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CAPÍTULO V A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA PARA O

5.2 De Ecoturismo para Gestão de Turismo

No ano de 2006, já no primeiro semestre, o Curso de Graduação Tecnológica em Ecoturismo dispunha de um quadro composto por 9 professores efetivos, o que parece ter motivado novos debates acerca do Curso e a necessidade de revisão dos seus postulados, conforme indica um documento da Coordenadoria de Ecoturismo, referenciando-se a reuniões desenvolvidas nos meses de outubro e novembro de 2006 para Mudanças na Estrutura do Curso que seriam efetivadas em 2007/1 (MUDANÇAS NA ESTRUTURA DO CURSO, 2006 [s/d]). Em síntese, o referido documento sinaliza os seguintes pontos: mudança do sistema de módulos para o sistema de períodos; mudança das cargas horárias de algumas disciplinas com a alteração da carga horária total do Curso de 2.130 horas para 2.190 horas; fusão de disciplinas; alteração de algumas nomenclaturas de disciplinas; exclusão de disciplinas e inclusão de outras; criação das normas de estágio para o Curso em conformidade com as normas gerais da instituição; adoção do Ecoturismo como um modelo de gestão a ser aplicado em qualquer modalidade turística; necessidade de se clarificar e unificar o perfil do Curso e espaço de atuação do profissional formado; desenvolvimento de um plano de ação contendo inclusão de algumas atividades semestrais/anuais no calendário letivo (visitas técnicas interdisciplinares, semana tecnológica, ciclo de palestras, publicação de artigos gerados a partir dos TCCs) e a criação de um laboratório para o Curso sob a terminologia de Sala Verde com 5 núcleos de trabalho.

Além desses pontos o documento também apresenta um quadro com três itinerários formativos distintos: um correspondente ao período de 2004/2 a 2005/2, outro correlativo a 2006/1 e 2006/2 e um terceiro que seria a partir de 2007/1. Por meio desse documento pode-se entender quais disciplinas compunham os módulos, já que aparecem, no quadro citado, as suas terminologias e cargas horárias. Nesse conjunto, o curso já possuía dois itinerários formativos diferentes e a proposta de um terceiro que seria avaliado pelo corpo docente para ser implantado em 2007/1(MUDANÇAS NA ESTRUTURA DO CURSO, 2006 [s/d]).

Os dados elencados e analisados no subitem anterior deste capítulo apontam uma dinâmica intensa no Curso nos seus dois anos de funcionamento, gerando a interpretação desse contexto em dois sentidos opostos. Primeiro, é preciso considerar que muitas das novas medidas adotadas se deram em atendimento às reivindicações dos alunos, o que indica uma relação respeitosa e interativa com o corpo discente, além de mostrar o interesse do corpo docente no incremento de melhorias numa perspectiva de coletividade; por outro lado, as

mudanças também indicam as fragilidades do Curso e uma certa desarmonia do seu currículo que chegara ao ano de 2007 em três versões e ainda em discussão.

Nesse ímpeto de mudanças e ajustes do Curso de Ecoturismo, o ano letivo de 2006 findou com uma reunião pedagógica, conforme a Ata de 20 de setembro daquele ano, na qual consta que foi constituída uma comissão para releitura do Projeto de Curso e indicação de possíveis mudanças mediante as sinalizações já existentes, dos professores e alunos. Assim, de acordo a Ata de Reunião de Colegiado de 02 de janeiro de 2007, as sugestões apresentadas anteriormente, oriundas das discussões dos professores em reuniões do segundo semestre de 2006, foram acatadas e encaminhadas para a efetividade das ações.

