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Larry Lea - Supremo Chamado

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Academic year: 2021

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Texto

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Supremo

Chamado

Quanto mais tempo você passar na presença de Deus, mais perceberá que a oração é o maior de nossos ministérios - o nosso Supremo Chamado

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Supremo Chamado Larry Lea

© Abba Press Editora e Divulgadora Cultural Ltda Categoria: Vida Cristã Cód. 01.02.101.1193.1 1a Edição no Brasil

Novembio de 1993

Originalmente publicado em inglês por Creation House Strang Communications Company sob o título: Highest Calling © 1991 Larry Lea

Traduzido para o português por Pr. João Bentes Tradutor e Enciclopedista Revisão e Estilo de texto por

Tavares de Castro

Professor de língua portuguesa em cursos universitários Arte e Composição Cida Paião Foto da Capa Photo Rent Coordenação Editorial Oswaldo Paião Jr. Fotolito

REFRAN Studio Gráfico Impressão Gráfica Camargo Soares

É permitida a reprodução de partes desse livro, desde que citada a fonte e com a autorização escrita dos editores

Conteúdo

Rua Manguaba, 124

CEP 04650-020 São Paulo / SP Tel/Fax (011)246-7046

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Prefácio da Obra no Brasil... Prefácio da Obra nos Estados Unidos...

Um

Chamados Para Algo Novo...

Dois

Você É Um Sacerdote...

Três

Não Há Sacerdotes-Espectadores...

Quatro

Conhecendo o Coração e a Mente de Deus...

Cinco

Intercedendo Diante do Altar do Incenso...

Seis

O Problema do Pecado...

Sete

Em Paz Com Deus...

Oito

Cuidando do Candeeiro de Ouro

Nove

Substituindo os Pães da Proposição

Dez

Intercedendo diante do Propiciatório

Prefácio da Obra no Brasil

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Larry Lea não somente expõe com muito fervor e entusiasmo a doutrina do sacerdócio universal dos crentes, como também revela sua profunda experiência como sacerdote. Ele mesmo diz -«"Fiz uma tremenda descoberta, a qual transformou para sempre minha vida. Descobri que Larry Lea foi chamado para ser mais que um pregador, pastor ou professor. Larry Lea foi chamado para ser um sacerdote do Deus Eterno, Santo e Onipotente". Seu livro certamente servirá para que muitos descubram sua vocação. Outros, que já têm a consciência de seu sacerdócio, poderão ser desafiados para a prática de seu ministério, tornando-se intercessores ativos e dinâmicos.

Um grave problema se instalou no Cristianismo, a partir do terceiro século, aproximadamente: um clero formado de homens especiais, trajados com roupas especiais, incumbidos de especial tarefa: a de serem especialistas da religião.

Em geral, esses religiosos terminam sendo mantidos por suas igrejas, para executarem o sacerdócio alheio, isto é, do próprio crente-mantenedor. Desta forma, o crente passa a ser uma espécie de sacerdote - espectador. Diz Larry Lea: "O corpo laico precisa entender que não pode pagar a um pastor, a fim de que ele aja em seu lugar. A Igreja tem um sacerdócio a exercer'.'

Fico, assim, na esperança de que este livro ajude os crentes a realmente assumirem sua tarefa de sacerdotes.

No capítulo "Não Há Sacerdotes-Espectadores", Larry Lea mostra como as igrejas eram comunidades carismáticas, nos dois primeiros séculos do Cristianismo. Os crentes curavam enfermos, expulsavam demónios e traziam pessoas a Jesus. A partir do terceiro século, começou a haver mudança: pouco a pouco foi-se acentuando a divisão entre o clero e os leigos; até chegar ao ponto em que somente os membros do clero eram considerados sacerdotes, de fato.

Na Reforma e nos movimentos protestantes subseqüentes, houve uma volta ao princípio bíblico do sacerdócio universal dos crentes.

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Os reformadores ensinaram tal verdade bíblica e trabalharam com afinco, para a retomada dessa prática. Houve um grande avanço nessa direção; na verdade, é esta herança um dos fatores primordiais do crescimento evangélico em muitas partes do mundo.

Todavia, com o estabelecimento do que se pode Chamar de "clero evangélico", retorna-se ao erro de se pôr sobre os ombros dos líderes religiosos pagos, toda a tarefa do trabalho da igreja. É preciso voltarmos a ser o que era a igreja primitiva. Cada igreja era uma comunidade carismática, com todos os seus membros ativos na obra do Senhor. A prática do sacerdócio universal impõe aos crentes a aprendizagem da oração.

Fico feliz com o apelo-desafio de Larry Lea, para que nos dediquemos à oração. Todos nós; não somente os pastores e obreiros em geral, mas todos os crentes. Diz ele: "Quanto mais tempo passo na presença de Deus, mais percebo que a oração é o mais importante de todos os nossos ministérios. A oração é a obra mais santa que existe".

Larry mostra como a oração é importante, com relação ao Corpo de Cristo. "Se eu fraquejar, diz, pessoas que precisam desesperadamente de muita intercessão poderão sucumbir diante do diabo. Estratégias fortes de pressão poderão causar danos à causa de Cristo e do Reino de Deus".

Lendo-o, senti-me movido a orar, para que sua mensagem atinja os nossos corações, e, assim dediquemo-nos ao trabalho mais importante e que todos os crentes devem realizar - a oração.

Tive o privilégio de escrever dois livros sobre o Tabernáculo. Pesquisei, estudei e meditei muito sobre a construção dele: sua cobertura, sua estrutura, suas pesadas cortinas de linho fino, com bordados de azul, púrpura e carmesim. Os dois altares - o de bronze, para os sacrifícios, e o de ouro, para se oferecer o incenso. A mesa dos pães e o candelabro. O Santo dos

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Santos, onde ficava a Arca da Aliança. O culto ali oferecido todos os dias, sem falhar um sequer, desde a manhã até à tarde. O fogo que não se apagava, nem de dia e nem de noite.

Assim, leio com profundo interesse o que Larry Lea descreve do Tabernáculo e do culto diário ali efetuado. Tudo se aplica aos sacerdotes - crentes do Novo Testamento! Lá, apenas uma tribo cuidava dos serviços religiosos, e só uma família, tirada dessa tribo, exercia o sacerdócio. Somente o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, um dia a cada ano. Aqui, o véu do templo foi rasgado. O acesso ao Santo dos Santos foi aberto a todos os crentes! Cada crente da Nova Aliança tornou-se um sacerdote. Sacerdote - de dia e de noite! Sacerdotes que entram à presença da Majestade a cada dia, e todos os dias, com o incenso de suas intercessões!

Sim, o Tabernáculo do Antigo Testamento tem muito a ensinar aos Sacerdotes do Novo Testamento. E Larry Lea tem uma compreensão profunda dessa revelação. O leitor, certamente, será beneficiado e edificado para exercer diariamente, o seu sacerdócio.

A aplicação que o autor traz à luz, relacionando os procedimentos dos sacerdotes no Tabernáculo, ao oferecerem os sacrifícios diários, ao queimarem o incenso diante do Senhor, de manhã e à tarde, ao limparem os pavios do candelabro de manhã e à tarde, reabastecendo-o com azeite; sim, ao aplicar tudo isto à vida dos sacerdotes do Novo Testamento, ele faz que vejamos, de forma muito clara, a nossa vocação primordial, para ministrarmos ao Senhor. A prioridade um do nosso ministério é dispensarmos tempo com o nosso Pai: lendo Sua Palavra, orando, intercedendo, adorando-O, louvando-O!

Aqui meu testemunho pessoal de que esse livro me levou à reavaliação de minha própria vida devocional, conduzindo-me a dar prioridade absoluta ao Senhor. Desejo que o mesmo aconteça com todos os crentes-sacerdotes que o lerem.

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Já há, em nosso país, vários movimentos que têm o objetivo de levantar milhares de crentes-sacerdotes-intercessores. Supremo

Chamado, certamente nos ajudará nessa tarefa.

Inverno de 1993.

