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O PROBLEMA DO PECADO eus ordenou explicitamente aos sacerdotes levíticos: "A meu

No documento Larry Lea - Supremo Chamado (páginas 55-66)

povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o imundo e o limpo" (Ez 44.23). Vivemos uma época em que o ser humano perdeu o senso da santidade de Deus e da gravidade do pecado. Para ( xercer o papel determinado por Cristo, a Igreja precisa reconhecer a grande exigência Divina de Santidade e lambem a abundante provisão do Senhor nesse sentido.

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Confrontando O Pecado

Os crentes-sacerdotes do Novo Testamento precisam combater o pecado diariamente. Precisamos enfrentar os nossos próprios

pecados, se quisermos que as nossas orações façam diferença e sejam ouvidas nos Céus, porquanto "muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tiago 5.16). A Palavra de Deus claramente adverte que se dermos lugar à iniqüidade, em nossos corações, o Senhor não nos ouvirá (leia Salmos 66.18).

Os crentes-sacerdotes do Novo Testamento precisam combater os pecados alheios, fazendo intercessão pelos rebeldes e restaurando os caídos. Temos o dever de avisar fortemente aos ímpios, pleiteando com eles para que abandonem o seu pecado, pois, de outro modo, o sangue deles estará em nossas mãos (leia Ezequiel 3.18-21).

Também precisamos abordar os pecados de nossa nação, porque a vida e existência dela correm perigo; a menos que se arrependa, receba perdão e se reconcilie com o Deus santo a quem tem ofendido.

Sendo sacerdotes do Novo Testamento, precisamos aprender uma lição, acerca da qual os sacerdotes do Antigo Testamento eram continuamente relembrados: o pecado é uma ocorrência muito séria! Na adoração do Antigo Testamento, ninguém podia aparecer na presença de Deus, sem o sacrifício de algum animal, pois o sacrifício abria o caminho até à presença de Deus. Por causa desse ato central de adoração, o altar de bronze: lugar em que os animais eram mortos e totalmente queimados, dominava o tabernáculo. Quando os judeus e os seus sacerdotes entravam no átrio cercado do tabernáculo, o altar dos holocaustos era o primeiro objeto do culto, que eles podiam ver.

Todos os rituais de sacrifício - até mesmo o arranjo do próprio tabernáculo - tinham por finalidade revelar a distância imensa entre a humanidade

perdida e o Deus santo

E, quando nos pomos a estudar os sacrifícios do Antigo Testamento, vemos que todos os rituais de sacrifício - e, até mesmo, o arranjo do próprio tabernáculo - foram designados para revelar a distância imensa entre a humanidade pecaminosa e o Deus santo.

O Tabernáculo

O tabernáculo, propriamente dito, era dividido em dois compartimentos, um dos quais media o dobro das dimensões do outro. O primeiro e mais espaçoso, chamado Lugar Santo, era separado do segundo, por uma cortina ou véu de estofo azul, púrpura e carmesim. Esse véu não podia ser ultrapassado por pessoas comuns. O segundo compartimento, chamado Santo dos Santos, era a porção mais importante do tabernáculo. Por detrás do véu ou cortina estava a Arca da Aliança: uma caixa recoberta de ouro, cujas dimensões eram, aproximadamente, l,20m de comprimento e 0,60m de largura e de altura. A tampa dessa caixa era o propiciatório. O propiciatório era formado de uma única peça de ouro, em cujas extremidades havia as figuras de dois querubins, cujas asas superiores se tocavam no alto. No vazio, assim formado, rebrilhava a

shechinah, isto é, a nuvem visível, luminosa, que manifestava a presença gloriosa de Deus.

Somente o sumo - sacerdote podia avançar para além da cortina ou véu. Os demais sacerdotes, mediadores e representantes do povo, não podiam ultrapassar do véu; só podiam entrar no Lugar Santo. O acesso à presença do Deus santo era limitado a um único homem. Mas até mesmo esse homem, o sumo-sacerdote, só podia aproximar- se do propiciatório e da espantosa nuvem da glória de Deus, uma vez por ano, no dia da expiação. E, nesse dia, arriscava-se a uma morte certa, se ousasse entrar na presença de Deus e aproximar-se do propiciatório sem o incenso perfumado e sem o sangue expiatório do animal sacrificado, que cobria simbolicamente o pecado.

