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Capítulo 3. Os Estudos sobre a modalidade EaD

3.3 Dos artigos em periódicos de pesquisa (Base SciELO)

3.3.3 Educação Temática Digital (UNICAMP)

O periódico Educação Temática Digital, da Faculdade de Educação da UNICAMP foi criado em 1999 e tem enfoque multidisciplinar voltado para a educação e áreas afins e sua publicação é feita semestralmente. Dedica-se a publicação de estudos realizados no Brasil ou fora dele e é totalmente digital e de livre acesso. Podem ser publicados artigos em português, inglês. A ETD - Educação Temática Digital está indexada em 23 bases, diretórios e portais nacionais e estrangeiros.

Foram encontrados 10 resultados para o termo "Educação a Distância", no período entre 2002 e 2012, sendo que um deles também contém o termo "Moodle", o que se justifica pelo fato da UNICAMP utilizar seu próprio ambiente virtual TelEduc.

Os artigos encontrados pela pesquisa no presente periódico são representados na Tabela 9.

Tabela 9 - Artigos da Revista Educação Temática Digital UNICAMP

Ano Revista Autor/Autores Título Termo

Pesquisado

2008 Educação Temática Digital

Claudia da Cunha Ribas, Paula Ziviani

Mediação, circulação e uso da informação no contexto das redes sociais Educação a Distância 2009 Educação Temática Digital Stevan de Camargo Corrêa, Larissa Medeiros Marinho dos Santos

Preconceito e educação a distância: atitudes de estudantes universitários sobre os cursos de graduação na modalidade a distância Educação a Distância 2009 Educação Temática Digital Josué Laguardia,

Margareth Portela Evasão na educação a distância Educação a Distância

2011 Educação Temática Digital

Miguel Alfredo Orth, Patrícia Kayser Vargas Mangan, Dirleia Fanfa Sarmento

Formação e ou capacitação de professores para atuação em informática na educação: reflexões sobre uma prática.

Educação a Distância

Ano Revista Autor/Autores Título Termo Pesquisado 2011 Educação Temática Digital Daniela Karine Ramos As tecnologias da informação e comunicação na educação: reprodução ou transformação? Educação a Distância 2011 Educação Temática Digital Rosemeire Ferreira

da Silva As técnicas imagéticas e educação a distância: Telecurso 2000 Educação a Distância

2011 Educação Temática Digital Tania Suely Azevedo Brasileiro, Marcello Batista Ribeiro O TelEduc na Amazônia: a

experiência da Universidade Federal de Rondônia Educação a Distância 2012 Educação Temática Digital

Ana Cláudia Pavão Siluk, Silvia Maria de Oliveira Pavão

Educação especial: práticas

pedagógicas a distância na formação de professores para o Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Educação a Distância 2012 Educação Temática Digital Michele Rodrigues de Albuquerque, Ivanda Maria Martins Silva

Materiais didáticos impressos para educação a distância: interfaces com práticas de linguagem Educação a Distância 2012 Educação Temática Digital Aníbal de Freitas Santos Júnior, Hildonice de Souza Batista

Opinião de estudantes universitários sobre a Educação a Distância (EaD), no contexto das ciências

farmacêuticas

Moodle

Ribas e Ziviani (2008) em "Mediação, circulação e uso da informação no contexto das redes sociais" buscam compreender a mediação, a circulação e uso da informação no contexto das redes sociais que utilizam as tecnologias de informação e comunicação - TDIC em sua organização no âmbito da ciência da informação. Pretendem verificar a formação de comunidades virtuais que tem lugar em cursos de EaD e a transferência e o compartilhamento de informações no ambiente das redes, sua constância e como acontecem, descritos por eles, em sua maioria, de maneira natural e espontânea.

Correa e Santos (2009) em artigo de nome "Preconceito e educação a distância: atitudes de estudantes universitários sobre os cursos de graduação na modalidade a distância" buscaram se aprofundar a respeito do preconceito da própria comunidade acadêmica contra a modalidade EaD, para isso se utilizaram de questionários. Concluíram que existe sim preconceito pela comunidade acadêmica analisada e que este é caracterizado principalmente por ceticismo quanto à qualidade dos cursos, sentimento que é justificado pela percepção da

falta de formação específica dos educadores para a atuação na modalidade e pela má utilização dos recursos de informática disponíveis.

Laguardia e Portela (2009) em seu artigo "Formação e ou capacitação de professores para atuação em informática na educação: reflexões sobre uma prática" investigaram as causas da evasão dos alunos em cursos a distância. Chamaram atenção para os múltiplos modelos Estudo teóricos utilizados pelos diversos cursos, para a grande quantidade de variáveis apontadas existentes na diversificação de número de investigações que chegam a conclusões diferentes a respeito das causas da evasão. Apontam como uma solução para a evasão a identificação precoce do aluno em risco de abandonar por meio de variáveis preditoras de evasão e, posteriormente, direcionar esforços para esse aluno ou grupo de alunos, no sentido de provocar mudanças na dinâmica do curso.

Orth, Mangan e Sarmento (2011) relataram no artigo "Formação e ou capacitação de professores para atuação em informática na educação: reflexões sobre uma prática" sua experiência de pesquisa na área de formação de professores para utilizarem informática na educação. Realizaram uma pesquisa ação na qual acompanharam um curso de formação continuada de formação de professores para atuar na Educação a Distância (EaD). As autoras concluíram que a experiência do professor como aluno de EaD é fundamental para que este possa rever sua prática além de realizar reflexões sobre a própria modalidade EaD.

