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O gerenciamento do estresse como fator benéfico ao trabalho

No documento Revista (páginas 106-113)

O ESTRESSE ORGANIZACIONAL: PERSPECTIVAS AMBIENTAIS E GERENCIAIS

2.3. O gerenciamento do estresse como fator benéfico ao trabalho

O estresse é um fenômeno de tal importância para o funcionamento fisiológico e psíquico que é capaz de interferir sobre a produtividade do ser humano, é o que Lipp e Malagris (2001) delimita como uma correlação positiva e negativa do estresse sobre o desempenho do indivíduo, a princípio a correlação é positiva enquanto o estresse se torna relevante, acentuado, dando resultados favoráveis a produtividade, ou aumentando e fazendo até mesmo que a criatividade seja sofisticada, assim, a pessoa é capaz de gerar novas ideias, no entanto, quando o estresse é excessivo, a queda da produtividade é inevitável, consequentemente, o indivíduo perde completamente sua criatividade e produtividade.

O que faz o estresse ocupacional se agravar é quando o indivíduo tem consciência de poucas possibilidades, se defrontando com autonomia e falta de controle, o que significa dizer que uma nova situação sempre exigirá recursos externos do indivíduo, e isso depende muito de suas crenças e expectativas (BENKE; CARVALHO, s.d).

Mediante a realidade do estresse no trabalho, o gerenciamento do estresse tem surtido efeitos positivos uma vez que ensina os trabalhadores sobre a natureza do seu estresse, o que está produzindo o mesmo, os efeitos dos estressores sobre a saúde e principalmente o que fazer para reduzir esse quadro.

104 Charlesworth e Nathan (2013) falam do gerenciamento de tempo e dos exercícios de relaxamento, sendo que o treinamento em gestão do estresse tem como finalidade reduzir em tempo curto e os sintomas mais causados pelo estresse como, por exemplo, a ansiedade e distúrbios do sono, contribuindo simultaneamente para organização, por ser um investimento prático e fácil de ser inserido.

A princípio as relações sempre foram um meio propício para o desenvolvimento de estresse de modo que Milkovich e Boudreau (2000) desenvolveu um programa em prol das relações dos trabalhadores incluindo cinco componentes norteadores do seu programa, sendo o primeiro que privilegia a comunicação como fator preponderante das relações, mestrados pela solicitação de sugestões e opiniões sobre os assuntos de trabalho de forma que as comunicações se configuram no companheirismo; em um segundo momento, o autor assinala a cooperação como uma forma de compartilhamento, visto que a organização depende deste processo para cumprir com as suas funções; em terceiro lugar, se admite a proteção, considerando que um trabalho é um espaço que se deve contemplar o bem-estar dos funcionários, segurança e as relações saudáveis devendo ser alimentadas, visto que as retaliações ou perseguições são tidas como aspectos desproporcionais ao local de trabalho. Por conseguinte, o componente da assistência se diz respeito à organização, corresponder às necessidades de cada funcionário para que os mesmos possam sentir apoiados e, por último, a disciplina e o conflito enfatizando a clareza das regras (CHIAVENATO, 2010).

Quanto para os problemas ambientais, Chiavenato (2010) assinala que assim como a definição casual de saúde que foi apontada pela Organização Mundial de Saúde também se aplica ao contexto da organização, pois o trabalho inclui riscos físicos e de natureza biológica e química o que implica em condições favoráveis para o estado físico e mental e social do indivíduo que trabalha, sendo assim Chiavenato (2010) adverte sobre a saúde ocupacional e vinculada à assistência médica preventiva que se intitula na Lei nº 24 de 12 a 14 outubro de 1994, que compõe a exigência de exames médicos admissionais, entre outros exames que se diz respeito à mudança de função, transferência e de desligamento. Ademais, o autor prioriza o programa de Medicina Ocupacional, pois o mesmo enfatiza ações preventivas e promocionais da saúde, incluindo palestras, mapeamento de riscos ambientais, relatórios em períodos determinados de tempo, relatando a condição do

105 indivíduo, exames clínicos, avaliações e outros exames complementares sempre visando a qualidade do contexto em que o indivíduo está inserido e principalmente a sua vida.

Como ressaltado anteriormente, os fatores estressores se desdobram sobre a complexidade da demanda, que também tem se tornado um fator propenso ao estresse de modo que Chiavenato (2010) traz um recurso que pode ser aliado contra este fator, sendo denominado de indicadores de desempenho que se constitui na avaliação dos resultados obtidos, o que pode configurar um estímulo para mostrar aos funcionários seus desempenhos, mesmo que insatisfatórios, a pontuar de possibilidade aonde a mudança pode acontecer, é a principal a contribuição de um bom desempenho para a empresa. Uma vez que os indicadores de desempenho agregam valores ao negócio, atua sobre as necessidades dos colaboradores, além de indagar a organização sobre o papel em que a gestão de pessoas está executando.

