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ENQUADRAMENTO CONCEITUAL

No documento Revista (páginas 130-132)

PROFILING: UM ESTUDO SOBRE A HISTÓRIA E A ATUAÇÃO DO PERITO CRIMINAL

3. ENQUADRAMENTO CONCEITUAL

3.1. Conceito e Importância do Profiling

O Profiling é considerado uma das subcategorias das técnicas que são utilizadas na investigação criminal, a qual relaciona personalidade e comportamento criminal, essas são usadas por psicólogos forenses ao mesmo tempo que continuam a ser desenvolvidas para o entendimento do crime e do criminoso, atribuindo assim, conceitos da Psicologia Forense nas investigações, porém, ainda é uma técnica considerada por muitos como uma técnica de dedução não baseada em conceitos científicos. Entretanto, o profiling utiliza de várias áreas além da criminologia e psicologia, como a psiquiatria, antropologia, biologia, física, medicina e sociologia por exemplo, utilizando também das várias outras ciências necessárias a investigação (WRIGHTSMAN, 2001; CORREIA, LUCAS & LAMIA, 2007; MAIA et al., 2014; SPITZER, 2002. apud, CORREIA; LUCAS; LAMIA, 2007; DÍAS, 2017). Desta forma, o profiling existe em vários outros campos, não sendo de uso exclusivo da criminal, mas também em outras áreas com nomenclatura específica como o profiling racial, por exemplo, que surgiu mediante a prática discriminatória com negros por parte da polícia que costumava usar de força maior e enquadramentos mais constante que a necessária (FONSECA, 2013). Consiste assim, como uma forma de predição da imagem psicossocial de um determinado indivíduo, de forma rigorosa, usufruindo de informações coletadas durante a cena de crime e a partir disto, fornecer dados específicos de potenciais criminosos (WRIGHTSMAN, 2001; MONTET, 2002 apud MAIA et al., 2014).

Segundo Garrido (2012) conforme citado por Díaz (2017), o perfil criminal (criminal profiling) ou o profiling pode ser considerado como uma disciplina da ciência forense, sendo assim, essa se preocupa com a verificação dos vestígios do comportamento durante a cena de crime, seu objetivo é a promoção de dados importantes que possam ser utilizados de forma útil pela polícia durante as investigações, podendo levar a captura do criminoso que até o momento seria desconhecido.

Intento elaborado de proporcionar a os equipos de investigación, información específica en torno al tipo de individuo que ha cometido un

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cierto crimen, es una estimación que en esa tarea el experto ha de emplear los conocimientos que se derivan de la ciencia de la Criminología (Garrido Genovés, a investigación criminal, 2008). 21

Maia et al. (2014) citam Ainsworth (2014), que amplia os conhecimentos sobre os perfis, os colocando como uma técnica de estruturação da análise de um criminoso cujo o objetivo é responder três questões essenciais, sendo elas: 1) o que ocorreu na cena do crime; 2) quais as razões que levaram ao crime; e 3) qual o tipo de indivíduo que o cometeu. Os autores ainda citam Costa (2012), que elucida o valor de realizar um perfil psico-criminal coerente, se utilizando de interpretações de atos e exames de todas as pistas coletadas no local do crime. O objetivo da interpretação é determinar, de forma concreta, os suspeitos em potencial. Por isso, o foco dos estudos está na decodificação do pensamento infrator por meio de analises comportamentais, com intenção de analisar atos violentos se atentando as diversas variáveis como motivação, uso de um tipo especifico de arma e as provas físicas que foram encontradas no local do crime.

O profiling se aplica a qualquer situação onde há uma infração cometida por um sujeito, porém, não se deve pensar que o campo de atuação se limite apenas a crimes extremos (MONTET, 2002 apud MAIA et al., 2014). Assume-se que geralmente o profiling pode ser aplicado em outros casos, como homicídios, violações sendo elas em série ou não, tentativas de homicídios, atos sádicos, cruéis ou perversos, torturas, entre outros (MAIA et al, 2014).

O perfil criminal não é a única forma totalmente eficaz para se chegar do crime, mas a importância de se traçar um perfil não deve ser descartada, pois ele pode ajudar na solução do crime, sendo parte importante das investigações. Ele não levará apenas a um único suspeito, servirá como parâmetro para exclusão de suspeitos sem potencial, restando apenas os possíveis suspeitos. O objetivo não é a solução do crime, mas que a técnica seja uma importante ferramenta para a investigação ou até mesmo evitar a eventual atuação de outros criminosos (MAIA et al, 2014). Para Casoy (2002) conforme citado por Maia et al. (2014), realizar um perfil objetivo é possível a partir de dois conceitos que devem ser levados em consideração pelos investigadores e criminalistas, antes de tentar compreender os

21 Tradução própria: É uma tentativa elaborada de proporcionar as equipes de investigação, informações especificas sobre o tipo de indivíduo que tenha cometido um certo crime, uma estimativa que nessa área o perito deve utilizar seus conhecimentos acerca da ciência da Criminologia.

129 pensamentos de um serial killler, sendo eles: na maioria das vezes, o criminoso, antes mesmo de cometer o crime, fantasia sobre o mesmo diversas vezes satisfazendo assim, seus desejos ou necessidades relacionadas ao ato que deseja cometer. E a partir destes conceitos, o investigador ou criminalista poderá predizer os desejos ou necessidades do criminoso através dos dados coletados sobre seu comportamento na cena do crime.

No geral, a definição do perfil criminal se dá pela inter-relação entre provas físicas e psicológicas, sendo uma ferramenta utilizada para estreitar o foco dos suspeitos em estudos (WHITE, LESTER, GENTILE & ROSENBLEETH, 2011 apud MAIA et al., 2014). Com isso se entende que ao ponto de vista forense a maior parte dos assassinos em séries são psicopatas e/ou sádicos sexuais, ou possuem um transtorno de personalidade antissocial, dependendo de como ocorreu o homicídio e do ato cometido contra a vítima que após investigações posteriores, refletirá o perfil do criminoso (MAIA et al., 2014).

No documento Revista (páginas 130-132)