• Nenhum resultado encontrado

Dos escritos

No documento O Espírito das Leis (páginas 94-125)

Os escritos contêm algo de mais permanente do que as palavras; mas, quando ião preparam para um crime de lesa-majestade, não são matéria de crime de lesa-majestade.

No entanto, Augusto e Tibério lhes atribuíram a pena deste crime; Augusto, por ocasião de certos escritos contra homens e mulheres ilustres; Tibério, por causa aqueles que pensou terem sido feitos contra si. Nada foi mais fatal para a liberdade romana. Cremutius Cordus foi acusado porque havia chamado, em seus anais, a Cássio o último dos romanos. Os textos satíricos mal são conhecidos nos Estados despóticos, onde o abatimento por um lado e a ignorância pôr outro não dão nem o talento nem a vontade de escrevê-lós. Na democracia, eles não são impedidos, pela mesma razão que faz com que sejam proibidos no governo de um só. Como são normalmente compostos contra pessoas poderosas, contentam na democracia a malignidade do povo que governa. Na monarquia, são proibidos; mas faz-se deles mais um caso de polícia do que um crime. Podem divertir a malignidade geral, consolar os descontentes, diminuir a ganância por cargos, das ao povo a paciência de sofrer e fazê-lo rir de seus sofrimentos.

A aristocracia é o governo que mais proscreve as obras satíricas. Ali os magistrados são pequenos soberanos que não são grandes o suficiente para desprezar as injúrias. Se na monarquia alguma troça vai contra o monarca, ele está tão alto que a troça não chega até ele. Um senhor aristocrático se vê atravessado de um lado a outro. Assim, os decênviros, que formavam uma aristocracia, castigaram com a morte os escritos satíricos.

CAPÍTULO XIV

Violação do pudor na punição dos crimes

Existem regras de pudor observadas em quase todas as nações do mundo: seria absurdo violá-las na punição dos crimes, que sempre deve ter por objeto o restabelecimento da ordem.

Os orientais, que expuseram mulheres a elefantes amestrados para um abominável tipo de suplício, quiseram fazer com que a lei fosse violada pela lei?

Um antigo costume dos romanos proibia de matar as moças que :não fossem núbeis. Tibério descobriu o expediente de fazer com que fossem violentadas pelo carrasco antes de

mandá-las para o suplício; tirano sutil e cruel, ele destruía a moral para conservar os costumes.

Quando a magistratura japonesa expôs em praça-pública mulheres nuas e as obrigou a andar como os animais, fez com que o pudor estremecesse; mas quando quis obrigar uma mãe..., quando quis obrigar um filho..., não consigo terminar, ela fez a própria natureza estremecer.

CAPÍTULO XV

Da alforria do escravo para acusar o senhor

vendidos ao publico, para que pudessem depor contra seu senhor. Não se deve negligenciar nada que leve à descoberta de um grande crime. Assim, num Estado onde existem escravos, é natural que eles possam ser informantes; mas eles não poderiam ser testemunhas.

Vindex informou sobre a conspiração feita em favor de Tarquínio, mas não foi testemunha contra os filhos de Brutus. Era justo dar a liberdade para aquele que tinha prestado tão grande serviço à pátria; mas não lhe foi dada para que prestasse este serviço à pátria. Assim, o imperador Tácito ordenou que os escravos não seriam testemunhas contra seu senhor, até mesmo no caso de crime de lesa-majestade: lei esta que não foi incluída na compilação de Justiniano.

CAPÍTULO XVI .

Calúnia no crime de lesa-majestade

Deve-se fazer justiça aos Césares; não foram os primeiros a imaginar as tristes leis que criaram. Foi Sila quem lhes ensinou que não se deviam castigar os caluniadores. Logo chegariam a ser até mesmo reconpensados.

