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2. FASE 2: QUADRO ESTRATÉGICO

2.2 VISÃO E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

2.2.6 Eixo 5 | Condições básicas e transversais

105. Através do Eixo 5 pretendem-se assegurar condições básicas para que os problemas que são transversais ao sector e que se articulam com todos os outros eixos venham a ser resolvidos, garantindo, ao mesmo tempo, a prossecução dos demais objetivos.

106. A informação de qualidade é vital para assegurar uma boa gestão dos sistemas pelas EG, nomeadamente o cadastro dos seus ativos, a otimização do período de vida útil desses ativos e uso da sua capacidade instalada, a qualidade dos serviços prestados, a eficiência na gestão dos sistemas e a otimização dos custos. É preciso que essas EG adquiram o imprescindível conhecimento, sem o qual não serão capazes de definir corretamente os investimentos necessários e adequados para assegurar os serviços à população, as medidas a tomar para otimizar os seus custos, as tarifas necessárias para cobrir os gastos e assegurar, simultaneamente, o acesso aos serviços por todos os utilizadores.

107. A inovação é uma prioridade para o sector do ciclo urbano da água, seja nas soluções técnicas, ambientais, comerciais ou na qualidade dos serviços prestados. A prossecução dos objetivos relacionados com a inovação permitirá não só a adoção de soluções mais eficientes e económicas como também de qualidade mais elevada e maior fiabilidade e resiliência. Existem, aliás, programas à escala europeia promovidos pela COM com o qual se podem articular as medidas e ações propostas. A COM lançou um programa direcionado ao financiamento da inovação e investigação – Horizonte 2020, mais vocacionado para as entidades do sistema científico e tecnológico. Para além deste, no quadro Portugal 2020 a inovação está também prevista nos Programas Operacionais no domínio da “Competitividade e Internacionalização”, mas também no domínio da “Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos”.

108. A melhoria do quadro operacional, de gestão e de serviços continua a ser um objetivo operacional reconhecido por ambos os planos estratégicos de 2000 a 2013, mas que tem progredido de uma forma descontínua. O facto de ter havido uma estagnação nos últimos anos não resulta do reconhecimento que se atingiu um patamar satisfatório. É opinião generalizada que há uma melhoria substancial ainda por fazer, embora sem consenso sobre a melhor solução, fruto de uma diversificação de modelos onde coexistem casos de bom e mau desempenho, ver comentários nos parágrafos 300 a 302 do Capítulo 2.3.6 do Volume 1. Sem a restruturação organizacional dos serviços, com especial ênfase nos serviços «em baixa», um grande número dos objetivos estratégicos propostos no PENSAAR 2020 não poderá ser atingido. Por outro lado, esses objetivos, nomeadamente os Eixos 3 e 4, apoiados pela criação e mobilização de recursos financeiros adequados ao setor, serão os incentivos que poderão

levar a uma restruturação com sucesso apoiada pela vontade e compromisso político alargado a todas as entidades responsáveis pela condução da política setorial no país.

109. A abordagem one-size-fits-all não se aplica ao setor e a diversidade de modelos a nível mundial, europeu e entre países com o mesmo nível de desenvolvimento é disso prova. Daí que, ao contrário do PEAASAR II, onde se apontavam soluções concretas, que se materializaram de uma forma bastante limitada ou parcial, com um risco de insucesso neste último caso, no PENSAAR 2020 não se propõem soluções, mas sim objetivos que devem guiar e sustentar as opções a reter. Estas deverão resultar de um diálogo entre o poder político que governa o setor: central e local e tendo também em conta o caráter multicéfalo e de interesses divergentes do governo local, com autarquias com maior densidade populacional e custos mais baixos, com investimentos importantes ou insuficientes feitos no passado, com tarifas assegurando a sua sustentabilidade financeira ou ditadas por objetivos meramente sociais e políticos.

110. Esta diversidade de situações dificulta soluções consensuais e a saída da estagnação e bloqueio atual só será possível através dos seguintes vetores, à volta dos quais se deve desenvolver o diálogo: i) objetivos estratégicos aceites por todas as partes; ii) equidade no tratamento das várias entidades; iii) solidariedade sem com isso criar incentivos à ineficiência ou pôr em causa a sustentabilidade económica das soluções.

111. As opções de restruturação dos sistemas multimunicipais «em alta» foram tomadas antes do início da preparação do PENSAAR 2020, pelo que não é feito qualquer juízo de valor ou proposta referente a este processo em curso. No entanto, é necessário que a solução final a reter se enquadre totalmente nos objetivos estratégicos definidos, nomeadamente de ganhos de eficiência, sustentabilidade económica, financeira e social. Ao mesmo tempo, deve contribuir para a melhoria da governança do setor que está implícita em muitos dos objetivos traçados na estratégia, com um grau de autonomia na gestão e de concorrência necessários para assegurar a resiliência do setor e minimizar os riscos associados à concentração da gestão.

112. As alterações climáticas e as catástrofes naturais associadas ou não a essas alterações são uma ameaça a um setor que assegura um serviço vital para a sobrevivência humana tendo-se que, por isso, garantir a sua resiliência e redução da sua vulnerabilidade. Após um esforço de infraestruturação para aumentar o nível de cobertura da população feito ao longo das últimas décadas, que será seguido pela otimização dos ativos construídos e a gestão eficiente dos sistemas ao longo do período 2014-20, o setor deverá preparar-se para responder ao novo desafio que se põe à sua resiliência e que constituirá certamente o desafio mais importante do futuro a longo prazo. Este tema terá que se coordenar e integrar nos programas em curso, nomeadamente no seio da UE com o mesmo objetivo.

113. O setor gera benefícios de caráter transversal em paralelo com outros setores e que são importantes para o desenvolvimento económico do país. Algumas dessas externalidades estão inseridas noutros programas operacionais do Acordo de Parceria. A internacionalização e exportação de serviços das empresas do setor, a competitividade, a criação de emprego e a capacitação de recursos humanos são objetivos que foram incluídos no Eixo 5.

Objetivo Operacional 5.1: Aumento da disponibilidade de informação Objetivo Operacional 5.2: Inovação

Objetivo Operacional 5.3: Melhoria do quadro operacional, de gestão e prestação de serviços

Objetivo Operacional 5.4: Alterações climáticas, catástrofes naturais, riscos – redução, adaptação

Objetivo Operacional 5.5: Externalidade: emprego, competitividade, internacionalização