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N ECESSIDADES E SPECÍFICAS EM S AÚDE

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 56-61)

ACES/ ULS

III. Á REAS DE I NTERVENÇÃO EM S AÚDE

2. N ECESSIDADES E SPECÍFICAS EM S AÚDE

2.1REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (RNCCI)

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) foi criada através do Decreto-Lei nº 101/2006 de 6 de junho. A sua implementação, desde 2006, tem vindo a ser realizada de uma forma sustentada e baseada na integralidade, e intersectorialidade (comunidade, sectores social e da saúde), garantindo o princípio da autonomia e desenvolvendo a participação da família.

Objetivos

A ECR continuará a ter por base uma estratégia de proximidade traduzida pelo aumento, progressivo e ajustado às necessidades e sustentado, da capacidade da rede regional.

Assim, enunciam-se as seguintes metas para 2012:

 Número de camas de convalescença, média duração e longa duração a 31/12/2012 - 1 420;

 Número de camas de cuidados paliativos até 31/12/2012 - 68;

 Implementação do funcionamento efetivo de pelo menos uma equipa intra- hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

2.2SAÚDE DA MULHER,CRIANÇA E ADOLESCENTE

A ARSC considera a promoção da saúde dos grupos vulneráveis e de risco como uma prioridade regional, a assegurar mediante a promoção da gestão apropriada dos determinantes de saúde (capacitação em saúde), identificação de necessidades específicas de saúde e sua satisfação (baseada em critérios de equidade, efetividade e eficiência).

A Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente tem como missão assegurar a coordenação das unidades coordenadoras funcionais (UCF) da área de jurisdição territorial da ARSC e, desta forma, maximizar os ganhos em saúde destes grupos vulneráveis.

Objetivos

 Promoção da articulação efetiva entre os diversos níveis de cuidados de saúde (âmbito inter-institucional e inter-profissional), no que diz respeito à saúde da grávida, recém-nascido e criança;

 Implementação/consolidação dos circuitos assistenciais que têm garantido a assistência à grávida, ao recém-nascido e à criança de forma universal e equitativa;

 Implementação/consolidação do circuito dos adolescentes tendo em conta as necessidades assistenciais não satisfeitas neste escalão etário;

 Avaliação/monitorização do programa;

 Promoção da informatização da carta de nascimento/alta;

 Desenho de ações de formação em Saúde dos Adolescentes – em articulação com o Gabinete de Formação da ARSC;

 Criação da rede de assistência regional ao RN/criança com risco biológico (em conformidade com as orientações/normativos nacionais);

 Assegurar o refrescamento e atualização dos conteúdos da CRSMCA, disponíveis na página web da ARSC, IP em articulação com a Equipa de Gestão de Conteúdos da página web da ARSC.

2.3SAÚDE MENTAL

A saúde mental é uma das áreas de maior transcendência em Saúde Pública. Além da transcendência social e económica, a saúde mental é uma das principais dimensões da saúde e bem-estar, conforme a já clássica definição da OMS.

O envelhecimento da população, bem como o stress psicossocial, são alguns dos factores que poderão contribuir para a elevada prevalência destas doenças e custos relacionados com o seu tratamento.

Entre 2001 e 2008 verificou-se um aumento de 31% no consumo de ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos no âmbito do SNS (INFARMED). Além dos custos diretos relacionados com o tratamento, estas doenças cursam com custos indiretos muito elevados, relacionados com o absentismo laboral e a perda de produtividade.

De acordo com o Estudo Saúde Centro 2005, a prevalência de “depressão continuada” na Região Centro (correspondente aos 101 concelhos da então área de influência) foi estimada em 14,4%, sendo a prevalência do consumo regular de psicofármacos de 16,1%.Desta forma, a ARSC considera a saúde mental uma prioridade regional e o Programa Regional de Saúde Mental como um dos programas do seu Plano de Ação para 2012.

Com a decisão ministerial da fusão dos hospitais na cidade de Coimbra (HUC, CHC e CHPC), e a consequente criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra EPE (CHUC), urge reenquadrar os objetivos do Plano Nacional de Saúde Mental no que se refere ao desenvolvimento da rede de serviços locais nos próximos anos.

