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3. CAMINHOS DA COMUNICAÇÃO

3.6. FACEBOOK

A organização e as mobilizações sociais ocorrem em torno do eclodir de fenômenos sociais no mundo todo. Alguns desses fenômenos tiveram maior repercussão do que outros e, por isso, atraíram a atenção de pessoas e, consequentemente, provocou maior discussão nas redes sociais, com destaque para o Facebook (RECUERO, 2009). Um exemplo clássico a ser ilustrado refere-se a:

O primeiro fenômeno aconteceu nos Estados Unidos. Utilizando vídeos, blogs, sites de redes sociais, pela primeira vez, o mundo acompanhou de perto a campanha presencial entre os candidatos Barack Obama e John McCain e os efeitos da Internet nela. Através do Twitter, por exemplo, era possível acompanhar o que os usuários comentavam da campanha. [...] O segundo fenômeno aconteceu no Brasil. Em novembro de 2008, uma série de chuvas frequentes gerou uma das maiores catástrofes naturais da história do estado de Santa Catarina. Em alguns dias, o estado viu-se diante do caos. [...]. Durante esses eventos, uma série de blogs, ferramentas de mensagens como o Twitter, mensageiros instantâneos e outros recursos foram utilizados para informar ao resto do país a respeito dos acontecimentos. Essas ferramentas mobilizaram pessoas, agregaram informações, criaram campanhas e protagonizaram a linha de frente do apoio que Santa Catarina recebeu (RECUERO, 2009, p.16).

Outros eventos igualmente importantes foram relatados por Matias (2005), por se tratar de informação que foram noticiadas, de modo relevante, nas mídias sociais no Brasil e no Mundo:

Primavera Árabe (Oriente Médio e Norte da África) – 2010.Ao atear fogo contra seu próprio corpo em forma de protesto às péssimas condições de vida impostas pelas políticas públicas de um governo ditador que há anos dominava o poder, um jovem tunisiano chocou o mundo por dar início a uma série de revoltas que culminariam com a queda de alguns dos regimes políticos mais conservadores e estáveis da região, inclusive o do presidente tunisiano Ben Ali. A partir desse momento, a comunidade internacional se deparava, então, com uma onda de protestos pela região, que atingiu os governos do Egito, Iêmen, Bahrein, Jordânia, Síria e Líbia. Primavera Árabe foi o nome criado para este protesto.

Esses eventos, que propiciaram forte acesso às redes sociais (Facebook, Twiter e YouTube), mobilizaram diversos recursos das novas tecnologias e das mídias sociais, a saber: telefones celulares, mensagens de texto, redes sociais e Internet. Toda a mobilização social teve como objetivo a convocação do povo às ruas, a fim de protestar contra o governo.

Especificamente, o Twitter possibilitou o agendamento de encontros pelos ativistas e divulgação de informações acerca dos protestos. Já o Facebook foi campo de debates, divulgação de locais e hora dos protestos, fotos e vídeos. Quanto ao YouTube, obteve-se a ferramenta de consolidação de vídeos (MATIAS, 2005).

Não é demais observar que, no Brasil, no ano de 2013, ocorreram protestos contra o aumento da tarifa de ônibus. Nesse sentido, tais mobilizações se iniciaram no dia 6 de junho e foram marcadas no Twitter e Facebook, pois se tornaram a principal matéria entre internautas. As chamadas “linhas do tempo das redes sociais” passaram a ser palco de protestos, tendo em vista a possibilidade da opinião das pessoas.

A opinião expressada na linha do tempo das redes sociais diferia do que era exposto nas ruas, ou seja, nestas atendia-se a uma determinada ideologia, enquanto nas plataformas verificavam-se opiniões pessoais. É no contexto das redes sociais que surge a ferramenta propícia para que um mesmo conteúdo pudesse ser conhecido por todos, indistintamente, sob diversos pareceres, o que significou a multiplicação das visões de mundo.

A partir da comparação entre as informações vistas nas mídias tradicionais e nas mídias sociais salientam-se as divergências existenciais dessas formas de comunicação. Assim, provocam-se variadas formas de se analisar uma notícia, em função de que cada mídia produz a comunicação de forma diferente, já que se pretende causar impressão positiva junto ao leitor da notícia.

Importa conceber que as mídias sociais e as novas tecnologias, em face do alcance da capacidade de interação entre as pessoas, alcançaram absoluto poder de opinião e concepção acerca dos governos, diante do povo representado. Por isso, pode-se concluir que essas mesmas mídias e tecnologias ameaçam a política, na hipótese do governo não agradar as massas, tamanha a repercussão que concentram em seu campo de ação, em tempo hábil (GHANNAM, 2011).

Alguns estudos realizados em nível internacional constataram que, na Europa, por exemplo, o maior acesso aos smartphones, motivado pelo baixo custo da Internet móvel, causou maior procura pelas conexões. Na verdade, as tecnologias vêm criando a mobilização necessária e rápida à autocomunicação de massas (CASTELLS, 2011).

A capacidade que as tecnologias possuem para engendrar diferentes relações que se estabelecem entre públicos, no passado, apresentava-se limitada, a julgar pelo Facebook, que, inicialmente, era uma rede limitada de comunicação. Com o advento do Facebook, em 2004, por quatro estudantes da Universidade de Harvard, Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes, pretendia-se uma plataforma de relacionamento para os universitários trocarem experiências. Entretanto, em face das limitações de acesso, o sistema diferiu em muito do que se verifica na atualidade, necessitando, assim, de maiores investimentos e maior democratização da rede.