CAPÍTULO XVII

Da revelação das conspirações

"Ainda que teu irmão, ou teú filho, ou tua filhó; ou tua mulher amada, ou teu amigo, que é como tua alma, te digam em segredo: Vamos para outros deuses, tu os lapidarãs:

primeiro, tua mão estará sobre ele, depois a de todo o povo." Esta lei do Deuteronômio não pode ser uma lei civil na maioria dos povos que conhecemos, porque ela abriria a porta para todos os crimes.

A lei que ordena, em muitos Estados, sob pena de morte, de revelar até as conspirações nas quais não se colaborou não é menos dura. Quando é levada ao governo monárquico, convém restringi-la.

Nele, só deve ser aplicada com toda a sua severidade ao crime de lesa-majestade de

primeiro grau. Nestes Estados, é muito importante não confundir os diferentes graus deste crime.

No Japão, onde as leis invertem todas as idéias da razão humana, o crime de não-revelação aplica-se aos casos mais ordinários.

Um relato conta-nos sobre duas donzelas que foram trancadas até a morte num cofre cheio de pontas; uma, por ter tido alguma intriga de galanteria; a outra, por não tê-la

revelado.

CAPÍTULO XVIII

Quão perigoso é nas repúblicas punir demais o crime, de lesa-majestade

Quando uma república conseguiu destruir aqueles que queriam derrubá-la, deve-se apressar em pôr fim às vinganças, às penas e até mesmo às recompensas.

Não se podem realizar grandes punições, e por conseguinte, grandes mudanças, sem colocar entre as mãos de alguns cidadãos um grande poder. Logo, é melhor, neste caso, muito perdoar do que muito punir; pouco exilar do que muito exilar; deixar os bens do que multiplicar os confiscos. Sob pretexto da vingança da república, seria estabelecida a tira nia dos vingadores. Não se trata de destruir aquele que domina, e sim a dominação. Deve-se voltar o mais rápido possível para o andamento normal do governo, onde as leis protegem tudo e não se armam contra ninguém.

Os gregos não colocaram limites nas vinganças que fizeram dos tiranos ou daqueles que suspeitaram sê-lo. Mandaram matar seus filhos, por vezes cinco entre os parentes

próximos. Expulsaram uma infinidade de famílias. Suas repúblicas estremeceram com isto; o exílio ou a volta dos exilados sempre foram momentos que marcaram a mudança da

constituição.

Os romanos foram mais sábios. Quando Cássio foi condenado por ter aspirado à tirania, cogitou-se mandar matar seus filhos: não foram condenados a nenhuma pena. "Aqueles que quiseram", afirma Dionísio de Halicamasso, "mudar esta lei no fim da guerra dos Marsos e da guerra civil e excluir dos cargos os filhos dos proscritos por Sila são muito

Podemos observar nas guerras de Mário e de Sila até que ponto as almas se tinham

depravado pouco apouco entre os romanos. Parecia que coisas tão funestas não se veriam mais. Mas sob os triúnviros quiseram ser mais cruéis e aparentá-lo menos: ficamos arrasados ao ver os sofismas que a crueldade empregou. Encontramos em Apiano a fórmula das proscrições. Dir-se-ia que não têm outro objetivo além do bem da república, tanto falam com sangue-frio, tanto mostram as vantagens, tanto os meios que empregam são

preferíveis a outros, tanto os ricos ficarão em segurança, tanto o povo ficará tranqüilo; tanto temem colocar em perigo a vida dos cidadãos, tanto querem apaziguar os soldados, tanto, enfim, todos serão felizes.

Roma estava banhada em sangue quando Lépido venceu a Espanha e, por um absurdo sem igual, sob pena de proscrição, ele ordenou que se festejasse.

CAPÍTULO XIX

Como se suspende o uso da liberdade na república

Há, nos Estados em que se faz mais caso da liberdade leis que a violam contra um só, para preservá-la para todos, Assim são, na Inglaterra, os bidds chamados de atingirs;. Estão relacionados àquelas leis de Atenas que estatuíam contra um particular, contanto que tivessem sido criadas pelo sufrágio de seis mil cidadãos. Estão relacionados àquelas leis decretadas em Roma contra cidadãos particulares e que se chamavam privilégios. Só eram decretadas nos grandes Estados do povo. Mas, seja qual for a maneira como o povo as promulgasse, Cícero quis que fossem abolidas, porque a força da lei só consiste no fato de estatuir sobre todos. No entanto, confesso que o uso dos povos mais livres que jamais existiram sobre a terra faz com que eu acredite que existem casos em que se deve colocar um véu sobre a liberdade, como se escondem as estátuas dos deuses.

