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P ROGRAMA N ACIONAL DE V ACINAÇÃO

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 94-99)

ACES/ ULS

III. Á REAS DE I NTERVENÇÃO EM S AÚDE

4. V IGILÂNCIA E PIDEMIOLÓGICA

4.4 P ROGRAMA N ACIONAL DE V ACINAÇÃO

As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento médico. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal, gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de vacinação recomendado que constitui uma “receita universal”.

A aplicação do PNV permitiu controlar as doenças-alvo de vacinação (à exceção da tuberculose, devido a limitações qualitativas – eficácia – inerentes às vacinas disponíveis até à data).

A incidência de algumas doenças transmissíveis e o seu impacto em termos de saúde pública está a diminuir, graças às elevadas taxas de cobertura resultantes da aplicação do PNV.

Em função da evolução tecnológica e da correspondente disponibilidade de vacinas, bem como da situação epidemiológica nacional, o PNV 2012 (Norma 40/2011 da DGS, publicada em 21/12/2011 e atualizada em 26/01/2012) entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2012, e veio substituir o PNV de 2006. Inclui atualmente as vacinas contra a tuberculose, a hepatite B, a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a poliomielite, a doença invasiva causada por

Haemophilus influenzae do serotipob, o sarampo, a parotidite epidémica (papeira), a

rubéola, a doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do serogrupo C e as infecções por vírus do papiloma humano.

No âmbito do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC, foi constituído um grupo que integra os responsáveis dos ACeS e das ULS pelo programa –inicialmente formado em 2001, no âmbito do Centro Regional de Saúde Pública do Centro–, afim de operacionalizar o PNV, no âmbito regional, através da implementação do projeto “Excelência na Vacinação”.

Nos anos seguintes à entrada em vigor do PNV, em 1965, verificou-se uma notável redução da morbilidade e da mortalidade pelas doenças infecciosas alvo de vacinação, com os consequentes ganhos de saúde. Os resultados obtidos através do PNV estão consolidados, conforme comprova a “Avaliação do Programa Nacional de Vacinação – 2º Inquérito Serológico Nacional – Portugal Continental 2001-2002”, tendo então ficado demonstrado o elevado grau de imunização da população portuguesa.

Para que o PNV continue a ser um êxito, é necessário manter as elevadas coberturas vacinais atingidas para todas as vacinas do Programa, salientando-se três aspectos

particularmente importantes: a manutenção da eliminação da poliomielite, a eliminação do sarampo e da rubéola e a vacinação de adultos contra o tétano e a difteria.

Simultaneamente deve ser desenvolvido um processo de identificação das assimetrias geográficas, resultantes da existência de bolsas populacionais com características que determinam níveis mais baixos de proteção, sendo a ação das estruturas locais de saúde com intervenção junto das comunidades fundamental para a correção dessas assimetrias.

Aos profissionais de saúde compete divulgar o programa, motivar as famílias e aproveitar todas as oportunidades para vacinar as pessoas suscetíveis, nomeadamente através da identificação e aproximação a grupos de imigrantes ou outros, com menor acesso aos serviços de saúde.

Decorrentes de situações de emergência em saúde pública, também aos profissionais de saúde compete a operacionalização de campanhas de vacinação, como foi o caso da “Campanha de vacinação contra a infeção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1)2009”, bem como operacionalizar outras campanhas de vacinação (como foi o caso da campanha contra as infecções por vírus do papiloma humano e dirigida às raparigas de 17 anos de idade e dar cumprimento a normas e orientações da Direcção-Geral da Saúde - como é o caso da vacinação contra infecções por Streptococcus pneumoniae de crianças/adolescentes de risco para doença invasiva pneumocócica (DIP), da vacinação contra a gripe sazonal e da vacinação complementar contra o sarampo.

Todas as vacinas do PNV e respetivos solventes, devem ser devidamente conservados e mantidas essas condições ao longo de toda a rede de frio (armazenamento, transporte e sessão de vacinação).

A formação e permanente atualização de todos os que trabalham na área da vacinação são fundamentais, devendo ser uma preocupação constante dos serviços de saúde.

