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Como estamos direcionando nosso estudo para as práticas de ensino de História no Ensino Médio noturno, nos ateremos a tratar desse segmento de ensino em sua estrutura atual e não nos lançaremos, aqui, a historicizar sobre ele em nosso país. Procuraremos também canalizar nossa discussão em relação às questões curriculares.

A obrigatoriedade do Estado de ofertar o Ensino Médio a todos os cidadãos foi determinada pela Constituição Federal de 1988, dado que, até então, essa etapa da educação básica, destinada aos jovens de 15 a 17 anos, não era tida como obrigatória.

Quando pensamos o Ensino Médio regular na atualidade, do ponto de vista legislativo, sabemos que ele tem sua principal base na Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), também conhecida como LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) que, por sua vez, sofreu alterações advindas da Lei nº13.415, de 201753 (Lei da Reforma do Ensino Médio). A própria denominação de Ensino Médio para a última etapa da educação básica só surge a partir da LDBEN, que também é a responsável direta por toda legislação complementar posterior, referente à educação básica.

Conforme destaca Saviani (2003), se nos furtarmos a considerações de ordem geral referentes à LDB 9394/96, não poderíamos deixar de citar o fato de a mesma imprimir um padrão à educação nacional mais concatenado com as mudanças sociais, culturais, política e econômicas observadas a partir da globalização, ligadas, assim, à ideologia neoliberal54. Nesta lógica, a flexibilidade e a constante adaptação ao mercado devem ser a tônica do ensino. Para

53 Mesmo que esta lei já tenha sido publicada, a previsão para o início efetivo das mudanças nela previstas é

2019, dada a necessidade de aprovação da Base Curricular Comum para o Ensino Médio, por questões relacionadas a recursos financeiros.

54 O Neoliberalismo é uma corrente teórico-política originada após a II Guerra Mundial nos países capitalistas.

Este movimento prega o Estado mínimo, a ampla a liberdade do mercado, voltando-se, assim, contra a intervenção estatal na economia e na sociedade. Combate, também, abertamente a política de bem-estar social do Estado Keynesiano (welfare state) e defende o enfraquecimento dos movimentos sindicais que, em seu entender, dificultam as negociações diretas entre empregados e empregadores.

Saviani (2003), esta lei traz como herança negativa da Lei 5692/71 e a centralidade da avaliação no processo ensino-aprendizagem em todos os níveis de ensino.

Nessa perspectiva, conforme o art. 35, incisos de I a IV da LDBEM, as principais finalidades para o Ensino Médio seriam:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. (BRASIL, 1996, p. 24-25).

Conforme o exposto, observa-se a tentativa de tipificar, com mais clareza, as finalidades dessa etapa da educação básica, visando superar aquilo que estudiosos da Educação denominavam de crise de identidade. Muito se debatia acerca de qual deveria ser a função do Ensino Médio, dado a dualidade que pairava sobre o mesmo entre ser um ensino de cunho propedêutico (formação geral) ou a formação técnica (específica) visando o ingresso no mercado de trabalho. Segundo Kuenzer (2011), a LDB busca superar a visão propedêutica conteudista, mas não abandona a questão da educação profissional como uma possibilidade a ser obtida ainda no ensino médio.

Para a autora, pelo texto da lei supracitado, fica claro a preocupação de uma formação geral voltada para o exercício da cidadania, em que prevaleça “[...] o compromisso de educar o jovem para participar política e produtivamente do mundo das relações sociais concretas com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e da autonomia moral”. (KUENZER, 2011, p. 40). Já a Educação Profissional Técnica de Nível Médio foi colocada neste ordenamento jurídico como uma modalidade especifica, na qual o aluno pode realizá-la nas formas articulada e subsequente ao ensino Médio, podendo a primeira ser integrada ou concomitante a essa etapa da Educação Básica55.

55 A regulamentação vigente para esta modalidade ainda é a RESOLUÇÃO Nº 6, DE 20 DE SETEMBRO DE

2012 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, da Câmara de Educação Básica – CNE (Conselho Nacional de Educação). Destaca-se que com as alterações determinadas pela Lei nº 13.415, de 2017, o aluno terá um diploma do ensino médio e um certificado do ensino técnico dentro da carga horária regular, dado que a formação técnica e profissional compõe um dos cinco itinerários formativos - Três mil horas do ensino médio divididas em duas partes: 1.800 horas para os conteúdos das quatro áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza), e 1.200 para os itinerários formativos profissionais, onde cada escola poderá se aprofundar em uma ou mais áreas.