Fora do tabernáculo, dentro do átrio aberto, o povo adorava e apresentava as suas ofertas sacrificiais. Perto do centro do átrio havia um grande altar, cujas dimensões laterais eram, mais ou menos 2,40m e cerca de l,50m de altura. Esse altar era mantido sempre acessível e disponível a qualquer israelita culpado. No ar do átrio, a fumaça de uma chama miraculosamente acesa, cuidada pelos sacerdotes e alimentada dia e noite sobre o altar de bronze, misturava-se com os odores do sangue aspergido e da carne dos animais que queimavam.

O altar do sacrifício servia de memorial constante de que o pecado saía muito caro, e que o perdão não era barato. Nenhum israelita comum ou sacerdote, nos dias do Antigo Testamento, podia mostrar- se superficial no tocante ao pecado, fingindo que o pecado pouco importava. Pois o sangue de milhares e milhares de animais sacrificados, que manchavam o altar, era lembrete visível da seriedade do pecado, da desesperada necessidade humana e da abundante provisão divina.

Os Sacrifícios

No sistema de sacrifícios que Deus entregou aos israelitas por meio de Moisés, havia cinco diferentes sacrifícios: a oferta pelo pecado, a oferta pela culpa, o holocausto ou oferta queimada, a oferta de manjares e a oferta pacífica. Quando consideradas em seu conjunto, essas cinco ofertas revelam as bênçãos que seriam dadas aos crentes do Novo Testamento, por meio do único e completo sacrifício de

Cristo na cruz. Nenhum dos cinco sacrifícios, isoladamente, era capaz de retratar toda a obra final e perfeita de Cristo no Calvário. Neste capítulo, estudaremos dois dos cinco sacrifícios: a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa. 10, no próximo capítulo, abordaremos as três ofertas i estantes.

O sangue de milhares de animais sacrificados. . . servia de memorial visível da seriedade do pecado, da desesperadora necessidade humana e da

abundante provisão divina

\ A compulsória oferta pelo pecado, o mais importante de todos os cinco tipos de sacrifícios, era necessária porque Deus julga aquilo que somos, tanto (|iianto aquilo que fazemos. Ele vê a raiz de nosso pecado, a nossa natureza maligna, bem como o fruto do nosso pecado e de nossas ações. A oferta pelo pecado fazia expiação pela pessoa do ofensor, em lugar de sua "tensa, e simbolizava a redenção geral, não apenas ledenção por algum erro específico, embora estivesse Incluído o perdão por tal pecado.

A oferta pelo pecado expiava por um ofensor cujos pecados se originassem da fraqueza humana, da falta de conhecimento, de consideração insuficiente pelo próximo, da pressa ou da falta de cautela (leia Levítico 5.1,4,15; Números 35.11,15,22). Essa era a oferta requerida, quando o dano causado pelo pecado de uma pessoa não podia ser aquilatado ou desfeito.

Essa forma de pecado ofendia a Deus, mas também resultava uma profunda inquietação no íntimo do pecador. Tal senso de culpa apresentava barreiras para a adoração prestada por aquela pessoa, para a comunhão dela com Deus e para seu testemunho diante dos semelhantes; uma vez que o coração humano deve estar em paz diante de Deus, antes que possa adorá-Lo em espírito e em verdade, ou antes que possa extravasar de amor e interesse pelo bem-estar de outras pessoas. Um coração invadido pelo temor ou pela culpa não pode estar pronto a adorar ou testificar.

Embora a oferta pelo pecado fizesse expiação pela pessoa que pecasse sem intenção, não fazia expiação pela rebeldia presunçosa e desafiadora contra Deus e contra, os Seus mandamentos. A pessoa

que cometesse um pecado assim, voluntariamente, presunçoso, desprezando e rejeitando a Palavra de Deus, teria de ser cortada dentre o povo de Deus; a expiação que se fizesse pelo povo de Deus não podia incluir tal pessoa (leia Números 15.30,31).

Embora para os israelitas não houvesse qualquer oferta pelo pecado de presunção; para nós existe tal oferenda! Até mesmo os nossos pecados de presunção foram postos sobre Jesus: os nossos pecados voluntários e os nossos pecados contra a verdade revelada, são todos perdoados pelo poder de Seu sangue.

Algumas vezes, os homens pensam que a misericórdia é algo merecido, e não um dom da graça divina. E a ignorância, com freqüência, é encarada como se fosse um sinônimo de ausência de culpa; mas nenhum pecado - mesmo um pecado de ignorância -pode ser expiado, sem o derramamento de sangue.

