PARTE II – Resultados da intervenção
121Docentes destacados por condições específicas
Os docentes dos quadros de estabelecimentos de educação ou de ensino e dos quadros de zona pedagógica que sejam portadores de doença incapacitante, de doença ou deficiência que exija tratamento e apoio específico ou que tenham a seu cargo o cônjuge, ascendente ou descendente portador de doença incapacitante ou deficiência que exija tratamento e apoio específico, podem requerer destacamento por condições específicas, nos termos dos artigos 33.º e 34.º do Decreto-Lei n.º 35/2003, de 27 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pelos Decretos- -Lei n.º 18/2004, de 17 de Janeiro e n.º 20/2005, de 19 de Janeiro.
Nos termos da referida legislação, só é permitido o destacamento para o exercício de funções docentes em horários declarados vagos para todo o ano lectivo, com uma componente lectiva completa ou incompleta, desde que igual à componente lectiva a que o docente está obrigado ou com um número de horas igual ou superior a 18.
Tendo em conta os elementos referidos, foi efectuado o levantamento de todos os docentes destacados por condições específicas, cujos horários não respeitavam os parâmetros legalmente estabelecidos. Conhecida a dimensão dos docentes destacados indevidamente por condições específicas, procedeu-se ao cálculo da expressão financeira aproximada da desconformidade detectada, tomando como base o vencimento de um docente licenciado, do quadro, no 7.º escalão, índice 218, a valores de 2005.
Assim verificou-se que:
Dos 104 horários docentes ocupados por professores destacados por condições específicas,
um (1,0%), na Direcção Regional de Educação do Norte, não cumpria os requisitos legalmente estabelecidos (gráfico 99 e anexo 11.11);
Gráfico 99 – Horários indevidamente ocupados
por destacamento por condições específicas
O horário docente indevidamente ocupado por um professor destacado por condições específicas
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Quadro XXXV – Horários indevidamente ocupados
por destacamento por condições específicas
Destacamento de docentes do quadro
Os docentes providos em lugares de quadro de escola que tenham sido opositores a concurso podem apresentar- -se ao concurso de destacamento, nos termos dos artigos 40.º e 41.º do Decreto-Lei n.º 35/2003, de 27 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 18/2004, de 17 de Janeiro e n.º 20/2005, de 19 de Janeiro.
Nos termos da mesma legislação, o destacamento é feito por um ano escolar, para horários completos e incompletos declarados vagos. No caso dos horários incompletos, estes só podem ser ocupados por docentes destacados desde que a sua componente lectiva seja igual à do docente a destacar ou a componente lectiva do horário seja igual ou superior a 18 horas semanais.
Tendo em conta os elementos referidos, foi efectuado o levantamento de todos os docentes destacados cujos horários não respeitavam os parâmetros legalmente estabelecidos. Conhecida a dimensão dos docentes destacados indevidamente, procedeu-se ao cálculo da expressão financeira aproximada da desconformidade detectada, tomando como base o vencimento de um docente licenciado, do quadro, no 7.º escalão, índice 218, a valores de 2005.
Assim verificou-se que:
Dos 912 horários docentes ocupados por professores destacados, sete (0,8%) não cumpriam
os requisitos legalmente estabelecidos (gráfico 100 e anexo 11.12);
Gráfico 100 – Horários indevidamente
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Os sete horários docentes indevidamente ocupados por professores destacados correspondem
a uma expressão financeira anual estimada de €179.491,90 (quadro XXXVI).
Quadro XXXVI – Horários indevidamente
ocupados por destacamento
Contratação de professores
Todos os docentes opositores ao concurso externo que não obtiveram colocação em lugar do quadro podem, para efeitos de contratação, concorrer a horários completos e incompletos declarados vagos para todo o ano ou para substituições temporárias, nos termos do artigo 43.º do Decreto-Lei n.º 35/2003, de 27 de Fevereiro, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 18/2004, de 17 de Janeiro, e n.º 20/2005, de 19 de Janeiro. Tendo em conta os elementos referidos, foi efectuado o levantamento de todos os docentes contratados cujos horários não respeitavam os parâmetros legalmente estabelecidos. Conhecida a dimensão dos docentes contratados indevidamente, procedeu-se ao cálculo da expressão financeira aproximada da desconformidade detectada, tomando como base o vencimento de um docente licenciado, não profissionalizado, índice 126, a valores de 2005.
Assim, verificou-se que:
Dos 2 690 horários ocupados por professores contratados, 38 (1,4%) não respeitavam os preceitos
legais (gráfico 101 e anexo 11.13);
Gráfico 101 – Horários indevidamente
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Os 38 horários docentes indevidamente ocupados por professores contratados correspondem a 565
horas docentes, cuja expressão financeira anual estimada ascendia a €380.614,80 (quadro XXXVII).
