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CAPÍTULO V A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA PARA O

5.3 O Perfil Sócio-demográfico dos Sujeitos do IFS

5.3.2 O Perfil dos Egressos

Foram entrevistados 16 egressos. Destes, 07 são do sexo masculino e 09 do sexo feminino. A faixa etária dos mesmos tem maior índice entre aqueles que têm entre 18 a 25 anos, perfazendo um total de 08 egressos, o que corresponde a 50%. Aqueles que possuem entre 26 a 33 anos somam um total de 06, representando 38% e os demais estão na faixa entre 34 a 41 anos, sendo apenas 02 dos ex-alunos pesquisados, significando o percentual de 12%.

Acerca da trajetória escolar dos egressos, observa-se que mais da metade a fizeram na rede pública de ensino. Quanto a terem feito algum curso técnico de turismo, 04 responderam positivamente: 03 deles cursaram o Técnico em Agenciamento e Guiamento de Viagens e Operações Turísticas no CEFET e 01 cursou o Técnico em Serviços Hoteleiros na mesma instituição. Já sobre terem feito outro curso superior ao mesmo tempo em que cursaram o Tecnológico de Turismo, obteve-se a resposta afirmativa de 02 egressos. Sobre a experiência profissional dos 16 entrevistados, detectou-se que 14 deles trabalham e, desses 14, apenas 05

estão empregados ou desenvolvem de forma autônoma a atividade laboral na área de Turismo. Pode-se contemplar, no quadro 16, os seguintes dados citados:

QUADRO 16 – Perfil dos egressos do IFS Egressos

Turmas - 2004/02, 2005/01, 2005/02, 2006/01, 2006/02, 2007/01

16 entrevistados – 100% Total Percentual

Maior trajetória escolar na rede pública 10 63%

Maior trajetória escolar na rede privada 06 37%

Fez curso técnico de turismo 04 25%

Fez outro curso superior concomitante ao de turismo 02 20%

Trabalha na área de turismo 05 31%

Fonte: A Autora (Pesquisa empírica 2010, 2011)

Nota-se que 25% dos egressos entrevistados fizeram um curso técnico de Turismo no CEFET-SE, indicando a possibilidade de verticalização sugerida na criação dos IFS e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, conforme elucida PACHECO, ([s.d], p. 2), ao argumentar que a proposta dos IFS se fundamenta na verticalização do ensino, “onde docentes atuam nos diferentes níveis com os discentes, compartilhando os espaços pedagógicos e laboratórios, além de procurar estabelecer itinerários formativos do curso técnico ao doutorado”. Embora o número não seja tão expressivo, menos da metade da amostra, esse é um dado relevante frente à perspectiva anunciada pelo Governo. Algo que merece ser mensurado em toda a rede de forma sistemática e periódica para a comprovação ou não da eficiência da verticalização.

Esse dado ainda pode ser visualizado sob a ótica da qualidade do ensino profissional, pois o egresso do técnico buscou a continuidade de estudos na mesma área e modalidade de educação, sugerindo-se aqui duas possibilidades: para o estudante, uma maior especialização na sua formação e para a instituição, uma demanda exigente com relação ao processo formativo, já com experiência na área e ávidos por novos conhecimentos e abordagens que se distingam do ensino técnico, reforçando o compromisso do IFS com uma proposta pedagógica cada vez melhor.

Na questão levantada sobre fazer outro curso superior ao mesmo tempo em que cursou o tecnológico, observa-se que 20% dos alunos o fizeram. Apesar do quantitativo não ser muito significativo, é pertinente destacar que existe outra realidade sobre esse fato na instituição, o que não é possível comprovar em função dos dados explicitados, mas sabe-se, pelos diálogos com os sujeitos pesquisados, que muitos discentes fazem o curso tecnológico em conjunto com outro de graduação e geralmente na Universidade Federal do Estado de

Sergipe. Mesmo que essa condição esteja sendo alterada, pois as atuais normas do MEC com relação ao vestibular na rede pública reprimem essa possibilidade, de se cursar de forma concomitante dois cursos superiores em IES públicas diferentes, tal dado mereceria ser mais investigado para se saber quais as razões que levam os estudantes a essa prática. Presume-se que as respostas poderiam variar desde a insuficiência do ensino na IES em que se fez a primeira opção do vestibular, até mesmo a velocidade do mundo do trabalho quanto às exigências por múltiplas qualificações. No entanto, não se pretende investir nesse dado, frente ao resultado quantitativo alcançado na pesquisa e para não perder de vista o foco deste trabalho.

A indagação acerca da experiência profissional traz um elemento bastante significativo, pois registra o baixíssimo percentual de egressos, apenas 31%, que são absorvidos pelo mercado de trabalho na sua área de formação. Tal elemento traduz a fragilidade do curso tecnológico quanto à colocação dos seus egressos no mercado de trabalho, negando a “teoria do capital humano”, que de acordo Saviani (1994, p. 151), considera “a educação funcional ao sistema capitalista, não apenas ideologicamente, mas também economicamente, enquanto qualificadora de mão-de-obra (força de trabalho)”. Destarte, pode-se até afirmar que o curso tecnológico “forma” o estudante mais rápido e por isso tende a acelerar a entrada do egresso na vida produtiva, já que o itinerário formativo desse curso em muitos casos é menor que em outras graduações. Também se pode dizer que o mesmo “prepara” para o mercado em função do foco das suas disciplinas se efetivarem no ensino teórico e prático. No entanto, não seria correto que esses fatores ditassem a aproximação de um curso tecnológico com a empregabilidade, pois esta depende de outros elementos que extrapolam os muros das escolas, sendo reflexo da economia e dos movimentos do mercado que, por sua vez, sofrem interferências sociais, culturais e políticas.

Outro ponto a respeito dessa questão está no compromisso do Curso em questão, que não é preparar o egresso para qualquer mercado de trabalho e sim para o mercado de Turismo. Contudo, ficam claros nas respostas dos egressos entrevistados, os desvios de funções desses profissionais e a dificuldade de geração de trabalho na área de Turismo, o que certamente se explica pela vocação do Estado de Sergipe, pois segundo o PDTIS (2002), a atividade turística no Estado começa a se estruturar a partir dos anos 2000. Logo, pode-se considerá-la uma atividade econômica tímida, ainda incapaz de gerar volumes significativos de postos de trabalho.