Nós, que tendemos a tolerar e ignorar as nossas más ações, deveríamos parar e perguntar a nós mesmos: Se o pecado de ignorância me deixa culpado diante de Deus, qual não será a gravidade de um pecado voluntário, deliberado? Somente assim poderemos começar a entender a enorme necessidade que temos de nosso Salvador sofredor e de Sua cruz manchada de sangue! Quão tremenda é a lei que amarra a humanidade! Quão severa! Quão perscrutadora! Quão santo e quão puro é o nosso Deus!

Por causa da pureza e da santidade de Deus, por causa da profunda necessidade de perdão e libertação da culpa, o caminho escolhido por Deus, para libertar os pecadores não poderia, mesmo, ser a negação do pecado e o esquecimento dele. Somente uma providência divina poderia solucionar o problema: a expiação por Cristo Jesus, no Calvário! A oferta pelo pecado representava a desesperadora necessidade do homem e acerca da qual um Deus abundante de graça e misericórdia fez uma maravilhosa provisão!

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Um Quadro da Gravidade do Pecado

A oferta pelo pecado servia de vívido quadro da dureza do pecado e de suas conseqüências. Para restaurar a comunhão com Deus, o

ofertante trazia seu animal sacrificial a um sacerdote levítico. E para demonstrar que aquele animal seria um substituto pelo ofensor, este impunha as mãos sobre a cabeça do animal, fazendo forte pressão sobre o sacrifício, com todo o peso de seu corpo, como que depositando sobre o animal o pleno peso de seu corpo, transmitindo assim a sua culpa para o animal sacrificado.

Enquanto o ofensor impunha as mãos sobre o animal a ser sacrificado, também confessava o pecado específico e repetia uma oração de arrependimento, pedindo a Deus a permissão que aquele sacrifício servisse de expiação, ou cobertura, para o seu pecado. Então, assumindo sobre si a plena responsabilidade pela morte da vítima, o ofertante abatia o animal. Fosse o pecador um dirigente ou um cidadão comum, o sacerdote derramava o sangue do animal abatido, sobre o altar de bronze, e queimava toda a sua gordura, como sacrifício.

Terminada a oferenda, o sacerdote tomava uma porção da carne do animal e a comia, no átrio do tabernáculo. Esse ato simbolizava que o pecado do indivíduo passara para a própria substância corpórea do sacerdote, e, ao comer daquela carne, o sacerdote tornava-se um tipo Daquele que foi feito "pecado por nós" (II Co 5.21).

Tal modo de proceder, sem dúvida diferia da oferta pelo pecado, realizada em favor de um sacerdote ou em favor da congregação de Israel. Nesse caso, o sacerdote conduzia parte do sangue do sacrifício, até ao interior do Lugar Santo do tabernáculo. Ali, ele as^\ pergia o sangue, fora da cortina, por detrás da qual manifestava-se o Senhor; simbolizando, assim, que nossa comunhão com Deus está alicerçada no sangue de Cristo. O procedimento a respeito do altar do incenso demonstrava que o poder da intercessão que prevalece também depende do sangue de Cristo; e que as orações do pecador só podem ser atendidas por meio desse sangue. Em seguida, o sacerdote oficiante voltava ao átrio externo, onde derramava o resto do sangue sobre o altar de bronze, dando assim a entender que a expiação estava realizada. Ele queimava toda a gordura do animal sobre o altar. O que restasse do novilho - o couro, a carcaça e a carne - era levado para fora do acampamento e queimado (leia Levítico

4.11,12). Visto que representava o pecado, tudo tinha que ser totalmente destruído.

Responsabilidade e Prestação de Contas do Sacerdote

Os crentes do Novo Testamento poderão Sentirse surpresos ao lerem cuidadosamente o quarto capítulo do livro de Levítico. O tipo de animal oferecido como oferta pelo pecado dependia da posição social do ofertante.