Finalidade

 Proporcionar à população da Região Centro serviços de melhor qualidade na área da vacinação, utilizando normas de procedimento, materiais e de avaliação comuns, por forma a permitir adotar, introduzir ou alterar medidas corretoras (em conformidade com as orientações da DGS), contribuindo assim para o controlo, eliminação e eventual erradicação de doenças-alvo do PNV.

Atividades a desenvolver

 Promover em todas as unidades de saúde dos ACeS e ULS a implementação de uma rede de frio adequada ao armazenamento e transporte de vacinas (frigoríficos, termómetros de frio, malas isotérmicas, acumuladores de frio, registo diário de temperaturas);

 Disponibilizar e manter atualizado em todos os serviços de vacinação dos ACeS e ULS, material de apoio com Fichas de Produto e Fichas de Segurança de todas as vacinas utilizadas no PNV e outras de prescrição mais frequente (Dossier

Excelência na Vacinação);

 Disponibilizar nos serviços das unidades de saúde dos ACeS, imunoglobulina humana antitetânica (profilaxia do tétano);

 Determinar as taxas de cobertura vacinal da Região Centro, através dos indicadores definidos pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento (projeto “Excelência na Vacinação”), em articulação com os definidos pela DGS (nível nacional);

 Determinar o número de inoculações de vacinas administradas na Região Centro;

 Desenvolver o processo de logística para abastecimento, registo e conservação de vacinas – em articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento;

 Monitorizar e avaliar o processo de vacinação em função da taxa de cobertura vacinal e dos resultados de monitorização da doença;

 Promover a formação dos profissionais com responsabilidade na implementação do programa de vacinação;

 Contribuir para que em todos os serviços de vacinação dos ACeS e ULS, exista equipamento mínimo necessário (material e medicamentos), para tratamento da anafilaxia;

 Planeamento de necessidade das vacinas que integram o PNV, das destinadas aos Centros de Vacinação Internacional e a Campanhas de Vacinação (conforme Normas da DGS);

 Monitorizar os procedimentos relacionados com a conservação de vacinas nos diversos contextos: distribuição, armazenamento e administração;

 Informar e vigiar potenciais reações adversas relacionadas com a administração de vacinas;

 Sensibilização para a notificação de reações adversas;

 Promover a qualidade do registo vacinal;

 Monitorizar a rede de frio;

 Identificação dos potenciais fatores condicionantes dos desvios encontrados e proposta de medidas corretoras dos mesmos;

 Identificar as bolsas populacionais com características de níveis mais baixos de proteção;

 Promoção da oferta ativa de vacinas nos diferentes serviços das unidades de saúde;

 Divulgar o programa de vacinação e motivar a população à sua adesão;

 Desenvolver o conhecimento e as capacidades dos indivíduos, grupos e comunidades no sentido de melhorar a sua saúde e bem-estar, e desenvolver comportamentos de proteção;

 Articulação com as unidades de saúde onde se proceda à vacinação;

 Disponibilização de informação atualizada aos profissionais de saúde;

 Manutenção de dossiê atualizado com fichas de produto e segurança das vacinas do PNV e outras de prescrição frequente, bem como de outros produtos utilizados nas atividades em vacinação;

 Promover a realização de Encontro sobre Vacinação;

 Análise de dados, divulgação dos resultados e proposta de medidas corretoras em casos de desvios.

Objetivos

 Monitorizar e avaliar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;

 Manter e/ou aumentar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro;

 Reduzir a prevalência das doenças evitáveis pela vacinação na Região Centro;

 Uniformizar em todos os ACeS e ULS o mesmo sistema de informação e os mesmos indicadores;

 Promover a realização de ações de formação, em função de necessidades identificadas.

Metas

Cobertura vacinal 2012

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 2 anos de idade ≥ 98%

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 7 anos de idade ≥ 98%

Coortes abrangidas pelo PNV – PNV cumprido aos 14 anos de idade ≥ 97%

Vacina HPV (Vacina contra as infecções por vírus do papiloma humano) – na coorte das raparigas de

13 anos de idade ≥ 70%

Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 25 anos de idade ≥ 82%

Vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na coorte dos 65 anos de idade ≥ 81%

Vacinas que previnem doenças em processo de eliminação (sarampo), ou já eliminadas (poliomielite)

No documento PLANO DE AÇÃO março de 2012 (páginas 94-99)