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Os embates entre os ensinos clássico e científico: uma perspectiva das práticas escolares no impresso O Sud Mennucc

2 A IMPRENSA ESTUDANTIL E O JORNAL O SUD MENNUCCI: ENTRE PRESCRIÇÕES E PRÁTICAS

2.3 Os embates entre os ensinos clássico e científico: uma perspectiva das práticas escolares no impresso O Sud Mennucc

Outra forma de apropriação que aparece nos textos publicados nos exemplares do jornal O Sud Mennucci é aquela relacionada aos embates em torno dos ensinos clássico e científico presentes em forma de normas na lei do ministro Gustavo Capanema de 1942 e nos textos publicados pelos alunos. O posicionamento dos alunos em torno das diretrizes do currículo para as escolas secundárias estão presentes nos textos.

Souza (2008) aborda em seu livro, entre outros assuntos, os principais dispositivos legais de estruturação do ensino primário e secundário estabelecidos no país ao longo do século XX, e dos currículos prescritos na época, e mesmo antes da publicação dos jornais, com o intento de explicitar as bases sobre as quais se organizou o trabalho nas escolas (SOUZA, 2008, p. 13).

A autora centra de maneira enfática, a análise das prescrições educacionais referentes ao currículo proposto para o ensino secundário, entre as décadas de 1930 e 1960. Num outro ponto, analisa o cotidiano escolar, dialogando com pesquisas que tratam das práticas, das apropriações das prescrições referentes ao currículo proposto pelo Estado.

Para tanto, no terceiro capítulo de seu livro, descreve as transformações sofridas pela escola secundária entre as décadas de 1930 e 1960, por meio da análise dos documentos normativos, como a legislação e os programas de ensino, bem como as reformas de Francisco Campos e de Gustavo Capanema. Nestes textos, a autora procurou perceber articulações para a mudança das propostas curriculares para o ensino secundário.

Ao colocar em cena os debates em torno do ensino secundário ao longo da década de 1930 e nas décadas seguintes, a autora procurou elucidar as posições conflitantes que estiveram em jogo na configuração e legitimação do currículo. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova e a posição conservadora do ministro Gustavo Capanema mostram essa preocupação. Esse embate denotou posições diferenciadas em relação ao currículo, por exemplo. A discussão se pautou em controvérsias entre o ensino clássico, com o protagonismo das humanidades, e o ensino científico53. O ministro defendia a posição favorável ao ensino das humanidades clássicas, enquanto os educadores da Escola Nova, considerando as matizes existentes, defendiam a incorporação dos estudos científicos. Segundo a autora, essas controvérsias faziam parte de uma discussão mais ampla que envolvia o papel político e social da educação secundária (SOUZA, 2008, p. 169-170).

Em outro ponto, a autora analisa as prescrições contidas nas leis orgânicas do ensino secundário, elaboradas pelo Ministro da Educação à época do Estado Novo, em 1942. O autor da lei privilegiou a educação humanista54, baseada na formação geral desinteressada, voltada para a formação das elites. A divisão do ensino em dois ciclos manteve a função distributiva do ensino secundário. O primeiro ciclo, denominado ginasial, compreendia um só curso de formação geral, com duração de quatro anos. O segundo ciclo, com duração de três anos,

53 Os educadores do movimento da Escola Nova no Brasil, segundo Rosa Fátima de Souza (2008), defendiam

uma formação científica técnica para os trabalhadores, portanto, para as camadas populares. Na formulação dos argumentos contra a educação humanista, esses educadores criticavam o caráter estritamente seletivo e intelectualista da educação dada a elites.

54 Segundo a autora, o ministro Gustavo Capanema acreditava que cabia ao ensino secundário, por meio das

humanidades, dar aos adolescentes uma concepção do que era o homem, o ideal da vida humana e a consciência da significação histórica da pátria. A compreensão de homem e cidadão devia ser forjada pela escola. Interessante notar que esta concepção de formação proposta pelo ministro estava presente no discurso dos alunos, seja para ressaltar uma perspectiva moral, seja para discorrer sobre o valor da Pátria dentro da instituição.

compreendia dois cursos paralelos – o clássico e o científico –, tendo por objetivo consolidar a formação do curso ginasial (SOUZA, 2008, p. 172).

