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EM PAZ COM DEUS

No documento Larry Lea - Supremo Chamado (páginas 69-86)

Venha cá, Benjamim", chamou Zadoque, da entrada de sua tenda, para o seu filho mais jovem, que caminhava sem descanso ao redor de uma fogueira próxima. "Venha cá e sente-se perto de mim. Vamos conversar um pouco, enquanto sua mãe prepara o bebê para ir para a cama".

Zadoque estendeu um cobertor sobre o solo úmido do orvalho da noite, sentou-se sobre o mesmo e fez um sinal para que seu filho se juntasse a ele. Quando o rapazinho ajeitou-se sobre o cobertor, Zadoque indagou: "Há alguma coisa que o está perturbando, Benjamim?"

O jovem olhou para longe, por alguns momentos, e então respondeu: "Sim, meu pai. Há uma coisa que venho desejando perguntar-lhe, alguma coisa que eu não compreendo. Todos os dias, pela manhã e à tarde, os sacerdotes sacrificam um cordeiro sobre o altar do átrio, defronte do tabernáculo. Venho observando isso, faz agora algumas semanas, e sempre acontece a mesma coisa.

"E que dizer do fogo sobre o altar, papai?" continuou o rapazinho, absorvido na profundeza de seus pensamentos. "O fogo nunca se apaga. A cada noite, quando me recolho para dormir, vejo o débil resplendor das chamas entrando fracamente pela entrada da nossa tenda".

Zadoque, sentado e quase sem se mexer, desfrutando a calmaria do começo da noite, esperava que as preocupadas perguntas do filho emergissem, como as minúsculas bolhas de água em início de fervura.

"Por que os cordeiros precisam morrer, a cada nascimento e pôr-do- sol, papai?" Assim indagando, o menino fez uma longa pausa, e depois juntou: "Por que o fogo?"

Longos momentos passaram-se, enquanto Zadoque rebuscava em seu coração palavras simples que descrevessem as arraigadas crenças,

por meio das quais vivia e ordenava os seus atos. Finalmente, falou. "Benjamim", disse ele, ao mesmo tempo em que passava os dedos pela barba hirsuta e negra, "a eterna justiça de nosso Deus, que requeima todo mal e toda ação injusta, é declarada a Israel, nas chamas do altar. Nosso acampamento inteiro vê esse fogo a queimar no átrio aberto, consumindo o sacrifício, durante a noite toda; e as chamas falam conosco".

"As chamas/aiam a você? E o que elas lhe dizem, papai?" perguntou o rapaz, prendendo a respiração.

"Enquanto as chamas famintas vão devorando vítima após vítima, dia após dia, elas nos avisam: Assim também vocês perecerão, se não se arrependerem!" retrucou Zadoque. E, então, continuou: "Mas o estalido das chamas também sussurra para nós que há um caminho de escape. As chamas dizem-nos que os sofrimentos de suas vítimas são vistos, dia e noite, pelo nosso santo e amoroso Deus, e que esses sofrimentos são aceitos por Ele em nosso lugar".

Algum dia uma vítima perfeita será depositada sobre o altar de Deus, cujo sangue satisfará, misericordiosamente, as chamas que o céu acendeu em

juízo contra o pecado

"Compreenda, Benjamim," prosseguiu Zadoque, "o fogo é um sinal do pacto que Deus firmou conosco, de que, algum dia, uma vítima perfeita será depositada sobre o altar de Deus, cujo sangue satisfará, misericordiosamente, as chamas que o céu acendeu em juízo contra o pecado. Mas, enquanto aguardamos esse evento, mantemos acesas as chamas de nosso amor a Ele, nos altares ocultos de nossos corações, pois amor gera amor. Sempre amaremos a Deus, o qual primeiro nos amou, e cuja misericórdia tem conservado as chamas famintas a queimar, até que seja achado aquele sacrifício perfeito em nosso lugar".

