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P ROGRAMA DE A LIMENTAÇÃO S AUDÁVEL

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 78-83)

ACES/ ULS

III. Á REAS DE I NTERVENÇÃO EM S AÚDE

3. I NTERVENÇÃO S OBRE OS D ETERMINANTES DE S AÚDE

3.8 P ROGRAMA DE A LIMENTAÇÃO S AUDÁVEL

Segundo dados da OMS, a taxa de mortalidade específica por doenças crónicas tem vindo a aumentar nos últimos anos, não se restringindo este aumento apenas aos países desenvolvidos mas também aos países em desenvolvimento. Todas as estratégias aplicadas a nível internacional para combater este flagelo passam por estabelecimento de medidas que visam uma dieta equilibrada do ponto de vista nutricional, e atividade física.

O Programa de Qualidade Alimentar e Vigilância Alimentar, agora designado de Alimentação Saudável, tem baseado a sua ação num conjunto de estratégias que visam minorar a prevalência de algumas doenças crónicas, nomeadamente a obesidade, as cardio e cerebrovasculares, a diabetes, a osteoporose e algumas neoplasias.

A promoção de consumo de produtos horto frutícolas, aliada a uma atividade física regular e à restrição de consumo de gorduras saturadas, de açúcares e de sal, são a base das linha s de ação comunitárias, desenhadas pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC (DSPP) para serem implementadas pelos serviços operativos de saúde pública locais (unidades de saúde pública dos ACeS e ULS).

Já com uma vasta experiência em projetos de intervenção comunitária, as unidades de saúde pública dos ACeS e das ULS do âmbito territorial da ARSC têm vindo, ao longo dos anos, a aplicar medidas que têm como objetivo capacitar a população da sua área de influência para as boas práticas em saúde, incluindo a alimentação saudável.

Para aumentar a eficácia do trabalho desenvolvido pelas unidades atrás referenciadas foram estruturadas pela ARSC estratégias enfocadas nos vários problemas de saúde, onde a alimentação foi considerada um dos fatores determinantes.

As estratégias atrás referidas apresentam várias vertentes:

 Organização interna dos serviços e reforço da capacitação dos seus profissionais em áreas consideradas de interesse fundamental para a atuação no âmbito deste e doutros programas regionais de saúde;

 Criação e estreitar de relações com o exterior, através de protocolos de articulação com instituições académicas e científicas, ou associações corporativistas;

 Intervenção direta nos fatores determinantes alimentares através da articulação com a indústria alimentar.

Sensibilização para estes problemas de saúde da sociedade civil através dos media e das empresas de marketing.

Todas as estratégias se encontram consubstanciadas em projetos de intervenção organizacional ou comunitária.

Além do que foi realizado até à presente data pela ARSC nestas matérias, e que tem sido alvo de apreciação em relatórios dedicados ou nos relatórios anuais, pretendem-se desenvolver, no próximo ano, as seguintes ações incluídas nos projetos em curso:

Projeto Aguarela Alimentar Objetivo

 Contribuir para a prevenção e diminuição da prevalência da obesidade, diabetes, neoplasias e dislipidémias, através da capacitação dos profissionais dos CSP (médicos e enfermeiros) na área da nutrição humana.

Meta para 2012

Realizar dois cursos aprovados pelo POPH (um curso Aguarela Alimentar e outro

Três Pontos em Movimento).

Tendo consciência das limitações de conhecimento dos profissionais de saúde sobre o tema atividade física, e sendo esta uma das áreas consideradas prioritárias para a consecução dos objetivos propostos no que se refere à diminuição das doenças crónicas mais prevalentes da nossa sociedade, o DSPP considerou importante incluir este tema na formação dos médicos e enfermeiros que fazem parte dos quadros do seu serviço.

Projeto minorsal.saude

Mais que um projeto, minorsal.saude é uma estratégia de intervenção que visa a redução do sal na alimentação da população da Região Centro. Composto por todas as vertentes acima elencadas em estratégias, visa essencialmente a redução das doenças cardio e cerebrovasculares e de algumas neoplasias.

É constituído pelos projetos pão.come e pelo sopa.come, minorsal.saude, tendo como alimentos intervencionados o pão e a sopa e como áreas a intervencionar a indústria da panificação e a restauração coletiva e não coletiva.

Metas para 2012

 Reforçar os contactos com o sector alimentar, estabelecendo protocolos de cooperação;

 Publicar artigos em jornais ou revistas;

 Fazer uma apresentação do projeto em congresso, jornada ou encontro científico.

Projeto pão.come Objetivo operacional

 Reduzir o sal de adição ao pão na Região Centro, para valores de 0,8g/100g de pão.

Metas para 2012

 Inclusão de mais 5 concelhos no projeto;

 Avaliação de satisfação dos industriais da panificação envolvidos no projeto;

 Inquérito à população em geral, para avaliação do grau de conhecimento sobre o projeto pão.come.

Projeto sopa.come Objetivo operacional

 Reduzir o sal de adição à sopa na Região Centro, para valores de 0,2g/100g de sopa.

Metas para 2012

 Iniciar o projeto em 20% dos concelhos do distrito de Aveiro integrados na ARSC;

 Desenvolver a segunda fase do projeto nos 29 concelhos que já realizaram a primeira fase do projeto;

 Dotar todos os concelhos envolvidos com material pedagógico de divulgação;

Projeto Oleovitae Objetivos

 Contribuir para a diminuição de algumas neoplasias que têm como um dos fatores determinantes a ingestão de gorduras com altos teores de compostos polares;

 Contribuir para a diminuição da obesidade e das doenças cardio e cerebrovasculares;

 Capacitar os manipuladores para a adequação das ementas a uma alimentação saudável, nomeadamente no que concerne à utilização das gorduras;

 Diminuir a presença de compostos polares nos óleos de fritura da restauração coletiva e não coletiva.

Metas para 2012

 Iniciar a segunda fase do projeto nos 9 ACeS e ULS da Guarda que foram munidos com a sonda de detecção de compostos polares (DCP);

 Dotação de três sondas DCP.

Projecto SIG-SA (Sistema Integrado de Gestão em Segurança Alimentar) Objetivo

 Apoiar a organização interna dos serviços de saúde pública/área da qualidade alimentar, tendo em vista a melhoria da eficiência dos mesmos.

Metas para 2012

 Até final do ano de 2012, aplicação do SIG-SA em 30% dos concelhos da área geográfica de influência da ARSC;

 Realizar uma formação em SIG-SA para os ACeS Baixo Vouga I, Baixo Vouga II, e Baixo Vouga III.

Além do proposto nos programas em curso, tem a ARSC, através do seu Departamento de Saúde Pública e Planeamento, perspetivado a conceptualização de mais dois projetos de intervenção comunitária designados tãodoce.não e trans.fora, que apresentam como objetivos de saúde, a diminuição da obesidade e da diabetes mellitus, assim como as doenças cardio e cerebrovasculares.

Os referidos projetos têm como finalidade, a diminuição de ingestão por parte da população da Região Centro, dos açúcares de absorção rápida e das gorduras trans.

Perspetiva-se que os projetos atrás referenciados passem por uma sensibilização e intervenção direta na indústria de pastelaria e panificação, seguindo o modelo utilizado para o projeto pão.come, contando para a sua aplicabilidade no terreno - e à semelhança dos projetos em curso - com a rede de serviços operativos de saúde pública da ARSC, e seus profissionais (incluindo os nutricionistas).

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 78-83)