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Efeito do jumento sobre a taxa de gestação de éguas inseminadas com sêmen asinino

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2.2. Experimento IIb Taxa de gestação de éguas inseminadas com sêmen asinino diluído

4.3.2.2. Efeito do jumento sobre a taxa de gestação de éguas inseminadas com sêmen asinino

sêmen asinino diluído, resfriado e estocado, em contêiner proposto por Palhares (1997), independentemente da dose inseminante utilizada

Observa-se na Tabela 28 que a taxa de gestação, bem como o número de ciclos por gestação não diferiram (p>0,05) entre os cinco jumentos utilizados no presente experimento. A fertilidade de um reprodutor pode ser influenciada por diversos fatores, dentre eles a intensidade de uso, o comportamento sexual, o momento e método de cobrição e, também pela fertilidade intrínseca às éguas.

Em relação à idade das éguas inseminadas, Hutton e Meacham (1968) observaram, para 659 éguas, que a fertilidade média oscilou até os 7 anos de idade, atingiu um pico de 89,6% aos 9 anos, manteve um platô acima de 70% até os 15 anos e declinou gradualmente após esta idade. Também Tannus e Thun (1995)

observaram redução da fertilidade em éguas com idade superior a 14 anos. No presente experimento, observou-se que a idade média das éguas inseminadas, uma variável capaz de influenciar a fertilidade, não diferiu entre os cinco jumentos.

Em relação ao volume de sêmen/ dose inseminante, por envolver as características físicas do sêmen, concentração espermática e motilidade, observou-se grande variação individual (Mann et al., 1963; Pickett et al., 1970; Rossi, 2008), entre os jumentos, uma vez que a dose inseminante foi fixada em 400 e 800 x 106 espermatozóides móveis (Tabela 28). O mesmo observou-se para o volume de diluidor/ dose inseminante, uma vez ter sido o volume da dose inseminante fixado em 22 mL. Assim, para o jumento quatro, o qual necessitou de maior volume de sêmen/ dose inseminante, menor volume de diluidor foi necessário.

No que se refere aos parâmetros de controle, relativos ao tempo da coleta à pré-diluição, à

diluição final e ao resfriamento do sêmen, observou-se diferenças (p<0,05) entre os jumentos que foram, entretanto, pequenas e casuais, resultantes da logística, muitas vezes complexa, durante o processamento do sêmen. Já em relação ao intervalo da coleta do sêmen à inseminação artificial, não foram observadas diferenças (p>0,05) entre os indivíduos.

Para o sêmen asinino a fresco, diluído em diluidor a base de lactose-gema de ovo, Silva (1988) obteve taxas de concepção, ao primeiro ciclo, de 52,4%, 52,2% e 68,5%, durante três estações de monta consecutivas. Neste trabalho, não se encontrou a informação do número de reprodutores utilizados em cada estação de monta. Observa-se que a taxa de gestação/ciclo, obtida para jumento 1 (53,33%), no presente experimento, foi similar à obtida por Silva (1988) no primeiro ciclo das duas primeiras estações de monta relatadas pela autora.

Tabela 28. Parâmetros de controle e de resultados de éguas inseminadas com sêmen fracionado,

diluído e resfriado, considerando-se o efeito do jumento, independentemente da concentração espermática/dose inseminante.

Parâmetros Avaliados Jumentos

1 2 3 4 5

Nº ciclos 30 10 13 11 15

Idade (anos) 11,30±0,64 9,70±1,11 9,42±0,97 10,09±1,06 9,23±0,90 Vol. sêmen/ dose (mL) 0,82±0,09b 1,10±0,14b 0,85±0,13b 1,84±0,14a 1,06±0,12b Vol. diluidor /dose (mL) 21,18±0,09a 20,90±0,14a 21,15±0,13a 20,16±0,14b 20,84±0,12a Coleta - pré (min.) 2,78±0,09b 3,33±0,16a 2,69±0,14b 3,45±0,16a 2,46±0,14b Coleta - diluição (min.) 14,45±0,53b 13,62±0,90b 16,52±0,86ab 18,50±0,88a 14,50±0,78b Coleta-resfriamento (min.) 18,02±0,51b 16,62±0,85b 19,35±0,77b 21,86±0,84a 17,96±0,74b Coleta - IA (h) 18,55±0,21 18,77±0,35 18,23±0,32 18,06±0,34 18,45±0,31