Pr. Jonathan F. dos Santos

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Prefácio da Obra nos Estados Unidos

Nunca esquecerei os sentimentos que me dominaram no dia em que recebi uma chamada telefônica da parte de Larry Lea. Nós nos ^ conhecêramos havia poucas semanas. Ele tinha vindo a Kilgore, estado do Texas, a fim de visitar seus pais. Visto que eu o convidara para falar a um grupo especial de jovens da minha igreja, ele resolvera fazer-nos uma visita, para familiarizar-se com a situação. Enquanto conversávamos em meu gabinete, na Primeira Igreja da Assembléia de Deus, o pastor de Larry, Howard Conatser, estava hospitalizado em Dallas, à beira da morte.

O Senhor, ao que me parecia, dera-me as palavras de que Larry precisava. Ficamos conversando e orando durante horas. Compartilhei com ele muitas das coisas que Deus me havia ensinado acerca da fé e da oração, e aquele jovem pareceu absorver tudo aquilo, com grande interesse.

Não muito depois, Howard Conatser foi para a companhia do Senhor. Compreendendo os princípios da autoridade espiritual, Larry começou a pedir a Deus orientação a respeito de quem ele deveria buscar como seu pastor.

Corria julho de 1978. A voz de Larry Lea soava clara ao telefone: "Pastor Whillhite, quando eu estava-me barbeando, nesta manhã. Deus falou comigo e disse-me que você é o meu pastor. Estou deixando o meu ministério sob sua autoridade".

Fiquei atordoado. Lembro-me de haver pensado que o maior se inclinava diante do menor. Na ocasião, Larry ainda não era bem conhecido; mas certamente o era mais do que eu. Antes mesmo de tê-lo ouvido falar, compreendi que Deus tinha grandes planos para Larry Lea; ele teria um ministério muito maior do que o meu.

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Lembro-me de ter-lhe dito, não muito tempo mais tarde, que ele tinha potencial para influenciar o mundo, mais ou menos como sucedia a Billy Graham.

Não há dúvidas de que Deus ungiu esse homem para convocar a nação norte-americana e o mundo para orar de forma significativa. Seus livros, agora, estão sendo traduzidos para diversos idiomas, e surtindo o mesmo eleito em toda parte.

O apóstolo Paulo deixa cristalinamente claro, no primeiro capítulo de I Coríntios, que Deus escolhe as coisas fracas deste mundo, para confundir as fortes; e, as coisas tolas do mundo, para confundir as sábias. Deus escolhe as coisas humildes deste mundo e aquelas que são insignificativas aos olhos do homem, para realizarem a Sua obra. Isso tem acontecido comigo e com Larry Lea. Deus não buscou o mais sábio, o mais forte ou o mais puro. Por quê? Porque é necessário que os homens dêem a Deus a glória daquilo que Ele fizer, utilizando-se de vasos de barro.

Supremo Chamado é um livro que encoraja o leitor a elevar-se até ao

nível de sua chamada para ser um sacerdote e para que, nesse ofício sacerdotal, passe a interceder, diante de Deus, por outras pessoas. "Na verdade, muitos são chamados, mas poucos são escolhidos". Na qualidade de crentes, todos fomos chamados para sermos sacerdotes e para nos colocarmos em uma posição de autoridade e responsabilidade na presença de Deus. Há, também, crentes chamados para ajudar a esses sacerdotes. Larry Lea parece ser um desses vasos escolhidos.

B. J. Willhite

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UM

CHAMADOS PARA ALGO NOVO

espondi à chamada de Deus, para ser um sacerdote dedicado à oração, quando estava com vinte e sete anos de idade. Era o ano de 1978. Eu era o jovem pastor-auxiliar da Igreja Batista Beverly Hills, de Dallas, no Texas, com três mil membros.

R

Uma vez por ano, durante cinco anos consecutivos, o pastor-presidente, Howard Conatser, havia-me chamado ao seu gabinete, para oferecer-me o mesmo conselho. Dizia ele com sua voz profunda e rouca: "Larry, o sucesso sem um sucessor é um fracasso. Você é o escolhido por Deus, para ser o pastor desta igreja, quando eu sair de cena. Você é o meu Timóteo'. Portanto, termine a sua formação acadêmica. Prepare-se!"

Então, em 1978, os médicos descobriram que o pastor Conatser tinha câncer. Todos jejuamos e oramos em favor dele. Acreditamos que ganhávamos a batalha. Um dia, porém, quando eu visitava meus pais em Kilgore, no Texas, o telefone tocou e disse-me uma voz: "Howard Conatser acaba de ser levado para o hospital".

Nunca me esquecerei do que aconteceu em seguida. Imediatamente comecei a orar por meu querido amigo. Quando repreendi o tumor e reivindiquei a cura, uma voz familiar falou em meu espírito. Era como se alguém tivesse deixado cair uma pedra de cristal, despedaçando -a em mil pedacinhos: "Howard Conatser vai morrer", disse a voz, suavemente, "e você será rejeitado como pastor da igreja".

Dentro de dez semanas, Howard Conatser faleceu.

Quando tive um encontro com ajunta da igreja, a fim de discutir o futuro, eles disseram que se dispunham a ter-me como seu pastor, enquanto eu quisesse pregar sermões de fogo e levantar grandes

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ofertas; enquanto uma fileira contínua de pessoas avançasse entre os bancos, em resposta aos convites feitos aos domingos de manhã. Porém, não queriam liberar-me para continuar guiando os crentes, na direção da visão neotestamentária da igreja, da qual o pastor Conatser e eu tínhamos compartilhado.

A fim de manter a paz e impedir uma divisão na igreja, resignei-me ao pastorado. Eu me sentia como se estivesse caindo em queda livre, dentro de um abismo negro e sem fundo. Junto com minha esposa e meus filhos, voltei para a minha cidade natal, na parte oriental do estado do Texas, tornei-me um evangelista e comecei a pregar em lugares grandes - como no Arp, no Texas.

De súbito, quase tudo quanto eu mais valorizara tinha ficado no meu ontem. Lutando internamente para compreender o que poderia ter ocorrido ou deveria ter ocorrido, busquei a face de Deus, como nunca antes o fizera.

A semelhança de Paulo. . . o que para mim era lucro considerei como perda, por amor a Cristo

Estava eu orando, certa noite, em Los Angeles, quando o Senhor falou em meu espírito e me ordenou que lesse o trecho de Isaías 43.18,19. Abri a Bíblia e li estas palavras:

"Não vos lembreis das cousas passadas, nem considereis as antigas.

Eis quejaço cousa nova, que está saindo à luz; porventura não o percebeis? Eis que porei um caminho no ermo, e rios no ermo".

Então Deus me disse: "Se queres encontrar a coisa nova, então deves deixar para trás o passado." Meu passado havia sido bom; mas à semelhança de Paulo, conforme ele disse em Filipenses 3.7, o que para mim era lucro, tive de contar como perda, por amor a Cristo. Deus estava chamándome para deixar atrás todo o meu sucesso

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passado, todas as minhas conexões c oportunidades. E deixei todas aquelas coisas enterradas no passado - o que era bom e o que era ruim; tudo aos cuidados de Jesus.

E o que Deus fez? Ele cumpriu a Sua promessa. Ele me proporcionou um novo andar com Ele e uma nova mensagem.

Depois de ter-me mudado com minha família para Kilgore, reconheci que Deus estava-me enviando para ali, a fim de que pudesse responder a uma chamada mais alta do que a chamada para pregar: estava sendo chamado para orar, e dei ouvidos a essa chamada, sob as asas acolhedoras de Bob Willhite, pastor da Igreja Assembléia de Deus, local. Durante mais de trinta anos, o pastor Willhite vinha pondo em prática persistente aquilo por que meu coração mais clamava: uma vida diária e consistente de oração.

Passamos a formar uma equipe de dois: cada nova manhã, ao surgir o sol, lá estávamos nós, com o rosto em terra, diante de Deus no templo de sua igreja, clamando a Ele e pedindo-Lhe unção e orientação. E, estando eu, assim, a responder ao chamado de Deus, Ele foi revelando-me como orar, com base na oração ao Pai Nosso. Provido de uma nova mensagem, comecei a pregar em reavivamentos entre jovens e a evangelizar por todos os Estados Unidos da América e por todo o Canadá. E sem deixar de levantar-me cedo a cada manhã, a fim de buscar a face de Deus, com grande anelo de alma eu compartilhava aquela revelação acerca de como devemos orar. Uma revelação capaz de transformar a vida e de moldar a alma.

