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Sabe-se que o Brasil figura atualmente na posição de sétima maior economia do mundo, aferição colhida nos bancos de dados do Banco Mundial. A saber, sua população supera 200 milhões, pois é mais que esta totalidade, além de ser dotada de extensão territorial em torno de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o que o classifica como país de dimensões continentais.

Inserido no campo de desenvolvimento socioeconômico também estão as Instituições de Ensino Superior – IES, por se tratar de um sistema amplo, diversificado e em constante

mutação para melhor. Dessa forma, coube ao Ministério da Educação – MEC, o interesse em cada vez mais trabalhar em prol da melhoria e da qualidade da educação, para tanto ele se apresenta como órgão responsável pela regulamentação e fiscalização das IES em todo o território nacional.

A natureza jurídica do Ensino Superior no Brasil é de cunho público e privado. No que concerne à relevância de ações em educação, tem-se que o ensino público na educação superior adquiriu maior status que o privado, quando em comparação com os ensinos básico e médio. Nos anos 1960, viu-se que o Ensino Superior privado adquiriu maior parte das matrículas do país, ainda que o governo fosse severo quanto à fiscalização. A propósito, Pereira (2003, p. 25) dividiu a evolução do Ensino Superior no Brasil em quatro fases.

 Antes de 1930: Predomínio das instituições públicas.

 1930 até 1964: Consolidação e estabilidade no crescimento relativo do setor privado no sistema de Ensino Superior.

 1964 até 1980: Reforma do Ensino Superior e predominância do setor privado.  1980 até 1996: Aumento da oferta de vagas pelo setor privado, crescimento do

número de vagas não preenchidas e evasão.

De acordo com as orientações do Ministério da Educação – MEC, as Instituições de Ensino Superior brasileira se organizam assim:

- Públicas - federais estaduais e municipais.

- Privadas: comunitárias, confessional, filantrópicas e particulares.

As IES públicas assentam-se no poder público, em níveis federais, estaduais e municipais. Mas, as IES privadas, sustentam-se das mensalidades pagas pelos alunos. Há que se observar que algumas instituições também recebem auxílio financeiro de empresas privadas.

Até os anos de 1900, havia, no Brasil, menos de 24 escolas de Ensino Superior. Somente com a nova moldura legal disciplinada pela Constituição de 1891, vislumbrou-se acréscimo nessa perspectiva, pois a iniciativa privada criou seus próprios estabelecimentos de Ensino Superior. A princípio, eram escolas de iniciativa confessional católica ou de iniciativa de elites locais que buscavam proporcionar estabelecimentos de Ensino Superior.

Situando o Ensino Superior privado no Brasil, o seu cerne deu-se no período republicano, momento em que a Constituição de 1891 descentralizou o Ensino Superior, que era de exclusividade do poder central, atribuindo-o, então, aos governos estaduais, desencadeando a criação de instituições privadas. Interessante observar que, entre 1889 e

1918, um total de 56 Instituições de Ensino Superior, em sua maioria privadas, foram lançadas no País. Em regra, todas as IES, públicas e privadas, cobravam mensalidades e/ou taxas de matrícula de seus alunos, portanto, diferenciava-se do ensino público.

Contemporaneamente, o Ensino Superior brasileiro está regulamentado pela Lei de Diretrizes e Base da Educação de 1996 (LDB/1996) – Lei no 9.394/1996. Por igual, ocorre a

classificação das IES, em acordo com a sua organização acadêmica, isto é, a partir da LDB (definidas em lei, Decreto no 3.860 de 9 de julho de 2001).

 Universidades

 Centros Universitários

 Faculdades e Faculdades integradas  Institutos e Escolas Superiores  Centros de Educação Tecnológica

A partir da vigência da LDB/1996, democratizou-se a criação de instituições de Ensino Superior com fins lucrativos, sobretudo atraiu investimentos diversos por parte de empreendedores que buscam retornos financeiros satisfatórios. De fato, houve acréscimo substancial na proliferação de IES, o que suscitou a competitividade entre esse tipo de organização. Igualmente, vieram desafios, entre os quais se citam os altos índices de evasão, inadimplência e ociosidade de vagas (MEYER JÚNIOR, 2004).