Quadro XXXVII – Horários indevidamente
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Medidas de correcção e regulação
No decurso da intervenção, as equipas inspectivas detectaram eventuais situações de desrespeito pelos normativos legais, o que implicou a elaboração de 224 Fichas de Comunicação de Situações de Desconformidade
com a Legislação, que depois de validadas, pelos interlocutores das delegações, foram sendo remetidas, diariamente,
aos Serviços Centrais da IGE.
As 224 fichas1, depois de analisadas, foram enviadas aos órgãos de gestão dos estabelecimentos de educação
e ensino e às DRE, solicitando que informassem a Inspecção-Geral da Educação das medidas adoptadas relativamente às desconformidades.
Foram detectadas situações de eventual desrespeito pela legislação aplicável, relativamente a:
Definição de critérios para a constituição de turmas; Início e termo das actividades na educação pré-escolar;
Horário de encerramento das actividades na educação pré-escolar e no 1.º ciclo; Regime duplo sem justificação no 1.º ciclo;
Intervalo para almoço em todos os níveis de ensino, excepto no pré-escolar; Furos nos horários dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos;
Aulas de Educação Física que não respeitam o intervalo após o almoço nos 2.º e 3.º ciclos e secundário; Número de blocos diários nas turmas dos 2.º e 3.º ciclos;
Constituição dos grupos/turmas em todos os níveis de ensino;
Serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário; Crédito global dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário; Outras em todos os níveis de ensino.
Em outras desconformidades considerou-se sobretudo:
Na educação pré-escolar, JI com crianças em lista de espera, sem ter sido dado conhecimento
à respectiva DRE;
No 1.º ciclo do ensino básico, professores sem turma em situação de pré-aposentação e programa
de generalização do Inglês com professores do agrupamento a leccionarem a disciplina e a autarquia receber a comparticipação do ME;
Nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, turmas em que o currículo semanal não tinha sido distribuído
de forma equilibrada pelos dias da semana;
No ensino secundário, turmas com mais de sete horas num ou mais dias da semana;
No serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário, os critérios para a
elaboração dos semanários-horários não tinham sido formalmente definidos pelo CP; horários com oito tempos, num ou mais dias; horários com mais de dois turnos no mesmo dia; horários sem intervalo para almoço; vice-presidentes sem componente lectiva; horários com insuficiência lectiva por má gestão de recursos; requisição indevida de docentes e semanários-horários de professores contratados com um número de horas superior ao requisitado.
Das fichas enviadas às unidades de gestão e às DRE verificou-se que:
Em termos globais, 73,9% das unidades de gestão intervencionadas, correspondendo a 224, não
respeitaram a legislação aplicável, pelo menos num dos pontos atrás especificados. Percentualmente, em relação ao número de unidades de gestão intervencionadas, foi na DREC e na DREALE que se atingiram os valores mais elevados, de 98,3% e 92,0%, respectivamente (quadro XXXVIII e anexo 12.1).
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Quadro XXXVIII – Peso relativo das desconformidades
Assim, nas desconformidades atrás discriminadas, verificaram-se as seguintes ocorrências:
Na educação pré-escolar, 163, registando-se o maior número na DREC, 61, na DREN, 50,
e na DREL, 41 (gráfico 102 e anexo 12.2);
No 1.º ciclo do ensino básico, 234, sendo o maior número da DREC, 84, da DREN, 71,
e da DREL, 55 (gráfico 102 e anexo 12.2);
No 2.º ciclo do ensino básico, 217, registando-se o maior número na DREN, 79, na DREL, 58,
e na DREC, 43 (gráfico 102 e anexo 12.2);
No 3.º ciclo do ensino básico, 214, sendo o maior número de ocorrências da DREN, 84,
da DREC, 52, e da DREL, 44 (gráfico 102 e anexo 12.2);
No ensino secundário, 148, registando-se o maior número na DREN, 54, e na DREC, 46
(gráfico 102 e anexo 12.2);
No global de todos os níveis de educação e ensino, registaram-se 76 ocorrências de outras
desconformidades, salientando-se a DREC com 30 (gráfico 102 e anexo 12.2);
Gráfico 102 – Número de ocorrências registadas nas fichas Todos os níveis de ensino
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No serviço docente dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário verificaram-se
272 ocorrências. O maior número destas desconformidades verificava-se na DREN, com 102 ocorrências, e na DREC, com 74. Em outras registaram-se 63 ocorrências, sendo o maior número, 26, da DREL (gráfico 103 e anexo 12.3);
Na utilização do crédito global verificaram-se oito ocorrências. O maior número, quatro,
registou-se na DREN. Na DREALE não se verificaram desconformidades no crédito global (gráfico 103 e anexo 12.3).
Gráfico 103 – Número de ocorrências registadas nas fichas Serviço docente e crédito global
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