Em seguida, Deus também me deu um novo ministério. Estava eu ocupado em um reavivamento, no Canadá, quando, de novo, a voz do Senhor falou em meu espírito: "Vai a Rockwall e estabelece ali o Meu povo". E foi assim que sucedeu. Em 1980, treze crentes e eu, como pastor, fundamos a Igreja da Rocha, em Rockwall, no estado do Texas. Subseqüentemente, Deus me chamou para levantar um exército nacional de oração, com trezentos mil membros, a fim de que os julgamentos proferidos contra a nossa nação pudessem ser anulados e fosse impedida a sua destruição.

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As mudanças miraculosas que houve em minha vida e em meu ministério nunca poderiam ter ocorrido se eu não tivesse feito duas coisas: (1) deixado para trás o passado; e (2) respondido à chamada para dedicar-me à oração.

Trocando O Velho Pelo Novo

O apóstolo Paulo, que sabia bem o que está envolvido nessa troca, escreveu:

"E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transfomados de glória em glória,

na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (II Cor. 3.18, os itálicos são meus).

Se você não quer ir sendo cada vez mais transformado, mantenha-se longe de Deus. Ele o ama demais, para deixá-lo como você é

O vocábulo grego acima traduzido por "transformados" é

metaforfoumetha, de onde obtemos a palavra portuguesa metamorfose.

O termo esclarece o processo através do qual um girino perde sua cauda, adquire pernas e torna-se uma rã. Trata-se do mesmo processo mediante o qual uma lagarta acaba virando borboleta. A metamorfose envolve mudança para outra forma. Em II Coríntios 3.18, Paulo, pois, descreveu como os crentes vão sendo transformados, "metamorfoseados", mediante o poder do Espírito Santo, para que adquiram a imagem de Cristo, passando de um grau de glória, para outro.

Se você não quiser ir sendo cada vez mais transformado, mantenha-se longe de Deus. Ele o ama demais para deixá-lo como você é. Mas nem sempre esse processo é agradável para nós. Paulo esclareceu que vamos sendo transformados segundo a imagem de Cristo: "de glória em glória." E em Romanos 1.17 ele também asseverou que a justiça de Deus revela-se "de fé em fé." Fé e glória nos parecem

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coisas admiráveis, sem dúvida; mas existe algo que nos é necessário compreender e que envolve essas coisas.

Entre cada nível de fé e cada nível de glória há sempre alguma cruz, alguma mortificação, alguma rendição do próprio eu. O girino, se quiser transformar-se em uma rã, deve estar disposto a mudar. A lagarta deve estar preparada para deixar de ser aquilo que sempre foi: tecer um casulo ao seu redor, e esperar até que se transforme em borboleta. Por semelhante modo, devemos estar dispostos a morrer para o passado; e esperar e aceitar o que de novo Deus tem para nós. É mister que morramos para aquilo que costumávamos ser, se quisermos ser transformados em algo novo. Esse é o segredo da transformação bem sucedida.

A maioria dos líderes judeus, à época de Jesus, desconhecia tal segredo. Antes, eles confiavam em suas tradições (a maneira como

sempre tinham feito as coisas), e foi por isso que acabaram desconhecendo o seu próprio Messias. Suas interpretações teológicas tornaram-se tão rígidas que eles acabaram incapazes de aceitar a coisa nova que Deus estava querendo fazer entre eles.

Davam mais valor a símbolos externos do que às realidades invisíveis, representadas por aqueles símbolos. Jesus ofereceu-lhes um templo espiritual, mas eles preferiam um templo material. Jesus falou em um reino espiritual, mas eles estavam interessados somente em um reino terreno, político. Jesus acenou, diante deles, com poder sobre o diabo; mas os judeus só queriam poder contra os romanos. Não estavam preparados para liberar as suas expectatJvass acerca do plano de Deus para eles. Não queriam tomar parte na coisa nova que Deus estava oferecendo-lhes.

A transformação espiritual impõe a alguns de nós mudanças mais severas do que a outros. Foi uma coisa difícil para mim, um pastor-auxiliar de vinte e sete anos de idade, obedecer à chamada de Deus, para deixar Dallas, tomar meus familiares e mudar-me para a parte oriental do estado do Texas. Mas pensemos na coragem exigida de Bob Willhite - um homem com muitos anos de experiência no ministério de uma denominação - quando Deus pediu-lhe para desarmar a sua tenda: ele estava pastoreando uma igreja com

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oitocentos membros, na parte noroeste do estado de Arkansas - uma igreja que fora iniciada por ele - quando Deus ordenou-lhe que se mudasse para a minúscula cidade de Kilgore, para ser pastor de uma igreja com cerca de duzentos e cinqüenta membros! Era ali que eu me achava, quando Deus me ordenou que mudasse para minha terra, em Kilgore, a fim de atender à Sua vocação, para dedicar-me à oração.

Quando conheci o pastor Willhite, ele me pediu que trabalhasse por um reavivamento em sua igreja. 1MIi!.- , «i, «o lo começamos a orar, Deus

nos enviou um reavivamento - de tão grandes proporções, que a esli ul ma religiosa de que dispúnhamos não foi capaz de conter.

Pessoas, muitas das quais com a cor de pele "errada", começaram a ser salvas. Alguns dos membros líderes da igreja não gostaram disso, e nem gostaram de algumas das outras coisas que o Espírito Santo estava instruindo ao pastor Whillhite, para que ele as fizesse. Alguns dos membros mais abastados da igreja estavam resolvidos a controlar tanto a igreja local, quanto o seu pastor.

A transformação espiritual impõe a alguns de nós mudanças mais severas do que a outros

Mas, exatamente naquele tempo, Deus achou correto enviar um missionário que estava em férias, à nossa igreja, como orador especial. Embora o homem não tivesse conhecimento do que acontecia entre nós, ele tomou como base da mensagem o texto de Juízes 17, e falou sobre o sacerdote contratado por Mica -um sacerdote que estava vendendo o seu ministério a quem melhor pagasse.

Terminado o sermão, o pregador voltou-se para o pastor Willhite e disse-lhe: "Não sei o que isso significa, mas Deus está dizendo-me que você tem uma palavra para a congregação. Convém que você obedeça a Deus".

Então, o pastor Wilhite caminhou até ao púlpito e declarou: "Quero que todos saibam: de hoje em diante, não receberei mais nenhum centavo de vocês. Estou devolvendo à igreja o meu salário".

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Quando os membros ricos da igreja não puderam mais exercer controle através do dinheiro, disseram textualmente ao pastor Whillhite: "Você pode ir embora, e também poderá levar consigo o seu garoto [eu]." Visto que Bob Willhite dispusera-se a obedecer a Deus, e deixou para trás o passado, agora ele dirige a Embaixada da Oração, com sede em Washington, D.C., ajudando a liderar uma reavivamento internacional de oração. E sabe o que mais? Ele continua aberto à transformação espiritual!

Não devemos sentir-nos demasiadamente confortáveis em nossas carreiras seguras e com nossos cronogramas inalteráveis. Quando Deus diz: "Levante-se, deixe o seu ninho, e voe!" o melhor que faremos é começar a bater as asas.

Depois que Oral Roberts falou em nossa igreja pela primeira vez, meu filho, John Aaron, veio até mim e perguntou: "Papai, Oral Roberts é um homem velho? Ele disse que havia celebrado seu sexagésimo oitavo aniversário neste ano. Isso é ser velho?"

Respondi: "Não, meu filho. Oral Roberts não é um homem velho. Ninguém é velho enquanto não começa a viver a sua vida no passado. Embora Oral Roberts já esteja com sessenta e oito anos de idade, continua planejando para o futuro".

Ao dizer isso, lembrei-me do devastado e desiludido Larry Lea que deixara a Igreja Batista Beverly Hills. Eu ainda não tinha completado trinta anos de idade, mas, por dentro, eu já era um homem idoso, uma vez que estava vivendo a minha vida no passado. Graças a Deus que liberei o que era bom e o que era mau, em meu passado, e respondi à chamada divina, para dedicar-me à oração!

Você é uma pessoa "velha"? Está vivendo a sua vida no passado? Você anda lamentando pelo que poderia ter sido, pelo que deveria ter sido? Entregue tudo aos cuidados de Deus. Responda à vocação divina, para ser um sacerdote consagrado à oração!

Pergunte de Bob Willhite. Pergunte de mim. O próximo passo poderá parecer-lhe uma longa descida; mas, em Seu próprio tempo, Deus haverá de exaltá-lo. Ele construirá uma estrada em seu deserto, e fará rios regarem seu deserto. Ele fará alguma coisa nova!