Por isso que, anualmente, desde 1980, dispõe-se do Censo da Educação Superior no Brasil, a fim de mapear a atuação das IES. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP responde pelo diagnóstico do ensino universitário no País. Tal mapeamento evidencia o número de matrículas, o número de inscritos nos vestibulares, o total de alunos ingressantes e concluintes, a quantidade de vagas nos cursos, a evasão de alunos, os cursos mais requisitados, a infraestrutura da instituição, as informações de professores, entre outros igualmente importantes. Para tanto, é necessário que as IES preencham os dados da pesquisa anualmente no site do INEP.

Com certeza, o Censo da Educação Superior, disponibilizado pelo INEP, figura como o instrumento de pesquisa mais completo sobre as Instituições de Educação Superior (IES). De posse das estatísticas educacionais elaboradas, pode-se ofertar maior subsídio aos usuários carentes de informações sobre ingressos, matrículas, concluintes, vagas, dados de financiamento estudantil, recursos de tecnologia assistiva disponíveis às pessoas com deficiência, entre outros.

A segurança dos dados informados está no Censo que traz as informações de aluno e docente individualizadas. Assim, as políticas do setor e seus participantes são administrados com êxito. Os respondentes ao censo são todas as IES do País: universidades, centro universitários, faculdades integradas, faculdades, escolas ou institutos superiores e centros de educação tecnológica que possuem um ou mais cursos com data de início de funcionamento até trinta de outubro do ano-base do levantamento.

Decerto que o mais recente Censo apresentado pelo INEP, em 2013, mostrou que o número total de alunos na educação superior brasileira alcança 7,3 milhões, ultrapassando em torno de 300 mil matrículas, em comparação com o ano anterior (2012). Em que pese o período 2012-2013, as matrículas adicionaram 3,8: 1,9% na rede pública e 4,5% na rede privada.

Afere-se, também, que 73,5% dos estudantes de graduação frequentavam instituições particulares em 2013, total de 5,3 milhões de alunos, ou 26,5% de matrículas em instituições públicas. De outra visão, universidades e institutos federais atendiam a 1,1 milhão de estudantes, ou 15,6% da totalidade. Acresce-se que, na rede privada, houve um incremento em relação à pública entre 2012 e 2013, em média de 4,5% no total de matrículas, em face de 1,9% na pública.

Tabela 1: Número de cursos, matrículas, concluintes e ingressos. Total na Educação Superior (Graduação ou

Sequencial), por nível acadêmico – Brasil 2003 – 2013.

2004 19.592 4.278.133 652.560 1.682.419 18.751 4.223.344 633.363 1.646.414 841 54.789 19.197 36.005 2005 21.459 4.626.740 756.911 1.851.255 20.596 4.567.798 730.484 1.805.102 863 58.942 26.427 46.153 2006 23.257 4.944.877 784.218 1.998.163 22.450 4.883.852 762.633 1.965.314 807 61.025 21.585 32.849 2007 24.653 5.302.373 806.419 2.165.103 23.896 5.250.147 786.611 2.138.241 757 52.226 19.808 26.862 2008 26.059 5.843.322 885.586 2.360.035 25.366 5.808.017 870.386 2.336.899 693 35.305 15.200 23.136 2009 28.966 5.985.873 967.558 2.081.382 28.671 5.954.021 959.197 2.065.082 295 31.852 8.361 16.300 2010 29.737 6.407.733 980.662 2.196.822 29.507 6.379.299 973.839 2.182.229 230 28.434 6.823 14.593 2011 30.616 6.765.540 1.022.711 2.359.409 30.420 6.739.689 1.016.713 2.346.695 196 25.851 5.998 12.714 2012 32.050 7.058.084 1.056.069 2.756.773 31.866 7.037.688 1.050.413 2.747.089 184 20.396 5.656 9.684 2013 32.197 7.322.964 994.812 2.749.803 32.049 7.305.977 991.010 2.742.950 148 16.987 3.802 6.853

Fonte: MEC/INEP; Tabela elaborada por INEP/DEED.