Zadoque fez uma pausa, para permitir que as tremendas verdades se enraizassem na mente do filho, e, então, continuou com voz suave: "Mas você não precisa temer nem o fogo e nem os sacrifícios, meu filho", "Nós, homens de Israel, que compreendemos a linguagem do fogo, vamos dormir a cada noite e descansamos em paz. Benjamim,

desta noite em diante, sempre que você abrir os olhos em meio às trevas e vir os raios tênues do fogo, passando pela porta de nossa tenda, lembrará que o fogo está falando-lhe da misericórdia e do amor de nosso Deus, e, assim será consolado".

O perfeito sacrifício de Jesus Cristo que Ele ofereceu a Si mesmo, o Seu sangue vertido no Calvário - satisfez as exigências da santidade de Deus, fazendo provisão de perdão e de paz com Ele, para toda a humanidade. Por conseguinte, não mais precisamos oferecer o sangue de cordeiros, novilhos ou bodes, em oferta por nossos pecados e transgressões. Também não precisamos esforçar-nos, na tentativa de obter a salvação. As lágrimas e os labores de uma vida inteira não podem comprar a nossa redenção. Graças a Deus, os homens não mais precisam dessas tentativas inúteis. Jesus pagou tudo em nosso lugar!

A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa falavam sobre a necessidade de purificação, reconciliação e restauração da humanidade, para que os homens pudessem ter comunhão com Deus. Uma vez que o problema do pecado foi resolvido, mediante o sangue de Jesus, os demais sacrifícios adquiriram um novo sentido.

Os três sacrifícios do Antigo Testamento, que descrevemos neste capítulo, exprimem uma correta relação e comunhão com Deus. Eram ritos de consagração, dedicação e ação de graças, que celebravam o pacto que o antigo povo de Deus desfrutava com Ele. Nesses sacrifícios, aliavam-se a santidade e a alegria.

Os Holocaustos

Os holocaustos ou ofertas queimadas, descritos em Levítico 6.8-13, eram oferecidos a cada dia, pela manhã e ao entardecer. Em dias ordinários era sacrificado um cordeiro de um ano de idade; aos sábados, dois cordeiros eram oferecidos pela manhã e dois, ao entardecer (ver Números 28.9,10). Por causa da regularidade e freqüência com que esses sacrifícios eram oferecidos, eram também chamados de "holoeaustos contínuos" (Êx 29.42).

Em adição aos holocaustos contínuos, os israelitas também podiam oferecer particularmente. ofertas queimadas. Esse era o sacrifício

normal de um judeu que estivesse em apropriado relacionamento com Deus.

Os holocaustos representavam a auto-devoção e a busca pelo favor divino. Tal sacrifício era inteiramente voluntário (leia Levítico 1.3), conforme devem ser todas as nossas dádivas a Deus, se tiverem de ser agradáveis e aceitáveis a Ele.

O ofertante impunha as mãos sobre o animal a ser sacrificado, reconhecendo que esse animal servia de substituto por ele. E então o próprio ofertante, em favor de quem o animal estava sendo oferecido, abatia o animal. Em seguida os sacerdotes, filhos de Aarão. aspergiam o sangue do animal sacrificado sobre o altar, e preparavam a oferta para o sacrifício.

Uma vez resolvido o problema do pecado por meio do sangue, os demais sacrifícios adquiriram um novo sentido. . . correto relacionamento e

comunhão com Deus

Visto que o animal inteiro, excetuando o seu sangue, era reduzido a cinzas e fumaça, a oferenda simbolizava a completa consagração do indivíduo; a outorga irrevogável do ser inteiro para cumprimento da vontade e dos propósitos de Deus. O autor da epístola aos Hebreus informa-nos que os holocaustos retratavam o sacrifício voluntário que Cristo fez de Seu próprio corpo, objetivando à nossa santificação: "Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas" (Hb 10.10). Os crentes-sacerdotes do Novo Pacto também receberam a ordem de oferecer sacrifícios espirituais. □ apóstolo Pedro ordenou aos crentes o sacerdócio dedicado a Deus, que eles oferecessem sacrifícios espirituais aceitáveis e agradáveis a Deus, por intermédio de Jesus Cristo (leia I Pedro 2.5), dando a Seu nome a glória devida.