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Todo crente, toda igreja deve buscar a Deus para os dias de hoje, avançando pela corrente principal do fluxo do Espírito. Substituir o caudal do Espírito de Deus por reputações, programas ou tradições dos homens é sinal evidente de declínio na saúde espiritual. Se observarmos, em lugar de desfrutarmos os movimentos do Espírito e de segui-los, atentarmos para os nossos programas e tradições, estaremos ditando o que Deus pode ou não pode fazer.

"Ninguém é velho enquanto não começa a viver a sua vida no passado"

Em 1860, Andrew Murray - amado líder espiritual e autor, nascido na África do Sul, o qual se tornou conhecido por sua doutrina de santidade e por seu cristianismo prático - caiu na armadilha de ditar a Deus. Conforme narra W. J. Hollenweger, em seu livro The Pentecostals: The Charismatic Movement in the Churches (Os Pentecostais: O Movimento Carismático nas Igrejas), ao ténnino de um culto, em fim de tarde, de domingo, sessenta jovens da igreja pastoreada por Murray, reuniram-se em uma sala; e, depois de terem cantado um hino e lido a Bíblia, quatro ou cinco daqueles jovens começaram a liderar em oração, um após outro.

Em meio à comovente intercessão de uma das jovens, foi ouvido um som, que parecia rugir à distância. O som foi-se aproximando cada vez mais, até que a sala pareceu estremecer; e então, de repente, cada jovem pesente parecia estar orando ao mesmo tempo, alguns aos sussurros, outros em tom normal de voz.

Naquele meio ambiente formal e bem arrumado da igreja presbiteriana, as vozes de cerca de sessenta jovens que oravam ao mesmo tempo pareciam quase ensurdecedoras. Um dos anciãos, que ouvira o som e vira o que estava acontecendo, correu para avisar ao pastor. Entrando na sala, Murray exigiu silêncio. Mas as orações não pararam. Novamente, Murray clamou: "Gente, eu sou o pastor de vocês, enviado por Deus. Silêncio!" Porém, envolvidos profundamente em sua intercessão, pedindo misericórdia e perdão, os jovens nem o ouviram.

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Depois de mais algumas tentativas ineficazes de fazer parar aquela maneira de orar, Andrew Murray disse, desolado: "Deus é Deus de ordem, e aqui tudo está em desordem". Proferindo essas palavras, ele abandonou a reunião.

Naquela semana, noite após noite, o próprio Murray dirigiu reuniões de oração, e a multidão foi ficando tão numerosa, que acabaram tendo de mudar-se para outro edifício. Ele tentou - mas sem sucesso -dirigir as reuniões de oração, em uma cadência tranqüila, controlada.

E então, no sábado à noite, quando Murray dirigia a reunião, aquele som misterioso foi ouvido novamente, aproximando-se cada vez mais. E, tal como na ocasião anterior, a congregação inteira mergulhou em intercessão simultânea.

Quando Murray exortou o grupo, para que fizesse silêncio, um estranho, que estivera contemplando a cena na entrada do edifício, caminhou até ao agitado pastor e o acautelou: "Cuidado com o que está fazendo, pois o Espírito de Deus está operando aqui. Acabo de chegar da América do Norte, e isso é precisamente o que pude ver ali".

Quando Murray atendeu ao apelo do estranho, cinqüenta jovens ofereceram-se para o ministério, e o reavivamento espalhou-se para a comunidade toda e para as aldeias circunvizinhas.1

À semelhança de Andrew Murray, temos a tendência de nos mostrar receosos, diante do que houvéramos experimentado, e recuamos em face daquilo que não compreendemos.

Dizem alguns, dando um passo atrás, por temerem que algo ameace seus hábitos confortáveis: "Se isso é que é consagração, então não quero consagrar-me". Outros, fungando piedosamente, apontando para o azeite que rebrilha e recende o seu perfume, comentam: "Se

isso é que é a unção, então não deixes isso cair sobre mim. Se não te

importas, Senhor, prefiro permanecer dentro dos limites seguros de minhas honrosas tradições".

Mas a vida com Jesus não vai muito longe, sem o toque de Seu sangue. E as bênçãos e o poder do Seu Espírito só chegam até onde o azeite da unção tem permissão de fluir em seu curso livre. Assim

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acontece nas denominações, nas instituições, nas igrejas e nos crentes individualmente. Se tivermos de ser seguidores de Jesus, não poderemos ser como aqueles que se agarram aos seus antigos e familiares caminhos. O que Deus me disse, aplica-se a todos: Se quiser descobrir a coisa nova, terá de desprender-se do passado". Fiz uma tremenda descoberta, a qual transformou para sempre a minha vida. Descobri que Larry Lea foi chamado para ser mais do que um pregador, pastor ou professor. Larry Lea foi chamado para ser um sacerdote do Deus Eterno, Santo e Onipotente. À semelhança dos sacerdotes levitas do Antigo Testamento, fui chamado para oferecer sacrifícios diários ao Senhor. Fui chamado para anunciar a mensagem divina de reconciliação a pessoas desesperadas, alquebradas. Tenho um propósito na vida que ultrapassa em muito o acumular bens materiais, - e outro tanto acontece com o leitor.

Você também é um sacerdote! Possui uma vocação e um propósito dado por Deus. Foi encarregado de obrigações sagradas e dotado de privilégios extraordinários! Você foi chamado para orar e louvar, como sacerdote do Deus Altíssimo! Essa é a chamada feita a todos os crentes do Novo Testamento. Não siga o exemplo daqueles que negligenciaram o propósito de Deus, quanto a eles mesmos. Antes, siga a Jesus, que o chamou para ser um sacerdote!

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DOIS

VOCE

É

UM SACERDOTE

s crentes em Jesus Cristo foram escolhidos por Deus, para um propósito sem igual. Foram-nos dados privilégios indizíveis e responsabilidades extraordinárias que excedem sobremaneira comparecer aos cultos de domingo pela manhã, a fim de criticar o desempenho do pregador ou recolher bênçãos. Somos sacerdotes do Deus Altíssimo! Será isso alguma coisa difícil de crer - que todo crente é um sacerdote?

O

Nos período pós-adâmico, cada indivíduo oferecia sacrifícios pessoais e servia como sacerdote diante de Deus. Cada pessoa podia ir diretamente a Deus, sem qualquer advogado ou intermediário (leia Gn 4.3-5). Posteriormente, enquanto os filhos de Abraão eram escravos no Egito, o chefe de cada família atuava como sacerdote, em favor de todos os membros de sua casa. No capítulo 12 do livro do Êxodo, por exemplo, cada pai hebreu foi instruído i abater um cordeiro e aspergir do sangue nas ombrsras da porta de entrada de sua casa, a fim de que o njo da morte passasse por cima daquela casa, sem ferir a nenhum filho primogênito ali residente.

Mas, depois que os filhos de Israel pairam do Egito, o método pelo qual Deus tratava com o S:i povo sofreu uma modificação drástica. Após três mesesque estavam em jornada para a terra de Canaã, o Mérceles, Moisés, em obediência a uma ordem direta do Senhr, tirou o povo de Israel do acampamento, para vir encontrarse com Deus. De pé, diante do sopé fumegante do monfeSinai, o povo de Israel estremeceu, aterrorizado, diante i cena que se desdobrava à frente de seus olhos.

E quando o Senhor desceu, entre efanas, o monte estremeceu violentamente. Imensas nuvas de fumaça espiralavam para o alto QeiaEx 19.18,19; 2GB). Eemmeio ao som estridente de uma trombeta invisívl, Deus falou com Moisés por meio de uma voz

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audível. Ftgindo de terror, os israelitas imploraram de Moisés: "Fai-nos tu, e te ouviremos; porém, não fale Deus co"Fai-nosco,jara que não morramos". (Ex 20.19)

Mas Deus tencionava fazer da naçcointeira um sacerdócio santo. . . Na

terra, elesíeriam os instrumentos divinos de cura e recouiliação

O versículo 21 desse capítulo resine tudo: "O povo estava de longe, em pé; Moisés, porei, se chegou à nuvem escura, onde Deus estava". 0> israelitas, cônscios somente de sua própria ixlignidade, incapazes de suportar a santa preserça de Deus, bateram em retirada. Mas Moisés, qz conhecia intimamente a natureza e o caráto de Deus, aproximou-se do Senhor. Acreditando qt< Moisés era mais aceitável diante de Deus do que eles, os israelitas quiseram que Moisés interviesse e se tornasse o mediador deles diante de Deus.