CAPÍTULO XX

Das leis favoráveis à liberdade do cidadão na república

Acontece muitas vezes nos Estados populares que as acusações sejam públicas e seja permitido a todo homem acusar quem quiser. Tal coisa fez com que se estabelecessem leis próprias para proteger a inocência dos cidadãos. Em Atenas, o acusador que não tivesse consigo a quinta parte dos sufrágios pagava uma multa de mil dracmas. Ésquines, que havia acusado Ctesifonte, foi condenado. Em Roma, o acusador injusto era considerado infame, e se imprimia a letra K na sua testa. Punham-se guardas junto ao acusador para que não pudesse corromper os juízes ou as testemunhas.

Já falei daquela lei ateniense e romana que permitia ao acusado retirar-se antes do julgamento.

CAPÍTULO XXI

Da crueldade das leis sobre os devedores na república

Um cidadão já se atribuiu uma superioridade suficiente sobre outro cidadão

emprestando-lhe um dinheiro que este só pediu emprestado para gastar, e, por conseguinte, não tem mais. O que aconteceria numa república se as leis ainda aumentassem esta

servidão?

Em Atenas e em Roma, foi, em primeiro lugar,.permitido vender, os devedores que não

podiam pagar. Sólon corrigiu este costume em Atenas: ordenou que ninguém seria privado da liberdade de seu corpo por dívidas civis. Mas os decênviros não reformaram da mesma forma o costume em Roma; e, ainda que conhecessem a ordenação de Sólon, não quiseram segui-lo. Este não é o único ponto da lei das Doze Tábuas onde se percebe o desejo dos decênviros de contrariar o espírito da democracia.

Essas leis cruéis contra os devedores colocaram muitas vezes em perigo a república romana. Um homem coberto de feridas escapou da casa de seu credor e apareceu em praça pública. O público emocionou-se diante deste espetáculo. Outros cidadãos, que seus

credores não ousavam mais reter, saíram de suas celas. Fizeram-lhes promessas, faltaram a elas: o povo retirou-se sobre o Monte Sagrado. Não obteve a anulação dessas leis, e sim

um magistrado para defendê-lo. Estavam saindo da anarquia, pensaram estar caindo na tirania. Manlio, para tomar-se popular, ia retirar das mãos dos credores os cidadãos que estes haviam reduzido à escravidão. Os desígnios de Manlio foram prevenidos; mas o mal continuava. Leis particulares deram aos devedores facilidades para pagar, e no ano de Roma de 428 os cônsules criaram uma leite que retirou dos credores.o direito de manterem os devedores em servidão em suas casas. Um usuário chamado Papirio tinha tido a intenção de corromper, o pudor de um jovem chamado Públio que ele mantinha a ferros. O crime de Sexto deu a Roma a liberdade política; o de Papírio deu a liberdade civil.

Foi o destino desta cidade que novos crimes confirmassem a liberdade que antigos crimes lhe haviam proporcionado. O atentado de Ápio contra Virgínia devolveu ao povo aquele horror pelos tiranos que a infelicidade de Lucrécia lhes havia dado. Trinta e sete anos depois do crime do infame Papírio, um crime semelhante fez com que o povo se retirasse sobre o Janículo e que a lei feita em favor da segurança dos devedores ganhasse novas forças.

Desde aquele tempo, os credores foram mais perseguidos pelos devedores por terem violada as leis feitas contra as usuras do que estes o foram por não as terem pago.

CAPÍTULO XXII

Das coisas que atacam a liberdade na monarquia.