Tal como os sacerdotes do Antigo Testamento afereciam holocaustos diários ao Senhor, nós, os trentes-sacerdotes do Novo Testamento, deveríamos apresentar-nos diariamente a Deus - na totalidade de nossas pessoas, com todos os nossos membros e faculdades. Nas palavras de Paulo:

"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrificio vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12.1; os itálicos são meus).

Depois de nos termos dedicado a Deus, Doderemos entregar a Ele o nosso serviço.

Deus quer que também Lhe ofereçamos a nossa é, mesmo que isso signifique perdermos a vida por imor ao evangelho. Diz o trecho de Hebreus 11.6: "De ato, sem fé é impossível agradar a Deus". Paulo, gualmente, falou de uma oferenda de fé, nestas Dalavras, dirigidas aos crentes de Filipos:

". . .preservando a palavra da vida, para que, no dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente. Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e com todos vós me congratulo. Assim, vós também, pela mesma razão, alegrai-vos e congratulai-vos comigo" (Fp 2.16-18).

Antecipando a proximidade de sua morte, Paulo, homem dotado de grande coração, deixou clara a sua disposição de ser martirizado por amor àqueles amados crentes, se necessário fosse. Para explicar a sua devoção, ele usou a impressionante analogia de um sacerdote assassinado no cumprimento fiel de seus deveres. Paulo retratou a si mesmo como um sacerdote ministrante, que oferecia a fé dos crentes filipenses a Deus, ao mesmo tempo em que ele mesmo era morto. O sangue do sacerdote foi derramado como libação, sobre o sacrifício da fé deles, da mesma forma que os judeus costumavam oferecer uma libação de vinho, em um dos lados do altar, ou como os pagãos da época ofereciam vinho, sobre suas vítimas sacrificiais.

O idoso apóstolo prosseguiu, a fim de explicar aos crentes filipenses que a mistura da fé deles com o sangue dele, sobre o altar, como um sacrifício mútuo, seria motivo de alegria, tanto deles, quanto do apóstolo.

Em meio a testes de fogo e às chamas das provações mais severas, porventura paramos para pensar que estamos oferecendo a nossa fé, por fraca que ela seja, como um sacrifício sobre o altar de Deus? À semelhança de Jó, olhamos para Deus e fazemos o voto: "Eis que me matará, já não tenho esperança; contudo, defenderei o meu procedimento" (Jó 13.15)?

Em meio a testes de Jogo e às chamas das provações

mais severas, costumamos parar para pensar que estamos oferecendo a nossa fé. . . como um sacrificio, sobre o altar de Deus?

Nestes dias de crescente perseguição, porventura em ocorrido aos descansados membros de igreja que dguns de nós podem juntar-se ao grupo, cada vez mais lumeroso, de crentes, de outras nações, que já foram convocados para dar suas vidas pela causa de Cristo?

jaso

chegue esse dia, que à semelhança de Paulo, estejamos prontos a oferecer, com alegria, as nossas próprias vidas.

A Oferta de Manjares

A oferta de manjares era voluntária e represen-ava as primícias do trabalho dos adoradores. Essa nodalidade de oferta era o único dos cinco sacrifícios, im que não era usada a carne de animal sacrificado. Síesse caso, os ingredientes eram farinha de trigo crua, çrãos assados e bolos sem fermento (leia Levi tico 2.1-16; 6.14-18). O sacerdote tomava um punhado da iferta de manjares (também chamada oferta de cereais), punha-o em um vaso, espalhava, incenso e sal sobre a oferenda, e então colocava-a mesma sobre ) fogo. O restante da oferta pertencia aos sacerdotes.

Essa oferta, que simbolizava a comunhão e o companheirismo com Deus, relembrava aos israelitas jue Deus lhes dera o seu alimento e sustento. Então cies, por sua vez, reconheciam que Lhe deviam as suas ridas, oferecendo-Lhe o seu serviço, como uma outorga.

Os crentes-sacerdotes do Novo Testamento não riais sacrificam cereais, de fato, a Deus. Eni lugar disso,

a

generosidade, a bondade e as boas obras servem le sacrifícios agradáveis a Deus. Atualmente, o autor la epístola aos Hebreus nos ordena: "Não negligencieis,

gualmente,

a

prática do bem e a mútua cooperação;

30is

com tais sacrifícios Deus se compraz" (Hb 13.16).