Outros documentos consultados42, também do ano de 2007, registram a organização das ações citadas, através de novas contribuições do corpo docente e a participação da gestão da instituição na sistematização dos procedimentos. Observa-se nesses documentos a prestação de contas quanto às questões já tratadas anteriormente, tais como a utilização de um formulário padrão para as ementas do Curso, a sistematização das visitas técnicas interdisciplinares e a necessidade de valorização da produção científica discente. Destaca-se, dos textos examinados: a criação da Semana de Extensão de Ecoturismo; a organização do Evento I Seminário Sergipano de Turismo e Desenvolvimento Territorial em Ambientes Costeiros, que seria realizado em dezembro de 2007; a criação do Laboratório de Ecoturismo com o “Núcleo de Comunicação e Marketing”, com a campanha “Vamos Construir Nossa Memória”, buscando resgatar dados para enriquecer a memória do Curso; a parceria com duas instituições para a realização de projetos envolvendo o ecoturismo (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA e Escola Agrotécnica Federal de São Cristóvão).

Ressalta-se, também, dentre os documentos analisados, a Reunião de 13 de fevereiro

de 2007 quando os professores do Curso discutiram, em um grupo com número expressivo de

participantes, os “Conceitos e paradigmas sobre o Ecoturismo” e a “Formação do Tecnólogo”. Em 2008 a Ata de Reunião Extraordinária de 16 de janeiro registra um dos entraves enfrentados pelo Curso: o funcionamento do estágio supervisionado. Segundo o documento, o mercado de trabalho sentia dificuldade de entender a formação em “Ecoturismo”, por isso não havia fluidez nas negociações com as instituições públicas e privadas para estágios dos alunos. Em função disso a Coordenadoria do Curso estabeleceu, em conjunto com seus

42 Ata de Reunião Pedagógica da Coordenadoria de Ecoturismo–COECTUR, de 13 de fevereiro de 2007; Ata de

Reunião Pedagógica da COECTUR, de 14 de fevereiro de 2007; Memorando da Gerência de Desenvolvimento de Ensino de nº 24/2007; Ata de Reunião Pedagógica da COECTUR, de 08 de agosto de 2007; Ata de Reunião da COECTUR, de 31 de agosto de 2007; Ata de Reunião Pedagógica da COECTUR, de 20 de setembro de 2007.

professores, regras diferenciadas para o atendimento do aluno ao estágio, disponibilizando um professor para orientação individual de cada estagiário na empresa a fim de possibilitar o desenvolvimento de projetos que aplicassem o ecoturismo nessas instituições, já que estas não vislumbravam como poderiam absorver o aluno concludente. Com essa decisão o corpo discente buscou o reconhecimento da gestão do CEFET-SE a essa especificidade do Curso e a garantia da contabilização dessa carga horária destinada à orientação de estágio no horário do professor. No entanto, de acordo com o que consta na citada Ata, a instituição não reconheceu essa normativa, já que a regra existente para todos os outros cursos previa apenas 1 professor orientador de estágio em cada curso para atender a todos os estagiários, ficando esse orientador com uma carga horária de 4 horas disponíveis a essa finalidade, além das suas outras disciplinas. A Ata registra como decisão do grupo uma medida alternativa de orientação dos estágios pelos professores do Curso, mesmo sem a contabilização da carga horária dessa atividade nos seus horários de professor, com o intuito de fomentar o Curso no mercado de trabalho e proporcionar aos alunos a oportunidade da prática laboral.

Ainda no ano de 2008 outra Ata de Reunião com data de 21 de fevereiro abordou, dentre outros assuntos, a existência da “II Semana de Extensão de Ecoturismo” que deveria se realizar em junho daquele ano e destacou um tópico importante para os novos caminhos do curso ao se referir à formação de comissão para mudança do nome do Curso de Ecoturismo para Gestão de Turismo, conforme orientação do Catálogo Nacional de Cursos Superiores publicado pelo MEC e vigente desde 2006. Embora os documentos analisados até aqui não apontem formalmente para essa iniciativa de mudança no Curso, o caminho já se delineava nesse sentido em virtude das dificuldades de legitimidade sobre a formação de Tecnólogo em Ecoturismo. Contudo, não seria apenas uma mudança no nome, como previa o documento, mas uma re-orientação de toda a proposta inicial do Curso, nos moldes das discussões que já vinham sendo desenvolvidas desde 2006.