No entanto, a intenção de Deus era fazer da nação de Israel inteira um santo sacerdócio. Apenas três dias antes, Deus havia entregue a Moisés a seguinte mensagem para ser transmitida ao povo:

"Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos... vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa . ." (Êx 19.5,6; os itálicos sãos meus).

Israel foi escolhida e separada por Deus. Em Êxodo 19.5, Deus prometeu que Israel seria a Sua propriedade peculiar, o Seu tesouro. A palavra hebraica correspondente refere-se à caixa do tesouro de um rei, reservada para guardar as suas mais preciosas riquezas. A terra toda pertence a Deus, e, não obstante, Ele escolheu a Israel acima de todos os demais povos e nações para ser o Seu tesouro mais precioso e mais carinhosamente guardado. O povo de Israel foi separado para

Yahweh, como o Seu próprio povo. A intenção divina era que eles

fossem um santo reino de sacerdotes, dotados do alto privilégio de se aproximarem diretamente do próprio Deus.

Na qualidade de sacerdotes, os israelitas foram convidados a ministrar ao Senhor, atuando como mediadores entre Deus e os

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povos pecaminosos e necessitados. O destino deles era tornarem-se os instrumentos terrenos de Deus, de cura e reconciliação. Por meio de Israel, todos os demais povos da terra seriam abençoados (leia Gn 12.3).

Os Levitas Como Substitutos

Imediatamente após os espantosos eventos testemunhados por todo o povo de Israel, no monte Sinai, Moisés subiu ao topo do monte, para receber os mandamentos da Lei, para o povo em pacto com Deus (leia Êxodo 24,28). Foi naquela ocasião que Deus escolheu uma das doze tribos, a tribo de Levi, para ser separada, a fim de ministrar diante dEle. O Senhor também escolheu um dos homens dessa tribo, Aarão, para ser o sumo sacerdote de Israel, e ordenou que os filhos de Aarão fossem instalados, para servir o povo de Deus, na qualidade de sacerdotes.

Embora Deus tivesse reivindicado os filhos primogênitos de todas as doze tribos, quando os poupou do ataque do anjo da morte (leiaÊx 13.11-16), permitiu que os homens da tribo de Levi substituíssem seus compatriotas das demais tribos (leia Números 3.9-13; 8.14-19). O sacerdócio arônico foi selecionado, a fim de oferecer, pelo povo de Israel, orações, ações de graças e holocaustos a Deus, e para transmitirem a misericórdia, a salvação e a bênção divinas ao povo. Dali em diante, cada israelita deveria trazer uma oferenda, até um lugar especificado, onde um levita pudesse representar sua família diante de Deus.

Chegou, todavia, o triste dia em que o povo de Israel, juntamente com os seus sacerdotes, as suas orações e os seus sacrifícios, tornaram-se fonte de profundo desapontamento para Deus. Na rebelião e iniqüidade deles, desconsideraram, de forma flagrante, os santos propósitos do Senhor.

Trovejou Deus: "Vossos sacrifícios não são oferecidos de todo o coração! Tais sacrifícios não passam de cerimônias religiosas ocas. Não agüento mais as vossas ofensivas cerimônias, desacompanhadas da obediência, ou vossos sacrifícios piegas, desacompanhados da retidão. Não convidei os vossos pés profanos para pisarem os Meus

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átrios. Meus ouvidos não ouvem mais as vossas orações, porquanto vossas mãos estão sujas de sangue" (leia Isaías 1.11-17).

Deus deixou claro quais medidas Israel teria de tomar, se quisesse restaurar a sua interrompida relação com Ele. A nação teria que purificar-se, descontinuando as suas más ações. Os sacerdotes teriam de tornar-se justos intermediários entre Deus e a humanidade. Em suma, o povo de Israel e os seus sacerdotes deveriam arrepender-se e voltar a seu propósito original. Deus ordenou-lhes que fossem embaixadores, e cuidassem dos necessitados e quebrantados do mundo, ministrando aos mesmos.

Deus. . . tencionava que o sacerdócio deles fosse um serviço e um testemunho para o resto do mundo. Gradualmente, porém, eles foram-se

afastando dessa intenção divina

Lembremo-nos de que Deus tinha a intenção de que a nação inteira se compusesse de sacerdotes, e não que estes fossem uns poucos indivíduos escolhidos. Ele tencionava que esse o sacerdócio fosse um serviço e um testemunho para o resto do mundo. Gradualmente, porém, eles afastaram-se da intenção original de Deus.

O Ministério Sacerdotal de Cristo

Cumpre-nos entender que os sacerdotes do Antigo Testamento serviam apenas de tipo ou sombra de Cristo, o grande Sumo-Sacedote que haveria de vir. E os sacrifícios oferecidos por esses sacerdotes arônicos eram apenas símbolos de Jesus, o Cordeiro de Deus, que viria à Terra tirar os pecados do mundo.

Porquanto que os sacrifícios do Antigo Testamento eram somente um remédio temporário para os pecados, de modo algum eram capazes de aperfeiçoar seus ofertantes; assim, os israelitas e os seus sacerdotes eram forçados a oferecer os mesmos sacrifícios, ano após ano (leia Hebreus 10.1).

No tempo em que Jesus nasceu, os judeus continuavam confusos, no tocante ao propósito de Deus para com eles. Apesar de esforçarem-se por ser um povo santo, separado, os escribas e os fariseus

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substituíram a obediência pela banal religiosidade, e o amor pelo inócuo legalismo. De acordo com a tradição dos fariseus, para que alguém fosse santo era necessário que devotasse todo o seu tempo a regras mteimináveis. Em conseqüência, o acesso a Deus estava fora do alcance do homem comum.

Jesus fez o seguinte pronunciamento para os líderes religiosos dos judeus: "Portanto vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43). Que povo é esse, ao qual Jesus se referiu? Ele referiu-se àqueles que haveriam de crer nEle e de anunciar o Seu Evangelho pelo mundo. Pedro, um dos doze apóstolos originais de Cristo, explicou isso em uma epístola endereçada aos crentes perseguidos, espalhados pela Ásia Menor:

"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós, sim, que antes não éreis povo, mas agora sois povo de Deus..." (IPe 2.9,10).

O povo de Israel negligenciou sua obrigação de ser o instrumento divino de cura e reconciliação. Os mais intensos esforços do sacerdócio arônico, para cumprir esse

I mopósito eram lamentavelmente inadequados (leia Hebreu 10.1-4). Mas Jesus Cristo, o Messias, veio cumprir o Sei ininistério, ao oferecer-se a Si mesmo, como sacrifício pel< pecado. Em todos os sentidos, o sacerdócio de Jesus Cristo ultrapassou ao ministério da linhagem de Arão e cumpriu < ininistério sacerdotal que Deus tinha determinado, desde < começo, para que Israel manifestasse ao mundo.

Depois da crucificação de Cristo - o sacrifício definitivo cessou a necessidade de sacrifícios de animais. A morte expiatória de Cristo, sobre a cruz, realizou a "purificação pelos pecados" (Hb 1.3), o que não podia ser realizado pelo; sacrifícios de animais. O sacrifício de Cristo foi muito mai que um símbolo, porquanto Ele, o Cordeiro de Deus, provor a morte em favor de cada ser humano (leia Hebreus

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2.9] realizando assim a expiação de uma vez por todas (lei< Hebreus 7.27 e 9.26).

Você é um sacerdote, chamado para ser representante da humanidade na presença de Deus, e, também, representante de Deus, na presença da

humanidade

E qual é o nosso propósito, como sacerdócio santo > real de Deus? Pedro explicou esse ponto como segue: ". .a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamói das trevas para a sua maravilhosa luz..." e ".. .a fim d oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus po intermédio de Jesus Cristo" (I Pe 2.9 e 5).

Como crentes, fomos chamados para cumprir o: mesmos propósitos sacerdotais que foram entregues; nação de Israel: ministrar ao Senhor em oração e adoraçãc ministrar a outras pessoas, demonstrando o poder e ; bondade do Senhor, e para servir de instrumento, mediant o qual a vontade de Deus pode ser feita na Terra, tal comi é feita no Céu. Você é um sacerdote, chamado para se representante da humanidade diante de Deus, e também, representante de Deus, na presença da humanidade.