Todos sabemos o que significa a "prática do bem," mas o que significará a "mútua cooperação"? Essa expressão, mui surpreendentemente, no grego é koinonia, e significa "comunhão", "companheirismo". Portanto, esse versículo poderia ser traduzido assim: "Não negligencieis...a prática do bem e o companheirismo".

É possível crer no ensino dado pelo autor da epístola aos Hebreus? Dedicando-nos ao companheirismo e praticando boas obras, oferecemos sacrifícios que comprazem a Deus. Praticamente, a cada semana, sabe-se de crentes que oferem tais sacrifícios.

Segundo ordenou o autor da epístola aos Hebreus: "Não negligencieis igualmente a prática do bem e a mútua cooperação: pois com tais

sacrifícios Deus se compraz"

Por exemplo, certa noite, um casal, membro de uma de nossas células familiares, recebeu a desagradável notícia de que seus três filhos tinham sofrido um gravíssimo acidente com automóvel, e tinham sido conduzidos, em ambulância, para um hospital da cidade de Dallas.

Quando dois dos anciãos da igreja correram para o hospital, encontraram cinco líderes de células familiares e suas respectivas esposas, que já estavam ali na sala de espera, intercedendo pelos três jovens, os quais, em estado desesperador. Na Unidade de Terapia Intensiva, seus pais - agraciados com a calma e a paz que vêm de Deus - andavam ao redor dos leitos de seus filhos. Enquanto os anciãos juntavam as suas orações às intercessões que já estavam sendo feitas, em favor dos rapazes e de seus pais, Deus ouviu e deu resposta às orações: Todos os três jovens se recuperaram completamente!

As pessoas, ao que parece, encontram oportunidades para ministrar, em todos os lugares. Certo casal dirige um lar para mulheres desamparadas. Uma viúva rica, com mais de setenta anos de idade, apresenta-se como voluntária, e dedica várias horas por semana, para ministrar a adultos que não se podem locomover. Ela faz favores,

transmite recados e entra em contato com eles, por telefone, para certificar-se de que estão todos bem.

Certa mulher, cuja profissão exige-lhe muitas horas, por dia, um suprimento de belos cartões. Quando sabe que algum amigo ou conhecido está enfermo, desencorajado ou passando por tempos difíceis, envia-lhe um cartão e mantém aquela pessoa em sua lista de orações.

Um casal, cujas mães idosas e débeis moram distante, envia-lhes meios com que sobrevivam.

Esses crentes, não estão ministrando somente para pessoas em necessidade; estão ministrando para Deus. Nossos sacrifícios espirituais de companheirismo, compaixão e devoção altruísta não passam despercebidos pelo Senhor. Agora experimentamos a alegria e a satisfação de ajudar a nossos semelhantes.Um dia, porém, Deus haverá de agradecer-nos pessoalmente:

". . .então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso e fostes ver-me. Então perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?. . . O

Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.34-37,40).

Tiago, conhecido como irmão de nosso Senhor, reduziu a verdadeira religião a uma fórmula muito simples: "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Senhor e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo" (Tg 1.27).

O próprio Jesus disse a mesma coisa aos fariseus, que eram justos aos seus próprios olhos. Ele ordenou, severamente: "Ide, porém, e aprendei o que significa: "Misericórdia quero, e não holocaustos" (Mt 9.13). Isso quer dizer que Deus anela por ver nossos corações e nossas mãos estendidos na direção dos carentes. Seu coração

compassivo clama pelo dia em que dedicaremos tempo para visitar os enfermos, os solitários e os aflitos, a fim de abençoá-los com os dons de nossa presença, de nosso encorajamento e de nossas orações. Também significa que nossa obediência e aceitação voluntária das gentis leis do amor e da misericórdia são muito mais desejáveis para Deus do que a gordura de carneiros (leia I Samuel 15.22). Significa que se não Lhe oferecermos os dispendiosos sacrifícios de vidas puras e de corações compassivos, Ele não estará interessado em substitutos carnais. Não importa quão profundamente busquemos em nossos bolsos algum donativo de caridade.