Assim, consoante com os relatórios disponíveis pelo Curso, intitulados de Memória de Reunião, foi gerado um outro documento sob o título de Resultados das Discussões do GT – 2008/1: Adequação do Curso de Graduação Tecnológica em Ecoturismo ao Catálogo do MEC, no qual são enunciados os resultados das discussões da comissão encarregada de reavaliar a proposta inicial do Curso de Ecoturismo, para adequá-la às recomendações do Catálogo, com indicação de que as deliberações seriam executadas no segundo semestre do ano de 2008 nos seguintes termos: adoção da nova terminologia “Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo”; alternativa para os alunos egressos e para os alunos matriculados em turmas anteriores à mudança de optarem pela nova terminologia ou pela

anterior, de Ecoturismo (ainda não haviam sido expedidos diplomas para a primeira turma, permitindo essa condição); possibilidade para os alunos que entraram antes de 2008/2 de cursarem disciplinas optativas do novo currículo. O quadro 13, apresentado a seguir, expõe o itinerário formativo resultante dessas discussões.

QUADRO 13 - Itinerário formativo do curso superior de tecnologia em gestão de turismo do CEFET-SE, 2008.

1º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Metodologia da Pesquisa 60

Fundamentos de Turismo 60

Fundamentos de Administração 60

Ecologia e Turismo 60

Introdução à Filosofia 60

Leitura e Produção de Textos 40

Total 340 horas

2º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Geografia do Turismo 60

Gestão de Operações Turísticas 60

Antropologia Cultural 40

Economia Aplicada ao Turismo 60

Fundamentos de Ecoturismo 40

Educação Ambiental 40

Introdução à Sociologia 40

Total 340 horas

3º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Sociedade, Cultura e Identidade Local 60 Planejamento e Gestão do Turismo 60 Legislação Ambiental e Turística 40

Gestão de A&B 40 Espanhol Instrumental 40 Pensamento Político 60 Gestão de Eventos 40 Total 340 horas 4º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Planejamento ambiental 60

Marketing Turístico 60

Políticas Públicas do Turismo 40

Consultoria e Empreendedorismo no Turismo 40

Inglês Instrumental 40

Gestão de Meios de Hospedagem 60

Tecnologia do Lazer 40

Total 340horas

5º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Pesquisa Aplicada 40

Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade 40

Contabilidade Básica 40

Psicologia do Turismo 60

Estatística Descritiva 60

Práticas em Ecoturismo 40

Produção de Textos Acadêmicos 20

Total 340 horas

6º Período

Disciplinas Carga horária semestral

Estágio Supervisionado 200

TCC 90

Total 290 horas

Fonte: Coordenadoria de Ecoturismo do CEFET-SE, 2008. Documento “Resultados das Discussões do GT – 2008/1: Adequação do Curso de Graduação Tecnológica em Ecoturismo ao Catálogo do MEC”.

Com essa nova versão o Curso passou a registrar uma carga horária de disciplinas de 1.700 horas que somadas ao Estágio e TCC totalizaram 1.990 horas, maior que o recomendado pelo Catálogo do MEC do ano de 2006, que sugere 1.600 horas.

Além das mudanças apresentadas, o documento Resultados das Discussões do GT –

2008/1: Adequação do Curso de Graduação Tecnológica em Ecoturismo ao Catálogo do MEC contextualiza um pequeno histórico sobre o processo de transformação do Curso de

Ecoturismo para Gestão de Turismo, salientando que embora este último estivesse surgindo como novo, ele era, na verdade, uma continuidade, já que não perdia de vista as premissas do Ecoturismo, como o fomento à sustentabilidade e à preservação do ambiente natural e cultural das comunidades receptoras da atividade turística.

