do setor terciário, com destaque para as atividades ligadas ao turismo.

Os discursos de modernização difundidos nos anos 1960, 1970 e 1980 pelos grupos oligárquicos que comandaram o Rio Grande do Norte não se materializaram em geração de emprego e renda. Reforçou, de fato, uma seletividade territorial que conduziu a criação de espaços luminosos (SANTOS, 2009) em que a imposição de técnicas mudou o modo de produzir, em contra partida criou-se dentro do estado uma série de espaços opacos (SANTOS, 2009) em que o atraso é a principal característica de identificação desses lugares.

A situação de vulnerabilidade econômica e social marca a trajetória da exploração política e econômica que vigora como forma de manutenção dos bolsões de pobreza, como estratégia de reprodução política de levar ao poder

14 Setor de serviços era responsável por 70% do PIB do RN. 2011. Disponível em:

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/setor-de-servicos-e-responsavel-por-70-do-pib-do- rn/205795

os mesmos sujeitos. Criam-se e propagam-se a ideia e os discursos do moderno como uma psicosfera (SANTOS, 2009) de desenvolvimento que renova as esperanças da população, porém, tal modernidade vem acompanhada de infraestrutura técnica pontual, apresentada como uma tecnosfera do progresso (SANTOS, 2009). Contudo, as situações de escassez e atraso tornam-se permanentes na estrutura social do Rio Grande do Norte, como demonstramos na figura 11 exemplifica, o cenário na qual traçamos a concretização da tecnosfera do atraso.

Em 2010, o índice de analfabetismo no Rio Grande do Norte continuava elevado tanto na população urbana quanto na rural, mas com maior proeminência na população urbana em valores totais. Analisando os dados censitários de 1991, 2000 e 2010, o Observatório da Educação (2011) realizou estudo apontando que apenas dois municípios do Rio Grande do Norte, Natal e Parnamirim, apresentaram índices de analfabetismo inferiores a 10%.

Os municípios litorâneos, em especial do Litoral Leste, assim como os municípios do Seridó e os situados no Vale do Açu e Chapada do Apodi, apresentam índices menores que os demais municípios de outras regiões do estado. Cerca de 114 municípios apresentam taxa entre 20% e 30% de analfabetismo (IBGE, 2011).

Considerando-se os indivíduos acima dos 10 anos de idade que não sabem ler, os índices de analfabetismo refletem a baixa qualificação da mão de obra no Rio Grande do Norte. As áreas com menores índices de analfabetismo correspondiam às áreas com maior diversidade de atividades de geração de emprego e renda. Este fato demonstra o quanto a falta de investimento em atividades geradoras de empregabilidade tem relação com a falta de investimento em educação. Um ciclo vergonhoso que se repete por sucessivas gestões públicas.

A População Economicamente Ativa (PEA) do Estado concentra os indivíduos que, por não saberem ler, apresentam uma inserção no mercado de trabalho com baixos salários ou de modo informal, já que uma das principais exigências do meio técnico-científico-informacional é o domínio da leitura e da escrita por parte do trabalhador. O analfabetismo é e continua acentuado e carecendo de políticas públicas, evidenciando que a psicosfera do atraso se materializa na vida das pessoas.

Barbosa (2014), ao apresentar os dados de sua tese, aponta em informações do trabalho de campo que os analfabetos do RN constituem um projeto das oligarquias do estado em permanecerem no poder usando os favores e apadrinhamentos políticos como uma forma de manter cativos os votos da população, que por apresentar baixa escolaridade acabam tendo maior dificuldade de ter uma análise crítica sobre as ações políticas usadas pelos grupos oligárquicos. A baixa geração de emprego e o elevado índice de

analfabetismo nos ajudam a analisar os indicadores do IDH no Rio Grande do Norte, apresentado na figura 12.

Figura 12 – Rio Grande do Norte: Índice de Desenvolvimento Humano 1991/2010.

Demonstramos pela figura 12, a espacialização do IDH no Rio Grande do Norte, com recorte temporal de 1991 a 2010. Se considerarmos que o IDH é o resultado de um conjunto de ações políticas que buscam o desenvolvimento econômico e social, perceberemos que as ações políticas empreendidas nos anos de 1950 a 1980 promoveram a formação de ilhas de desenvolvimento humano, ou melhor, espaços luminosos (SANTOS; SILVEIRA, 2008) em que a ação técnica e normativa criou condições de crescimento e desenvolvimento.

Para Santos e Silveira (2008, p. 264) “os espaços luminosos, pela coexistência técnica e política seriam os mais suscetíveis de participar de regularidades e de uma lógica obediente aos interesses das maiores empresas”. Nessa lógica, Natal, Mossoró, Caicó e Currais Novos caracterizam- se como espaços em que a conjunção técnica e política possibilitam as condições de mando dentro do ordenamento territorial do Rio Grande do Norte.

O cenário do IDH nos municípios do Rio Grande do Norte, em 1991, reflete índices baixos e demostram as condições de vulnerabilidade, resultado de políticas ineficientes na promoção e superação da igualdade socioterritorial. Os municípios da Região Agreste, Central e Oeste aparecem como espaços opacos (SANTOS; SILVEIRA, 2008), relegados à marginalização da ação política, em especial do executivo estatal, por não apresentarem condições capazes de impulsionar o desenvolvimento humano e territorial.

Para o ano de 2010, apresentamos o mapa com nítida evolução do IDH no Rio Grande do Norte, com a coexistência de bolsões de espaços opacos, no entanto, a elevação do IDH é evidente em todas as regiões do estado. No documento Perfil do Rio Grande do Norte (2014), a Secretaria de Estado de Planejamento e Finanças (SEPLAN) aponta que o IDH estadual é de 0.684, considerado de desenvolvimento moderado, e que um número reduzido de municípios atingiram o índice de desenvolvimento elevado (> 0,8).

A evolução do IDH no Rio Grande do Norte, acompanhou uma elevação do IDH nacional: o Brasil atingiu o índice de 0,727 (SEPLAN, 2014). A composição do IDH analisa uma junção de variáveis considerando renda, educação e saúde. A elevação do IDH nacional e, por consequência, do IDH do RN, resulta de um conjunto de esforços da União em promover políticas de transferência de renda, como as ações direcionadas à segurança alimentar, considerando nesse conjunto os programas sociais, como: Programa Bolsa

Família, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Territórios da Cidadania e os programa de economia solidária. Contudo, no âmbito do Rio Grande do Norte observamos uma lacuna de políticas complementares às executadas pela União.

A fim de aferir com maior seguridade as condições de Desenvolvimento na escala do município, onde a vida se realiza, a Fundação Getúlio Vargas