Do ponto de vista legislacional, podemos afirmar que houve significativos avanços em relação ao Ensino Médio. Todavia, a realidade desse segmento no Brasil está bem aquém dos níveis de excelência que se almeja atingir. Na introdução do texto das Diretrizes Curriculares Nacionais (2012), o Ministério da Educação reconhece que a estrutura, os conteúdos e as atuais condições do Ensino Médio brasileiro não atendem aos estudantes; seja na formação para o trabalho, seja para a prática da cidadania. Segundo o documento, a expansão na oferta e matrículas na etapa final da educação básica cresceu muito nos últimos 20 anos. Todavia, muitos ainda são os desafios e problemas a serem enfrentados, conforme apontado no quadro abaixo.

Quadro 2 – Diagnóstico do Ensino Médio apontado pelas DCNEM (2013)

Os sistemas de ensino passam a atender novos jovens com características diferenciadas da escola tradicionalmente organizada. Situação semelhante acontece com o aumento da demanda do Ensino Médio no campo, cujo atendimento induz a novos procedimentos no sentido de promover a permanência dos mesmos na escola, evitando a evasão e diminuindo as taxas de reprovação.

Apesar das ações desenvolvidas pelos governos estaduais e pelo Ministério da Educação, os sistemas de ensino ainda não alcançaram as mudanças necessárias para alterar a percepção de conhecimento do seu contexto educativo e ainda não estabeleceram um projeto organizativo que atenda às novas demandas que buscam o Ensino Médio. [...] milhões de jovens com mais de 18 anos e adultos não concluíram o Ensino Médio, configurando uma grande dívida da sociedade com esta população.

De acordo com o documento “Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE: uma análise das condições de vida da população brasileira” (IBGE, 2010), constata-se que a taxa de frequência bruta às escolas dos adolescentes de 15 a 17 anos é de 85,2%. Já a taxa de escolarização líquida dos mesmos adolescentes (de 15 a 17 anos) é de 50,9%. Isso significa dizer que metade dos adolescentes de 15 a 17 anos ainda não está matriculada no Ensino Médio. No Nordeste a taxa de escolaridade líquida é ainda inferior, ficando em 39,1%. A proporção de pessoas de 18 a 24 anos de idade, economicamente ativas, com mais de 11 anos de estudos é de 15,2% e a proporção de analfabetos nessa mesma amostra atinge a casa de 4,6%.

Especificamente em relação ao Ensino Médio, o número de estudantes da etapa é, atualmente, da ordem de 8,3 milhões. A taxa de aprovação no Ensino Médio brasileiro é de 72,6%, enquanto as taxas de reprovação e de abandono são, respectivamente, de 13,1% e de 14,3% (INEP, 2009). Observe-se que essas taxas diferem de região para região e entre as zonas urbana e rural. Há também uma diferença significativa entre as escolas privadas e públicas.

Os sistemas de ensino passam a atender novos jovens com características diferenciadas da escola tradicionalmente organizada. Situação semelhante acontece com o aumento da demanda do Ensino Médio no campo, cujo atendimento induz a novos procedimentos no sentido de promover a permanência dos mesmos na escola, evitando a evasão e diminuindo as taxas de reprovação.

Silva (2014) destaca que, desde fins da década de 1990, verifica-se tentativas de mudança visando a melhoria da qualidade dessa etapa de ensino. Todavia, ele ressalta que não se pode esquecer que, nesse período, qualidade passou a ser associada predominantemente a índices estatísticos e os quesitos mais relacionados a ela são o aumento de matrículas e a redução de evasão e reprovação para o crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)56. Ressalta-se que nesse contexto, a formação humanística perdeu espaço e predomina uma lógica de resultados de cunho empresarial.

