• Nenhum resultado encontrado

Objetivo operacional 1.3 | Aumento da acessibilidade física ao serviço do

2. FASE 2: QUADRO ESTRATÉGICO

2.3 OBJETIVOS OPERACIONAIS

2.3.4 Objetivo operacional 1.3 | Aumento da acessibilidade física ao serviço do

124. Finalmente será ainda necessário contemplar as situações em que aglomerados não têm serviço público de SAR a fim de assegurar um acesso universal ao saneamento através de soluções adequadas, em conformidade com as exigências em matéria de direitos humanos. 125. Apesar do objetivo último de universalidade do serviço, haverá que acautelar a sua

sustentabilidade económico-financeira e assegurar a sua utilização por parte das populações. Assim, a construção de redes públicas de saneamento e de ETAR para garantir o tratamento adequado das águas residuais, não incluídas nas situações previstas nos OP 1.1 e 1.2, deverá basear-se em cenários de procura e de viabilidade económica, que definam a necessidade, o interesse e a adesão por parte dos utilizadores de modo a garantir a sua sustentabilidade. 126. Nos casos em que os estudos de procura e viabilidade económica concluam que a construção

de redes coletivas públicas não é a melhor solução, este serviço pode ser prestado, por exemplo, por recurso à implementação de sistemas simplificados individuais (por exemplo fossas séticas). Podem-se também adotar sistemas simplificados coletivos (por exemplo, leitos de macrófitas ou micro-sistemas de tratamento de 50 a 5000 habitantes equivalentes) de menor custo.

127. Para que essas soluções cumpram com o disposto na legislação nacional e comunitária, será necessário elaborar manuais de boas práticas, verificar o cumprimento das prescrições construtivas no âmbito do licenciamento camarário, garantir a intervenção da APA na análise dos riscos ambientais das referidas soluções e na elaboração do respetivo cadastro.

128. De acordo com o previsto na legislação nacional, as EG deverão assegurar os meios necessários para efetuar as operações de limpeza, transporte e tratamento das lamas, garantindo o funcionamento adequado das soluções não convencionais. Poderão também considerar a aplicação de tarifários aos utilizadores das soluções não convencionais e que não tenham acesso a rede pública mas que beneficiem dos serviços prestados pelas EG de modo a cobrir esses gastos e promover a utilização efetiva destes serviços.

129. Será ainda necessário que a APA e as EG colaborem na fiscalização do cumprimento das condições de licenciamento por parte dos utilizadores.

2.3.5 Objetivo operacional 2.1 | Melhoria da qualidade do serviço de abastecimento de água

130. A melhoria na qualidade do serviço prestado no AA às populações será evidenciada pela qualidade da água fornecida, pela garantia da inexistência de problemas dessa mesma qualidade (água segura) e pela continuidade do fornecimento. Estas linhas de ação suportam a prestação de um serviço que garante o funcionamento do tecido económico e social, levando ainda à diminuição de reclamações dos utilizadores.

131. Em relação à qualidade da água fornecida, os progressos registados nos últimos anos permitiram atingir, para a maioria da população, elevados níveis de conformidade com o normativo vigente. Ainda assim persistem situações pontuais de incumprimento de valores paramétricos de parâmetros indicadores e químicos, especialmente em pequenas zonas de abastecimento, conforme evidenciado no Position of the Commission Services on the Development of the Partnership Agreement and programmes in Portugal for the period 2014- 2020 e que requerem da parte deste setor uma atenção no sentido de as resolver.

132. A garantia de continuidade no fornecimento de água, satisfazendo os volumes pedidos e com adequados níveis de pressão, são fatores fundamentais da qualidade do serviço prestado. Em vastas regiões do país, cujo fornecimento de água se baseia em sistemas com deficiências ou em mau estado, ocorrem interrupções do serviço por avarias e roturas com uma frequência elevada. Esta situação é agravada em estiagem, quando às interrupções do serviço se junta a escassez de caudal no AA. Em áreas localizadas, marcadas pela expansão urbana ou industrial, a qualidade do serviço é ainda prejudicada pelo incumprimento dos níveis de pressão. Neste contexto, a definição dos investimentos para resolver estas disfunções deve basear-se na identificação fundamentada dos problemas existentes, bem como das soluções preconizadas, tirando partido, prioritariamente, dos sistemas infraestruturais integrados, de maior capacidade e fiabilidade existentes.