Ciclos/concepção 1,88 2,50 2,60 2,20 3,00

Taxa de concepção (%) 53,33 (16/30) 40,00 (4/10) 38,46 (5/13) 45,45 (5/11) 33,33 (5/15) a,b

Médias acompanhadas por letras diferentes na linha, diferem entre si (p<0,05).

Utilizando apenas um jumento da raça Pêga como doador de sêmen, Leite (1994), obteve taxas de concepção/ciclo de 53,12%, 70% e 67,64% quando utilizou doses inseminantes

contendo 200, 400 ou 600 milhões de sptz/dose. Observa-se que a taxa de gestação/ciclo obtida, no presente experimento, para o jumento 1, foi similar à

obtida por Leite (1994) para a dose inseminante de 200 milhões de sptz. Também utilizando sêmen asinino a fresco diluído, e uma dose inseminante de 250 x 106 espermatozóides, Díaz (2009), obteve uma taxa de concepção total de 53,84% após a inseminação de éguas.

Ressalta-se que, nos experimentos de Silva (1988), Leite (1994) e Diaz (2009), utilizou- se o sêmen a fresco diluído, enquanto, no presente experimento, foi utilizado o sêmen resfriado por aproximadamente 18 horas. Assim, observa-se que o protocolo de resfriamento adotado no presente experimento, não resultou em prejuízos à taxa de gestação de éguas inseminadas, principalmente quando se considera as taxas de gestação obtidas para o jumento 1. A fertilidade numericamente inferior, para os demais jumentos, não inviabiliza a utilização desta tecnologia uma vez que, ainda atingiram-se taxas de gestação aceitáveis. No experimento conduzido por Ferreira (1993), avaliou-se o comportamento do sêmen de três jumentos da raça Pêga quando submetidos ao resfriamento, observando-se superioridade de um em relação ao demais. Entretanto, no teste de fertilidade, apenas o sêmen do reprodutor com maior resistência ao resfriamento foi utilizado para inseminação de éguas, quando se comparou a sua fertilidade após 24 ou 48 horas de armazenamento. Assim, obteve taxas de concepção por ciclo de 80% e 75,9%. No presente experimento, as taxas de gestação/ ciclo variaram de 33,33% a 53,33%, sendo inferiores às obtidas por Ferreira (1993). Rossi (2008) comparou a fertilidade do sêmen de quatro jumentos, submetidos ao resfriamento por até 12 horas, obtendo taxas de concepção por ciclo de 36,21%; 43,75%; 46,30% e 74,47%. Assim, observou superioridade do último jumento em relação aos demais. No presente experimento, não observou-se efeito do jumento sobre a taxa de gestação das éguas inseminadas, sendo que nenhum dos jumentos utilizados apresentou fertilidade equivalente à do último jumento

utilizado por Rossi (2008). Entretanto, foram similares às taxas de gestação obtidas com os demais reprodutores. Ressalta-se que o número de ciclos utilizados para cada jumento pode ter sido insuficiente para que variações individuais na fertilidade se manifestassem. Também neste experimento, os efeitos do intervalo IA – ovulação, da idade da égua, do intervalo entre a coleta do sêmen e a última inseminação artificial, do número de inseminações por ciclo e da categoria reprodutiva sobre a fertilidade das éguas inseminadas foram avaliados. Entretanto, o número insuficiente de ciclos impediu uma interpretação confiável dos resultados que, no entanto, estão apresentados nos Anexos (Análises 762, 764, 766, 767 e 768, e 769, respectivamente).

5. CONCLUSÕES