Na posição de sacerdotes do Deus Altíssimo, somos possuidores de privilégios extraordinários e de excitantes responsabilidades. Cabe-nos acolher favoravelmente o santo chamado de Deus, ou então, imitando o povo de Israel, renunciar a tal vocação.

Fiz uma tremenda descoberta, a qual transformou para sempre a minha vida. Descobri que Larry Lea foi chamado para ser mais do que um pregador, pastor ou professor. Larry Lea foi chamado para ser um sacerdote do Deus Eterno, Santo e Onipotente. À semelhança dos sacerdotes levitas do Antigo Testamento, fui chamado para oferecer sacrifícios diários ao Senhor. Fui chamado para anunciar a mensagem ciivina de reconciliação a pessoas desesperadas, alquebradas. Tenho um propósito na vida que ultrapassa em muito o acumular bens materiais, - e outro tanto acontece com o leitor.

Você também é um sacerdote! Possui uma vocação e um propósito dado por Deus. Foi encarregado de obrigações sagradas e dotado de privilégios extraordinários! Você foi chamado para orar e louvar,

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como sacerdote do Deus Altíssimo! Essa é a chamada feita a todos os crentes do Novo Testamento. Não siga o exemplo daqueles que negligenciaram o propósito de Deus, quanto a eles mesmos. Antes, siga a Jesus, que o chamou para ser um sacerdote! (N.E.: Reco-mendamos a leitura de Vencendo a Guerra Real, de James Robison).

TRÊS

NÃO HÁ

SACERDOTES-ESPECTADORES

Que é você?" Se você se pusesse a saída do templo no próximo domingo, e fizesse essa pergunta aos membros da igreja, enquanto por ^^ali passassem, terminada a reunião, que tipo de respostas você obteria? Alguns deles lhe responderiam: "Sou médico". Outro diria: "Sou programador de computador". Uma jovem talvez retrucasse: "Sou secretária". E se eu dirigisse essa mesma pergunta a você, o que responderia?

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Alguma vez você já parou para pensar que aquilo que você faz não é, necessariamente, o que você é? Seu trabalho não é aquilo que você é; o que você faz é apenas o trabalho para sustentar o seu sacerdócio. Não importa se você trabalha com a cabeça, com as mãos ou com as costas: você é um sacerdote! Enquanto não compreender esse conceito fundamental, você sentirá uma "coceira profissional",e continuará

Indagando por que seu trabalho não garante realização plena. O Cristianismo quase se tem reduzido a um esporte para espectadores. Muitos crentes parecem ter adotado o seguinte procedimento: ganho a vida, vou à igreja e pago os meus dízimos; aqueles que estão na liderança no púlpito é que são os sacerdotes.

Seria impossível um clero profissional fazer tudo quanto o povo de Deus foi chamado para fazer. Deus nomeia e implanta apóstolos, profetas, evangelistas e pastores/mestres, para que equipem plenamente o Seu povo, para anunciarem o Evangelho e ministrarem uns aos outros. E então, enquanto os crentes realizam o trabalho ministerial, o Corpo de Cristo vai sendo edificado, e ocorre o crescimento espiritual. Se examinarmos cuidadosamente o texto de Efésios 4.11-13, descobriremos essa relação de causa e efeito:

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo". (N.E.: Recomendamos a leitura de Descubra Seus Dons Espirituais, de C.Peter Wagner).

Nunca foi a intenção de Deus que o mundo fosse conquistado para Cristo, somente por meio de ministros ordenados, que trabalhassem por tempo integral. Conquistar o mundo, é óbvio, é tarefa que cabe a cada crente, sem importar se ele é ordenado ao ministério ou não.

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Você já parou para pensar que aquilo que você faz não é, necessariamente, o que você é? Seu trabalho não é aquilo que você é; o que você faz é

apenas o trabalho para sustentar o seu sacerdócio

Quase toda igreja concorda com a necessidade de se escolher um líder qualificado e equipá-lo com autoridade, a fim de que cumpra deveres específicos. Têm elas notado a obrigação de liberar tal homem de Ioda responsabilidade de ganhar a própria vida no mundo secular, ou pelo menos de parte dela, para que tenha tempo de devotar-se ao serviço da igreja (leia I Coríntios 9.14). O corpo laico precisa entender, todavia, que não pode pagar a um pastor, para que ele faça aquilo para o qual eles foram chamados.

A esfera primária de serviço, de um pastor, é a igreja, ao passo que a esfera primária de serviço dos leigos é o mundo. Em seus empregos e em sua vizinhaça e comunidade, os crentes leigos estão em contato e com pessoas, com quem o pastor jamais estará. Sei que isso é verdade, porque concorda com isso muito de minha experiência pessoal. Eis um exemplo desse fato.

Entreguei meu coração a Deus quando estava com dezessete anos de idade. Cerca de três anos mais larde, quando eu era estudante no Dallas Baptist Col-lege, o Senhor impressionou meu coração com a necessidade de andar no Espírito Santo e mostrar-me sensível para com a orientação dEle. Certa noite, quando eu estava orando, desceu sobre rnim poderosa unção, e prometi ao Senhor que, dali por diante, eu sempre tentaria obedecer a Ele.

Penso que no dia seguinte, quando eu estava almoçando em um restaurante, não longe do colégio em que eu estudava, o Espírito de Deus falou claramente a meu coração: "Quando você sair daqui, Eu lhe mostrarei um homem com quem você terá de falar." Pensei que o homem seria alguém da minha faixa de idade, algum jovem, de quem eu poderia aproximarme sem qualquer dificuldade. Mas o homem já era de meia-idade. Ele estava sentado sozinho, meio derriado sobre uma mesa, com a cabeça amparada pelas mãos, contemplando, de olhos fixos, uma xícara de café. Caminhando, passei pela mesa, hesitei por um momento e continuei o meu trajeto,

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até chegar à porta de saída. Eu não sabia o que dizer. Minha boca parecia paralisada.

Fui até meu carro e liguei a chave da partida; mas o Espírito de Deus não me largava. "Você vai falar com ele, ou não?" perguntou-me. Isso posto, desliguei o motor e voltei ao interior do restaurante. Sem esperar um convite ou ao menos um olhar amigável, sentei perto dele, à mesa. E disse: "Senhor, tenho algo para dizer-lhe. Fiquei muito impressionado e parei para falar-lhe".

Um tanto surpreso, mas por demais desanimado para protestar, ele retrucou: "E o que você pode fazer para me ajudar? Eu sou um alcoólatra."

É claro que ele não sabia que meu pai havia sido salvo e libertado do vício do álcool, fazia apenas seis semanas. "Puxa, tenho uma história para lhe contar!" exclamei, mergulhando no testemunho a respeito de meu pai. No espaço de alguns minutos, eu tinha conduzido aquele homem aos pés de Cristo.

É isso que quero dar a entender quando digo que crentes sozinhos, não separados para cargos, encontram-se com pessoas necessitadas, desesperadas, com quem seus pastores jamais entrarão em contato. Os crentes deparam situações de vida que são "salas de pronto-socorro," e que não podem esperar que alguém, oficial da igreja, venha ao encontro delas. A enfermidade, o pecado e a depressão dificilmente coincidem com as horas de trabalho do escritório das igrejas. A morte e o desespero não podem ser refreados. Você e eu precisamos abrir os nossos ouvidos ao Espírito de Deus e obedecer quando Ele nos impulsionar a "dizer boa palavra ao cansado" (Is 50.4). Nós temos um ministério a desempenhar, e Deus nos considera responsáveis por esse desempenho.

Uma vez que nem todo crente é bom conhecedor da história eclesiástica, um breve exame dos lances da História da Igreja poderia aclarar essa questão que envolve clérigos e leigos.

Um estudo criterioso do livro de Atos e das epístolas do Novo Testamento revela que o Cristianismo surgiu, principalmente, como um movimento leigo. A Igreja primitiva tinha bem pouca oganização formal. De fato, a chave para o ministério e a chamada divinos

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dependia dos dons espirituais com que Deus agraciava os crentes. Era fato bem entendido que todo o povo de Deus era chamado para trabalhar para Ele. Os leigos mostravam-se ativos em seu serviço de adoração (leia I Coríntios 14.16,26), e envolviam-se na disciplina eclesiástica (leia Tiago 5.16; I Coríntios 5; Mateus 18.15-20).