Antes de refletir sobre as apropriações dos alunos em relação ao currículo baseado no ensino clássico e científico dentro desse debate mais amplo, é necessário expor quais cursos eram oferecidos pelo Instituto de Educação à época da publicação do jornal escolar. De acordo com publicação do jornal local da cidade de Piracicaba55 – datada do ano de 1947, mais precisamente o dia do aniversário da escola –, de autoria de Lauro Alves Catulé de Almeida, funcionavam no espaço do educandário os cursos de formação profissional do professor (curso normal), o curso complementar, o curso pré-normal e o curso secundário, nos primeiro e segundo ciclo, sendo este último dividido entre os cursos clássico e científico.

Os alunos organizadores do jornal pertenciam ao curso normal, aos cursos clássico, científico e pré-normal, e publicavam textos no impresso, como trabalhos feitos em aula ou mesmo textos literários ou científicos voltados para publicação no jornal. É neste contexto que as apropriações do embate aparecem no impresso em forma de textos que ora versam sobre literatura, ora sobre questões biológicas ou científicas, ligadas à indústria têxtil e química.

Temas como poesia, autores literários, as normas cultas da língua ou até mesmo a negação das normas de estilo na escrita de textos literários ou a imposição do latim no currículo aparecem nos textos. Notícias sobre o clube de história mostram a preocupação com o currículo humanista. Informações sobre as chamadas Semanas Euclidianas56 aparecem em todos os exemplares, já que os alunos participavam das mesmas publicando trabalhos sobre a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.

Coexistindo com textos de caráter literário, pertencentes às chamadas humanidades, aparecem textos de caráter científico, como trabalhos que se preocupam com aspectos biológicos das aves, ou com materiais da indústria química, por exemplo. Notícias sobre o clube de ciências e a preocupação com as instalações desta associação também aparecem no impresso.

55 Notícias sobre a Escola Normal, depois Instituto de Educação Sud Mennucci, foram publicadas nos jornais

locais de grande circulação da cidade de Piracicaba. Jornais como O Diário de Piracicaba, Jornal de Piracicaba e Gazeta de Piracicaba publicaram – entre as décadas de 1940 e 1950 – muitos textos comemorativos do aniversário da instituição. Muitas homenagens eram prestadas ao educandário. Importante constatar que esta “imprensa maior”, como já foi ressaltado em outros pontos da pesquisa, também contribuiu para a construção da memória coletiva de excelência da instituição.

56 As semanas euclidianas acontecem até hoje em Santa Cruz do Rio Pardo, cidade onde Euclides da Cunha

nasceu. Neste evento, alunos das escolas públicas e intelectuais brasileiros publicam textos referentes ao autor e a sua obra, Os Sertões. O componente nacionalista republicano aparece nos textos.

Todos os exemplares apresentam reproduções de obras de poetas e literatos brasileiros, com ênfase na literatura nacional. No exemplar de número um, por exemplo, aparece um poema de José Marques Casimiro de Abreu, reproduzido no impresso, denominado “Saudade”. No exemplar de número três, aparecem referências à biografia de Machado de Assis e versos de autoria de Augusto dos Anjos. Poetas da Academia Mineira de Letras aparecem entre as leituras dos alunos, como Djalma de Andrade, com a poesia “Brasil”.

Em outro ponto, tratando das questões do português, no exemplar de número quatro, os alunos se manifestam em relação ao que chamam de Descaso (“incúria”) com as coisas da língua dentro do Instituto de Educação. Segundo o texto, os alunos escrevem mal e falam ainda pior, devido à chamada “moleza interiorana”. Para o grupo de alunos que publicava no jornal, era necessário que o ensino do idioma fosse colocado em prática todos os dias da semana. Neste sentido, pedem aos alunos da escola que se importem mais com o estudo do português, para aplicá-lo no cotidiano com mais cuidado. Sobre a forma de falar dos alunos, o texto ressalta:

É de arrepiar os pelos e ferir os tímpanos esse português sacrificado, deturpado, estraçalhado, falado pela maioria dos alunos, num visível atestado de incúria. Uns, por ignorância, de fato; a maioria, por saber e não aplicar; todos, por incúria. Vergonhoso! Sabem como é: dando pro gasto tá bom...

