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Os Deputados Estaduais e Distritais possuem as mesmas imunidades que os congressistas, constatação que deriva de previsão expressa na CF/88 (ver art. 27, § 1º e art. 32, § 3º, da CF/88).

Art. 27, § 1º, CF/88: Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

Art. 32, § 3º, CF/88: Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. Súmula nº 3, STF: A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do Estado. (Superada)

Questões para fixar

[FGV - 2017 - ALERJ - Especialista Legislativo - Tecnologia da Informação ] Edílio, dias após ser empossado como Deputado Estadual, foi informado de que possuía um tipo de imunidade material no exercício da função, o que impedia que certos atos por ele praticados ensejassem as mesmas consequências que ensejariam para uma pessoa comum.

Considerando o sistema jurídico-constitucional brasileiro, é correto afirmar que configura imunidade dessa natureza a impossibilidade de o referido parlamentar ser:

A) responsabilizado, durante o mandato, por qualquer ato estranho à função;

B) processado, durante ou após o término do mandato, sem prévia autorização da Assembleia Legislativa; C) processado, durante o mandato, sem prévia autorização da Assembleia Legislativa;

D) responsabilizado pelas opiniões, palavras e votos vinculados ao exercício do mandato; E) preso, em qualquer hipótese, após a expedição do respectivo diploma.

Comentário:

Está a questão a tratar da chamada inviolabilidade que os deputados estaduais também possuem. Por isso, nossa resposta está na letra ‘d’.

Gabarito: D

[IADES - 2019 - AL-GO - Procurador - Adaptada] No que se refere à imunidade parlamentar, considerando-se o previsto na Constituição Federal de 1988 e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item:

Para que haja imunidade material aos deputados estaduais, é necessário que as respectivas opiniões, as palavras e os votos tenham relação com o exercício do mandato e que tenham sido proferidas dentro dos limites territoriais do respectivo Estado.

[NC-UFPR - 2015 - Prefeitura de Curitiba - PR - Procurador - Adaptada] ] Sobre as imunidades parlamentares, julgue a assertiva:

A imunidade material assegurada aos Deputados Estaduais limita-se ao âmbito territorial de sua circunscrição.

Comentário:

Como a imunidade material assegurada aos integrantes do Poder Legislativo em âmbito estadual não está limitada no aspecto territorial, os dois itens podem ser marcados como falsos.

Gabarito: Errado/Errado

Vale mencionar que em dezembro de 2017 o STF iniciou o julgamento das ADIs 5823, 5824 e 5825, nas quais se discute a restrição das imunidades dos Deputados Estaduais. Aconselha-se o acompanhamento do julgamento das mencionadas ações.

Quarta-feira, 06 de dezembro de 2017

STF inicia julgamento de ações que discutem prisão preventiva de deputados estaduais

Nesta quarta-feira (6), teve início no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de medidas cautelares nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5823, 5824 e 5825, ajuizadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) contra dispositivos das constituições dos Estados do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Mato Grosso que estendem aos deputados estaduais imunidades formais previstas no artigo 53, parágrafo 2º, da Constituição Federal para deputados

federais e senadores. Segundo o dispositivo constitucional, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos desde a expedição do diploma, salvo em flagrante de crime inafiançável e, nesses casos, a prisão deve ser submetida, no prazo de 24h, à casa respectiva.

No caso do Rio de Janeiro, a AMB pede, como consequência, que seja reconhecida a invalidade da Resolução 577/2017, da Assembleia Legislativa fluminense, que determinou, recentemente, a soltura de três deputados estaduais que haviam sido presos por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Nesta quarta-feira (6), foram proferidos os votos do ministro Marco Aurélio, relator da ADI 5823, e Edson Fachin, relator das ADIs 5824 e 5825. O ministro Marco Aurélio votou no sentido de indeferir os pedidos de cautelar – que buscavam a suspensão dos dispositivos impugnados – entendendo que as regras da Constituição Federal relativas à imunidade dos deputados federais são aplicáveis aos deputados estaduais.

Já o ministro Edson Fachin proferiu voto deferindo os pedidos, sustentando que a prisão preventiva envolve um juízo técnico-jurídico, que não pode ser substituído pelo juízo político emitido pelo Legislativo. “Entendo que a Assembleia Legislativa usurpou competência atribuída pela Constituição Federal exclusivamente ao Poder Judiciário, violando o princípio da separação de Poderes”, afirmou. Bom, falemos dos vereadores agora.