A chave para o ministério e a chamada divinos [na Igreja primitiva] parece ter sido os dons espirituais que o próprio Deus dava aos vários crentes

Naquele tempo, os membros da Igreja apreciavam participar plenamente do ensino, do evangelismo missionário e da instrução dada a novos convertidos. Um exemplo disso seriam Priscila e seu marido, Áquila, que eram fabricantes de tendas. O casal tinha uma igreja em sua casa (ver I Coríntios 16.19), à qual o apóstolo Paulo ajudava (ver Atos 18.18), e que também recebia a instrução teológica de Apolo (vs. 26). Curas, expulsões de demônios e manifestações dos dons espirituais eram comuns, durante os primeiros trezentos anos da história da Igreja. Ouçamos este fascinante relato feito por Irineu, no século II D. C, extraído de sua obra Contra as Heresias:

"Pois alguns, certa e verdadeiramente, expelem demônios, de tal modo que aqueles que foram assim limpos dos espíritos malignos tanto crêem [em Cristo] quanto se unem à Igreja. Outros recebem conhecimento prévio de coisas vindouras: esses têm visões ou proferem expressões proféticas. Ainda outros curam os enfermos, impondo-lhes as mãos, os quais são curados. Sim, ademais, conforme eu já disse, até mesmo mortos têm voltado à vida, tendo permanecido entre nós por muitos anos. E que mais direi? Não é possível falar sobre todos os dons que a Igreja, [dispersa] pelo mundo, tem recebido da parte de Deus, no nome de Jesus Cristo, o qual foi crucificado, sob Pôncio Pilatos, e que ela exerce, dia após dia, para benefício dos gentios, não ludibriando a quem quer que seja, e nem recebendo deles qualquer paga. Pois assim como ela recebeu gratuitamente da parte de Deus, assim também, de graça, ela ministra..."1

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Os relatos históricos do trabalho de missões, nos três primeiros séculos da era cristã, revelam que as atividades médico-missionárias entre os pagãos eram altamente eficazes, porquanto os crentes em Jesus curavam mais pessoas do que o faziam os exorcistas pagãos. (N.E.: Recomendamos a leitura de Batalha Espiritual, de Ray C. Stedman).

Gradualmente, porém, os leigos abdicaram de seu ministério, e a Igreja organizada passou a ser dominada por uma hierarquia clerical. Aí pelos fins do século III D. C, a Igreja não era mais encarada como uma comunidade Carismática (dotada de dons espirituais), na qual todos os crentes apareciam como ministros e sacerdotes. Em lugar disso, os crentes foram divididos em duas partes: clero e corpo leigo, sagrado e secular, macho e fêmea. Na prática, o ensino de que o reino de sacerdotes inclui todos os membros do corpo de Cristo já não significava grande coisa.

Já no século IV D. C, nenhum leigo podia administrar as ordenanças. Nenhum salmo, escrito por crentes leigos, podia ser entoado nas igrejas; dos leigos esperava-se, somente, que se sentassem passivamente, no decorrer de toda a reunião.

Pelo século V D.C., os ministérios de leigos haviam-se reduzido ainda mais. As viúvas, mesmo que, fossem mulheres educadas, não podiam batizar ou ensinar a homens, e era subentendido que leigos não podiam pregar. Aqueles que buscassem ordenação eram obrigados a fazê-lo através de uma elaborada rede de ofícios eclesiásticos, antes de poderem tornar-se anciãos ou presbíteros.

Pelos fins do século III D. C , a Igreja não era mais considerada como uma comunidade carismática (espiritualmente dotada), na qual todos os crentes eram

ministros e sacerdotes

A Reforma do século XVI, inspirada por Martinho Lutero, tentou restaurar o princípio e a prática do sacerdócio de todos os crentes e sua prática. Entre as muitas modificações instituídas por Lutero, temos a volta de pequenos grupos - agrupamentos de crentes, constituindo-se o que se chamou de "igrejas que se reúnem em casas".

João Wesley (1703 - 1791), fundador do Movimento Metodista, levou avante essa idéia da igreja em casas. Ele ensinava que deveria

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haver três reuniões por semana: uma reunião de pregação, uma reunião de ensino e uma reunião em que todos os participantes compartilhavam o que o Senhor estava fazendo em suas vidas.

Lutero, Wesley e outros, que vieram depois, procuraram restaurar a Igreja naquilo que ela havia sido originalmente: uma comunhão de crentes, todos ativamente participando na obra do ministério. Com o decorrer do tempo, entretanto, novamente os crentes adquiriram uma mentalidade própria de espectadores, e aquilo, que deveria ser tarefa realizada por todo o povo de Deus, lentamente passou a ser atribuição de poucos - o clero profissional.

Atualmente, muitos crentes vêm às igrejas com o seguinte pensamento: "Vim buscar uma bênção", quando deveria assumir: "Vim para servir de bênção a outros". Em lugar de obedecerem à ordem de Cristo e visitarem os enfermos, crentes apáticos telefonam para o gabinete do pastor, para que faça essas visitas. Informam ao pastor que algum irmão está acamado, e, assim, julgam cumprido o seu dever.

Conforme já salientei, os pastores, mesmo quando contam com auxiliares pagos pela igreja, não conseguem fazer aquilo que os crentes leigos têm a fazer por convocação divina. Em nossos dias, esperase que o pastor implemente um eficaz programa de visitas a enfermos, una apaixonados, pelo matrimónio e sepulte mortos. Assim, os pastores são forçados a desempenhar função de conselheiros, administradores, professores, levantadores de fundos, arquitetos, faxineiros e líderes que dirijam a adoração pública. Contudo, espera-se dos pastores o preparo de mensagens inspiradoras que conquistem vintenas de pessoas para Cristo, a despeito de lhes darmos tão pouco tempo para orar e estudar a Bíblia. Que estou dizendo? Digo que, nisso de alguém ser membro de uma igreja, há muito mais do que aparecer no templo em dia da Ceia do Senhor. Se não estivermos desempenhando as nossas responsabilidades sacerdotais no dia a dia, estaremos apenas brincando de religiosidade.

Creio firmemente que, se tivermos de fazer o mundo sofrer grandes mudanças, por causa de Cristo, conforme fazia a igreja primitiva,

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será necessário entender três princípios fundamentais do Novo Testamento:

<*- Todos os crentes são chamados (I Pedro 2.9). <*■ Todos os crentes recebem algum dom espiritual

(I Coríntios 12.4-11; Romanos 12.4-8). »• Todos os crentes são ministros (I Pedro 4.10,11;

I Coríntios 12.5; Atos 11.29).

Resumindo, essa é a teologia neotestamentária acerca dos leigos e do clero. Comissionados pelo próprio Senhor Jesus, para serem um reino de sacerdotes, todos os crentes têm uma vocação divina e uma responsabilidade para com Deus. Devemos cumprir os nossos deveres sacerdotais, edificando, assim, o corpo de Cristo.

Cabe, agora, fazer uma pergunta: "- Quem é você? Que a sua resposta seja: "- Eu sou um Sacerdote do Deus Altíssimo!

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Quatro

CONHECENDO O CORAÇÃO E A

MENTE DE DEUS

eus está chamando-o para tornar-se um sacerdote consagrado à oração. De fato, Deus está convocando um enorme exército de sacerdotes da oração. Ele quer que o Seu povo componha-se de homens e mulheres dedicados à oração e à intercessão. Se não perseverarmos na atmosfera da oração, perderemos a adequada relação com o que ocorre no reino de Deus.

D

Para sentir o que está no coração de Deus e para entender o que Ele tem em mente, é necessário passar (empo na presença do Senhor.

O Espírito de Revelação

Enquanto o crente não aceitar a chamada divina para ser um intercessor, e não desenvolver o seu próprio relacionamento íntimo com Deus, terá pouco discernimento espiritual, em princípio. Só poderá imitar outros homens de Deus.