Alguns procedimentos fizeram do Facebook campo de grande acessibilidade, ou seja, abriram-se espaços para as pessoas criarem seus perfis, o que demandou aos dias de hoje mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Recuero (2009, p. 171) conclui que:

O foco inicial do Facebook era criar uma rede de contatos em um momento crucial da vida de um jovem universitário: o momento em que este sai da escola e vai para a universidade, o que, nos Estados Unidos, quase sempre representa uma mudança de cidade e um espectro novo de relações sociais. O sistema, no entanto, era focado em escolas e colégios e, para entrar nele, era preciso ser membro de alguma das instituições reconhecidas.

O modo de atuar do Facebook já foi estudado por diversos autores (Antunes, 2011; Shih, 2009; Júnior et al., 2013;), sendo de maior relevância nesses estudos o funcionamento da arquitetura de informação, enquanto pressuposto para conhecer esse tipo de rede social. O Facebook está fundamentado em alguns elementos que lhes são essenciais ao bom funcionamento: perfil pessoal; status updates, networks (região geográfica, escolas, empresas), grupos, aplicações e fan pages (ANTUNES, 2011, p. 29).

Em vista da criação do conceito de fan page pelo Facebook, no ano de 2007, às diversas IES foi disponibilizada a oportunidade de criar a sua página oficial. De forma semelhante ao perfil pessoal, as fan pages destinam-se aos negócios. A partir dessas páginas desenvolveu-se o marketing relacional em direção ao entendimento do cliente como um ser único, tendo em vista indivíduos com características e preferências distintas.

Sendo o Facebook a maior rede social do mundo, possui o poder de afetar os esforços aferidos pela administração das IES. Observa-se, no mesmo sentido, que realmente a faculdade das redes sociais é agrupar pessoas com interesses em comum, facilitando as negociações. Assim, a publicação feita por instituições de ensino tem sido algo bem noticiado pela comunidade científica, tendo em vista a sua repercussão e, concomitantemente, o volume de investimentos que se faz nesse sentido. Para o governo, investir em educação é de grande

interesse, haja vista algumas metas a serem alcançadas com a educação por instituições de ensino.

A partir do Facebook é possível conhecer o comportamento dos usuários, atividade cada vez mais recorrente para as empresas da atualidade, porque almejam, em função da promoção de seus negócios, investir nas trocas comunicacionais em meio virtual. Entretanto, tal passo não pode ocorrer de forma descompassada. Essa troca precisa acontecer por meio do conhecimento acerca das tendências, mediado por planejamento, estudos e experimentos. Concorrem, assim, tais estratégias para desencadear maior contato entre as pessoas, o que por si só revela a medida do incentivo à comunicação social on-line (SILVA JÚNIOR et al., 2013).

O Facebook conquistou o marketing digital no Brasil, por se tratar de instrumento hábil no trato com a comunicação social entre usuários dessa rede social. A sua vultuosidade e, portanto, popularidade, ocorreu, justamente, pela facilidade empreendida no contexto dos falares humanos, por meio do contexto digital.

Especificamente em 2008, vislumbrou-se um boom em relação ao seu uso, de fato, o seu tempo de acesso pelos usuários repercutiu sobre a oferta de acesso de e-mails e demais SNS. De acordo com pesquisas realizadas, estimou-se 20,5 bilhões de minutos por ano. Outro dado, igualmente importante, constatado cientificamente é que, em meio às pessoas que possuem a idade entre 17 a 32 anos, 96% dispõe de uma conta no Facebook (KIRKPATRICK, 2011).

Acerca das ferramentas disponíveis para a interatividade no Facebook, tem-se que as contas, por exemplo, são de dois modelos: pessoas físicas e pessoas jurídicas, bem como profissionais, entre os quais professores ou consultores. A comunicação pode iniciar desde os laços de amizades, como também relacionamento de fãs, por meio de curtida da página. Além disso, dispõe de outras ferramentas úteis, como publicação, compartilhamento, comentários, todas com a função de promover maior interatividade, comunicação social entre os consumidores, em relação a uma marca divulgada ou produto.

Interessante observar que as ações de publicar, compartilhar, curtir e comentar estão ligadas ao sentido que a palavra engajamento encerra em si. Destaca-se, também, que, nas publicações, ou seja, quando uma pessoa posta um texto qualquer ou ainda uma filmagem, enquete, verifica-se a dimensão geográfica da mensagem.

Há, ainda, o Facebook Ads, ofertado pela plataforma, para que as empresas façam a publicidade paga junto aos usuários que sejam consumidores em potencial de certos produtos ou serviços. Trata-se de link patrocinado esse tipo de engajamento, o que desencadeia forte

segmentação de pessoas, não igual aos demais usuários, mas com aspectos demográficos, tecnológicos, comportamentais que lhes são peculiares (SILVA JÚNIOR et al., 2013).

A alta vantagem promovida pela propaganda realizada em mídia digital está no custo que o meio oferece, quer dizer, se comparado com as mídias tradicionais, o preço da digital é inferior.

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