Tais autoridades, ao contrário dos congressistas e dos deputados estaduais e distritais, não possuem a imunidade formal relativa à prisão (o que significa que podem ser presos em flagrante, preventivamente, temporariamente ou em decorrência de sentença penal condenatória); também não são detentores da imunidade formal relativa ao processo (logo a ação penal iniciada contra um Vereador não pode ser suspensa pela Câmara Municipal).

No entanto, o art. 29, VIII, da CF/88, estabeleceu para o Vereador a imunidade material. Todavia, esta se mantém restrita ao território do Município no qual ele exerce a vereança.

Art. 29, CF/88: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Questões para fixar

A) Autorização prévia da Assembleia Legislativa, por maioria de dois terços, para ser processado penalmente.

B) Inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do Município.

C) Inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do Município, e a prisão somente em caso de flagrante delito inafiançável, desde a diplomação.

D) Prisão somente em caso de flagrante delito inafiançável, desde a diplomação.

Comentário:

Você bem sabe, caro aluno, que os vereadores somente possuem imunidade material, estando esta restrita a circunscrição do Município. Por este motivo, podemos assinalar a letra ‘b’.

Gabarito: B

[FEPESE - 2012 - PGE-SC - Defensor Público - Adaptada] Julgue a assertiva:

Expedido o diploma, adquire o vereador plena imunidade. A partir de então, jamais poderá ser civilmente responsabilizado se, discursando em qualquer parte do estado, vier a descrever como “desonestos” servidores municipais.

Comentário:

A inviolabilidade dos vereadores somente ampara as condutas que tenham sido praticadas na circunscrição do Município, razão pela qual o item deve ser assinalado como falso.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - Adaptada] Julgue a assertiva com relação às denominadas prerrogativas parlamentares:

As opiniões que forem manifestadas fora do recinto legislativo pelo parlamentar federal estarão acobertadas pela imunidade material, hipótese que não se estende aos Deputados estaduais e Vereadores.

Comentário:

Vereadores também possuem imunidade material quando estão fora do recinto legislativo, desde que: (i) estejam no exercício de atribuição parlamentar, isto é, entre o ato praticado e a função exista nexo; (ii) estejam dentro da circunscrição do Município.

Por isso, o item deve ser marcado como falso.

Gabarito: Errado

[FGV - 2018 - MPE-AL - Técnico do Ministério Público - Geral] Zezinho de Souza, vereador do Município Alpha, desafeto do Promotor da Comarca, que o estaria investigando por suspeita de corrupção, deu entrevista na capital, em rádio estadual, criticando o representante do Parquet, chamando-o de preguiçoso e afirmando que o membro do Ministério Público gostaria de ganhar bem sem nada fazer.

A) O vereador goza de imunidade material, podendo emitir opiniões sem cometer qualquer ilícito, protegendo-se desta forma a independência do Poder Legislativo.

B) A imunidade material do vereador permite que, estando no exercício do mandato, emita opiniões, sem ser responsabilizado.

C) A responsabilidade civil existe, não afastada pela imunidade parlamentar, por que não estava na tribuna da Câmara Municipal.

D) O vereador só poderá ser processado com licença da Câmara Municipal e pela maioria absoluta dos votos dos vereadores, em sessão plenária única.

E) A imunidade material do vereador não o socorre, já que emitiu opinião ofensiva, fora de sua circunscrição, de forma pessoal, em evidente retaliação.

Comentário:

A inviolabilidade não ampara a conduta do vereador, vez que ele está fora de sua circunscrição. Assim, conforme preceitua o art. 29, VIII da CF/88, devemos assinalar a letra ‘e’.

Gabarito: E

[VUNESP - 2017 - Câmara de Barretos - SP - Advogado] Suponha que Otelo, vereador do Município de Barretos, tenha viajado para o Município de Campinas para tratar de questões de interesse do município. Ocorre que, durante uma de suas falas em reunião de sessão legislativa com outros vereadores, Otelo ofende um dos vereadores do Município de Campinas, afirmando que este apoiou a corrupção. Nesse caso, sob a ótica das prerrogativas, direitos e imunidades asseguradas aos vereadores pela Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

A) Como os Vereadores também possuem imunidade formal, por aplicação analógica daquela assegurada aos Deputados e Senadores, eventual julgamento de Otelo deverá ocorrer perante o Supremo Tribunal Federal.