Observou-se que, entre 2012 e 2013, foram reduzidos 5,7% no número de concluintes, movimento que impactou os cursos presenciais nas instituições privadas. No mesmo sentido, ocorreu o aumento, na rede federal, de concluintes em 3,8%, mesmo com a redução de quase

Ano

Total Geral

Nível Acadêmico

Graduação Sequencial de Formação Específica Cursos Matrículas Concluintes Ingressos Cursos Matrículas Concluintes Ingressos Cursos Matrículas Concluintes Ingressos 2003 17.380 3.989.366 554.230 1.591.654 16.505 3.936.933 532.228 1.554.664 875 52.433 22.002 36.990

metade do número de concluintes em cursos a distância, no período 2012-13. No período compreendido em 2013, 991.010 alunos de graduação finalizaram sua graduação na totalidade dos estados do Brasil, o que representa a redução de 5,7% em comparação com 2012, quando 1.050.413 encerraram a graduação.

Há equilíbrio entre o número de formandos e, respectivamente, as matrículas, aspecto que demanda saldo positivo. Quando verificado o salde de 2003 a 2013, o Censo da Educação Superior mostrou que o total de matrículas sofreu acréscimo de 85,6%, visto que de 3,9 milhões passou a 7,3 milhões; por sua vez, o de concluintes, 86,2%, aumentou de 532,2 mil para 991 mil.

A respeito dos universitários, os mesmos estão contabilizados em pouco mais de 32 mil cursos de graduação, os quais são ofertados por 2,4 mil instituições de Ensino Superior: 301 públicas e 2 mil particulares. São de responsabilidade das universidades 53,4% das matrículas, mas às faculdades cabem 29,2%.

Entre as 2,4 mil IES do Brasil, somente 8% são universidades e possuem mais de 53% dos alunos, conformando, portanto, grandes instituições. De outra forma, verifica-se que as faculdades têm uma participação a mais ,84%, no entanto, atendem 29% dos alunos (tabela 2).

Tabela 2: Matrículas de graduação, por organização acadêmica – Brasil – 2013.

Fonte: MEC/INEP; Tabela elaborada por INEP/DEED.

Mesmo com o incremento de alunos, tanto as universidades quanto as faculdades divergem em relação à procura de alunos, ou seja, as instituições privadas insistem liderando na educação superior.

Entre 2011-2013, aumentou a procura por cursos superiores em média de 16,8% ao nível de graduação, sendo 8,2% na rede pública e 19,1% na rede privada. Pode-se aferir que nos últimos 10 anos, a taxa média de crescimento anual foi de 5,0% na rede pública e 6,0% na rede privada. Por exemplo, em 2013, a rede privada mostrou-se superior a 80% em relação ao número de ingressantes nos cursos de graduação.

Tabela 3: Número de Instituições de Educação Superior, por organização acadêmica e categoria administrativa – Brasil – 2003 – 2013.

Ano

Instituições

Total

Universidade Centro Universitário Faculdade IF e Cefet Pública Privada Pública Privada Pública Privada Pública Privada

2003 1.859 79 84 3 78 86 1.490 39 - 2004 2.013 83 86 3 104 104 1.599 34 - 2005 2.165 90 86 3 111 105 1.737 33 - 2006 2.270 92 86 4 115 119 1.821 33 - 2007 2.281 96 87 4 116 116 1.829 33 - 2008 2.252 97 86 5 119 100 1.811 34 - 2009 2.314 100 86 7 120 103 1.863 35 - 2010 2.378 101 89 7 119 133 1.892 37 - 2011 2.365 102 88 7 124 135 1.869 40 - 2012 2.416 108 85 10 129 146 1.898 40 - 2013 2.391 111 84 10 130 140 1.876 40 -

Fonte: MEC/INEP; Tabela elaborada por INEP/DEED.

Acerca dos cursos tecnológicos, eles repercutem na média de 13,6% das matrículas na educação superior. Especificamente nos anos de 2003 e 2013, verificou-se que a matrícula sofreu acréscimo de 115 mil para quase 1 milhão, o que significa crescimento médio anual de 24,1%. No setor federal, expandiu-se em 171% nas matrículas.

Tabela 4: Número de matrículas em cursos de graduação, por modalidade de ensino e categoria administrativa,

segundo o Grau Acadêmico – Brasil 2013.