Ademais, o texto do referido documento referenda, também, que com a formação de novas turmas no Curso, foi surgindo a necessidade de ajustes e adaptações para atingir os objetivos propostos pelo mesmo, tais como: adequação da linguagem, maior compreensão dos professores, ampliação de práticas, contatos com a comunidade, parcerias com iniciativa pública e privada. Nesse sentido, o documento cita que:

Nesse processo de construção contínua sedimentaram-se princípios e direcionamentos, houve agregação de profissionais e melhoria das condições de infra-estrutura. No entanto, a equipe atual tem clareza que ainda há muito por fazer, no sentido de aprimorar cada vez mais o curso às tendências de mercado, a necessidade de jamais perder de vista o turismo como fenômeno social, aperfeiçoar as estratégias para ensino-aprendizagem, diversificar e oportunizar métodos e técnicas para aplicação profissional, desenvolver cada vez mais condições para a produção científica (RESULTADOS DAS DISCUSSÕES DO GT - 2008/1: ADEQUAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM ECOTURISMO AO CATÁLOGO DO MEC, 2008, p. 2).

Outro trecho do documento sugere o que seria o foco do Curso, de acordo com a citação a seguir:

O curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo herda todo histórico e premissas do curso de Ecoturismo, que permanece em seu bojo com maior ênfase. Espera-se que o gestor formado atue, além de um administrador de negócios em Turismo. Para a equipe formada, Ecoturismo, mais que um segmento de mercado é um fenômeno social e pode ser visto como um modelo de gestão da atividade turística, e, portanto, essencial para o gestor de turismo formado nos institutos de tecnologia (RESULTADOS DAS DISCUSSÕES DO GT - 2008/1: ADEQUAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM ECOTURISMO AO CATÁLOGO DO MEC, 2008, p. 2)

Sobre o que difere o Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo como um curso tecnológico, o texto do documento analisado aponta que:

A área de Turismo insere-se no contexto das Ciências Sociais Aplicadas, o que dificulta o olhar como área tecnológica, pois a grande maioria dos cursos de tecnologia pertence à área de ciências exatas e apresenta um produto tecnológico tangível. Em geral, confunde-se produto tecnológico com tecnologia. Tecnologia corresponde à ciência do fazer humano, portanto inclui o conhecimento incorporado e desenvolvido, bem como os produtos gerados. No caso do Turismo, tais áreas de conhecimento implicam arte e ciência do fazer humano, no trato com as populações, os produtos e serviços desenvolvidos.

Como exemplo, as metodologias participativas, despertando maneiras de se trabalhar em comunidade, correspondem a conhecimentos e técnicas que os profissionais de Turismo desenvolvem e aplicam, e o resultado gerado é a mobilização da comunidade e documentos com registro e análise desse processo.

A capacidade de enxergar o território em que se deflagra o Turismo, a complexidade da dinâmica dos processos estabelecidos, que envolvem aspectos ecológicos, sociais, econômicos, culturais e políticos, corresponde à outra habilidade desenvolvida nos profissionais dessa área de conhecimento. Na tecnologia em Turismo, além da utilização adequada das técnicas e recursos, é relevante a consciência do gestor como cidadão, com ética planetária, que implique responsabilidade nas ações locais, pensando no global [...] O enfoque de gestor de turismo ultrapassa a visão administrativa de um negócio, pois deve enxergar os impactos positivos e negativos que o turismo gera nos territórios e atuar de forma a integrar a comunidade nesse processo, para que se sustente e permita a melhoria das condições de vida da população que recebe visitantes, valorizando sua identidade local. A gestão implica o reconhecimento de elementos e processos, controle, monitoramento, avaliação, gerenciamento de conflitos, conhecimento da linguagem administrativa e econômica, conhecimento dos processos ecológicos, identificação da diversidade cultural (RESULTADOS DAS DISCUSSÕES DO GT – 2008/1: ADEQUAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA EM ECOTURISMO AO CATÁLOGO DO MEC, 2008, p. 2).

Embora o documento analisado não identifique, de forma clara, o novo perfil do egresso adotado para o curso, pode-se deduzir que o trecho citado a seguir, no quadro 14, represente esse perfil.