Um exemplo dessas ações de melhoria foi o Programa de Melhoria e Expansão do Médio (PROMED), criado em 1997, custeado a partir de acordos estabelecidos entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo brasileiro. O intitulado Projeto Escola Jovem também foi implantado por meio da Secretaria de Ensino Médio Tecnológico desse Ministério, tendo como foco promover a melhora da qualidade e a eficiência do Ensino Médio. Suas ações centrais foram: ampliar o acesso a essa etapa de ensino, por meio do aumento número de vagas, ampliar e construir novas escolas; criar programas de capacitação de professores e gestores educacionais, investir em equipamentos para laboratórios e bibliotecas e realizar obras de adaptação para facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência. Todavia, os investimentos ficaram muito aquém do necessário. Na continuidade das ações, seguiram a construção das propostas curriculares, Parâmetros Nacionais Curriculares, e as Diretrizes Curriculares Nacionais, documentos que analisaremos mais adiante, no item 5.1.

No âmbito da avaliação, uma outra referência foi a implantação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), instituído pela Portaria n.º 438, de 28 de maio de 1998. Ele objetiva ser um parâmetro quantificável para mediar a aprendizagem dos concludentes da etapa final da educação básica. Com o passar dos anos, além desta finalidade, ele se tornou também um articulador para o ingresso no ensino superior e para cursos profissionalizantes pós Ensino Médio, dado que o resultado obtido pelo aluno nesse exame é utilizado como processo de seleção.

Em relação ao financiamento do Ensino Médio não se pode esquecer da sua inclusão no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB)57, o que

56 O IDEB foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente

importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil, para escolas e municípios, e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), para os estados e para o País, realizados a cada dois anos. Fonte:

http://idebescola.inep.gov.br.

57 O FUNDEB entrou em vigência no ano de 2007 e se estenderá até o ano de 2020, substituindo o Fundo de

ocorreu com a criação da Lei n.º 11.494, de 2007. Este fundo contempla recursos para todas as etapas da educação básica, objetivando aumentar e distribuir melhor os recursos em todo país. Ele tem como base o número de alunos matriculados, com vistas ao atendimento e à melhoria do ensino ofertado, conforme aborda o Manual de Orientações da FUNDEB (BRASIL, 2008, p.7).

Silva (2014) acrescenta, ainda, que houve outras ações que merecem destaque nas tentativas de melhoria do Ensino Médio, tais como o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), em que são contemplados o Plano de Metas Compromisso de Todos pela Educação (PMCTE), criado pelo Decreto n.º 6.094/200728, a criação do Plano Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio, a Expansão de Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica/Programa Brasil Profissionalizado/Pronatec, dentre outros58.

Um outro programa que buscava melhorar a qualidade da última etapa da educação básica, e que se relaciona diretamente com a questão curricular, é o Programa Ensino Médio Inovador, implantado pelo MEC pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009. Concebendo o

Ensino Médio como não profissionalizante, ele lançou e estimulou debates entre professores,

técnicos e pesquisadores da educação, possibilitando a criação de uma organização curricular capaz de agregar uma formação tecnológica, cultural, científica e geral. Para isso, ele anunciava,

[...] apoiar as Secretarias Estaduais de Educação e do Distrito Federal no desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade do ensino médio não profissionalizante, com ênfase nos projetos pedagógicos que promovam a educação científica e humanística, a valorização da leitura, da cultura, o aprimoramento da relação teoria e prática, da utilização de novas tecnologias e o desenvolvimento de metodologias criativas e emancipadoras. (BRASIL, 2009, p. 52).

Silva (2014) destaca que, segundo esse programa, um currículo inovador deve ter como pressupostos a articulação de saberes-conhecimentos de forma interdisciplinar que último foi regulamentado pela Lei n.º 9.424, de 24 de dezembro de 1997, vigorou de 1998 até 2006 e se restringia apenas ao financiamento do Ensino Fundamental, contemplando os demais níveis e modalidades de ensino.