A coisa mais inútil do mundo para o príncipe muitas vezes enfraqueceu a liberdade nas monarquias: os comissários nomeados algumas vezes para julgar um particular:

O príncipe tem tão pouco proveito com os comissários, que não vale a pena que ele mude a ordem das coisas-para isso. É moralmente seguro que ele tenha mais espírito de probidade e de justiça do que seus comissários, que sempre se acham justificados por suas ordens, por um obscuro interesse de Estado, pela escolha que se fez deles e por seus próprios temores.

Sob Henrique VIII, quando se processava um par, ele era julgado por comissários tirados da câmara dos pares: com este método, mandaram matar todos os pares que quiseram.

CAPÍTULO XXIII

Dos espiões na monarquia

São necessários espiões na monarquia? Não é a prática normal dos bons príncipes. Quando um homem é fiel às leis, cumpriu com o que deve ao príncipe. É pelo menos necessário que ele tenha sua casa como asilo, e o resto de sua conduta em segurança. A espionagem seria talvez tolerável se fosse exercida por pessoas honestas; mas a infâmia necessária

da,pessoa demonstra a infâmia da coisa. Um príncipe deve agir para com seus súditos com candura, cacas franqueza, com confiança. Aquele que tem tantas preocupações, suspeitas e temores é um ator que não se sente à vontade cumprindo seu papel. Quando vê que, em geral, as leis estão vigorando e são respeitadas, pode julgar-se em segurança. O

comportamento geral responde pelo comportamento de todos os particulares. Nada tema, pois não poderia acreditar quanto as pessoas são levadas a amá-lo. Ora! Por que não seria amado? Ele é a fonte de quase todo o bem que se faz, e quase todas as punições ficam por conta das leis. Sempre se mostra ao povo com um rosto sereno; sua própria glória

comunica-se a nós, e seu poder nos sustenta. Uma prova de que o amamos é que temos

confiança nele e, quando um ministro nega, sempre imaginamos que o príncipe teria aceito. Mesmo nas calamidades públicas, não acusamos sua pessoa; queixamo-nos de que ele nada sabe, ou de que está cercado por pessoas corruptas. Se o príncipe soubesse.; diz o povo. Estas palavras são uma espécie de invocação e uma prova da confiança que se tem nele.

CAPÍTULO XXIV

Das cartas anônimas

Os tártaros são obrigados a colar seu nome em suas flechas, para que se reconheça a mão de onde partiram. Tendo Filipe de Macedônia sido ferido durante o cerco de uma cidade, encontraram sobre a lança: Aster lançou este golpe mortal em Filipe. Se aqueles que

sim diante dos magistrados, que possuem regras que só são formidáveis para os

caluniadores. Se eles não querem deixar as leis entre eles e o acusado, é uma prova de que possuem razões para temê-las; e a menor pena que se lhes pode infligir é não

acreditar neles. Só podemos prestar atenção aos casos que não poderiam sofrer a lentidão da justiça ordinária e onde se trata da salvação do príncipe. Neste sentido, pode-se acreditar que aquele que está acusando fez um esforço que soltou sua língua e o fez falar. Mas, nos outros casos, deve-se dizer como o imperador Constâncio: "Não podemos suspeitar daquele a quem faltou um acusador quando não lhe faltavam inimigos”.

CAPÍTULO XXV

Da maneira de governar na monarquia

A autoridade real é uma grande engrenagem que deve mover-se facilmente e sem ruídos. Os chineses elogiam um de seus imperadores que governou, dizem, como o céu, isto é, com seu exemplo.

Existem casos em que o poder deve agir, em toda a sua extensão; existem outros em que deve agir por seus limites. O sublime da administração é o bom eonhecimem da, parte do poder, grande ou pequena, que se deve utilizar nas diversas circunstâncias.

Em nossas monarquias, toda felicidade consiste na opinião que o povo tem da mansidão do governo: im nannistro inábil sempre quer alertar-nos de que somos escravos. Mas, se assim fosse, ele deveria tentar fazer que o ignorássemos. Não sabe dizer ou escrever nada além de que o príncipe está zangado, está surpreso, que manterá a ordem. Há certa benevolência no comando: é preciso que o príncipe encoraje e as leis ameacem.