O gerenciamento de estresse traz resultados positivos, visto que os fatores geradores do estresse estão condicionados ao ambiente de trabalho, significando que uma alteração no sistema organizacional pode ser preciso em conjunto com a identificação dos fatores de estresse, como os conflitos gerados pela expectativa demasiada e carga horária excessiva.

No mais tocante, o estresse não é somente negativo, ele pode ser positivo quando é provocado pelo calor do momento devido a felicidade exacerbada, o entusiasmo e os desafios que o ser humano pode enfrentar em seu cotidiano em busca de alcançar o que tanto almeja. De acordo com Benke e Carvalho (s.d) os estressores ocupacionais são intimamente associado a sobrecargas de trabalho que devem serer atingidas a curto prazo, que são por sua vez, mediadas pela interrupção, autoridade, autonomia e a falta de visão de futuro quanto aos funcionários e ao seu convívio o que resulta em pessoas insatisfeitas com seu trabalho. Para que essa problemática não venha se concretizar é preciso que o indivíduo tenha uma certa cognição flexível frente a situações, pois a resposta que o indivíduo tem é muito importante, pois o fator de estresse organizacional pode não ser visto como estressante para pessoa (PASCHOAL; TAMAYO 2006 apud BENKE; CARVALHO s.d)

106 com o fato do que se pode designar fator estressante na organização, pois nos leva a indagar e levar em consideração a percepção do indivíduo frente às diversas situações existente dentro de uma empresa. Este autor citou o exemplo do excesso de trabalho, que pode ser encarado pelo trabalhador como uma questão positiva e estimulante (BENKE, CARVALHO, s.d).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O homem trabalha desde princípio, sendo que ação de desempenhar um papel está nas raízes do ser humano, que construiu seus meios de sobrevivência se desdobrando como um produtor no contexto em que é inserido. Portanto, o trabalho é voltado para o homem em um primeiro momento, em prol de sua sobrevivência, passando a se tornar algo que faz parte do ser humano edificando-o e fazendo com que se sinta útil.

Considera-se válido que as empresas vêm enfrentando um processo de transformação contínuo, em que é convertido o trabalho do homem em padrões que causam insatisfação e mau aproveitamento dos recursos disponíveis.

Valendo-se dos principais estressores elencados no trabalho, os mesmos competem a dinâmica da organização, como falta de controle das tarefas que é um aspecto no qual é apresentado no meio organizacional em virtude da demanda exercida, a ausência de auxílio por parte dos integrantes da equipe é um peso significativo, pois se diz respeito a comunidade em que se é construída no trabalho, visto que o mesmo é um meio social, enquanto a vivência de diversos fatores estressores em consonância com as atividade do trabalho tende a ser uma carga negativa pois o indivíduo. A pressão exercida sob o trabalhador corresponde à introdução de um autoritarismo que acaba por fundir as capacidades do indivíduo e o esgotando. Os prazos que são determinados se vincula de certo modo a incompatibilidade do que a habilidade humana pode conferir, desdobrando do fato do ser humano sempre vincular as suas capacidades adaptadas, já a falta de segurança no serviço adere um forte estressor, pois o indivíduo trabalha temendo a todo momento um corte. Com efeito a responsabilidade também se torna estressante quando a mesma deixa de ser um critério para se tornar excessiva e permeada de representações legais, no entanto fatores de cunho ambiental

107 transforma o ambiente penoso e inadequado para o indivíduo pois não comporta condições reconfortantes para acolher pessoas, enquanto a reunião de diversas demandas acrescenta a sobrecarga e a sensação de que não se dará conta.

Contudo, a esfera do estresse, e seu dinamismo que já recebe uma carga negativa do meio, dependem da funcionalidade de cada indivíduo para o processamento dos estressores.

Fica claro que os estressores são fatores que influenciam na saúde e no desempenhar das funções do trabalho, que podem ser minimizadas e trabalhadas com o acolhimento, escuta ativa das demandas, aprimoramentos do clima organizacional, manejo das posições em que se ocupam visando melhor relacionamento, atividades relaxantes no trabalho, com a respiração e movimentos corporais, revisão do estabelecimento da organização enquanto contingente humano que carrega potencialidade e conflitos que merecem serem mobilizados.

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O TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL NA TEORIA

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