E os alunos continuam o texto, afirmando que os educandos tinham por obrigação “se expressarem num português bom, firme, quer em exames, quer nas bobas conversas de banco de jardim”. De acordo com o texto, a iniciativa e preocupação com o estudo do Português se justificavam pela inclusão da disciplina nas provas de vestibular, o que antes não era requerido57.

No exemplar de número nove, novamente aparece um texto no qual o aluno Aléssio Françoso defende o direito dos estudantes de “falar difícil”. Segundo o aluno, ocorria nos meios estudantis uma tendência em se criticar um colega quando aquele empregava uma palavra dita “difícil”, sendo este comportamento para o aluno uma prova que atestava a estupidez e ignorância daquele outro. Continua citando um fato como exemplo, em que um

57 Aqui é necessário perceber que o falar do piracicabano é, até hoje, uma característica regional da cidade, em

que o puxar dos “erres” (R) já foi inclusive estudado por escritores da cidade. Um exemplo de uma obra que já foi citada no primeiro capítulo da dissertação é o Dicionário Caipiracicabano Arco, tarco, verva, de Cecílio Elias Netto. Foi possível verificar, neste ponto, a crítica dos alunos ao modo de falar do piracicabano.

aluno foi vaiado por empregar o vocábulo “perfeitamente”. Para o aluno, os que vaiaram na verdade não entenderam o significado da palavra empregada, e aconselha:

Penso que tais estudantes deveriam agir de outra maneira. Carregar, no bolso, um dicionário portátil e quando um colega sair com um vocábulo “difícil” não vaiar, mais sim, se não entender, procurar às escondidas o significado do mesmo no dicionário para não ficar em situação de inferioridade perante os colegas. Há muitos, que tem a simplicidade de dizer que tem “vergonha” de falar corretamente, mostrar que sabem alguma coisa. Como é que num dia de exame ou sabatina não tem “vergonha” de mostrar o que sabem? Ora, isso significa que só lhes interessa passarem, serem aprovados, naquela hora. E o resto do ano? Passarem por ignorantes, caindo das nuvens, quando ouvem o chamado “falar difícil”.

Por outro lado, no exemplar de número três, o aluno Sebastião de Almeida Mendonça, escreve a coluna “Quero escrever”, na qual desabafa contra as imposições das normas de estilo na língua portuguesa. Para o aluno, o “estilo” tira a espontaneidade da escrita:

Quero escrever simples e gostoso. Quero ouvir os outros lerem o que escrevo. Porém as normas de estilo, as normas de tudo, as normas de sentimento também, não me permitem fazê-lo. Logo não posso escrever. Se eu fizer isso os outros me criticam.

Um texto, publicado no exemplar de número seis, discorre sobre o latim e a ciência na escola. O professor Benedito Antônio Cotrim discorre, em uma coluna na primeira página do impresso, sobre o estudo do latim no currículo do ginasial. Não é contra o estudo da língua na escola, como pregam os “antilatinistas”. Entretanto, faz uma crítica à forma como o mesmo era ensinado nos cursos ginasiais:

O que há de errado no caso é o modo como é encarado o assunto de Latim, cujo método até hoje é o da decoração, um empanturrar de declinações e conjunções. Um Latim, cadáver de vários entes, já desaparecidos, como Cícero, Ovídio, César e outros. Falta no estudo de Latim, Lógica e muita ciência, que os nossos anti-latinistas, também não conseguem incutir pro espírito da meninada. A História, a Geografia, a Matemática, as Ciências Naturais, as demais línguas são pontos de apoio para o professor de Latim conseguir despertar o interesse dos alunos pelo conhecimento dos textos e interpretação judiciosa dos mesmos.