B) Por também possuir imunidade formal, Otelo somente poderá ser processado perante o Superior Tribunal de Justiça.

C) Otelo possui tanto imunidade formal como material, razão pela qual não poderá ser processado, já que atuou no exercício do seu mandato.

D) Por possuir imunidade material, Otelo não poderá ser processado, já que lhe é garantida a inviolabilidade por quaisquer de suas palavras, votos e opiniões.

E) Muito embora possua imunidade material, Otelo não estará açambarcado por ela, pois esta somente seria aplicável por suas palavras, opiniões e votos no Município de Barretos.

Comentário:

Otelo não agiu protegido pela imunidade material, por se encontrar fora da circunscrição de seu Município. A letra ‘e’ deve ser assinalada.

(F) Foro especial por prerrogativa de função

(F.1) Congressistas

Em razão da acentuada relevância que certos cargos e funções públicas possuem na estrutura republicana estruturada em nosso texto constitucional, o poder constituinte originário tratou de edificar um regramento de foros especiais para o processamento e julgamento daquelas autoridades que os ocupam.

A finalidade é evitar, tanto quanto possível, decisões prolatadas sob forte pressão externa ou influenciadas pelos constrangimentos da proximidade. Pareceu ao legislador constituinte que esses embaraços ficariam menores quanto mais afastados estivessem os órgãos julgadores da dominação local e quanto mais experientes fossem os seus componentes. Nessa perspectiva, delegou a órgãos colegiados do Poder Judiciário a tarefa de avaliar as infrações penais cometidas pelas mais representativas autoridades integrantes do Estado.

Para as autoridades que nos interessam neste item, que são os congressistas, o art. 102, I, ‘b’, delimitou (em conjunto com o art. 53, § 1°) que o STF seria competente para o julgamento diante do cometimento de qualquer infração penal: da contravenção ao crime doloso contra a vida, abarcando até os delitos eleitorais.

No entanto, conforme entendimento recente da nossa Corte Suprema (de maio de 2018), as normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem

ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, temos que nos questionar o seguinte:

(i) Se o crime for praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Congressista, a competência para o processo e julgamento será do STF?

- Se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.

(ii) Se o crime for praticado durante o mandato do Congressista, mas não guardar qualquer relação com a função parlamentar, a competência para o processo e julgamento será do STF?

- Mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.

Veja como foi que o STF decidiu a questão:

AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso: As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.

Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.

Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.

Foi fixada, portanto, a seguinte tese: “O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas”.

Outro detalhe importante dessa decisão do STF é referente ao termo final do foro especial. Já sabemos que o termo inicial é a diplomação (art. 53, § 1°). O termo final é o encerramento do mandato. No entanto, conforme fixado pelo STF na questão de ordem da AP 937, após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.

AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso: Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.

No mais, em que pese a decisão do STF na questão de ordem da Ação penal 937 ter sido tomada apenas com relação aos Congressistas, ela já tem sido estendida para outras autoridades:

Celso de Mello aplica nova regra do foro privilegiado para ministro do TSE

Denúncia da PGR contra Admar Gonzaga por violência doméstica será enviada para TJDF

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou o envio para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios de denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral, por violência doméstica.

O ministro atendeu pedido da PGR e aplicou a nova regra do foro privilegiado, que estabelece que a prerrogativa se limita aos crimes que tenham vínculo com a função pública desempenhada, o que não é o caso. Dodge argumenta que sua tese leva em conta entendimento da 1ª Turma da Corte.

“Entendeu-se que a intenção plenária não foi restringir a mudança dessa orientação jurisprudencial ao universo dos parlamentares federais e que a interpretação da necessidade de observância dos critérios de concomitância temporal e de pertinência temática entre a prática do fato ilícito e o exercício do cargo não foi feita em consideração ás prerrogativas específicas dos congressistas”, afirmou a chefe do MPF.

“Na hipótese dos autos, na linha do entendimento da aplicabilidade da interpretação restritiva aos demais cargos dotados de prerrogativa de foro especial, ainda que alheios ao Parlamento, constata-se que o crime imputado ao denunciado na denúncia (lesão corporal no contexto de violência doméstica) não se relaciona com às funções exercidas pelo ministro do TSE”, escreveu Dodge. “Assim, não subsiste o foro por prerrogativa de função do Supremo para processar e julgar o

denunciado, afastando-se, consequentemente, a atribuição da PGR para atuar no feito”, completou.30