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Estresse e Ambiente de Trabalho

No documento Revista (páginas 103-106)

O ESTRESSE ORGANIZACIONAL: PERSPECTIVAS AMBIENTAIS E GERENCIAIS

2.2. Estresse e Ambiente de Trabalho

De acordo com Veloso (2018) o indivíduo é fruto de uma construção simbólica em que todo o contexto em que foi criado, assim como os valores e perspectivas são fundamentadas de significados que foram construídos ao longo da história o que implica ativamente na estrutura social em que se funde o relacionamento, pois junta- se a identificação individual em que o sujeito tem sua própria cultura com a relação a ser estabelecida em uma organização cuja sua essência se pauta de outras concepções

O trabalho em si não é tido somente como uma fonte que causa bem estar no homem tem o seu outro lado que indica a geração do mal estar sendo este mal-estar de caráter ocupacional ligado aos efeitos das condições em que o profissional realiza o seu trabalho sendo entendido como uma consequência do que hoje conhecemos como estresse profissional e se desdobrando sobre outros aspectos relacionados à insatisfação, ao esgotamento, a ansiedade, a depressão e o desejo de deixar o serviço (MURCHO, JESUS 2014).

Kroemer e Grandjean (2005) apontam para oito condições nos quais causam o estresse no ambiente de trabalho: A falta de controle das determinações que envolvem o núcleo de trabalho, que são tidas como fator geracional para o estresse, uma vez que o indivíduo que se beneficia deste cargo participa ativamente de sua própria rotina, da dinâmica de tempo e principalmente do monitoramento do trabalho; A assistência advinda dos colegas de trabalho assim como dos supervisores contribui para a minimização de outros estressores presente no ambiente de trabalho, no entanto a falta desse auxilio consiste em uma condição que ocasiona o estresse; A vivencia da junção de estressores, da carga pesada de trabalho, dos acontecimentos atribuídos à funcionalidade do trabalho se torna penoso e refletidos na carreira do indivíduo provocando um sofrimento; Os prazos impostos caracterizam como estressores, visto que a demanda de atividades, as exigências de caráter a aprimorar o desempenho se vincula a um leque de determinações imediatas; A estabilidade do emprego contempla a segurança, o indivíduo se sente útil e desprovido do sentimento de não ser necessário, é preciso que as organizações se pautam em colocar os funcionários em ocupações em que

101 desempenhem suas habilidades usufruindo de capacidades que podem servirem a longo prazo. De modo que a falta de segurança assegura mais um fator estressor; o excesso de responsabilidade é capaz de ofuscar o humano do indivíduo, que atuando no cargo em que lhe foi destinado acaba por responder por muitas vidas e as condições de bem-estar sendo a causa para o desenvolvimento de ulceras e problemas de hipertensão; Problemas ambientais que interferem no trabalho como ruídos exagerados, espaços pequenos e clima organizacional marcado por divergências; reunir diversas demandas pode causar sobrecarga assim como ao contrario causa o impacto de incompetência, o que confere que a complexidade é um fenômeno caracterizado pelas diferentes demandas, há trabalho que não comporta a complexidade se tornando monótono causando insatisfação, enquanto o excesso causa desconforto com as próprias capacidades.

McShane e Glinow (2014) nos traz três fatores extremamente importantes e por vezes jamais pensados que poderiam se transformar em causadores de estresse sendo eles: assédio moral, assédio sexual e sobrecarga de trabalho. O primeiro se destaca pela competição acirrada mesclada pelos inconvenientes comentários verbais, atitudes discriminatórias que afetam a estabilidade psicológica do indivíduo. Atualmente os americanos advertem sofrerem assédio em seus empregos pelo menos uma vez por semana, visto que a população hoje se concentra mais indelicada do que há 20 anos. Vemos que esse fenômeno ocorre em todo mundo, o governo do Canadá aprovou a legislação contra o assédio no trabalho recebendo 2.500 indivíduos apresentando suas experiências.