Segundo o aluno, o Latim não deveria ser abolido do currículo do ginasial. Entretanto, a maneira de ensiná-lo é que deveria ser reavaliada para avivar o interesse dos alunos pelo estudo da língua. Neste sentido, é possível verificar em que medida os alunos e também os professores se interessavam e discutiam sobre o que e de que maneira era ensinado na instituição. No fim do texto, o professor propõe a utilização do “método globalizador e de projetos”, no sentido de se ter uma visão de conjunto e um lado objetivo do ensino. Ressalta que “as experiências de Decrolix e de Dewey” podem ser aplicadas baseando-se nesta nova maneira de ensinar o latim. Aqui é necessário ressaltar que para esses alunos, os novos métodos da escola nova circulavam pelo espaço do Instituto, mas não eram colocados em prática pelos professores.

Neste ponto é visível uma espécie de tensão entre o grupo de alunos que escrevia e compunha a organização do impresso, visto que, nos primeiros textos ocorre a defesa do falar correto ou “difícil” por parte dos alunos do educandário. Já nos outros textos, seja na explanação do aluno Sebastião de Almeida Mendonça sobre as normas de escrita, ou na discussão do professor Benedito Almeida Cotrim sobre a forma de ensinar latim por parte dos professores, são demonstrados pontos de tensão entre as ideias dos diferentes alunos que escreviam no impresso O Sud Mennucci.

As referências a Euclides da Cunha e às semanas euclidianas aparecem em alguns exemplares do Jornal O Sud Mennucci, como no exemplar de número quatro, no qual, inclusive, os alunos publicam textos sobre o autor, sua obra e a perspectiva nacionalista de formação do “mestiço”, presente na mesma. O aluno Diogo Gil, em Crônicas do Templo, discorre sobre a participação dos alunos nas “festas euclidianas” e os objetivos das mesmas:

As festas euclidianas – merecida homenagem a Euclides da Cunha, através de “Os Sertões” – abrangem toda uma semana de agosto, de 9 a 15, compondo-se de palestras radiofônicas, onde se destacam figuras de pêso; debates entre estudantes de Faculdades de Direito do país; jogos; a Maratona; exposições no Salão de Belas Artes, de flores e outras vibrantes manifestações. Um colosso! Tudo em volta de “Os Sertões”. Os ornamentos, os programas de rua, o jornal – “Os Sertões”!

Interessante notar que na mesma página deste exemplar aparece uma coluna escrita por Irineu Volpato, aluno do curso pré-normal, intitulada “Euclydes da Cunha em prismas”. Neste texto, o aluno discorre sobre aspectos da obra Os Sertões, como as características do

sertanejo mestiço, que, vivendo no meio tropical, teve sua capacidade intelectual diminuída. O aluno saúda o escritor, relembrando no texto alguns pontos importantes de sua obra:

Adiantemos ao Euclydes perscrutando a sociologia nossa, a etnografia da nossa raça, amalgamada em outras três diversas, onde forçosamente entravam as mais discordantes raças, diversos pensares e tradições opostas. Euclydes temendo a incapacidade do mestiço, para progredir dentro dos padrões da nossa época e do meio físico tropical – “quase tão hostil ao mestiço e ao indígena quanto ao branco, pela copiosa exuberância da vida vegetal” – contra os caucheiros – “À Margem de História”.

O aluno apresenta a visão determinista de Euclides da Cunha sobre a formação do caráter do povo brasileiro. Obra produzida durante a República, em sua segunda parte, “O Homem”, expõe a origem do “jagunço”, do sertanejo, que tem como fato determinante do seu caráter o ser tipificado como mestiço, e o estar sujeito a viver num meio hostil. A caracterização da obra Os Sertões, por parte de um aluno do curso pré-normal, mostra, de certa maneira, que nesta instituição os alunos liam essa obra dentro do currículo proposto.

Referências às atividades do chamado Centro de Estudos de História estão presentes no jornal O Sud Mennucci – organizado pelos alunos do Instituto de Educação e coordenado pela então professora de História dos alunos organizadores do impresso, Maria Celestina Mendes Torres – e mostram um direcionamento do currículo para o ensino clássico, para as chamadas humanidades. Já no primeiro exemplar, surgem referências ao centro de estudos e sua finalidade, que, segundo os organizadores do impresso, “teria por fim despertar o interesse pelos estudos de História tem em vista principalmente realizar na medida do possível pesquisas sobre Piracicaba”.