QUADRO 14 – Esboço do perfil do tecnólogo em gestão de turismo. Capacidades do gestor de turismo

O gestor de turismo formado será capaz, dentre as suas habilidades, de: compreender o turismo como fenômeno social e suas implicações; valorizar a postura responsável na sua conduta; desenvolver visão sistêmica do turismo; planejar o desenvolvimento turístico de localidades; realizar inventários turísticos; organizar comunidades para o desenvolvimento das atividades turísticas com as premissas do ecoturismo; liderar equipes multidisciplinares para o planejamento e desenvolvimento de atividades turísticas; participar de equipes para desenvolver estudos de impacto ambiental; propor ações para a valorização da identidade local; desenvolver ações para a inclusão social a partir do turismo e das atividades como gastronomia e artesanato; fomentar organização comunitária para o desenvolvimento e benefícios da atividade turística; estimular o diálogo entre comunidade e poder público; planejar produtos turísticos; aplicar técnicas participativas; desenvolver ações de educação ambiental; colaborar na elaboração de planos de manejo ou planos de gestão em Unidades de Conservação; desenvolver atividades de recreação turística.

Fonte: Coordenadoria de Ecoturismo do CEFET-SE, 2008. Documento “Resultados das Discussões do GT – 2008/1: Adequação do Curso de Graduação Tecnológica em Ecoturismo ao Catálogo do MEC”.

Em dezembro de 2008 houve uma nova modificação na gestão do Curso Tecnológico de Turismo devido à fusão da Coordenadoria de Turismo e Hospitalidade–CTH com a Coordenadoria de Ecoturismo, ficando todos os cursos de Turismo sob a tutela de uma única coordenação, denominada de Coordenadoria de Hospitalidade e Lazer–CHL e com um novo Coordenador a partir do ano de 2009.

Também no final do ano de 2008 a instituição passou por mais uma mudança estrutural, deixando de ser Centro Federal para se estabelecer como Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe–IFS. Mais uma vez o Curso em estudo precisou absorver rapidamente várias mudanças simultaneamente: de Coordenadoria, de Coordenador e de instituição. Por serem mudanças recentes, os dados não são suficientes para avaliar os impactos desses últimos acontecimentos. No entanto, especificamente sobre a mudança para IFS é pertinente registrar, face aos diálogos com o corpo docente e discente da instituição e observações in loco, que o Curso se beneficiou com o incremento de pesquisa e extensão, podendo participar de novos editais, sendo contemplado com dois projetos para atender ao desenvolvimento do turismo sustentável em municípios de Sergipe.

Embora as mudanças requeridas pelo Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia tenham sido fundamentais para a visibilidade do egresso do Curso no mercado, já que se poderia reconhecer o Gestor de Turismo como um profissional com um perfil de

atuação mais definido, não foram encontradas evidências nos documentos analisados que apontassem ou comprovassem essa suposta aproximação do mercado com a escola.

A exposição de ideias desse capítulo, em consonância com o anterior, investe na interpretação de que o Curso Tecnológico analisado se iniciou com um foco confuso para o mercado de trabalho, no entanto bem sedimentado na condição de um curso superior. As mudanças pelas quais atravessou geraram o amadurecimento do seu currículo, que passou a incorporar disciplinas mais direcionadas para o atendimento da atividade turística e das práticas pedagógicas com foco na pesquisa e extensão. Contudo, ainda há um silêncio sobre a discussão da tecnologia no Curso e as vivências nesse sentido. Nos próximos sub itens deste capítulo, com a análise dos dados construídos através das entrevistas com os sujeitos da pesquisa do IFS e do Mercado de Trabalho de Turismo em Aracaju, almeja-se poder comparar a realidade interpretada pelos documentos com a perspectiva das pessoas que vivem ou vivenciaram os movimentos do Curso desde a sua origem até a atual versão e também com aqueles que representam o mercado de trabalho.