CAPÍTULO XXVI

Na monarquia, o príncipe deve ser acessível Isso será mais bem percebido por contrastes.

"O czar Pedro I", conta o senhor Perry, "deu uma ordem que proíbe que lhe apresentem um pedido antes de ter apresentado dóis a seus oficiais. Podemos, em caso de negação de justiça, apresentar-lhe o terceiro; mas aquele que estiver errado deve perder a vida. A partir daí, ninguém mais apresentou pedidos ao czar."

CAPÍTULO XXVII

Dos costumes do monarca

Os costumes do monarca contribuem tanto para a liberdade quanto as leis; ele pode, como elas, fazer dos homens animais e dos animais, homens, Se amar as almas livres, terá súditos; se amar as almas baixas, terá escravos. Se quiser conhecer a grande arte de reinar, que aproxime de si a honra e a virtude, que chame para si o mérito pessoal: Pode até considerar por vezes os talentos. Não tema esses rivais a que chamam homens de

mérito; é seu igual, desde que os ame. Conquiste os corações, mas não cative os

espíritos. Tome-se popular. Deve orgulhar-se do amor do menor dentre seus súditos; são todos homens. O povo requer tão pouca atenção, que é justo que ela lhe, seja dada: a distância, infinita que este entre ele e o soberano o impede de incomodá-lo. Atento às preces, seja ele firme contra os pedidos e saiba que seu povo se alegra, com suas recusas e seus cortesãos, com suas graças.

CAPÍTULO XXVIII

Das atenções que os monarcas devem aos seus súditos

É preciso que sejam extremamente cuidadosos com as zombarias. Elas são causa de orgulho quando são moderadas, porque permitem o acesso à familiaridade; mas uma zombaria picante é-lhes muito menos permitida do que ao último de seus súditos, porque são os únicos que sempre ferem mortalmente.

Menos ainda devem eles fazer a um de seus súditos uma injúria marcada: estão aí para, perdoar, para castigar; nunca para insultar.

Quando insultam seus súditos, tratam-nos mais cruelmente dó que tratam. os seus o turco ou moscovita. Quando estes últimos insultam, eles humilham mas não desonram; mas, quanto a eles, humilham e desonram.

Tão grande é o preconceito dos asiáticos, que vêem uma afronta feita pelo príncipe como o resultado de uma bondade paternal; e tal é nossa maneira de pensar que juntamos ao cruel sentimento da afronta o desespero de nunca poder limpá-la.

Devem ficar encantados de possuir súditos para os quais a honra é mais cara do que a vida, e não é menos uma razão de fidelidade do que de coragem.

Podemos lembrar-nos das desgraças que aconteceram aos príncipes por haverem insultado seus súditos; das vinganças de Quéreas, elo eunuco Narres e do conde Juliano; por fim, da duquesa de Montpensier, que, furiosa contra Henrique III, que tinha revelado algum de seus defeitos secretos, importunou-o por toda a vida.

CAPÍTULO XXIX

Das leis civis capazes de dar um pouco de liberdade ao governo despótico

Ainda que o governo despótico, em sua naturezá;yja o mesmo em todo lugar, no entanto, certas circuristâncias, uma opinião dê religião, um preconceito; exemplos recebidos, uma maneira de pensar, certos costumes podem estabelecer consideráveis diferenças entre eles. É, bom, que certas idéias estejam estabelecidas. Assim, na China; o príncipe é visto como o pai do povo: e, no começo do império dos árabes, o príncipe era o seu pregador.

É bom que exista algum livro sagrado que sirva como regra, como o Alcorão para os árabes, os livros de Zoroastro para os persas, o Veda para os indianos, os livros clássicos para os chineses. O código religioso supre o código civil e detém a arbitrariedade.

Não é ruim que, nos casos duvidosos, os juízes consultem os ministros da religião. Assim,

No documento O Espírito das Leis (páginas 94-125)