Da parte de um dirigente, requeria-se que ele oferecesse um bode. Um novilho, entretanto, era a oferenda requerida da parte de um sacerdote, em razão de algum pecado pessoal. Outro tanto se requeria, no caso do pecado da congregação inteira de Israel. Isso significa que Deus considerava o pecado de um líder espiritual como se fosse o pecado da congregação inteira. Por quê? Uma vez mais isso enfatiza a seriedade e a gravidade do pecado. Um líder religioso, ungido e posto na posição de autoridade, para representar a Deus e ensinar o caminho do Senhor, podia conduzir ao pecado, por causa do seu mau exemplo e seu errado modo de vida, a congregação inteira, a nação toda! Diz um adágio popular: "O mestre que peca, ensina a pecar." Quanto mais elevada for a posição, a proeminência e a iluminação recebida por alguém, mais grave será o seu pecado. Um líder se assemelha a um relógio da cidade, com base no qual, os cidadãos acertam os seus horários. É fácil ver por que uma pessoa, colocada em posição de autoridade era - e continua sendo -responsável diante de Deus, por seu exemplo e influência. Terá de prestar contas diante do Senhor!

Se a oferta pelo pecado fazia expiação pela natureza pecaminosa do ofensor, a oferta pela culpa fazia expiação por alguma ofensa específica

A Oferta Pela Culpa

A oferta pelo pecado e a oferta pela culpa eram similares, devido ao fato de que ambas eram efetuadas

para restaurar a comunhão interrompida com Deus. Mas, se a oferta pelo pecado [hattcCth) relacionava-se à raiz da condição pecaminosa de uma pessoa, ou seja, à sua natureza maligna, a oferta pela culpa

{'asham) dizia respeito ao fruto dessa natureza: maligna a má ação.

Ou, de outra forma, se a oferta pelo pecado fazia expiação pela

natureza pecaminosa do ofensor, a oferta pela culpa fazia expiação por

alguma ofensa especifica

Quando eram violados certos direitos de Deus ou dos homens, o erro tinha que ser corrigido, a lei quebrada tinha que ser honrada, e o pecado cometido tinha que ser expiado, mediante uma oferta pela culpa. Deus enumerou vários pecados específicos que requeriam a oferta pela culpa.

Atualmente, quando a Igreja parece dar maior ênfase ao perdão do que à obediência, os crentes precisam entender que Deus não fecha os olhos para as "pequeninas" coisas que, algumas vezes, tratamos de forma tão negligente. Todos podemos beneficiar-nos estudando com cuidado a lista de pecados pelos quais Deus requeria uma oferta pela culpa:

>*- retenção da verdade (Levítico 5.1);

(#- contaminação do corpo (ou espírito), mediante o toque em algo imundo (Levítico 5.2,3);

i#- a quebra de votos, promessas ou contratos (Levítico 5.4); i*- desonestidade contra Deus ou

contra o homem (Levítico 5.15,16);

té- pecados cometidos devido à ignorância da Palavra de Deus ou

devido

f

à falha em descobrir e obedecer à Sua vontade (Levítico 5.17); i#-

irresponsabilidade diante dos bens

alheios (Levítico 6.2); i*- injustiça em uma sociedade ou

relacionamento (Levítico 6.2); !*• exercício indevido de força ou poder

no tocante aos direitos ou bens de

outrem (Levítico 6.2); s*~ obtenção de algo por meio de

(Levítico 6.2,3).

Que tal meditarmos sobre esses itens? Quão freqüentemente temo- nos desculpado, superficialmente, de tais pecados em nós mesmos?

O Princípio da Restituição

A mais notável diferença entre a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa era a seguinte: A oferta pela culpa exigia que fosse feita restituição do bem à pessoa prejudicada, e que fosse paga uma multa ao sacerdote, equivalente a um quinto do valor do objeto restituído. O animal a ser sacrificado (da mesma forma que no caso da oferta pelo pecado) fazia expiação a Deus; ao passo que a restituição fazia compensação à vítima.

Outrossim, quando alguém era enganado, a restituição precisava ser feita antes de a oferta pela culpa ser trazida ao sacerdote. O ofensor precisava lazer indenização antes de buscar perdão da parte de I )eus. Em outras palavras, no caso em que Deus fosse a pessoa defraudada, a ordem apropriada era, primeiramente, sacrifício, e então restituição; mas, no caso de uma pessoa ser a defraudada, a ordem era, primeiramente, restituição e posteriormente sacrifício.

O princípio da restituição nunca foi abolido. O próprio Jesus reforçou essa verdade prática, ao dizer:

"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e então, voltando, faze a tua oferta" (Mt 5.23,24).