Depois de se ter dado passos importantes na reorganização prévia dos hospitais psiquiátricos existentes anteriormente (Sobral Cid, Lorvão e Arnes), com reorganização interna e redução dos doentes nas duas últimas instituições, urge agora promover a transferência progressiva dos cuidados dos utentes ainda internados nas unidades de Lorvão (HL) e Arnes, para unidades que possam prestar cuidados continuados de psiquiatria (Decreto-Lei nº 8/2010) e dadas as características dos utentes que ainda aí se encontram numa larga maioria terão de se encontrar residências de apoio máximo (trata-se de uma

estrutura residencial, localizada na comunidade, destinada a pessoas clinicamente estabilizadas com elevado grau de incapacidade psicossocial, impossibilitadas de serem tratadas no domicílio por ausência de suporte familiar ou social adequado).

Não podemos deixar de referir que neste momento um dos objetivos da criação do CHUC é a breve prazo poder existir uma urgência central, facto que a psiquiatria já há uns anos o tinha realizado com a reorganização do atendimento das urgências psiquiátricas, mas

mesmo esse facto deverá agora ser traduzido por uma avaliação retrospetiva dos resultados alcançados e desenvolver iniciativas para a melhoria desse atendimento.

Objetivos

 Promoção da saúde mental na área de jurisdição territorial da ARSC;

 Assegurar o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade aos indivíduos com problemas de saúde mental.

Estratégias

 Descentralização dos serviços de saúde mental, de modo a garantir a sua acessibilidade geográfica, mediante a criação de uma rede de unidades de saúde mental comunitárias e aprofundamento das Unidades de Saúde Mental Comunitárias (SMC) já criadas.

 Depois de se ter instalado a Unidade de SMC de Leiria Norte, que engloba os concelhos de Ansião, Figueiró dos Vinhos, Castanheira da Pêra, Pedrogão Grande, Alvaiázere, e Pombal (norte), é importante reforçar a sua atuação de forma a cumprir os pressupostos da sua criação.

 Dado também se ter iniciado no final de 2011 a instalação de uma Unidade de Saúde Mental do Litoral Norte (englobando os concelhos de Cantanhede, Mira, Anadia, Mealhada e Mortágua) é importante reforçar o seu desenvolvimento.

 Também foram dados passos de desenvolvimento de uma Unidade de Saúde Mental de características comunitárias na cidade de Coimbra que, embora não se encontrasse prevista no Plano de Saúde Mental, é vista como um exemplo de resposta integrada para a população vulnerável existente na cidade de Coimbra e que será objeto de acompanhamento, tendo em vista promover o seu desenvolvimento.

 É intenção da ARSC promover, junto do CHUC, o estudo e futura instalação ao longo do presente ano de mais uma unidade de saúde comunitária numa das localidades dessa zona: Unidade de Saúde Mental Comunitária (USMC) do Pinhal Interior (Penacova, Poiares, Lousã, Góis, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra) e/ou Unidade de SMC do Litoral Sul (Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Soure - parcial).

 Reforço da cooperação na área da psiquiatria de ligação entre o CHUC e os ACeS (reforço dos projetos de psiquiatria de ligação, enquanto “articulação” dos cuidados de saúde mental nos cuidados de saúde primários).

 Dado que até ao momento não foi possível instalar uma Unidade de Internamento no Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência de Coimbra no novo Hospital Pediátrico de Coimbra do CHUC, considera-se que este é um dos objetivos da ARSC e espera-se que esta situação seja resolvida no decorrer deste ano de 2012.

 Articulação com o CHUC visando o desenvolvimento do Plano Nacional de Saúde Mental nos diversos pressupostos, nomeadamente na criação das unidades de distúrbios alimentares e de psiquiatria para as pessoas mais velhas, de forma que a Região Centro possa responder às necessidades específicas desses grupos - quer pela solicitação individual, quer pelas solicitações dos cuidados de saúde primários e de outras unidades hospitalares (psiquiatria) desta Região.

 Promoção da participação das comunidades, utentes e suas famílias nos cuidados de saúde mental – estabelecimento de parcerias intersectoriais.

 Desenvolvimento de iniciativas promotoras de respostas dos cuidados continuados de psiquiatria.

Outras atividades a desenvolver

 Integração das atividades do antigo IDT nos serviços da ARSC (segundo avaliação a decorrer);

 Cativação de novos especialistas para zonas mais carenciadas (caso de Castelo Branco e Guarda), tendo em vista uma distribuição equitativa dos recursos humanos em psiquiatria;

 Desenho e implementação de projetos de Psiquiatria de Ligação nos diferentes ACeS (concelhos dos distritos de Aveiro, Viseu, Leiria, Guarda e Castelo Branco da área de jurisdição territorial da ARSC) visando promover a “integração” dos cuidados de saúde mental nos cuidados de saúde primários.

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 56-61)