Enquanto o assédio sexual acontece por meio da subordinação de relações sexuais em prol de recompensas, ou quando o indivíduo recebe violação de sua imagem na qual é divulgada, constituindo assim um ambiente hostil. A sobrecarga de trabalho se diz respeito ao advento da tecnologia e da globalização que acabou por estender as horas de trabalho, em virtude da caixa de e-mail, a estratégias de marketing e até mesmo pelo próprio desejo do trabalhador em ter mais acaba por aumentar seus honorários. (MCSHANE; GLINOW, 2014).

Outra causa do estresse é o chamado esgotamento, que é uma consequência a nível particular, mas que se distribui a esfera emocional diminuindo os sentimentos de realização pessoal se caracterizando primeiramente pela falta de ânimo perpetuada e pela sensação de que os respaldos emocionais foram esgotados, em

102 seguida o indivíduo é atingido pela despersonalização, o trabalhador passa agir como uma máquina frente às normas e burocracias estendidas pela empresa, tendendo a tratar os clientes de forma superficial. Contudo, o indivíduo chega à fase final, sofrendo pela perda da confiança em suas habilidades pessoais desenvolvendo assim a desesperança e desacreditando em seu potencial (MCSHANE; GLINOW 2014).

As principais consequências geradas pelo estresse no trabalho se dizem respeito a uma esfera representada pela insatisfação no trabalho o que é uma consequência do estresse organizacional. De modo que esta insatisfação proporciona quatro tipos de consequências sendo a primeira delas a demissão ou o afastamento do próprio indivíduo frente a situações nas quais não vê saída, em segundo lugar, o indivíduo tende a opinar colocando o seu ponto de vista em prol de situações que não são cabíveis a sua opinião se constituindo como insatisfatória, em terceiro lugar, o comodismo, o funcionário espera que o problema no qual emerge se resolva por si só e, por último, acontece a negligência da qualidade do serviço decaindo o índice de desempenho, visto que o compromisso com a instituição acaba por ser abalado pois o vínculo emocional entre o trabalhador e a organização se torna mais burocrático e calculista em questões do retorno até mesmo financeiro e satisfatório para o indivíduo (MCSHANE; GLINOW 2014).

Umas das consequências mais calorosas que gera um impacto na produção é o baixo rendimento que é fortemente articulado com o manejo interno de suas habilidades, trabalhadores em contato com máquinas ficam mais estressados por sofrerem com a falta de controle, pois envolve um ritmo determinado por cronogramas, além de ser monitorado. A capacidade de energia a ser liberada em função dos maquinários por vezes não condiz com o que o indivíduo pode desempenhar (MCSHANE; GLINOW, 2014).

O grande problema dos riscos psicossociais é justamente a questão do apoio social, da família, de onde o trabalhador e todos nós vamos recarregar as nossas baterias, para no dia seguinte ou na semana seguinte, voltarmos ao trabalho. A falta desse apoio social por parte da família, de colegas e, principalmente, da empresa é fator de risco que temos de analisar (CAMARGO, 2014, p. 160).

O contexto em que o indivíduo está inserido é extremamente importante para seu desempenho no trabalho, pois é de lá que a sua vida se movimenta e

103 principalmente é a partir das relações interpessoais fora do trabalho que se acumula energia positivas ou negativas.

O trabalhador leva automaticamente os conteúdos mau elaborados de seu ambiente de convívio para o serviço, pois os conteúdos internos é fruto da percepção de mundo e do significado dado aos problemas que cerca o indivíduo. Isso aponta que o indivíduo não é um ser separado de seus problemas gerados pelas impressões internas, o mesmo o acompanha.

De qualquer modo o estresse afeta ativamente a prestação de mão de obra e a qualidade do serviço, sendo de suma importância o enfrentamento do estresse, pois minimiza os efeitos adversos sobre o bem-estar do trabalhador. O trabalho com o estresse envolve um amplo leque precauções sendo alguns deles alimentação, exercícios físicos, relaxamento, trabalho com as emoções e qualidade de vida (PRADO, 2015.).

No documento Revista (páginas 103-106)