Em sua epístola aos crentes de Filipos, os quais haviam contribuído para suprir-lhe as necessidades, Paulo chamou-lhe as doações de "aroma suave,

sacrificio aceitável, agradável a Deus"

Quando se trata de sermos transformados segundo a imagem de Cristo, o que importa não é freqüentar alguma igreja, pagar os dízimos, testificar, cantar no coro ou memorizar as Escrituras. O que importa é o Amor. Disse Jesus Cristo: "Se vocês querem ser como Eu, então terão de sentir e demonstrar compaixão." Um crente- sacerdote do Novo PaCto não tem outra opção.

Um dos sentidos das ofertas de cereal é similar ao oferecimento dos dízimos. Isso foi expresso nas palavras de Davi:

"Porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra...Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos" (I Cr 29.11,14).

Deus se agrada de nossos sacrifícios de boas práticas e de comunhão, mas também nos ordenou que, como crentes-sacerdotes do Novo Testamento, oferecêssemos as nossas dádivas. A raiz da palavra que, no Antigo Testamento, foi traduzida por oferta significa "aproximação." Quando pensamos em uma oferta como aquilo através de que nos aproximamos de Deus, o ato de dar torna-se um privilégio e um deleite, e não uma obrigação desagradável.

Em sua epístola aos crentes de Filipos, os quais haviam contribuído para suprir-lhe as necessidades, Paulo chamou-lhes as doações de "aroma suave... sacrifício aceitável e aprazível a Deus" (Fp 4:18; os

itálicos são meus). Quando doamos algum bem para que a obra do Senhor progrida e para que os obreiros de Deus sejam supridos, temos a alegria de saber que as nossas doações são aceitáveis diante do próprio Deus.

À semelhança dos adoradores judeus antigos, nós, os crentes- sacerdotes do Novo Testamento, nos deveríamos dedicar-nos, antes de tudo, a Deus. Depois de nos termos entregue a Ele, então Ele nos ungirá e aceitará o nosso serviço e as nossas doações: as primícias de nossos trabalhos. A ordem de coisas não pode ser alterada. Boas obras e dinheiro jamais serão aceitos por Deus como substitutos de corações obedientes e devotos.

A Oferta Pacífica

Dentre os cinco sacrifícios do Antigo Testamento, a oferta pacífica era aquela que manifestava maior jubilo. Chamada "oferta pacífica" por ser oferecida por aqueles que estavam em paz com Deus, exprimia gratidão e obrigação a Deus; era uma oportunidade de exprimir comunhão com Ele.

De todos os sacrifícios, a oferta pacífica era aquela observada em último lugar. Talvez isso servisse para frisar o fato que a paz nos vem como resultado de obedecermos a Deus e de atendermos ao que Ele requisita.

As ofertas pacíficas podiam ser oferecidas pública ou privadamente. Os dois cordeiros, oferecidos a cada ano, na festa de Pentecoste, eram uma oferta pacífica pública, considerada santíssima. A carne dos animais era comida dentro do Lugar Santo pelos sacerdotes oficiantes. Ofertas pacíficas públicas também eram oferecidas em ocasiões de grande regozijo ou solenidade coletiva.

As ofertas pacíficas privadas eram de três variedades: sacrifícios de ação de graças, oferecidos em reconhecimento das misericórdias recebidas (leia Levítico 7.12), de votos (leia Levítico 7.16) e de ofertas voluntárias da parte de corações cheios de amor (leia Levítico 7.16). Esses sacrifícios eram sempre acompanhados por uma libação e por uma oferta de manjares (também chamada oferta de cereais), que consistia em um bolo de cereais ralados e de farinha de trigo

misturada com azeite, ou bolos asmos (sem fermento), que podiam ser preparados de três maneiras diferentes, com azeite (leia Levítlco 7.11-14).

Do ofertante requeria-se que impusesse as mãos sobre o sacrifício, que fizesse confissão e que prestasse ação de graças a Deus. Depois que o ofertante abatia o animal do sacrifício, o sacerdote aspergia o

No documento Larry Lea - Supremo Chamado (páginas 69-86)