No artigo "As tecnologias da informação e comunicação na educação: reprodução ou transformação?" Ramos (2011) cita que as possibilidades abertas pela inserção de tecnologias de informação e comunicação às práticas pedagógicas necessitam de reflexão e mudança paradigmática. É necessário dimensionar potencial com fragilidade das diversas ferramentas. Por esses motivos a autora chama atenção para a necessidade de planejamento de ações tanto na modalidade a distância quanto na presencial, pois este definirá se as tecnologias serão um meio de transformação ou de reprodução dos modelos pedagógicos vigentes.

A autora Silva (2011) em seu artigo "As técnicas imagéticas e educação a distância: Telecurso 2000" verificou a coerência entre os limites explicativos das tecnologias de informação e comunicação e a identificação da influência dessas matrizes no pensamento e nos discursos dos educadores e dos estudantes através de um relato de experiência do Telecurso 2000. Conclui pela relevância da capacidade de o uso de hipertextos, links de sites da internet, banco de imagens e recursos tecnológicos de alta geração, programas de computação para a criação e edições de imagens, efeitos especiais como um salto em relação

ao presente e um ato para o futuro, uma forma de empurrar e transgredir as convenções estabelecidas.

Mesmo não tendo o Moodle como plataforma é importante considerar o intitulado "O TelEduc na Amazônia: a experiência da Universidade Federal de Rondônia" elaborado por Brasileiro e Ribeiro (2011). Relataram sua experiência, facilidades e dificuldades de professores e alunos com o ambiente TelEduc. Chegaram à conclusão de que o ambiente tem boa aceitação como recurso tecnológico ao ensino presencial, é de fácil utilização e robusto. As ferramentas de aprendizagem interativa proporcionam aos alunos uma aprendizagem prazerosa e a ferramenta chat pode ser melhorada quanto à inserção de recursos de áudio. O código fonte do TelEduc deve ser reescrito para substituir tags32 em desuso. Os autores encerram dizendo que a modalidade a distância é fundamental para o desenvolvimento da região onde o estudo foi realizado, pela distância geográfica dos grandes centros onde os principais recursos são alocados.

Em seu artigo "Educação especial: práticas pedagógicas a distância na formação de professores para o Atendimento Educacional Especializado (AEE)" Siluk e Pavão (2012) relatam um estudo do tipo qualitativo exploratório no qual analisam as dimensões da metodologia de ensino, critérios avaliativos e pressupostos como um estudo teórico que justifica a estrutura para um curso a distância de formação de professores a respeito da educação especial. Concluem que para se obter bons resultados é preciso conhecer os processos que envolvem a aprendizagem na modalidade a distância e que quando se tratam de professores é preciso ainda facilitar o acesso daqueles que se interessam às práticas pedagógicas inovadoras.

"Materiais didáticos impressos para educação a distância: interfaces com práticas de linguagem" é o título de um artigo de Albuquerque e Silva (2012) no qual as autoras apresentam características que norteiam a produção de material didático para EaD e apresentam ainda reflexões sobre a prática dialógica na produção de materiais didáticos e a concepção de texto como elemento mediador e interativo na aprendizagem a distância. Concluem que o material deve ser pensado de forma que o aluno tenha espaço para expressar suas opiniões, mas que isso por si só não resolve, é preciso que o aluno por sua vez dialogue com o material impresso e com os demais.

32 Tag - em inglês quer dizer etiqueta. As tags na internet são palavras que servem justamente como uma etiqueta e ajudam na hora de organizar informações, agrupando aquelas que receberam a mesma marcação, facilitando encontrar outras relacionadas.

Através da observação dos artigos apresentados pelas diversas publicações citadas é possível observar que inicialmente, assim como nos trabalhos encontrados na FEUSP, a tecnologia e as possibilidades de acesso são prioridades de foco das investigações, como já descritos anteriormente.

Posteriormente, os trabalhos passam a realizar investigação sobre a integração das tecnologias com questões relacionadas ao ensino e como suporte às possibilidades presenciais (blended mode). Tratam de adaptações necessárias e de atenção às especificidades da inserção das TDIC, além da ampliação de possibilidades pedagógicas possíveis como no caso do trabalho de Ribas e Ziviani (2008) e de Santos (2011).

Trabalhos que se voltam para as características específicas das tecnologias, como Eliasquevici e Prado Júnior (2008) e às dificuldades específicas do ensino a distância como Correa e Santos (2009) e Laguardia e Portela (2009) ampliam sobremaneira o escopo das investigações sobre EaD e, por fim, os estudos passam a propor novas possibilidades pedagógicas para o uso educacional das TDIC, como no caso do artigo de Albuquerque e Silva (2012).

O artigo que continha referências ao ambiente virtual Moodle, "Opinião de estudantes universitários sobre a Educação a Distância (EaD), no contexto das ciências farmacêuticas", de Santos Jr e Batista (2012), verifica a inserção da EaD nas Ciências Farmacêuticas. Os autores entrevistaram 200 estudantes para verificar sua opinião a respeito da EaD no curso de Farmácia. Os estudantes consideraram como atrativos dos cursos a distância a atenção individualizada, qualidade de material didático e conveniência de horários. As principais desvantagens apontadas foram o excesso de estudantes por tutor, falta de acesso a computadores, desistências dos estudantes e uso excessivo de questões de múltipla escolha. Apesar das dificuldades, os alunos consideraram relevante o uso da EaD na formação do profissional de Farmácia, sobretudo nas disciplinas de maior abordagem teórica, e demonstram preocupação relacionada às atividades práticas com os pacientes, por exemplo.

O que justifica a presença e mapeamento destes artigos sobre EaD e não sobre a plataforma Moodle são as contribuições que deram às análises interpretativas desta pesquisa.

Capítulo 4. Tendências, contribuições e desafios da EaD e os