133. É, de facto, necessário que a eficácia dos investimentos seja maximizada. Sem o conhecimento adequado do estado do património infraestrutural, nomeadamente dos sistemas adutores e das redes de distribuição de água, do registo de avarias e roturas em condutas e, consequentemente, das interrupções no fornecimento de água, não será possível implementar soluções que sejam técnica e economicamente racionais e sustentáveis.

134. Adicionalmente, este objetivo operacional deverá ainda contribuir para a redução do número de reclamações feitas pelos utilizadores dos serviços, sejam eles domésticos, sejam eles não- domésticos (indústria e serviços) evidenciando, assim, as melhorias pretendidas para a qualidade dos serviços prestados pelas EG.

135. A concertação de ações infraestruturais previstas com uma melhoria da organização e gestão operacional permitirão a necessária evolução dos níveis da qualidade do serviço, em especial dos sistemas «em baixa», em que as disfunções e vulnerabilidades são mais significativas, conforme é evidenciado no RASARP 2012.

136. Com base em análises multicritério tendo em vista a redução do número de avarias e roturas nas redes de distribuição, devem-se realizar investimentos de substituição, reabilitação ou aumento da fiabilidade das várias componentes dos sistemas de AA. Esses investimentos irão, ao mesmo tempo, contribuir para a garantia de continuidade no fornecimento de água

(redução de falhas), satisfazendo os volumes pedidos e com adequados níveis em termos de pressão, bem como a melhoria da segurança a nível da produção de água e cumprimento do normativo aplicável ao serviço de AA.

2.3.6 Objetivo operacional 2.2: Melhoria da qualidade do serviço de saneamento de águas

residuais

137. A melhoria na qualidade do serviço prestado na vertente de SAR está principalmente relacionada com a diminuição de constrangimentos provocados pela exploração dos sistemas. 138. Esses constrangimentos têm várias causas como por exemplo, critérios de conceção

desajustados, problemas de construção, expansão urbana e industrial com significativo aumento dos caudais rejeitados, degradação das infraestruturas e manutenção deficiente. Os critérios de conceção desajustados abrangem também situações em que se minimizou a componente do caudal de origem pluvial ou não foram realizados os sistemas de drenagem por parte dos municípios associados a redes separativas para efluentes domésticos e caudal pluvial (ver capítulo 2.3.4 do Volume 1). Esta situação tem como consequência uma diminuição da capacidade de escoamento das águas residuais de origem doméstica, com os consequentes derrames de esgoto para o espaço público e o risco de inundação quando ocorre precipitação. 139. São também frequentes os problemas de construção com impacto negativo na qualidade do

serviço prestado. Entre estes contam-se as contra-inclinações nos coletores que podem originar refluxo de água residual para as habitações bem como as deficiências no aterro das valas que frequentemente levam a assentamentos e ao colapso dos coletores.

140. Por outro lado, a expansão urbana e industrial não foi acompanhada, no caso geral, por investimentos de adequação ou expansão das infraestruturas existentes. Esta situação leva a que muitas redes e estações elevatórias se encontrem subdimensionadas, não podendo responder às solicitações dos utilizadores com consequências em termos da capacidade de transporte e elevação.

141. Verifica-se ainda que muitas estações elevatórias apresentam níveis de degradação elevados, com equipamentos próximo ou ultrapassando o termo da respetiva vida útil. Esta situação leva a uma diminuição da capacidade de elevação e consequente derrame de águas residuais. 142. A conhecida insuficiência das intervenções de manutenção das infraestruturas contribui

igualmente para problemas de qualidade do serviço. Será o caso de obstruções na rede e consequentes inundações por falta de limpeza dos coletores ou pela entrada de material sólido nos coletores. Esse material sólido pode ter origem nomeadamente em fissuras ou pequenas roturas nas condutas bem como no desgaste dos fundos das câmaras de visita. 143. Todos esses problemas que afetam a qualidade do serviço devem ser adequadamente

analisados pelas EG para garantir que os investimentos são aplicados de forma eficiente e virtuosa. No entanto, sem o conhecimento adequado do estado do património infraestrutural, nomeadamente das redes de coletores e das estações elevatórias, do registo de avarias, colapsos e roturas na rede, não será possível implementar soluções técnica e económicamente racionais e sustentáveis.

144. Com base em análises multicritério tendo em vista a redução de colapsos estruturais dos coletores ou a ocorrência de inundações com água residual, deve-se proceder à substituição ou reabilitação de coletores em elevado estado de degradação, reabilitação de câmaras de

visita, aumento de capacidade de sistemas elevatórios e implementação de rotinas de limpeza de coletores.

2.3.7 Objetivo operacional 3.1 | Otimização da utilização da capacidade instalada e aumento da