As mesmas páginas em que os alunos valorizavam o currículo baseado nas humanidades, também exibem textos que se direcionam para o currículo do ensino científico. Alunos que escreviam no jornal faziam parte destes cursos e se manifestavam por meio do jornal escolar.

Neste ponto, aparece a preocupação dos alunos com a formação de caráter científico. Ao mesmo tempo em que a cultura clássica, humanística, aparece nos discursos e nos textos publicados no impresso, a valorização da cultura científica aparece em forma de práticas escolares no jornal escolar.

Referências à formação de um Clube de Ciências aparecem em um texto contido no segundo exemplar, quando o aluno Vicente Frasson escreve uma coluna na primeira página do impresso intitulada “Reflexões sobre o Clube de Ciências”. Inicia sua explanação ressaltando que para que ocorra o ensino racional da zoologia, da botânica e de qualquer outra ciência que estudasse a natureza, seria necessário haver material pedagógico específico. Neste sentido, o aluno denuncia a falta de material pedagógico para experimentos nas escolas secundárias, inclusive no Instituto de Educação. Segundo Vicente, a formação do Clube de Ciências viria sanar essas deficiências do ensino:

Refiro-me ao “CLUBE DE CIÊNCIAS” situado à rua Ipiranga nº 1424 que nascido do idealismo e trabalhos de seu fundador Moacyr Diniz, catedrático de ciências naturais da Escola Normal “SUD MENNUCCI” e Colégio Estadual de Piracicaba, vem prestando reais serviços à classe estudantil de nossa cidade, recebendo elogios de todos quantos o visitam e servindo mesmo de modelo para a instalação de outros centros de estudo com essa mesma finalidade, em diversos pontos do país. Quando vemos o papel preponderante desempenhado pela ciência no mundo atual, temos fundados motivos para nos ufanarmos, como estudantes piracicabanos, de termos entre nós uma instituição sem fins lucrativos, contribuindo decisivamente à cultura científica em nossa terra pelo real interesse que nos tem despertado.

A reflexão feita pelo aluno Vicente Frasson apresenta uma denúncia em relação às condições materiais das escolas secundárias à época da publicação do impresso, e mostra a articulação que foi feita entre os alunos do curso científico da instituição para que o “estudo das ciências” pudesse ser viabilizado. Fundado pelo professor dos alunos, Moacyr Diniz58, o

Clube de Ciências, segundo o aluno, funcionava em um espaço extraescolar, e, segundo o aluno, servia à época de modelo para outros centros de estudo. Por fim, o aluno fala sobre a “importância da ciência no mundo atual”, onde a cultura científica passou a despertar interesse.

No exemplar de número três, “o valor da química na indústria têxtil” é o assunto de uma coluna no impresso. Neste texto, o aluno discorre sobre a importância da química na fabricação de tecidos. Ressalta que o trabalho mecânico das fibras em sua produção necessita da colaboração dos processos químicos para se apresentar ao comércio. A “parte físico- química” e suas várias operações são consideradas para que se obtenham diferentes tecidos.

58 Este sujeito já apareceu no primeiro capítulo da presente dissertação. Articulou, junto com o deputado

piracicabano Valentim Amaral, a transformação da Escola Normal Sud Mennucci em Instituto de Educação, mais precisamente em agosto de 1953.

Ao lado desta coluna descrita, no mesmo exemplar, são apresentadas algumas “curiosidades científicas”, em que o aluno Otávio Zaidan fala a respeito das unidades de comprimento, refere-se ao peso do átomo, discorre sobre o dia mais comprido e também sobre “o maior e o menor mamífero existente”. As curiosidades apontam para aspectos do currículo que era ensinado na instituição, baseado também em uma cultura de caráter científico.

As práticas escolares dos alunos do Instituto de Educação Sud Mennucci expressas nos