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P LANO R EGIONAL DE P REVENÇÃO E C ONTROLO DA I NFEÇÃO VIH/SIDA

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 86-90)

ACES/ ULS

III. Á REAS DE I NTERVENÇÃO EM S AÚDE

4. V IGILÂNCIA E PIDEMIOLÓGICA

4.2 P LANO R EGIONAL DE P REVENÇÃO E C ONTROLO DA I NFEÇÃO VIH/SIDA

A infeção VIH/sida continua a ser um dos maiores problemas de Saúde Pública à escala mundial, sendo considerada uma prioridade no Plano Nacional de Saúde. Está intimamente associada a outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), nomeadamente hepatites virais e à tuberculose (principal doença definidora de sida).

Portugal tem acompanhado a tendência global de diminuição da epidemia, devido à descida dos novos casos e mortes por sida, embora a diminuição verificada nos óbitos esteja ainda aquém do esperado e assume uma visão coincidente com a ONUSIDA para o fim da epidemia – zero novas infeções, zero mortes relacionadas com a sida e zero casos de discriminação.

A área geográfica de influência da ARSC apresenta uma taxa de casos acumulada de infeção VIH/sida inferior à média registada a nível nacional, tendo o distrito de Leiria a maior taxa acumulada em todos os estádios da infeção, verificando-se a menor no distrito da Guarda.

Embora a infeção VIH na Região Centro pareça começar a estabilizar, relativamente aos novos casos notificados, que diminuíram nos últimos anos (2008=166; 2009=135; 2010=116), até setembro de 2011, verificaram-se mais casos (80) do que no período homólogo do ano anterior (73).

A taxa de novos casos declarados, durante o ano de 2011, na área geográfica da ARSC foi de 4 por 100 mil habitantes, tendo Aveiro a maior (6,4 por 100 mil habitantes) e Guarda a menor (0).

As intervenções nesta área irão continuar a ser dirigidas à população em geral, através de medidas de prevenção primária, rastreio do VIH e referenciação hospitalar adequada, privilegiando os grupos mais vulneráveis a comportamentos de risco, nomeadamente, toxicodependentes (Projeto Klotho das equipas de tratamento do ex-IDT, atualmente na dependência da ARSC), trabalhadores/utilizadores de sexo pago, homens que têm sexo com homens (HSH) e migrantes, através dos centros de aconselhamento e detecção do VIH (CAD) e colaboração das instituições da sociedade civil (nomeadamente através de projetos ADIS/sida).

O Plano Regional para a Infeção VIH/sida para 2012 da ARSC irá dar continuidade ao Plano Regional de 2011, tendo por base as orientações do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção VIH/sida 2011-2015, que ainda está em fase provisória – aguardando- se a definição da versão final pela DGS, através do novo Diretor Nacional para a Infeção

VIH/sida, com as devidas adequações às realidades e necessidades locais identificadas na Região Centro.

Portugal tem uma das mais elevadas taxas de infeção no contexto europeu (terceira maior taxa de incidência), apresentando um padrão epidemiológico de “epidemia concentrada” em grupos com comportamentos mais vulneráveis, nomeadamente trabalhadores do sexo, homens que têm sexo com homens (HSH), utilizadores de drogas, migrantes e reclusos (prevalência superior a 5% em reclusos e toxicodependentes).

É um dos países da Europa com diagnóstico da infeção VIH mais tardio, na maioria dos casos em pessoas que nunca efetuaram previamente qualquer teste de rastreio.

Há ainda que destacar o facto de possuir vários imigrantes oriundos de países com prevalência superior à nossa ou até com epidemia generalizada, nomeadamente, Cabo Verde, Brasil, S. Tomé e Príncipe, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Os infetados na Região Centro são predominantemente do sexo masculino, heterossexuais, em idade sexualmente ativa, portadores assintomáticos e com infeção provocada pelo VIH1.

Finalidade

 Prevenir, detetar precocemente e tratar adequadamente a infeção VIH/sida.

Objetivos

 Reduzir o número de novas infeções por VIH e de mortes por Sida na Região Centro;

 Diminuir os diagnósticos tardios de infeção pelo VIH;

 Realizar o teste para a infeção VIH em 90% dos utilizadores de drogas;

 Eliminar a transmissão da infeção pelo VIH de mãe para filho;

 Promover a melhoria dos cuidados e apoio aos infetados.

Atividades a desenvolver

 Vigilância e caraterização epidemiológica da infeção VIH/sida;

 Prevenção primária, secundária e terciária na população em geral;

 Intervenção especificamente direcionada a grupos vulneráveis: toxicodependentes, HSH, trabalhadores/utilizadores de sexo pago e migrantes, em articulação com a sociedade civil;

 Acessibilidade ao aconselhamento, rastreio precoce da infeção VIH e referenciação, evitando perder oportunidades;

 Combate ao estigma e discriminação dos infetados;

 Monitorização e avaliação da infeção VIH/sida, tuberculose, hepatites virais e outras IST.