Se quiser ouvir a voz de Deus, terá de começar a falar com Ele favor de si mesmo e de outras pessoas. Precisará formar o hábito santo de ministrar [leitourgeo) ao Senhor, separando tempo para o serviço sacerdotal sagrado que todo crente deve oferecer a Deus, através da oração e da adoração pessoal (ver Atos 13:2). Quando o crente assim o fizer, de seu espírito fluirão revelações claras, refrigeradoras. Quero assegurar-lhe que Deus quer falar com o crente, mais do que ele. Deus quer, apenas, que se j ponham em ordem as prioridades.

Isso aplica-se tanto a pregadores quanto a suas congregações.

Grande parte daquilo que prego, ocorre-me quando estou orando. Sento-me ou ajoelho-me em meu gabinete, com a Bíblia perto de mim. Enquanto oro e ouço o Espírito Santo, Deus segreda alguma palavra ao meu coração.

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Muitos pregadores empregam processo contrário. Sabe-se que, nos seminários, somos ensinados a preparar os sermões de maneira metódica: estudando a Bíblia; extraindo dali alguma idéia, usando as ferramentas da exegese, da hermenêutica e da homilética, a fim de edificar um sermão, em torno daquela idéia. Então, orar e pedir a Deus que abençoe o sermão.

Quero assegurar-lhe que Deus quer falar com você. mais ainda do que você quer que Ele lhe fale. Ele está apenas esperando que você coloque em

ordem suas prioridades

Acredito na importância do estudo bíblico. Sigo um programa diário de leitura e estudo sistematicamente a Palavra de Deus. Já atuei como deão do Seminário da Universidade Oral Roberts. Creio no valor da educação e do estudo diligente.

Mesmo assim, cabe aos pastores permanecer em oração até que a Verdade divina nasça em seus corações, através da oração e das lágrimas a fim de que a mensagem seja entregue com a unção do Espírito Santo. Quando um pregador pode levantar-se e declarar, "Assim vos diz hoje o Senhor!", a voz que fala "dentro da voz do pregador" compunge os corações ouvintes e arranca-os de sua complacência.

No passado, Deus falava a Seu povo de fora para dentro. A fim de ouvir a Deus. era necessário buscar um sacerdote ou profeta. Mas, agora, Ele fala de dentro para fora, por meio de Seu Santo Espírito, o qual habita em nós e se comunica com nosso espírito e através dele. Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote, prometeu:

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. . . mas o Consolador,' o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito". (João 14.16,17,26)

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O crente deveria orar, como segue, todos os dias:

"Por essa razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra, e crescendo no pleno conhecimento de Deus". (Cl 1.9,10)

Deus conferiu aos sacerdotes do Novo Testamento fontes orientadoras e conselho, para que possam discernir a Sua vontade. Temos acesso à Palavra de Deus, ao Espírito Santo e aos dons de revelação do Espírito — a palavra da sabedoria, a palavra de conhecimento e a profecia. À medida que nos revestimos de nossos peitorais da retidão (leia Efésios 6.14) e mantemos nossos corações sensíveis e abertos, a voz do Espírito Santo toma as realidades do Pai e as mostra para nós. Ele nos guiará a toda a verdade.

Por que os pastores e seus rebanhos precisam de tal revelação? A fim de desmascarar a linha de ataque do inimigo; a fim de esboçar as manobras espirituais capazes de destroçar as forças de Satanás. Por meio de Suas revelações, o Espírito de Deus fala com clareza, outorga diretrizes distintas e oferece soluções para as circunstâncias problemáticas, sem importar quais sejam elas - financeiras, físicas, espirituais ou emocionais. A revelação é um aspecto indispensável do equipamento do crente-sacerdote dedicado à oração.

Após a revelação, o sacerdote dedicado à oração necessita das manifestações do poder sobrenatural. Tais manifestações divinas, porém, não ocorrem automaticamente. Elas dependem de nossa coragem -coragem para obedecer à revelação que tivermos recebido, coragem para nos mantermos firmes dentro da revelação recebida, coragem para pormos em prática essa revelação.

Um sacerdote dedicado à oração necessita do espírito da intercessão, que leva à revelação. A revelação deve ser acompanhada pela coragem de obedecer ao Senhor e isto conduz aos resultados da manifestação divina

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Pense nas ocasiões em que você tem falhado < spiritualmente. Provavelmente, você fez isso por uma destas duas razões: Sem ter recebido qualquer revelação da parte do Senhor, prosseguiu, de forma presunçosa, e disse: "No nome de Jesus, farei isto, nem que isso me mate" (e assim quase aconteceu). Ou então, depois de receber uma revelação, você não exibiu coragem suficiente para firmar-se sobre a Palavra de Deus e prosseguir até ao fim. A coragem, neste último (■aso, é o elo perdido entre a revelação e a manifestação do poder de Deus. (N.E.: Recomendamos a leitura de

O Poder da Visão, de George Barna).

Um crente-sacerdote que queira dedicar-se à oração necessita do espírito de intercessão, que conduz à revelação. Em seguida, a

revelação, misturada com a coragem de obedecer ao Senhor, conduz a

resultados na manifestação. Continuam de pé as promessas de Deus: "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei cousas grandes e ocultas, que não sabes" (Jr 33.3). Só Deus sabe os maravilhosos feitos que poderão ser realizados, pelos crentes que optarem por passar tempo diante dEle, em intercessão, recebendo a Sua revelação c obedecendo corajosamente a essa revelação, para então contemplarem as manifestações sobrenaturais c seus resultados.

Sentindo o Coração de Deus

"Dr. Lea! Dr. Lea!"

"O que será agora?" murmurei, suspendendo a respiração, naquela gélida manhã de outono, em 1988. Eu estava procurando usar dois chapéus ao mesmo tempo: pastor da Igreja da Rocha, em Rockwall, e deão da Escola Graduada de Teologia da Universidade Oral Roberts, em Tulsa. Já havia uma dúzia de coisas que eu precisava fazer, antes de apanhar um vôo de fim de tarde, de Tulsa até ao estado do Texas. Deixei escapar um suspiro quando olhei para o salão da entrada, estreito e apinhado de estudantes da Universidade Oral Roberts, que se precipitavam para as suas salas de aula. Foi então que vi o homem que tinha-me chamado pelo nome. Ele estava sentado em uma cadeira de rodas, agitando algo na mão que parecia uma caderneta. Dei um passo na direção dele; mas, outra pessoa qualquer me

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segurou por um braço, para fazer-me uma pergunta. Nunca me voltei, realmente, na direção do jovem na cadeira de rodas.

Dali, voltei para o meu gabinete, a fim de terminar a preparação do sermão acerca da compaixão, o qual deveria pregar naquela noite, em minha igreja, quando chegasse a Rockwall. Porém, não conseguia concentrar-me. Alguma coisa continuava roendo-me no fundo da mente. O que seria? Do que eu teria-me esquecido?

Foi então que me lembrei do homem na cadeira de rodas. Era como se Deus me dissesse: "Filho, enquanto não fores receber a anotação dele e não ministrares a ele, não terás o direito de pôr-te de pé, diante de tua congregação, e de pregar sobre o tema da compaixão". Assim sendo, chamei uma de minhas secretárias, descrevi para ela o homem, e pedi-lhe que o encontrasse - bem como a sua anotação. Ela me trouxe a nota dele, a qual dizia mais ou menos como segue: "Caro Dr. Lea, pedi a Felícia que se case comigo. Talez ela seja a minha única oportunidade de casar-me. Tenho orado intensamente a esse respeito, mas deixei a questão aos pés de Jesus. Sem me importar com o que Deus faça, continuarei a amá-Lo; mas espero, sinceramente, que ela diga sim. Fia ainda não me deu sua resposta. Gostaria de orar por mim? Posso esperar sua oração?"

Meu coração constrangeu-se por causa daquele homem solitário, cuja vida não estava bem, e clamei a Deus, em favor dele e de Felícia. Embora, em parte alguma da amassada nota estivesse escrito qualquer coisa assim, de alguma forma consegui ler, nas entrelinhas, uma outra mensagem: "Dr. Lea, você é outro figurão que anda por estes corredores, ou realmente se importa com as pessoas?"

Inclinei a cabeça e renovei um voto que eu fizera a Deus, havia muitos anos. Eu tinha feito o voto de que amaria as pessoas. Eu fizera o voto de que seria um crente-sacerdote, dotado de um coração compassivo.

Mas [um sacerdote do Antigo Testamento] não estava bem equipado para apresentar-se diante do Deus santo em favor de um povo pecaminoso, a

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