Ano Grau acadêmico

Matrículas em Cursos de Graduação Total

Total Pública Privada

Total Federal Estadual Municipal

2013 Total 7.305.977 1.932.527 1.137.851 604.517 190.159 5.373.450

Bacharelado 4.912.310 1.166.489 735.407 287.712 143.370 3.745.821

Licenciatura 1.374.174 599.718 328.694 238.106 32.918 774.456

Tecnológico 995.746 143.169 61.975 67.323 13.871 852.577

Não aplicável 23.747 23.151 11.775 11.376 - 596

Os cursos que imperam concentram no total de 10 e acolhem maior número de matrículas e mais da metade da rede de educação superior no País. Destaca-se que o curso de Administração foi o mais procurado no ano passado, com 800,1 mil alunos. Em seguida, vem o curso de Direito, com 769,8 mil. Em terceiro, o curso de Pedagogia, com 614,8 mil.

Quadro 2: 10 Maiores cursos de graduação em números de matrículas, por gênero – Brasil, 2013.

Fonte: MEC/INEP; Tabela elaborada por INEP/DEED.

Houve incremento na proporção de mais de 50%, segundo mostrou o Censo, relativo às matrículas dos cursos de licenciatura, um crescimento médio de 4,5% ao ano. Afere-se que em um ano, mais de 200 mil alunos concluem cursos de licenciatura. Frise-se que a Pedagogia corresponde a 44,5% do total de matrículas.

Importante verificar também que, além dos cursos de licenciatura, bacharelados e tecnológicos presenciais, a inclusão da Educação a Distância (EAD) mostrou ser uma excelente escolha aos que pretendem adquirir o diploma de Ensino Superior, inclusive, já são mais de 1,2 mil cursos a distância no Brasil, o que equivale a uma participação superior a 15% nas matrículas de graduação. No ano de 2003, havia 52 cursos, no presente, tem-se a participação das universidades em 90% da oferta, o que representa 71% das matrículas nessa modalidade.

O processo seletivo de ingresso nas IES é definido pelo Ministério da Educação – MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Assim, desde o Censo da Educação Superior 2013, classificaram-se, como forma de ingresso/seleção das Instituições de Ensino Superior, as seguintes possibilidades.

Quadro 3: Formas de ingresso/seleção das Instituições de Ensino Superior.

Ingresso/Seleção Descrição

Vestibular Processo seletivo utilizado para ingresso no Ensino Superior

brasileiro. Compreendem provas que cobram as disciplinas cursadas no Ensino Médio, aplicadas em processo único.

ENEM Exame realizado pelo Inep, através de provas compostas por:

Avaliação seriada

Processo seletivo

Processo seletivo em que o candidato é avaliado em diferentes etapas, ao longo do Ensino Médio.

Outros Tipos de

seleção

Englobam processos seletivos distintos do vestibular e Enem, adotados pelas IES. Podem compreender provas, análise de currículo e histórico escolar, entrevistas, entre outros.

Convênio PEC-G Convênio de cooperação entre os países em desenvolvimento com

os quais o Brasil mantém acordo educacional/cultural, visando à formação de recursos humanos. As inscrições para o programa são feitas nas representações diplomáticas brasileiras, no país de origem do candidato.

Transferência ex-

Officio

Transferências entre instituições realizadas em qualquer época do ano e independente de vaga, quando se tratar de servidor público federal civil ou militar ou seus dependentes. A aceitação da transferência será obrigatória em razão de comprovada remoção ou transferência de ofício que acarrete mudança de domicílio para o município onde se situe a instituição recebedora ou para localidade mais próxima.

Decisão judicial Forma de ingresso na qual o aluno, após decisão judicial, é aceito

como aluno vinculado à IES. Exemplo: aluno que não havia concluído o Ensino Médio, cotista entre outros.

Outras formas de Ingresso

Refere-se às formas de ingresso distintas dos processos seletivos principais (vestibular, ENEM, Avaliação seriada e outros tipos de seleção), que asseguram o ingresso de alunos no Ensino Superior, tais como matrícula cortesia, admissão de diplomados, reingresso e transferências.

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