Aproximar-nos de Deus com um erro praticado contra o próximo, sem que tenha sido corrigido, impede que sejamos aceitos. Mas quando vamos até à pessoa e corrigimos o erro, podemos reivindicar a graciosa promessa de perdão da parte de Deus (leia Efésios 4.32 e Colossenses 3.13).

Se Deus tivesse sido o defraudado, a ordem certa era primeiro sacrifício, depois, restituição; se uma pessoa tivesse sido defraudada, a ordem certa

era primeiro restituição, depois, sacrifício

A oferta pela culpa requeria uma expressão visível de culpa, humilhação, confissão e também restituição. A pessoa culpada precisava fazer confissão "numa destas cousas" (Lv 5.5). Essa confissão não consistia em repetir algum ritual vago ou alguma fórmula litúrgica; antes, era a confissão do pecado específico cometido. Ficava entendido que essas oferendas expiavam pelo pecado somente quando acompanhadas por arrependimento efetivo.. Tal simbolismo nos estimula o pensar sobre alguns itens: a)

Oferecimento de um sacrifício dispendioso, b) Confissão pública de pecado, c) Imposição de mãos e transferência da culpa, d)

Abatimento de uma vítima inocente, e) Sofrimento e derramamento de sangue por causa do pecado do ofertante. Assim, a gravidade do pecado e a absoluta santidade de Deus eram visível e tangivelmente expressas diante do povo de Israel.

Se o princípio divino da restituição tivesse de voltar à vigência, em nosso próprio sistema legal, todo o conteúdo judiciário seria modificado. A restituição não é aplicável somente a trangressores contumazes; aplica-se também à Igreja: no relacionamento entre crentes. Uma das principais causas da hipocrisia, do julgamento injusto, da amargura e da falta de unidade nas igrejas atuais deriva de ignorarmos o princípio divino da restituição e de não o pormos em prática.

Quando nós, crentes, negligenciamos esse importante princípio, lançamos o nome do Senhor no opróbrio e fazemos outros crentes se desiludirem e se desapontarem conosco. Na qualidade de crentes- sacer-dotes, precisamos respeitar os nossos compromissos, honrar os nossos contratos, pagar as nossas dívidas, fazer restituição pelos erros cometidos e demonstrar autêntico arrependimento por nossos pecados.

Mas no que consiste um autêntico arrependimento? Alguns crentes comparam, nivelam o arrependimento, ao choro diante do altar, ou à triseza por haverem sido "apanhados" em seus pecados. Mas

nenhuma das três palavras gregas para arrependimento, usadas no Novo Testamento, encerra tais idéias. A primeira delas, metanoeo,

significa "mudar de atitude mental" (Mateus 3.1; Marcos 1.15). A segunda, metanolomai, quer dizer "mudança de coração" (Mateus 21.29,32; Hebreus 7.21). E a terceira, metanoia, significa "mudança de curso" na vida. Todos esses vocábulos cooperam para dar-nos o sentido completo do autêntico arrependimento. Todos três indicam com a vara de Aarão também estavam dentro da arca (leia Êxodo 25.16,22; Hebreus 9.4).

Tudo isso formava uma bela e impressionante cena. Mas quando o sumo sacerdote entrava no santuário sagrado, era a visão da ofuscante e espantosa nuvem shechinah, representação visível da santa presença de Deus, a qual pairava por cima do propiciatório, entre os querubins, que fazia o coração do sumo-sacerdote bater forte, e os seus joelhos estremecerem.

Separado de todo o povo, o sumo-sacerdote comparecia sozinho, trazendo as brasas vivas e o incensário, brilhando na escuridão em que estava o Santo dos Santos. Pode-se imginar o seu espanto mudo, enquanto ele se postava, de pé, diante daquela nuvem resplendente, a presença visível de Deus, plenamente cônscio de que se os seus próprios pecados não fossem cobertos, se o seu serviço sacerdotal não fosse aceito, ele seria fulminado.

O sumo-sacerdote entrava no Santo dos Santos, pela primera vez, para oferecer o incenso. Fazendo o incenso passar entre os seus dedos, para cair sobre as brasas vivas, ele esperava que as nuvens de fumaça perfumada enchessem o Santo dos Santos. Finalmente, o sumo-sacerdote emergia do santuário, e assim os israelitas compreendiam que Yahweh havia aceito o serviço prestado por ele. Naquele mesmo dia, o sumo sacerdote ainda entrava no Santo dos

No documento Larry Lea - Supremo Chamado (páginas 55-66)