58 Silva (2014) cita como ações que visaram a melhoria do ensino médio, o Projeto de Lei n.º 7.569/200629, que

modifica as competências e a estrutura organizacional da fundação CAPES, o Brasil Profissionalizado, criado com o Decreto n.º 6.094, de 24 de abril de 200730, além do Fundeb/Repasses voluntários da União, por meio do Plano de Ação Articulado/Programa Dinheiro Direto na Escola; da Política Nacional de Formação, Planos Estratégicos Estaduais, Fóruns Estaduais, Plataforma Freire, Nova CAPES, Universidade Aberta do Brasil; Programa Nacional de Bibliotecas Escolares, criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o Programa de Inclusão Digital Banda Larga nas Escolas/Um Computador por Aluno; do Programa Atenção aos Alunos/Caminhos da Escola que focaliza os problemas relacionados ao transporte e alimentação escolar; Programa Mais Educação no Ensino Médio que objetiva a ampliação da permanência dos alunos na escola; do Programa Currículo em Movimento/Programa Ensino Médio Inovador/Atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2012).

foque o desenvolvimento de competências, práticas e valores nos educandos, de forma que os mesmos tenham condições de ocupar com dignidade seus espaços de direito no mundo do trabalho e na sociedade em que estão inseridos. Assim, “como política educacional, a intenção do programa foi incentivar as redes estaduais ao empreendimento de ações inovadoras para melhorar a qualidade da educação nessa etapa e torná-la mais atrativa, tendo como eixos centrais o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura” (SILVA, 2014, p. 94). Foi nessa perspectiva que foi criado o Currículo Base da Escola Estadual (CBEE) da rede de ensino do Estado do Espírito Santo, que tratamos com mais propriedade no item 5.2 - O Currículo Básico da Escola Estadual.

As inciativas acima pontuadas produziram melhorias, só que bem abaixo das expectativas. Segundo o MEC, chegamos ao ano de 2017 com o Ensino Médio muito distante dos níveis de qualidade desejados por educadores, pesquisadores, sociedade em geral e governo. Em maio de 2016, no calor dos debates da implantação da Reforma do Ensino Médio, o MEC, juntamente com Tribunal de Contas da União (TCU) e o Movimento Todos pela Educação59, apontou os seguintes problemas como urgentes a serem resolvidos nessa etapa final da educação básica.

Quadro 3 – Principais problemas do Ensino Médio na atualidade segundo o MEC

1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Como principais causas dessa situação são apontadas: 40,3% falta de interesse, 27,1% necessidade de trabalho e geração de renda, 21,7 % outros motivos e 10,9 % dificuldade de acesso à escola.

A evasão no ensino médio é de 17%.

O TCU apurou a falta de 32 mil professores nas escolas públicas de ensino médio em 2013 e um déficit de vagas em 475 municípios para os jovens de 15 a 17 anos.

O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado para medir a qualidade do aprendizado está estagnado desde 2011.

O investimento até 2010 era baixo. No Brasil a média por aluno era de U$$ 2.148 enquanto a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomendava U$$ 9.322.

Fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/educacao-e-cultura/516918-problemas-do-ensino- medio-incluem-desinteresse-do-aluno,-baixa-qualidade-e-falta-de-professores.html. Acesso em: 27 jun.2018.

Adaptado pelo autor.

59 De acordo com Silva (2008), foi um grupo criado em 2005 por intelectuais que se reuniram para refletir sobre

a realidade educacional brasileira na atual configuração do capitalismo. O grupo verificou que a baixa qualidade da educação brasileira vinha trazendo sérios problemas para a capacidade competitiva do país, comprometendo, também, o nível de coesão social dos cidadãos. O grupo concluiu que a “incapacidade” técnico-política dos governos na realização de políticas educacionais ao longo dos anos havia criado sérios problemas para os interesses do capital. Diante dessas constatações, os empresários criaram a Todos Pela Educação, com a missão de mudar o quadro educacional do país, principalmente no que se refere à qualidade da educação.

Não nos dedicaremos a discutir os problemas apresentados no quadro anterior, que também devem ser analisados com olhar crítico, uma vez que seus elaboradores foram os maiores interessados na reforma implantada. Sobre cada um dos problemas apresentados há vários fatores e conjunturas políticas a serem levadas em consideração. Citamos o quadro, pois ele aponta a falta de interesse como fator preponderante para o elevado número de alunos do Ensino Médio que estão fora da escola (40,3 %). Dentro de nossa pretensão de focar nesse item a questão curricular, ressaltamos que, segundo o Ministério da Educação, mesmo havendo avanços nas diretrizes oficiais (currículo prescrito), o Currículo Real atualmente praticado nas instituições de ensino, dotado de disciplinas e conteúdos que pouco se relacionam com a realidade dos alunos, continua tendo um cunho predominantemente enciclopédico e muito contribui para o desinteresse dos educandos.