Estratégias

 Diminuir o risco de infeção através de ações de informação dirigidas à comunidade em geral e especialmente às populações particularmente vulneráveis ao VIH, aumentando a consciência do risco, promovendo o uso do preservativo feminino e masculino (especialmente em relações sexuais ocasionais), a tomada de decisões e a realização do teste de rastreio;

 Diminuir a vulnerabilidade à infeção, decorrente de fatores socioeconómicos, pobreza e marginalização, reforçando a literacia e apoio dos serviços de saúde e social;

 Diminuir o impacto da epidemia nos indivíduos, famílias e comunidade (dado afetar essencialmente a população ativa), através do acesso ao tratamento, apoio social e denunciando situações de estigma das pessoas que vivem com VIH;

 Privilegiar e monitorizar os cuidados de saúde prestados pelos CAD aos seus utentes (população sentinela);

 Atribuir aos conselhos clínicos dos ACeS e às direções clínicas dos hospitais, a responsabilidade pela implementação dos indicadores previstos na Norma da DGS nº 058/2011, 28/11/2011, através da emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento;

 Sensibilizar os clínicos para a notificação sistemática de todos os casos de infeção VIH/sida (novos casos; mudanças de estádio e óbitos), hepatites virais e outras IST;

 Desenvolver ações de prevenção da infeção VIH e outras IST nas consultas de Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Saúde Materna, Atendimento de Jovens e em projetos específicos de Saúde Escolar;

 Facilitar o acesso a meios preventivos de transmissão sexual, nomeadamente preservativos femininos, masculinos e gel lubrificante à base de água;

 Garantir aos utilizadores de drogas o acesso a programas de tratamento da sua adição, bem como a programas de redução de riscos e minimização de danos;

 Incluir nos exames complementares de diagnóstico pedidos pelos clínicos, o teste de rastreio do VIH, após consentimento informado, aos utentes com vida sexual ativa (sobretudo os que nunca foram rastreados), com diagnóstico de tuberculose, grávidas, ou utentes que se enquadram na Norma da DGS nº 058/2011, de 28/11/2011;

 Promover, anónima e gratuitamente, o aconselhamento, rastreio do VIH com testes rápidos e referenciação hospitalar dos casos positivos, pelos CAD, na população

em geral e grupos mais vulneráveis, em especial (migrantes,

trabalhadores/utilizadores de sexo pago e HSH);

 Assegurar o aconselhamento, diagnóstico precoce da infecção VIH e

encaminhamento atempado para consulta hospitalar de referência, por todos os ACeS/ULS, CDP e equipas de tratamento (ET) de toxicodependentes;

 Promover a articulação entre os vários programas de saúde da ARSC com intervenção ou relevância nesta problemática;

 Dinamizar parcerias entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde e organizações não-governamentais (ONG) que se dedicam a esta temática;

 Acompanhar e monitorizar os projetos ADIS/sida da área da ARSC.

Metas

Ano 2012

Nº Casos e óbitos por infeção VIH/sida, notificados em 2012 A identificar

% Doentes com tuberculose sujeitos a rastreio de VIH pelos CDP 80%

Nº Casos VIH positivos detetados pelos CDP A identificar

% ACeS/ULS que desenvolvem projetos de Saúde Escolar em parceria com escolas do Ensino

Básico e Secundário nesta área 60%

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos hospitais A identificar

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos ACeS/ULS A identificar

Nº Casos VIH positivos detetados pelos ACeS/ULS A identificar

% Testes confirmatórios para o VIH 1 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos

hospitais e ACeS/ULS A identificar

% Testes confirmatórios para o VIH 2 no total de testes de rastreio do VIH 1 e 2, efetuados pelos

hospitais e ACES/ULS A identificar

% ET de Toxicodependentes com projeto Klotho* implementado 100%

% Inscritos nos ACES/ULS com abuso de drogas, com resultado positivo para VIH, após rastreio

efectuado em 2012 90%

Nº Testes de pesquisa de AC-VIH efetuados pelos CAD A identificar

Nº Casos VIH positivos detetados pelos CAD A identificar

% Testes confirmatórios (Western-Blot) efetuados pelos CAD 100%

% Atendimentos/rastreios efetuados pelos CAD a trabalhadores, utilizadores de sexo pago,

migrantes e/ou HSH 25%

% Maternidades públicas que possuem testem rápidos de rastreio do VIH 90%

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 86-90)